06
- Não podemos simplesmente pedir pra ela sair dali? - Um garoto medroso da sonserina perguntou enquanto ver a garota Black deitada no muro que dava para a floresta Negra.
- Para ela nos ameaçar, como ameaçou o Malfoy? Não quero arriscar.
A garota em si estava deitada na blusa de um dos alunos que cochichava sobre seu respeito, mesmo ela escutando eles falando baixo, ela decidiu ignorar.
- Eu quero meu casaco cara, eu tô com frio.
- Talita? - Uma voz faz os 3 garotos que cochichavam dar um pulo de susto.
A garota não se apressa ou até se importa de responder ao irmão.
- O que está fazendo aqui? - Mais atrás do garoto tinha o trio de ouro, observava tudo. A garota se levanta, olha pro irmão e arruma o cabelo.
- Não tenho aula agora. - Foi vaga na resposta.
Orion olha sem entender pra garota, mas não reclama e nem protesta. Talita seguia os passos do seu irmão mais novo, que tinha parado e começou a conversar com o trio.
- Talitinhaaaaa. - Orion chama a irmã quando percebe a falta do seu livro.
A garota não se importa muito com o irmão, apenas o encara e espera o pedido do mais novo.
- Meu livro, esqueci no meu dormitório, será que você podia- O mais novo dos Black não tem tempo para terminar seu pedido, Talita já estendia um livro pra ele.
- Cuidado, esse é o meu. - O trio olha curiosos para a Black que não se importa com os olhares.
- Vamos, andem depressa! - Hagrid falou quando os alunos se aproximaram. - Tenho uma coisa ótima para vocês hoje! Vai ser uma grande aula! Estão todos aqui? Certo, então me acompanhem!
Por um momento de apreensão, Harry pensou que Hagrid os levaria para a Floresta Proibida; o menino já tivera suficientes experiências desagradáveis ali para a vida inteira. Talita ao contrário do Potter se sentiu um pouco animada desde sua manhã desastrada, um pouco de aventura para ela seria ótimo agora.
No entanto, o guarda-caça contornou a orla das árvores e cinco minutos depois eles estavam diante de uma espécie de picadeiro. Não havia nada ali.
- Todos se agrupem em volta dessa cerca! - mandou ele. - Isso... procurem garantir uma boa visibilidade... agora, a primeira coisa que vão precisar fazer é abrir os livros...
- Como? - perguntou a voz fria e arrastada de Draco Malfoy.
- Que foi? - perguntou Hagrid.
- Como é que vamos abrir os livros? - repetiu o menino. Ele retirou da mochila seu exemplar de O livro monstruoso dos monstros, amarrado com um pedaço de corda. Outros alunos fizeram o mesmo, alguns, como Harry, tinham fechado o livro com um cinto; outros os tinham enfiado em sacos justos ou fechado os livros com grampos.
- Será... será que ninguém conseguiu abrir o livro? - perguntou Hagrid, com ar de desapontamento.
Todos os alunos sacudiram negativamente as cabeças.
Hermione coloca o livro dela com um certo cuidado em uma pedra, seus olhos castanhos pararam em Orion e Talita. O Black entregava o livro da irmã de volta. Com cuidado a garota fazia cócegas no livro, abrindo logo em seguida.
- Como? - A expressão fechada da garota Black se suavizou quando viu quem falava com ela era, até então, talvez, uma amiga do seu irmão.
- Cócegas e carinho, cócegas ou carinho sempre resolve tudo. - Hermione apenas a encarou por mais um tempo antes de fazer o que era dito pela Black.
Calmamente o livro se acalmou e a Granger conseguiu tirar a fita que prendia seu livro sem nenhum problema.
- Vocês têm que fazer carinho neles - falou o novo professor, como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo. - Olhem aqui...
Ele apanhou o livro de Ron e tirou a fivela que o prendia. O livro tentou morder, mas Hagrid passou seu gigantesco dedo indicador pela lombada, o livro estremeceu, se abriu e permaneceu quieto em sua mão.
- Ah, mas que bobeira a nossa! - caçoou Draco. - Devíamos ter feito carinho no livro! Como foi que não adivinhamos!
- Eu... eu achei que eles eram engraçados - disse Hagrid, inseguro, para Hermione.
Talita olhou para o primo, Malfoy não notou o olhar da prima.
- Ah, engraçadíssimos! - comentou Draco. - Uma ideia realmente espirituosa, nos dá livros que tentam arrancar nossa mão.
- Cala a boca, Malfoy - advertiu-lhe Harry baixinho. Hagrid parecia arrasado, e o garoto queria que aquela primeira aula do seu amigo fosse um sucesso.
- Sinto em falar Malfoy, me surpreende o fato dos outros não conseguir abrir o livro. - Hagrid finalmente nota uma aluna a mais que não deveria está ali. - Mas você. - Sua voz carregada de deboche fez o loiro se tremer levemente. - Não há surpresas para isso, sua inteligência é equivalente a uma noz.
Goyle dá um passo à frente, porém Draco estende a mão o parando. Talita Alya Black era como um cão raivoso, porém os boatos que ele já ouviu na mansão Malfoy pela sua mãe, era que desde seus nove anos ela tem uma crueldade sem igualdade.
- Certo, então - continuou Hagrid, que pelo jeito perdera o fio do pensamento - ... então vocês já têm os livros e... e... agora faltam as criaturas mágicas. É. Então vou buscá-las. Esperem um pouco...
Ele se afastou na direção da floresta, seu olhar parou em Talita que o comprimentou com um leve aceno de cabeça, o meio gigante sorriu e logo desapareceu de vista.
- Nossa, essa escola está indo para o brejo! - falou Draco em voz alta. - Esse pateta dando aulas, meu pai vai ter um acesso quando eu contar...
- Cala a boca, Malfoy - repetiu Harry.
- Cuidado, Potter, tem um dementador atrás de você... - Harry se vira assustado para trás, os alunos das sonserina que estava com Malfoy rir, eles colocam o capuz de seus uniforme e imitam um dementador.
Hermione puxou Harry que tentava avançar em Draco.
- Cuidado, Malfoy, logo tem um soco indo em direção ao seu nariz. - Órion falou sem paciência.
- Ai, Talita, não arrume confusão. - Talita faz uma imitação horrível do irmão, Hermione que estava ao lado da garota rir. - Olhe só quem está querendo arrumar briga.
- Fica na sua. - O garoto fala irritado fazendo a Black abrir um sorriso sincero.
- Aaaaaaah! - guinchou Lilá Brown, apontando para o lado oposto do picadeiro.
Trotavam em direção aos garotos mais ou menos uma dezena dos bichos mais bizarros que os alunos já viram na vida. Tinham os corpos, as pernas traseiras e as caudas de cavalo, mas as pernas dianteiras, as asas e a cabeça de uma coisa que lembrava águias gigantescas, com bicos crueis cinza-metálico e enormes olhos laranja vivo. As garras das pernas dianteiras tinham uns quinze centímetros de comprimento e um aspecto letal. Cada um dos bichos trazia uma grossa coleira de couro ao pescoço engatada em uma longa corrente, cujas pontas estavam presas nas imensas mãos de Hagrid, que entrou correndo no picadeiro atrás dos bichos.
Talita encara atentamente os animais.
- Upa! Upa! Aí! - bradou ele, sacudindo as correntes e incitando os bichos na direção da cerca onde se agrupavam os alunos. Todos recuam, instintivamente, quando Hagrid chegou bem perto e amarrou os bichos na cerca.
Talita dá dois passos para trás, suas costas acaba batendo contra o tronco de Hermione, rapidamente a garota dá passos para trás, a Black encara pelo canto de olhos a Granger dá passos pra trás.
Seus braços abrem levemente, sabendo que se fizer movimento brusco, aqueles hipogrifos podem acabar arrancando seus membros.
Suas mãos rapidamente vão para o uniforme de Orion, puxando o irmão para trás quando um hipogrifo avançou.
- Hipogrifos! - bradou Hagrid alegremente, acenando para eles. - Lindos, não acham?
Hermione conseguiu entender mais ou menos o que Hagrid quis dizer. Depois que se supera o primeiro choque de ver uma coisa que é metade cavalo, metade ave, a pessoa começava a apreciar a pelagem luzidia dos hipogrifos, que mudava suavemente de pena para pelo, cada animal de uma cor diferente: cinza-chuva, bronze, ruão rosado, castanho brilhante e nanquim.
- Então - disse Hagrid, esfregando as mãos e sorrindo para todos -, se vocês quiserem chegar mais perto...
Hermione leva a mãos para o braço da garota da sonserina, levemente a mais desce seu braço, não se lembrando de quando afastou a mais nova dos grandes animais, a Granger ainda olha para a Black quando seguiu em frente.
Ninguém parecia querer se aproximar daqueles animais. Harry, Rony e Hermione, porém, se aproximaram cautelosamente da cerca.
- Agora, a primeira coisa que vocês precisam saber sobre os hipogrifos é que são orgulhosos - explicou Hagrid. - Se ofendem com facilidade, os hipogrifos. Nunca insulte um bicho desses, porque pode ser a última coisa que vão fazer na vida.
Malfoy, Crabbe e Goyle não estavam prestando atenção; falavam aos cochichos e Talita teve o mau pressentimento de que estavam combinando a melhor maneira de estragar a aula.
- Vocês sempre esperam o hipogrifo fazer o primeiro movimento - continuou Hagrid. - É uma questão de cortesia, entendem? Vocês vão até eles, fazem uma reverência e aí esperam. Se o bicho retribuir o cumprimento, vocês podem tocar nele. Se não retribuir, então saiam de perto bem depressinha, porque essas garras machucam feio. Certo, quem quer ser o primeiro?
Talita deu um passo à frente, porém rapidamente Hagrid nega.
- Sua aula não é essa. - A garota suspira, dá um passo pra trás.
Em resposta, a maioria dos alunos recuou mais um pouco. Até Harry, Rony e Hermione se sentiram apreensivos. Os hipogrifos balançavam as cabeças de aspecto feroz e flexionam as fortes asas; não pareciam gostar de estar presos daquele jeito.
- Ninguém? - disse Hagrid, com um olhar suplicante.
- Eu vou - disse Harry.
Ouviu-se gente ofegar atrás dele e Lilá e Parvati murmuraram a mesma coisa:
- Aaah, não, Harry, lembra das folhas de chá!
Harry não deu ouvidos às meninas. Trepou pela cerca do picadeiro.
- É assim que se faz, Harry! - gritou Hagrid. - Certo, então... vamos ver como você se entende com o Bicuço.
E, dizendo isso, soltou uma das correntes, separou o hipogrifo cinzento dos restantes e retirou a coleira de couro. A turma do outro lado da cerca parecia estar prendendo a respiração. Os olhos de Draco se estreitaram maliciosamente.
Hermione dá um passo à frente, porém o braço de Talita a impede de fazer qualquer coisa. Orion estava ao lado da irmã, enquanto a Black agora estava sentada na cerca.
- Calma, agora, Harry - disse Hagrid em voz baixa. - Você fez contato com os olhos, agora tente não piscar... Os hipogrifos não confiam na pessoa que pisca demais...
Os olhos de Harry imediatamente começaram a se encher de água, mas ele não os fechou. Bicuço virara a cabeça alerta e fixava um cruel olho laranja em Harry.
- Isso mesmo - disse Hagrid. - Isso mesmo, Harry... agora faça a reverência...
Harry não se sentia nada animado a expor a nuca a Bicuço, mas fez o que era mandado. Curvou-se brevemente e ergueu os olhos. O hipogrifo continuava a fixá-lo com altivez. Nem se mexeu.
- Ah! - exclamou Hagrid, parecendo preocupado. - Certo... recue, agora, Harry, devagarinho...
- Dá vez que isso aconteceu comigo eu levei um bicudo. - Talita se lembra de sua época da escola em Castelobruxo. Orion segura a risada, Hermione e Ron que estava perto dos dois olham assustados para Talita.
- Você foi desrespeitos. - Orion repreende a irmã com a voz baixa.
- Mais respeitosa que aquilo impossível. - A Black reclama.
Mas nesse instante, para enorme surpresa de Harry, o hipogrifo inesperadamente dobrou os escamosos joelhos dianteiros e afundou o corpo em uma inconfundível reverência.
- Muito bem, Harry! - aplaudiu Hagrid, extasiado. - Pode tocá-lo! Acaricie o bico dele, vamos!
Com a impressão de que recuar teria sido uma recompensa melhor, Harry avançou devagarinho para o hipogrifo e estendeu a mão. Acariciou seu bico várias vezes e o bicho fechou os olhos demoradamente, como se estivesse gostando.
A turma interrompeu em aplausos, à exceção de Malfoy, Crabbe e Goyle, que pareciam profundamente desapontados.
Talita se sentia com tédio, levando as mãos para dentro do bolso de sua capa, se sentindo entediada enquanto começava a olhar em volta, analisando os alunos ali, seus olhos parando por um momento em Draco de forma ameaçadora o que faz o garoto se encolher.
A Black mais velha desvia o olhar para analisar os outros alunos, parando especificamente na amiga de Orion, à admirando por um momento.
- Certo então, Harry - falou Hagrid. - Acho que ele até deixaria você montar nele!
Isto era mais do que o toma lá dá cá proposto por Harry. Ele estava acostumado a montar vassouras; mas não tinha muita certeza se um hipogrifo seria a mesma coisa.
- Isso, suba ali, logo atrás da articulação das asas - mandou Hagrid. - E cuidado para não arrancar nenhuma pena, ele não vai gostar nem um pouco...
Harry pisou no alto da asa de Bicuço e se atirou para cima das costas do bicho. O bicho se ergueu. Harry não tinha muita certeza de onde deveria se agarrar; à sua frente tudo era coberto de penas.
- Pode ir, então! - bradou Hagrid, dando uma palmada nos quartos do hipogrifo.
Sem aviso, as asas de quase quatro metros se abriram a cada lado de Harry; ele só teve tempo de se agarrar ao pescoço do hipogrifo e já estava voando para o alto. Não foi nada semelhante a uma vassoura e Harry soube na hora qual dos dois preferia; as asas do hipogrifo adejavam desconfortavelmente dos lados, batendo por baixo de suas pernas e dando-lhe a sensação de que estava prestes a ser jogado no ar; as penas acetinadas escorregaram dos seus dedos e o garoto não se atrevia a se agarrar com mais força; em vez do voo suave da Nimbus 2000, ele agora balançava para a frente e para trás quando os quartos do hipogrifo subiam e desciam acompanhando o movimento das asas.
Bicuço deu uma volta por cima do picadeiro e em seguida embicou para o chão; essa foi a parte que Harry teve receio; ele jogou o corpo para trás, à medida que o pescoço liso do bicho abaixava, achando que ia escorregar por cima do bico, então, sentiu um baque quando os quatro membros desparelhados do bicho tocaram o chão. Por milagre, conseguiu se segurar e tornar a se endireitar.
- Bom trabalho, Harry! - berrou Hagrid enquanto todos, exceto Malfoy, Crabbe e Goyle, aplaudiam. - Muito bem, quem mais quer experimentar?
Encorajados pelo sucesso, os outros alunos subiram, cautelosos, pela cerca do picadeiro. Hagrid soltou os hipogrifos, um a um, e logo os garotos, nervosos, começaram a fazer reverências por todo o picadeiro. Neville fugiu várias vezes do dele, pois o bicho não estava com jeito de querer dobrar os joelhos. Rony e Hermione praticaram no hipogrifo castanho, enquanto Harry observava.
Orion estava com o hipogrifo cinza, o Bicuço ao lado de Draco, Goyle e Crabbe, não que ele tenha gostado, muito pelo contrário.
No final das contas. Talita Alya Black foi ótima em adivinhar que Malfoy e seus amigos estragariam a aula.
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