
02
2792 palavras
Harry, Rony e Hermione saíram pelo corredor à procura de uma cabine vazia, mas todas estavam cheias exceto uma bem no finalzinho do trem.
Esta tinha apenas dois ocupante, um homem que estava ferrado no sono ao lado da janela, e uma garota que também estava dormindo ali na janela. Os garotos pararam à porta.
O Expresso de Hogwarts era em geral reservado aos estudantes e, até então, eles nunca tinham visto um adulto a bordo, exceto a bruxa que passava com a carrocinha de comida.
O estranho usava um conjunto de vestes de bruxo extremamente surradas e cerzidas em vários lugares. Parecia doente e cansado. Embora fosse jovem, seus cabelos castanho-claros estavam salpicados de fios brancos. Já a garota não parecia ser mais velha que eles, mais ou menos uns 2 a 3 anos eles chutaria, sua roupas tinha aparência de novas, uma única mão tinha uma luva e em seu lábio tinha uma cicatriz, sua pele não era muito clara, parecendo que tinha tomado sol, seus cabelos ondulados e negros como a noite.
— Quem vocês acham que eles são? — Sibilou Rony quando se sentaram e fecharam a porta, ocupando os assentos mais afastados da janela.
— O Prof. R. J. Lupin, e a garota se chama Talita. A. Black. — Cochichou Hermione na mesma hora. Rapidamente os três raciocína o sobrenome da garota.
— Como é que você sabe?
— Está na maleta — respondeu a menina, apontando para o bagageiro acima da cabeça do homem, onde havia uma maleta gasta e amarrada com vários fios de barbante caprichosamente trançados. O nome Prof. R. J. Lupin estava estampado a um canto em letras descascadas. — E no bracelete. — Já no braço de Talita havia um bracelete com seu nome gravado em ouro, que brilhava a cada movimento do trem que fazia o pulso da garota se mover.
— Que será que ele ensina? — perguntou Rony, amarrando a cara para o perfil pálido do homem.
— É óbvio — sussurrou Hermione. — Só existe uma vaga, não é? Defesa Contra as Artes das Trevas.
Harry, Rony e Hermione já tinham tido dois professores nessa matéria, e ambos só duraram um ano letivo. Corriam boatos de que o cargo estava enfeitiçado.
— Ela se chama Black, será que?....— Hermione trata de espantar esses pensamentos da cabeça do amigo.
— Claro que não Harry, você acha mesmo que o Prof. Dumbledore deixaria sabe, uma Black com ligação muito próxima com Sirius Black na escola? — Harry concorda com a amiga, mesmo ainda desconfiado.
— Bem, espero que o professor esteja à altura — disse Rony em tom de dúvida. — Dá a impressão de que um bom feitiço acabaria com ele de vez, não acham? Em todo o caso... — Rony virou-se para Harry. — Que é que você ia nos dizer?
Harry contou toda a conversa entre o Sr. e a Sra. Weasley e o alerta que aquele senhor acabara de lhe dar. Quando terminou, Rony olhava abobado e Hermione cobrira a boca com as mãos. Finalmente a menina baixou as mãos e disse:
— Sirius Black fugiu para vir atrás de você? Ah, Harry... você vai ter que tomar muito, mas muito cuidado. Não vai sair por aí procurando encrenca, Harry...
— Eu não saio por aí procurando encrenca - respondeu Harry, irritado. — Em geral as encrencas é que vêm ao meu encontro.
— Harry teria que ser um enorme idiota para sair procurando um biruta que quer matá-lo, não acha? — Falou Rony com a voz trêmula.
Eles estavam reagindo às notícias pior do que Harry esperara. Tanto Rony quanto Hermione pareciam ter muito mais medo de Black do que ele próprio.
— Ninguém sabe como foi que o homem fugiu de Azkaban — disse Rony com um medo genuíno. — Ninguém jamais tinha feito isso antes. E ainda por cima, ele era um prisioneiro de segurança máxima.
— Mas vão pegá-lo, não vão? - perguntou Hermione muito séria. — Quero dizer, todos os trouxas estão procurando Black também...
— Que barulho foi esse? — perguntou Rony de repente.
Uma espécie de apitinho fraco vinha de algum lugar. Os garotos procuraram por toda a cabine.
— Está vindo do seu malão, Harry — disse Rony se levantando e esticando os braços para o bagageiro. Pouco depois retirava o bisbilhoscópio de bolso, que fora guardado entre as vestes de Harry. O objeto girava muito rápido na palma da mão de Rony e emitia um brilho intenso.
— Isso é um bisbilhoscópio? — perguntou Hermione, interessada, levantando-se para ver melhor.
— É... e veja bem, é dos baratinhos — disse Rony. — Endoidou quando o amarrei na perna de Errol para mandar para Harry.
— Você estava fazendo alguma coisa suspeita na hora? — perguntou Hermione astutamente.
— Não! Bem... eu não devia estar usando o Errol. Você sabe, ele não pode realmente fazer viagens longas... mas como é que eu ia mandar o presente do Harry?
— Ponha-o de volta no malão — aconselhou Harry enquanto o bisbilhoscópio continuava a apitar baixinho —, senão vamos acordar o homem.
O menino indicou o Prof. Lupin com a cabeça. Rony enfiou o bisbilhoscópio dentro de um par de meias velhas do tio Válter particularmente horrendas, o que abafou o som, depois fechou a tampa do malão.
Mas não adiantou, Talita que já estava acordada apenas fingindo está dormindo abre os olhos, um suspiro escapa do fundo da sua garganta, fazendo os três amigos olharam assustados pra ela. Por um momento, Harry tinha se esquecido totalmente da garota.
A garota olha pro trio, foi aí que eles notam, os olhos da garota era em um verde intenso, suas pupilas por um momento parecia de um gato, foi o que Hermione viu, porém nenhum dos seus amigos parecia ter notado.
— Vocês não sabem fazer menos barulho? — Esquecendo a educação em casa, a Black mais velha fala rudemente, sem realmente se importar de ser educada.
— Desculpe, sinto muito por termos acordado você, não foi nossa intenção. — A Black encara a garota em sua frente, Hermione era bela, seus olhos era castanho, mas um castanho claro. Talita apenas revira os olhos antes de pegar sua mochila e pegar algo para comer, que aliás nem era dela.
— Poderíamos mandar verificar esse bisbilhoscópio em Hogsmeade — disse Rony, sentando-se outra vez ao lado de Talita, o ruivo tentava ignorar a presença da Black que comia Chocobolas enquanto lia o profeta diário. — Vendem essas coisas na Dervixes e Bangues, instrumentos mágicos e artigos sortidos. Foi o que Fred e Jorge me contaram.
— Você conhece muita coisa de Hogsmeade? — perguntou Hermione interessada. — Li que é o único povoado inteiramente bruxo da Grã-Bretanha...
— É, acho que é — disse Rony meio sem pensar —, mas não é por isso que quero ir lá. Só quero conhecer a Dedosdemel!
— E o que é a Dedosdemel? — perguntou Hermione.
— É uma loja de doces — disse Rony, com uma expressão sonhadora assomando em seu rosto —, que tem de tudo... Diabinhos de Pimenta... que fazem a boca fumegar... e enormes Chocobolas recheadas de musse de morango e creme cozido, e Canetas de açúcar realmente ótimas, que a gente pode chupar em classe e fazer de conta que está pensando no que se vai escrever...
— Mas Hogsmeade é um lugar muito interessante, não é? — insistiu Hermione, pressurosa. — O livro Sítios históricos da bruxaria diz que a estalagem foi o quartel-general da Revolta dos Duendes de 1612, e diz que a Casa dos Gritos é o prédio mais mal-assombrado da Grã-Bretanha...
— ... e bolas maciças de sorvete de frutas que fazem a gente levitar uns centímetros acima do chão enquanto está comendo — continuou Rony, que decididamente não estava ouvindo uma palavra do que Hermione dizia.
A garota virou-se para Harry.
— Não vai ser ótimo sair um pouco da escola e explorar Hogsmeade?
— Imagino que sim — respondeu Harry deprimido. — Você vai ter que me contar quando descobrir.
— Como assim? — perguntou Rony.
— Não posso ir. Os Dursley não assinaram o meu formulário de autorização e o Fudge também não quis assinar.
Rony fez uma cara de horror.
— Você não tem autorização para ir? Mas... nem pensar... McGonagall ou alguém vai ter que lhe dar essa autorização...
Harry deu uma risada forçada. A Profa McGonagall, diretora da Grifinória, era muito rigorosa.
— ... ou podemos apelar para o Fred e o Jorge, eles conhecem todas as passagens secretas para sair do castelo...
— Rony! — ralhou Hermione com severidade. — Acho que o Harry não devia sair escondido da escola com o Black solto por aí... — Talita que se concentrava ao máximo para ignorar a conversa do trio de amigos, rapidamente seus olhos subiram levemente, olhando para os dons da fala.
Claro, o trio tinha notado o olhar da garota, mas não se importaram inicialmente. Porém aqueles olhos verdes eram intensos, fazendo Harry, Ron e Hermione ficarem intimidados, até o momento que a Black mais velha decide desviar a atenção deles e tentar focar em seus pensamentos.
— É, imagino que é o que McGonagall vai dizer quando eu pedir autorização — disse Harry amargurado.
— Mas se nós estivermos com ele — disse Rony, animado, a Hermione — Black não ousaria...
- Ah, Rony, não diz besteira - retrucou Hermione. — Black já matou um monte de gente bem no meio de uma rua movimentada. Você acha mesmo que ele vai se preocupar se vai ou não atacar Harry só porque nós estamos presentes? — A garota Grifinória morde a própria língua, seus amigos a olham, mas a garota olhava para a morena à sua frente.
Hermione mexia com as alças da cesta de Bichento enquanto olhava para Talita. Talita até parecia que não prestava atenção nos bruxos na sua frente, isso era porque ela realmente não estava prestando atenção, sua mente estava agora no jornal, totalmente concentrada enquanto lia sobre o Black fugitivo.
— Não solta essa coisa! — exclamou Rony, mas tarde demais; Bichento saltou com leveza da cesta, espreguiçou-se, bocejou e pulou nos joelhos de Talita; a morena leva um leve susto por tá tão distraída, mas ela apenas olha para o gato em seus joelhos. Hermione olha assustada para aquela cena, Harry e Rony ficaram em silêncio, porém Talita não fez nada, apenas estendeu a mão e fez uma leve carícia nos pelos do gato.
O calombo no peito de Rony estremeceu, o menino levou a mão ao peito, protegendo seu pobre rato que já havia sido atacado por aquele gato mais de uma vez.
Bichento se esfregava em Talita descaradamente, mostrando que tinha algo na garota que o agradava.
— Oh, por Merlin, me desculpe. — A bruxa mais velha dá de ombros e continua com a leve carícia no gato. — Venha aqui Bichento, deixe ela em paz. — O gato não escuta e continua todo jogado no colo da Black enquanto esfregava seu nariz nos dedos da garota.
A menina ia dá uma resposta rápida, mas sua atenção foi para o Prof. Lupin que tinha se mexido. Eles o miraram com apreensão, menos Talita, pois, o que aquele homem fazia alí? mas ele simplesmente virou a cabeça para o outro lado, a boca ligeiramente entreaberta, e continuou a dormir.
O Expresso de Hogwarts rodava numa velocidade constante para o norte e o cenário à janela ia se tornando cada vez mais bravio e escuro enquanto as nuvens, no alto, se avolumavam. Estudantes passavam pela porta da cabine correndo para cima e para baixo. Bichento agora se acomodara mais ainda no colo da morena, a cara amassada virada para Rony, os olhos amarelos cravados no bolso do peito dele.
À uma hora, a bruxa gorducha com o carrinho de comida chegou à porta da cabine.
— Vocês acham que a gente devia acordar o professor? — perguntou Rony sem graça, indicando Lupin com a cabeça. — Ele está com cara de quem podia comer alguma coisa.
Hermione se aproximou cautelosamente do homem.
— Hum... professor? Com licença, professor?
O homem não se mexeu.
— Não se preocupe, querida — disse a bruxa entregando a Harry uma montanha de bolos de caldeirão. Talita recusa educadamente quando a velha bruxa a oferece. — Se ele tiver fome quando acordar, vou estar lá na frente com o maquinista.
— Suponho que ele esteja dormindo — disse Rony baixinho quando a bruxa fechou a porta da cabine. — Quero dizer: ele não morreu, não é?
— Não, está respirando — sussurrou Hermione, pegando o bolo de caldeirão que Harry lhe passava.
Talvez o Prof. Lupin não fosse uma ótima companhia, mas sua presença na cabine dos garotos tinha suas vantagens, no final Harry e seus amigos amigos tinham julgado a mesma coisa sobre Talita, a garota ficava a maior parte do tempo quieta, não querendo realmente conversar, e ela apenas não tinha se mudado de cabine, pois tinha usado a lógica. Se aqueles 3 estavam ali, era porque não tinha cabine livre.
No meio da tarde, bem na hora em que a chuva começou a cair, embaçando os contornos das colinas ondulantes por que passavam, os meninos ouviram novamente passos no corredor, e surgiram à porta as três pessoas que eles menos gostavam no mundo: Draco Malfoy, ladeado pelos seus asseclas, Vicente Crabbe e Gregório Goyle.
Draco Malfoy e Harry eram inimigos desde que se encontraram na primeira viagem de trem para Hogwarts. Malfoy, que tinha uma cara desdenhosa, pálida e pontuda, era aluno da Sonserina; jogava como apanhador no time de sua casa, a mesma posição de Harry no time da Grifinória. Crabbe e Goyle pareciam existir para fazer o que Draco mandava. Eram grandes e musculosos; Crabbe, mais alto, tinha um pescoço muito grosso e um corte de cabelo de cuia; os cabelos de Goyle eram curtos e espetados, e seus braços compridos como os de um gorila.
— Ora, vejam só quem está aqui — disse Draco naquela sua voz arrastada, abrindo a porta da cabine. — Potinho e Fuinha.
Crabbe e Goyle riram feito trasgos.
— Ouvi dizer que seu pai finalmente pôs as mãos no ouro neste verão — disse Malfoy. — Sua mãe não morreu do choque?
Rony se levantou tão depressa que derrubou a cesta de Bichento no chão. O Prof. Lupin soltou um pequeno ronco.
— Quem é esse aí? — perguntou Draco, dando automaticamente um passo atrás, ao ver Lupin. Mas seus olhos param não em Lupin, e sim na figura morena que o encarava sem emoção alguma, talvez a única emoção em seus olhos enquanto o analisava era nojo. — Talita?
— Draco Malfoy. — O nome do loiro saí com escárnio dos lábios de Talita, Draco olha para a garota assustado. — Esse deve ser o professor novo — disse Talita com uma falta de interesse genuíno. — O que é que você tá fazendo aqui mesmo, Draco?
Os olhos muito claros do menino se estreitaram; ele não era bobo de puxar uma briga bem debaixo do nariz de um professor, e principalmente uma briga com sua prima, sabia da má fama dela, uma coisa que falam que a garota puxou do seu avô e seu tio.
— Vamos — murmurou Draco, contrariado, para Crabbe e Goyle, e os três sumiram.
Rony tornou a se sentar, Talita observou o garoto de cabelos loiros quase branco sair em silêncio.
— Não vou aturar nenhum desaforo de Draco este ano - disse cheio de raiva. — Estou falando sério. Se ele disser mais uma piadinha sobre a minha família, vou agarrar a cabeça dele e...
Rony fez um gesto violento no ar.
— Rony — sibilou Hermione, apontando para o Prof. Lupin —, cuidado...
Mas o Prof. Lupin continuava ferrado no sono.
— Como conhece o Malfoy? — Harry fala com a garota sentada ali pela primeira vez, e pela primeira vez, Talita fala com pelo menos algum deles.
— Família. — Sua resposta é curta, rápida e grossa, demonstrando sobre sua falta de interesse no assunto.
— Que azar o seu, ser da família logo do Draco, você não é uma babaca como ele não é? — Rony não consegue ficar quieto, claro que tinha que falar mau do garoto, a Black não julgou, o jeito antipático do Malfoy fazia a morena se irritar muito facilmente, ela se lembra de uma vez quando foi visitar Narcisa por pedido dela, que jogou Draco em uma piscina, claro que o garoto sabia nadar, porém a piscina não tinha água pra ele se quer conseguir boiar.
— Para a minha infelicidade primos de segundo grau, e eu não vivo com ele. — Aquela resposta foi o suficiente para explicar, eu não vivo com ele, não tenho a mesma criação que a dele, não sou uma idiota como ele.
Hermione olha para seu gato que não saia do colo da Black, ela não acreditava que Bichento havia a trocado por uma desconhecida, aquele gato alaranjado parecia encantado com o toque dr Talita, e o cheiro da garota o fazia se sentir tonto e leve.
A chuva engrossava à medida que o trem avançava mais para o norte; as janelas agora iam se tornando um cinza sólido e tremeluzente, que gradualmente escureceu até as lanternas se acenderem nos corredores e por cima dos bagageiros. O trem sacolejava, a chuva fustigava, o vento rugia, mas, ainda assim, o Prof. Lupin continuava adormecido.
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