Cap.2 - A risco
⚠️ Alerta de gatilho ⚠️
• Capítulo contém algumas cenas de violência que é possível que causem gatilhos a quem tem traumas, ansiedade, depressão ou algum transtorno mental, caso não esteja se sentindo bem não leia!
30 de setembro - 2020
— Acordo com a plenitude da graciosa luz do sol batendo em meu rosto, eu não havia visto, mas tinha certeza que estava com olheiras, tive uma péssima noite de sono, meu corpo estava dolorido como se tivesse apanhado, não era culpa da cama, disso eu tinha certeza.
Não é como se eu acreditasse em karma, porém quando eu me trancava de noite no meu quarto para ver filmes de terror e até mesmo estudar sobre maldições, seres assombrados ou coisas que estavam envolvidas com o sobrenatural eu sentia que conseguia atrair coisas negativas dos mesmos para mim e acordava extremamente cansado no dia seguinte, o que me fez pensar que tipo de energia aqueles com os quais dormi pensando tinha.
Tomo um breve banho e antes que eu fizesse qualquer coisa eu coloco em dia meu caderno das aulas do professor Min, meu colega de quarto estava em aula então não poderia nem sequer me distrair com o mesmo, o que faz com que quando eu termine de copiar a matéria pendente eu apenas saia para tomar um café numa cafeteria da cidade.
Como era barulhenta... Coisas antigas costumavam fazer muito barulho, porém não me incomodava, eu gostava de apreciar as velhas latarias rodando pela cidade, suas fumaças pretas como se fossem a carvão, as calçadas eram bem cuidadas, sem lixo, sua arborização também era bem feita, algumas que tinham seus cantos especiais eram mais decoradas em formas de alguns animais, inclusive até mesmo a calçada era de paralelepípedos, dava uma estética mais rústica e elegante a parte principal da cidade que era uma longa estrada reta composta por várias fachadas de lojas de roupas, móveis e dentro outros domésticos e especiarias.
Eu podia notar também que aquela rua tinha uma certa acústica diferente, era quase como se estar em um filme com uma trilha sonora de um tempo antigo, me sentia mais vívido, gostava disso também, estava até mesmo pensando em me mudar para Oxford permanentemente, mas talvez fosse pedir muito...
Entro numa cafeteria chamada "The Grand Café", sua fachada era em um tom azul bebê e com uma aparência bem tradicional, seu interior era pequeno, porém aconchegante, podia facilmente ser invadido pelo cheiro de café expresso assim que entro pela porta, completamente perfeito.
As pessoas se vestiam de uma forma bastante formal, o que me fez pensar se minha roupa estava casual demais para o lugar, convenhamos eu estava com uma calça moletom cinza, um suéter bege e um casaco rosa claro por cima, sem contar nos meus chinelos slide com meia branca, ok, eu estava um pouco constrangido, deveria ter me arrumado melhor, porém é só para tomar um café sozinho... Não há problema certo? Não irei encontrar nenhum conhecido de qualquer forma...
Eu me sento em uma mesa perto de uma janela mais isolada, de dois lugares, eu pego o cardápio e então peço mochaccino e um croissant, não estava com tanta fome, porém não queria pular uma refeição.
Enquanto esperava meu pedido eu observo melhor o lugar, era realmente fofo sua decoração, tinha vários rapazes bonitos atendendo, muita gente elegante e sofisticada, eu realmente estava um trapo, céus, devo para de ser um pouco observador demais. Desvio meu pensamento daquilo verificando meu celular, havia várias mensagens do grupo da turma, ele foi criado antes mesmo de começar as aulas, pelo jeito todos ali levavam os estudos bem a sério, bem... A maioria...
Fico olhando as fotos dos alunos, porém não acabo encontrando ninguém que ao menos se parecesse com aquele cara que chegou no último período de aula, será que ele era do tipo que usava aqueles telefones antigos apenas para ligações e SMS? Seus estilo não era tão moderno, porém também não era tão retrô, era até bem simples para alguém que tinha um ar de "alta classe", ele tinha um grande ar de misterioso, para alguém curioso como eu não podia deixar de ficar interessado em sua pessoa, o que me deixava frustrado de não saber nem o nome do mesmo.
Enquanto olhava meu celular, pude observar alguém entrar na cafeteria, distraidamente, lendo um livro, era ele, aquele garoto do refeitório, novamente com a cara enfiada em um livro... O que me fez refletir que eu deveria ter trazido o meu, a espera estava começando a me dar fome, não gostava de sentir fome.
Eu observo o garoto com seu estilo retrô, boina da cor bege, casaco fino xadrez, calças jeans mais apertadas nas pernas e mais folgadas em seus tornozelos, cinto de couro marrom, sapato iate em um tom de verde musgo, seu estilo remetia aos anos 70, embora tivesse um pequeno toque moderno para o deixar ainda mais estiloso.
Sua movimentação era engraçada, como se fosse além de automática, fazia parecer que ele era um personagem de um jogo com ações programadas para desviar de outros que passassem ao seu lado, não esbarrava em nada nem ninguém, mesmo não enxergando nada a sua frente, era realmente engraçado e até curioso, queria ter essa habilidade, me faria evitar encontros e conversas desagradáveis.
O garoto se senta em uma mesa próxima a parede, ao lado oposto em que eu estava, ele faz seu pedido sem tirar os olhos do livro, parecia estar interessante demais para o largar, pelo o que pude perceber era um livro de medicina antiga, o que me fez concluir que o mesmo estudava medicina, porém o que a medicina inútil antiga iria o ajudar eu já não sabia, com certeza os métodos de hoje em dia são mais úteis e principalmente eficazes e muitas das vezes indolor.
Meu pedido chega, tirando minha atenção do mesmo e então começo a comer enquanto observava o tempo lá fora, estava levemente nublado, o clima estava fresco, porém a previsão diria que esfriaria e até mesmo teria ventos fortes à noite, anunciando que estariam trazendo nuvens de chuva para começar o próximo mês em um dia frio e chuvoso.
Enquanto eu observava a rua e sua movimentação calma, pude sentir olhos caírem sobre mim, o que me faz olhar ao meu redor, porém não havia ninguém me observando, passei uns 3 minutos procurando quem me observava e até mesmo meus olhos caíram sobre o garoto que continuava lendo seu livro, o pedido do mesmo era apenas um café simples, expresso, fiquei esperando um bom tempo para ver se ele o tomava, porém era como se tivesse esquecido a existência do mesmo sobre a mesa de tão fisurado em seu livro, ele com certeza adorava ler mais que eu, por uns segundos me senti feliz por encontrar algo em comum com alguém, mesmo que por um estranho.
Termino meu café da manhã dando uma última mordida em meu croissant e logo pago minha conta, saio do local e então paro em frente à fachada do local, me espreguiço e coloco as mãos no bolso de meu casaco observando a rua, pensando no que eu poderia fazer no dia de hoje, não queria passar a tarde estudando até o anoitecer pra ter que estudar mais. Não ter amigos era algo bom, porém difícil de lidar, em momentos assim eu não tinha o que fazer a não ser divagar em minha própria poça de frustações sem ter ninguém que pudesse me puxar do fundo desse meu lago de angústia.
Quando menos percebo aquele garoto para ao meu lado, era compreensível, já que eu estava atrapalhando a passagem de quem queria passar a faixa de pedestres e simplesmente cruzar a rua, certamente ele queria ir para a biblioteca que se encontrava do outro lado, eu o olho discretamente logo desviando olhar, voltando a olhar pro nada, quando o mesmo ia atravessar a rua um carro que fazia o retorno estava acelerando para a cima do mesmo.
Eu pensei em o chamar, porém por não saber o seu nome, não saberia que era com o mesmo que eu estava falando e então em uma ação rápida eu o puxo pela gola sua camisa, o trazendo para trás, de volta à calçada, em meio ao puxão acabo rasgando um pouco de seu casaco, era realmente fino.
— Desculpe! Céus, você está bem?... Não deveria ler livros enquanto atravessa uma estrada assim! Podia ter sido atropelado! — Falo preocupado com mesmo, estava levemente nervoso, não sabia como reagiria se ocorresse um acidente na minha frente.
— Ah? Oh!... Eu presto mais a atenção na próxima, obrigado... — Ele afasta o livro o abaixando em minha direção, sua expressão era de completo desinteresse, o mesmo não parecia ter medo da morte, ou ao menos não de carros.
Pude notar rapidamente que a escritura do livro estava em uma língua completamente diferente do coreano ou do inglês, pelo meu chute eu diria que era latim, o que me fez pensar em quantas línguas o mesmo sabia, já que latim era uma língua extremamente difícil de se aprender.
O garoto ia se retirando quando eu toco seu ombro o impedindo que cruzasse a rua novamente.
— Ah espere-... Bem... Ah... Qual é seu nome?... — Meu nervosismo fez com que eu me enbolasse eu na verdade não queria saber seu nome, mas sim queria pagar ou o recompensar por ter rasgado sua roupa que estava tão bonita em si, idiota Park Ji-hoo, você sabe fazer algo certo?!
— Ah... Me chamo Kim Jong-Jin, mas pode me chamar de Jin... Nós... Nos conhecemos? — O mesmo me olha com um pequeno interesse, inclinando a cabeça tentando me reconhecer de algum lugar.
— Ah- eu bem, eu... É... Estudamos na mesma faculdade... Oxford... Faço o curso de história! Me chamo Park Ji-hoo. — Estendo minha mão educadamente para o mesmo, ainda me sentia nervoso, porém mais confiante agora que tinha me apresentado e sabia seu nome.
— Prazer em conhecê-lo Park Ji-hoo... Eu curso medicina... Bem... Acho que já deve ter notado... — Ele me mostra o livro que lia.
— Ah sim! Eu pude perceber... Porém... Está... Em latim... Não? — Eu faço uma expressão de sem graça, não só por poder estar falando besteira, mas sim por não entender quase nada de latim e seus malditos nomes científicos.
— Está? — O mesmo verifica a escritura do livro, fazendo uma expressão de surpresa. — Oh! Realmente está em latim! — Me pergunto se o mesmo ao menos sequer sabia exatamente o que estava escrito ali, por só ter percebido agora que estava em latim.
— Bem, de qualquer forma, eu faço estágio no hospital central! Caso precisar de algo pode passar lá! Ficarei feliz em atendê-lo Park Ji-hoo! — Ele fecha o livro procurando algo em seu bolso e então tira um pequeno e fino cartão do bolso com a localidade do hospital, seu nome e seu número residencial, quanta gentileza, me sinto estranho...
— Obrigado... As pessoas costumam se machucar bastante para você precisar distribuir cartões de seu trabalho por aí? — Não havia percebido, porém soei rude, só notei quando vi a expressão gentil de seu rosto mudar para uma expressão desconfortável e levemente sem graça.
— Não... É apenas um convite... O hospital está com doações de sangue em falta então... Caso gostaria de doar... Seria de grande ajuda... — Ele mostra uma certa defesa em sua fala, estava inseguro, pelo meu tom áspero.
— Ah não! Isso é ótimo! Desculpe pela pergunta besta! Sou um pouco paranóico... Porém, sinto muito, não posso doar, fiz essa tatuagem em menos de um ano. — Mostro minha tatuagem de um 13 em meu pulso.
— Ah... Entendo, desculpe o incômodo, posso lhe perguntar o que significa?... — Ele mostra interesse.
— Ah! É apenas um número da sorte e o dia de meu nascimento... Nada demais! Tatuagens não precisam ter grandes significados, pois podem se perder ao longo do tempo... — Eu sorrio levemente tímido, desviando olhar e guardando o cartão, colocando minha mão no bolso.
O Kim olha para minhas roupas e fica um leve tempo olhando para minha corrente de prata, em formato de uma lua minguante que eu sempre carregava comigo, pois meu tio havia me dado dizendo que seria um amuleto da sorte para afastar coisas negativas e qualquer um que pudesse me machucar.
O mesmo toca na minha corrente para olhar mais de perto, porém ao encostar a ponta de seus dedos na mesma, o Kim se afasta, como se tivesse tomado um choque estático ao encostar na mesma o que me faz ficar levemente surpreendido, tanto pelo fato de meu espaço pessoal ter sido invadido de uma forma um tanto quanto inusitada, quanto pela reação do mesmo ao tocar meu acessório.
— Desculpe, eu tenho que ir indo... Preciso devolver esse livro para biblioteca hoje... — Sem que eu pudesse me despedir direito, o garoto sai em passos apressados, atravessando a rua que tinha um pouco mais de movimento agora.
Eu fico sem entender direito o que havia acontecido, porém apenas dou de ombros negando com a cabeça e resolvo voltar aos dormitórios.
Eu leio um livro até meu colega de quarto chegar de suas aulas, percebo que o mesmo estava chegando só pelo imenso barulho de arrastos se aproximando da porta do quarto que logo é aberta, revelando Sungwoon com uma cara de desgosto e cansaço lançando a mochila como se fosse uma bola de boliche sobre a cama desarrumada e logo se jogando ao lado de sua mochila, me pergunto o que o deixaria tão exausto, até porque... Ele só estudava literatura... Certo?
— Qual foi a bola da vez? — Disse isso, pois havia percebido que Sungwoon era do tipo que gostava de reclamar das coisas até elas darem certo ou mudarem ao seu favor.
— Céus! É muito texto! Eu já estou com uns 3 trabalhos diferentes para fazer! Sério cara! 3 trabalhos e 1 seminário! Tudo pra mês que vem já! Sendo que mês que vem é amanhã! Quero meu ensino médio de volta! — Eu o olho um pouco chocado, estava me indagando se eu teria trabalhos para fazer já assim de cara, o que me assustava um pouco.
— Bem... Podia ser pior não?... — Fecho meu livro o deixando de lado.
— Como pior?! — O mesmo se senta sobre as pernas, quase que choramingando.
— Cada professor poderia ter dado um trabalho, pelo menos foram só 3... — Me sento na beira da cama, colocando os pés no chão de madeira escura.
— E foi bem isso o que aconteceu! Tive aula com 2 professores hoje e só um deles pediu 3 trabalhos! Imagina o que virá se tiverem mais que 2?! Eu quero desistir Ji-hoo!! Eu posso desistir?! — Ele sai da cama engatinhando até mim me pegando pelas mãos, incenando estar implorando por misericórdia.
— Não seja um bebê chorão! Você consegue! Você quem escolheu isso! — Me levanto fazendo uma volta no mesmo cruzando os braços, rindo do jeito de criança do mesmo.
— Você é cruel! Todos aqui são... Seus monstros insensíveis! — Lágrimas falsas escorrem pelo seu rosto, seus olhos mostravam vermelhidão como se realmente estivesse sofrendo, logo seu murmúrio acaba e ele se levanta, sentando em minha cama.
— Ei Ji-hoo... Algum avanço sobre sua pesquisa com os vampiros ou seja lá o que você esteja procurando direito...?
— Bem... — Suspiro fundo me sentando. — Não exatamente...
— Como assim?... — Sua voz estava levemente embargada pelo choro melodramático, porque ele escolheu literatura? É um ótimo dramaturgo!
— Os vampiros em seu geral se parecem muito com os humanos, eles evoluíram o suficiente para deixarem de serem simples sombras que vagam por cemitérios e lugares que trazem negatividade e cheiram a morte... Não só possuem forma humana como um corpo humano agora... Você mesmo poderia ser um! — Aponto para o mesmo que fica em um pequeno choque.
— Quê?! Não! Eu não... Eu não gosto de sangue! Meu sangue tem gosto de ferro! É horrível! — Ele faz uma expressão de nojo ao se lembrar.
— Hum... Não acho que apenas me cortar atrairia vampiros... Mas... Fazer isso em um local deserto a noite... Talvez funcione... — Digo com um sorriso maléfico no rosto, cheio de peripécias.
— Você nem é louco!
— Não sou?... — Digo em um tom desafiante ainda com um sorriso no rosto.
— Eu vou te colocar numa coleirinha! Você sabe muito bem dos boatos da cidade! E nem me venha falando de clichês ou sobre como isso funciona em crepúsculo! Vai se apaixonar por um vampiro e depois se transformar num também? — O mesmo faz piada em um tom sério, mas sinto aquilo me fisgar no peito, não era o que eu queria, mas me sentia mal por meio que ser "criticado" por isso?
— Eu não vou virar um vampiro, mesmo que eu encontre um! Não quero ver meu tio morrer antes de mim... Ou conhecer pessoas e vê-las envelhecer a medida em que eu sempre continuarei jovem e imutável, ter a mesma aparência para sempre... Não há sentido na imortalidade... Não se não puder compartilhar dela com quem amamos... — Me levanto passando as mãos pelo meu cabelo, suspirando fundo.
Ao mesmo tempo que eu amava vampiros, sua existência me angustiava, em pensar que existem seres que vivem a mais de séculos e já passaram e viram tanta coisa, qual sua razão de viver se não há um ponto final para sua vida? Não há um descanso, não é monótono viver para sempre e ver os seres humanos cometerem os mesmos erros o tempo todo? A humanidade já não os esgotou por ser ignorante e cruel demais?
Estudando história descobri muitos lados de uma só moeda e pelo que muitos pensam ela não tem só duas caras ou uma cara e uma coroa, a humanidade pode ser extremamente cruel em todos os aspectos imagináveis e inimagináveis possíveis, se eu fosse contar todos levaria um dia inteiro e até mais, pessoas boas são anjos, muitas vezes pouco valorizadas, tendo suas penas arrancadas uma por uma pela maldade e inveja humana, para estudar história tem que se ter muita fé em si mesmo e principalmente ser positivo, pois se deixar abalar com tudo o que se ouve e se vê, é deprimente.
Ouço um som de notificação vindo de nossos celulares, o grupo da Universidade de Oxford pediu para que os estudantes não deixassem seus dormitórios à noite, pois os riscos de ventos em alta velocidade eram laranja, o que assustava a grande maioria que era estrangeiro e não estava acostumado com o clima tempo do país e da cidade.
— Pelo jeito não terei aula hoje... Isso que é só atravessar de um pavilhão para outro... — Digo olhando para Sungwoon que me encarava com dos pés a cabeça com uma expressão de nojinho.
— Sortudo da porra você hein! Jogou macumba na faculdade foi?! — Não posso deixar de gargalhar ao seu comentário.
— Não sou macumbeiro! Não ainda! Mas vou aderir a ideia! — Sorrio apontando para o mesmo, logo vou até meu guarda-roupas, escolhendo um traje.
— Vai sair agora de tarde? — Sungwoon me olha curioso, de uma forma relaxada sobre minha cama, não me importava.
— Não, vou sair a noite... — Falo concentrado em o que eu deveria vestir. — Um casaco mais escuro ou um casaco em um tom mais claro? Talvez o escuro neh? Quero parecer mais sério...
— Ji-hoo! Você tá louco?! Você viu a notícia que a própria universidade deu! Não pode sair lá fora! É até perigo de ser assaltado! As ruas vão estar desérticas! — Ele se levanta me repreendendo, sua expressão saiu de uma expressão de um moleque bobo, para um adulto preocupado.
— É exatamente por ser perigoso que eu quero ir! Eu quero ver a morte frente à frente. Eu tenho certeza que existem vampiros aqui e até mesmo suspeito de um! E se aquela pessoa for mesmo um vampiro, seu grupinho pequeno não devem estar longe disso! — Coloco o traje que havia escolhido em cima da cama.
Eu havia escolhido um casaco preto de grandes botões que possuía um capuz, botas de cano médio, uma calça jeans em um azul escuro quase como o de um lago e um blusão de gola alta, em um tom de preto-azulado.
— Ji-hoo! 'Tá! Eu sei seu amor por vampiros, você já me contou tudo o que podia sobre, porém acho que você está indo um pouco longe demais por algo que você nem tem certeza que existe e nem tem como provar. — Sungwoon se acalma, tentando manter-se sério e com razão.
— É por isso que estou me arriscando, para provar pra mim mesmo que existem! Eu vi um garoto hoje, ele tocou no meu colar e parecia que havia levado um choque ao tocá-lo, existem vampiros que podem sofrer dano ao tocar objetos de prata! Foi muito repentino para ser só uma coincidência! — Eu falo arrumando mais algumas coisas, empolgado, porém Sungwoon me para segurando em meus ombros, fazendo que eu o olhasse nos olhos.
— Ji-hoo, sério já chega... Isso não tem cabimento algum! Você está agindo imprudentemente e irracionalmente! Para para pensar direito! Você tem noção alguma de tudo o que você está arriscando por essa tolice?! Não duvido de seus sonhos e de que um dia você encontre um, não! Não estou o criticando, apenas estou preocupado com você, está agindo feito louco! Podem te expulsar daqui se descobrirem isso tudo... Estou falando não como um simples colega de quarto, mas como um amigo... Pense direito Ji-hoo... — Ele fala em um tom mais sério que o seu normal, consigo ouvir sua voz se embretar em meio a uma sáliva de choro, mesmo que eu não soubesse o porquê o mesmo havia se afetado tanto com isso...
Eu apenas concordo desviando o olhar e então ele larga meus ombros que até então estavam sempre espremidos pela força que havia colocado na ponta de seus dedos, ele suspira se virando para mim e se sentando em sua cama, colocando a mão sobre a cabeça, eu diria que isso tudo havia dado a ele uma pequena dor de cabeça.
Eu apenas guardo aquela roupa no guarda-roupa e visto outro traje, um pouco mais elaborado para sair para almoçar, dessa vez levando um livro comigo.
Eu chamo um táxi, já que naquela cidade não existia uber ou qualquer outro aplicativo de transporte que funcionasse pelo celular e vou para outro canto da cidade para almoçar.
O restaurante era um restaurante sofisticado, sua cor principal era o amarelo delicado, ou melhor dizendo, um amarelo banana, era bem claro e iluminado, trazia uma sensação de calmaria e paz, o que me fez esquecer o tempo que estava previsto para mais tarde ao cair do dia.
Eu pedi um prato simples, nada muito refinado, embora eu pudesse bancar, não queria esbanjar nada, ser normal era o suficiente para mim, embora isso parecesse sem graça aos olhos de muita gente.
Enquanto eu comia um homem se dirige até a mim, tirando minha paz e sossego, bom pelo menos naquele momento eu não queria ser incomodado, estava ainda pensando sobre o que Sungwoon me disse, eu não queria o magoar, porém já estava decidido, no momento em que vi aquele rapaz chamado Kim Jong-Jin tocar minha corrente de prata e ter aquele tipo de reação.
— O que um rapaz tão bonito como você faz sozinho em um lugar como esse... Deveria ter vindo com sua namorada... Certamente esse é um lugar perfeito para o romantismo... — O homem de olhos azuis, provavelmente lentes, se aproxima de mim, se sentando, colocando uma rosa branca em um pequeno e fino vaso de vidro que estava sobre a mesa a minha frente.
— Talvez... Vou lembrar disso quando eu começar a namorar alguém, obrigado... — Eu continuo comendo com um pouco mais de classe agora, confesso não estar com muita paciência para dar atenção a qualquer um que sem nem ao menos perguntar invade meu espaço pessoal, ainda mais em um momento sagrado como o da comida.
— Hum... Solteiro então... Você me parece bastante jovem, não mora aqui... Deixa eu adivinhar... Oxford? — Seu tom de voz curioso consegue me tirar do sério, eu apenas seguro com força meus talheres os batendo contra o prato, mostrando minha indignação e insatisfação pelas suas perguntas.
— Oh desculpe, não queria incomodar... Eu sou o dono deste restaurante, sua beleza apenas me chamou a atenção, não queria lhe deixar desconfortável... Sinto muito... Espero que volte aqui mais vezes! Temos muitos pratos que talvez você goste, nossos cozinheiros também são artistas gastronômicos inigualáveis! — Ele me olha de uma forma tentadora, dava para ver estampado em sua expressão o quão eu parecia interessante para o mesmo, após falar isso ele se levanta se retirando.
A tensão de meus ombros e mãos diminui a medida que eu vejo ele se sumir em meio ao enorme restaurante, o que faz com que eu possa observar melhor o lugar, ele deveria ser rico para um senhor! Suas características faciais me diziam que ele era Tailandês, as lentes de contato azuis caiam bem sobre seus olhos, o mesmo não era feio, mas algo nele me incomodava um pouco, talvez pela sua audácia, não sabia dizer.
Quando eu terminará de comer eu pego minha carteira para pagar a conta, porém me dou em vista que esqueci o dinheiro em casa, tão avulso sobre meus próprios pensamentos, acho que eu realmente deveria pensar mais sobre o que eu 'tô fazendo da minha vida, porque em pleno intercâmbio esquecer dinheiro em seu alojamento em um país totalmente desconhecido para você, é pedir pra ser azarado e burro!
Eu não havia notado antes, pois em minha cabeça eu havia separado o dinheiro para o Táxi e o dinheiro para o almoço, acho que me atrapalhei em algum momento e eu não percebi, pois ser roubado em plena cara dura é impossível! Ainda mais para mim que observo tanto os outros! Não faria nem sentido alguém milionário roubar alguém como eu! Mesmo que fosse para chamar a atenção, é ridículo!
Vou até o caixa e então peço para falar com o dono do estabelecimento, o atendente para o que estava fazendo por alguns segundos para avisar alguém sobre meu pedido, logo vejo o tal dono do estabelecimento vir até mim com um grande sorriso nojento em seu rosto e me chama para um canto.
— O que deseja? Não gostou do prato?
— Bem... Acontece que eu estou sem dinheiro para pagar pela refeição, achei que tinha pego o dinheiro e o separei do dinheiro do transporte, porém não estava lá, então eu gostaria de saber se vocês têm algum tipo de pagamento a pix ou cartão de crédito, já que... Esse estabelecimento não me parece assim tão remetido à décadas passadas... — Pergunto não olhando o tempo inteiro nos olhos, seu olhar e seu sorriso provocativo, me davam nos nervos, me sentia um idiota falando tudo aquilo, como se fosse motivo de piada.
— Oh... Bem... Acho que vi um dinheiro perdido pelo meio de meu estabelecimento sim... Como não tinha dono, peguei para mim... Mas sabe... Não entendo o porquê você está falando isso especificamente para mim, achei que isso era tarefa do caixa lhe perguntar a forma de pagamento... Não acha que eu lhe roubei certo?... — Ele usa um tom sarcástico e sorrateiro, era perceptível que queria me embretar.
— Já percebo que não vai devolver meu dinheiro... O que você quer hein? Se for pra estágio, desculpe, não estou interessado... — Cruzo os braços o olhando fixo e sério.
— Não havia pensado nisso... Bem... Eu posso lhe deixar pagar fiado... Desde que volte depois é claro... Quero poder admirar sua beleza novamente! Não é todo dia que lindos estrangeiros asiáticos como você frequentam esse lugar, estou cansado de ingleses esnobes. — Ele revira os olhando ao tocar a nacionalidade local.
— Por que você está aqui se não gosta do povo daqui? Aliás, pera, você está dando em cima de mim? — O olho levemente surpreso, até um tanto quanto assustado.
Ele me olha de uma maneira perplexa, logo rindo, sua risada era singela, talvez eu tivesse sido precipitado, porém não podia pensar outra coisa já que o mesmo estava tão fisurado na minha "beleza".
— Você achou isso? Oh céus, desculpe! Não quis transparecer isso! Só apenas te achei interessante, a maioria das pessoas que vem aqui pedem pratos mais caros e vem com roupas mais excêntricas e de marca, querendo esbanjar e se exibir. Quanto mais podem pagar por algo, mais se sentem superiores aos outros, por possuírem mais e poderem mostrar isso.
— Eu... Não queria chamar a atenção... Muito menos causar uma má impressão, desculpe se foi esse o caso, estou com um pouco de dificuldade para me adaptar ao estilo da cidade... Acho que devem me ver como um mendigo ambulante. — Sorrio levemente sem jeito, colocando meus fios de cabelo para trás de minha orelha.
— Mas realmente venha aqui mais vezes, é bom ver que ainda existem pessoas que não se preocupam com aparências e não fingem ser quem são apenas por ter dinheiro... Porém... Não esqueça de pagar tá bom? Vou ficar decepcionado se você me passar a perna e simplesmente sumir! — Ele faz um bico levemente emburrado.
— Eu sinto que estou vendendo a minha alma pra cada lugar que eu entro e com cada pessoa que eu falo! Vou me tornar famoso rápido assim... — Digo pelo fato que tudo parecia ser baseado à "fidelidade", como se eu tivesse que me fazer presente para me mostrar um cliente fiel aos lugares para me tornar de confiança.
— Desculpe, como? — Ele me olha de uma maneira séria, porém confuso.
— Não! Nada, apenas pensando alto, por favor poderia em dar seu número de telefone? Quero pagar antes que você me encontre na rua e acabe me cobrando para pagar minha dívida!
Ele ri abafado, bufando, e então pega do bolso de seu paletó branco como seus cabelos (que não eram brancos de velhice, ele não tinha mais que 30 certamente), seu celular que era de um modelo completamente rescente, diria que recém lançado se aproxima do meu e logo possuo seu contato na tela de meu celular.
— Obrigado por me deixar pagar depois! Irei voltar quem sabe da próxima vez para um jantar romântico?
— Super lhe recomendo, a iluminação a noite é ainda mais bonita! Se quiser pode até mesmo reservar um lugar exclusivo na cobertura do prédio! — Ele fala de uma maneira extremamente sugestiva e tentadora.
— Pensarei a respeito! Obrigado!
Me despeço e então saio do local com uma de minhas mãos no bolso, vejo o contato com mais calma e vejo que o mesmo estava salvo como "Bambam" era um apelido curioso, de uma forma estranha combinava com o mesmo, riu pensando nisso e volto para os dormitórios.
Passo a tarde elaborando uma rotina mais adequada de estudos enquanto comia alguns biscoitos que Sungwoon havia comprado da cafeteria da Universidade, o mesmo estava vidrado em seu notebook começando a fazer seus trabalhos para que não deixassem acumular.
Mais para noite Sungwoon me espera dormir para que tenha certeza que eu não vá fazer nenhuma besteira irresponsável, porém como um ótimo ator, me finjo de morto como em um sono profundo, controlando o máximo que podia minha respiração para mantê-la serena e suave demonstrando q estava adormecido.
Por volta das 23h o mesmo se deita, não demorando muito para adormecer, eu então me levanto e me visto com o traje que havia separado mais cedo apenas e especialmente para está ocasião, o clima estava frio e os ventos estavam realmente fortes, se eu não tomasse cuidado, poderia ser facilmente arrastado rua a fora.
Tomo cuidado para não ser visto por ninguém e então acabo saindo dos dormitórios, indo para a rua de hoje mais cedo, como o esperado, estava desértica, até mesmo sua iluminação era fraca e suas luzes piscavam, tinham muitos poucos carros na rua tinha um ar quase que sombrio, correr esse risco era um tanto quanto excitante, pois como havia comentado anteriormente eu adorava a adrenalina do perigo eminente.
Enquanto eu andava perto das fachadas das lojas fechadas evitando lugares em que tinham maior corrente de vento, ouço um carro, um Ford Corcel preto andar em baixa velocidade, acompanhando meus passos pela rua escura, era a chance perfeita, eu acabo me metendo em um beco escuro, onde não conseguia nem enxergar meus pés direito e então ouço três portas do carro baterem e dois homens vestidos com roupas escuras adentrarem o beco onde eu havia me metido, o outro cara fica vigiando em um lugar mais iluminado, afastado do beco.
— Olha só... Que garotinho corajoso em sair em uma noite como essa... Tá perdido garoto? Precisa de ajuda? — O homem ri, eu mal podia ver seu rosto, porém sabia que o mesmo tinha de 30 a 45 anos apenas pelo seu tom de voz.
— Você me parece bem jovem garoto... O que faz nessa noite tão penumbra? Papai não te ensinou que não deve sair tão tarde da noite de casa? — O outro homem tinha um tom mais malicioso na voz, o que me fez sentir um pequeno gelo no peito e então eu apenas me viro lentamente para os mesmos suspirando fundo, ainda com minhas mãos nos bolsos.
— Não vai dizer nada?... Se for assim acho bom também não gritar caso acabe se machucando... — O homem se aproxima ainda mais chegando seu rosto bem próximo do meu, pude o ver com mais clareza já que onde eu havia parado era iluminado pelo um feixe de luz da lua. Com certeza esse homem era um bêbado qualquer que só trazia trabalho para sua família, completamente imprestável.
— Ah mas olha só que rostinho bonito... É um asiático... Você entende o que digo? Ah? Olhe pra mim! — Ele bate em meu rosto, fazendo com que eu olhe em seus olhos. — Ah... Você entende... Mas sabe que se algo te acontecer aqui ninguém vai se importar certo? A cidade já se preocupa demais com quem realmente importa! Uma puta a menos de outro país não será nada!
— É... Talvez tenha razão... Porém se você morrer... Tenho certeza que ninguém vai ligar pra sua existência ou ficar de luto por apodrecer embaixo da terra... Pessoas como você... São como escória pra rato... Ninguém liga e tem nojo! Querem mais que suma e desapareça do mundo! — Eu o encaro quase que apontando o dedo para o mesmo, o confronto, sem medo, estar sendo submetido aquilo era inaceitável para mim, ele nem me conhece! Como poderia ser tão babaca? Bom, não é surpreendente também...
— Como é?! Sua vagabunda imunda! — Resmunga me olhando com desprezo.
O homem que estava a minha frente me puxa pelos cabelos e então me dá um soco, me desequilibrando um pouco, logo me dá um chute no estômago e me dá uma cotovelada em minhas costas, me fazendo cair de joelhos em sua frente.
Antes que eu pudesse respirar ou me recompor acabo levando uma joelhada em meu queixo, céus, eu seria muito sortudo se acabasse saindo sem um dente quebrado depois dessa...
Acabo sendo jogado para trás, com o impacto de sua joelhada contra minha mandíbula, me fazendo deitar no chão, o mesmo ainda me chuta umas duas ou três vezes para que eu nem sequer tentasse me levantar.
O outro homem que havia acendido um cigarro a pouco tempo o joga no chão pisando em cima do mesmo e se aproxima de mim, que estava quase que imóvel pela dor que sentia em meu corpo.
Eu tento me virar para ao menos tentar me levantar, porém o outro homem me empurra fazendo que eu continuasse com as costas sobre aquele chão frio e úmido de pedra e então segura minhas pernas, o que me faz sentir um pouco de desespero com o rumo que aquilo estava tomando, talvez eu tivesse que ter ouvido mesmo Sungwoon, não existem super-heróis que possam me livrar dessa situação.
— M-me larga! Não encoste em mim seu rato escroto! — Eu tento o chutar para tentar o afastá-lo, porém é em vão.
O homem que me agarrava tentava arrancar minhas calças de mim, o que o dificultava disso era o fato de eu estar usando cinto, o que eu agradeço a deus por ter escolhido o mesmo para completar meu traje.
Enquanto eu continuava tentando chutar o homem que tentava me aliciar, eu sinto o outro chutar meu peito e meu rosto para que eu parasse quieto e calasse a boca.
Eu estava sentindo aos poucos meu corpo ceder e perder as forças à cada tentativa de resistência que eu tinha sobre aquele momento de tensão, estava quase perdendo a consciência, só conseguia ouvir barulhos de janelas batendo a medida que o vento se intensificará, a sua melodia invadia meus ouvidos, me ensurdecendo das palavras e ameaças dos dois homens que estavam contra mim naquele beco.
Em um piscar de olhos vejo um dos homens sumir de minha frente sem entender o que, o porquê ou como, apenas tinha sumido como se fosse mágica, eu então ouço um grande grito "MERDA", podendo ver o homem que antes estava sobre mim se levantar em um espanto assustador, o mesmo tremia como se fosse uma criança.
O vejo ser pego pelo pescoço por um homem com um longo casaco preto, não conseguia ver seu rosto, porém o mesmo segurava o homem apenas com uma mão o levantando sem que o outro pudesse encostar seus pés no chão, fazia isso com uma facilidade impressionante.
Em uma ação que me desperta um pouco ainda que tivesse uma visão turva do que me rodeava, vejo o homem de casaco comprido morder o homem que havia tentado me estrupar, não podia haver dúvidas, ele era um vampiro, ainda mais, era o vampiro que matava esse tipo de gentinha propositalmente, porém mesmo sabendo disso não podia saber se era um herói ou inimigo.
O grito do homem era horripilante e ecoava sobre aquele beco e ruas vazias, um raio parte o céu sobressaindo com seu grito, o vejo cair no chão morto, logo podendo ver atrás do homem de casaco comprido o outro que havia me agredido, estava sentado no chão, imóvel, não podia ter certeza, mas sua roupa estava úmida, aquilo era sangue? Era difícil distinguir pela falta de iluminação, porém posso perceber que agora o vampiro estava virado em minha direção, podia ver seus olhos vermelhos escarlate brilharem naquela escuridão avassaladora.
Com muita dificuldade eu me levanto do chão segurando minha costela, talvez estivesse quebrada, não tinha consciência disso, apenas doía e doía pra caralho...
Eu encaro o vampiro melhor, o mesmo ia se aproximar de mim quando se vira rapidamente, percebendo que ainda não tinha acabado e então consigo ouvir perfeitamente um tiro ser disparado em direção ao mesmo, porém para minha enorme surpresa, ou nem tão enorme assim por saber o mínimo da capacidade de um vampiro, o mesmo não é atingido, sua única ação é levantar sua mão, não pude ver o que aconteceu direito, porém não ouço ou sequer vejo o projétil de bala cair sobre o chão, apenas o ouço pronunciar as seguintes palavras:
— Termine com isso Taehyung... — O mesmo ordena e em um piscar de olhos vejo um outro vampiro, com um moletom preto, com capuz surgir das sombras.
O vampiro tira do bolso de sua calça de abrigo um isqueiro de metal, que assim que abre o abre, é possível ver a chama de fogo ser acessa, o que se torna ainda mais intenso, pois o mesmo a manipula e a intensifica em direção ao homem que havia disparado o tiro, era como se uma bola em chamas o tomasse e o incinerase vivo, por completo, nem mesmo aquele vento todo podia apagar a chama que havia se criado sobre sua pele, pelo contrário parecia ser a gasolina perfeita para aquele fogo todo. Seu grito estridente de pavor e dor, era horripilante, nunca havia visto algo tão violento e cruel pessoalmente, ao vivo, com meus próprios olhos, não esqueceria tão cedo, não esqueceria nunca... Não queria esquecer.
Após ver e vivenciar a cena por completo, até que o corpo do homem caísse sem vida ao chão, o vampiro que estava à minha frente volta a se virar para mim se aproximando, eu me afasto do mesmo, me chocando contra uma lixeira que havia alia atrás de mim e então fico frente à frente com o mesmo.
Ele se aproxima de mim o suficiente para que eu pudesse ver a luz da lua iluminar seus lábios, eram lindos... E bem desenhados, até mesmo havia uma pequena pintinha em baixo da mesma, era fofa e ao mesmo tempo sexy? Posso ver o olhar do vampiro se desencontrar com o meu e cair sobre minha corrente de prata.
Quando o mesmo ia se aproximar mais para que eu pudesse ver seu rosto por completo ou que ao menos pudesse tocar meu colar, sou atingido fortemente por algo em minha cabeça, me fazendo cambalear e cair desmaiado no chão, não estava mais consciente de nada, porém por uma mini fração de segundos pude ver o rosto do vampiro que estava próximo de mim e que até então havia me salvado do pior, entretanto não poderia o reconhecer, estava tonto e com a minha visão totalmente embaçada, de brinde com algo quente que escorria pela minha testa.
A última coisa que podia lembrar antes de adormecer por completo era os pés dos dois vampiros perto de meu corpo, estava indefeso e imune, completamente a mercê de suas maldades ou presas sanguinárias,
Completamente inconsciente.
End.
Capa feita por: pjmviolencedesign
Obrigado por ler!
Desculpe todo e qualquer erro de escrita!
Espero que tenham gostado e continuem acompanhando o meu trabalho!
Obrigado pelo apoio e por terem lido até aqui!
🦋 I Never Stop!🌹
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