Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

eu sou seu crime.

˖˙ ‘primeiro
🚓 ▊ ' copycat ━ 🇪🇸


barcelona, Espanha
2023, hoje

O tempero de Raquel era um tanto quanto bipolar. Não diagnosticada por profissionais, apenas pelos seus gritos malucos que iam da sua casa até a delegacia. Viajavam por quarteirões, de manhã até a madrugada. Chegavam a acordar a vizinhança como se não fossem nada, acabando com suas cordas vocais. No final das contas, sempre escolhia a violência.

Da sala, jogou a carta que recebera em cima da mesa e foi para a cozinha. Em um movimento, toda a louça nova da sua sogra estava no chão. Copos, pratos, talheres e travessas. O barulho foi suficiente para que alguns vizinhos colocassem as cabeças para fora das persianas e tentassem descobrir de onde vinha o som absurdo de louça quebrada.

Mas a morena nem ouvia. Tentou respirar fundo em meio a confusão da sua mente e olhou seu reflexo no espelho, tocando a mão esquerda sob a cicatriz que nunca fez questão de esconder.

Teve certa vontade de esmurrar o vidro, mas se conteve antes que quebrasse o que demorou tanto para conquistar. Casou-se aos 22 para suportar o fardo de ter um filho aos 19. Algo que não havia começado bem - já que transaram no banheiro de uma balada e Raquel só se humilhou para criar o filho bem - e definitivamente, terminaria igual como começou.

Augusto só tinha dinheiro. Nem o mínimo de caráter conseguia criar. No entanto, depois que a tragédia de Miguel ocorreu, as coisas pioraram. Ele só gastava o que tinha em jogos de azar e da noite pro dia, não tinham como sobreviver. Raquel era a única a se arrastar da cama todo santo e pagar a faculdade para descobrir, algum dia, quem foi o filho da puta que acabou com sua vida. Sua e de seu filho.

E depois de ter sofrido nas mãos daquele imbecil, ainda tinha que aturar seu temperamento de merda. Ainda por cima aguentar sua audácia de intimá-la para uma audiência de conciliação fingindo não saber que as coisas entre eles já estavam perdidas há anos.

Mesmo com o desaparecimento de seu filho, o processo ainda corria. Os inúmeros processos que sabia que perderia por uma razão: espancou o ex marido quando ele disse para ela aceitar que Miguel estava morto. E claro que por ser policial conseguiu se esgueirar entre algumas brechas e não ser presa.

Mas mesmo assim, a multa seria grande. Maior ainda era a cara de pau de Augusto. Daquelas imensas. O que ele discutiria? A guarda de um cadáver? Claro que não. Queria tirar quanto dinheiro conseguisse da ex mulher e deixá-la queimar no fogo do inferno.

A sorte era que Raquel estava na merda. Falida a ponto de quase rodar a bolsinha para pagar as contas. Via alguns pontos positivos nisso, se é que existia. Por passar a maior parte do dia trabalhando não comia tanto e quando chegava em casa, tinha mais sono do que fome. Já nos turnos, a delegacia fornecia aos policiais lanches e doses imensas de café.

Sobreviva assim. Sangue, suor e lágrimas, literalmente. E esperava que nada disso mudasse até receber a porra da carta. Nervosa, retornou à sala e se jogou de volta no sofá. Com o controle em mãos, foi sapateando pelos canais.

A vibração do seu celular despertou a garota de um cochilo de uma hora e meia. Atendeu na hora, já perguntando:

— Alô?

— Inspetora Soltioni, aqui é o agente Nick. Temos um problema.

— Oi. O que foi?

— Encontramos um corpo em um estacionamento do lado da estrada Cafionne.

— Estou a caminho. Chamem a federal. Em 30 minutos estarei aí.

— Cert…

Desligou o telefone sem ouvir o restante. Bem que achou o final de semana parado demais para um começo de ano. Aquela ideia de que todo e qualquer corpo poderia ser o de seu filho martelava sua cabeça o caminho todo, quase a fazendo parar o carro e respirar decentemente.

Daquele dia em diante, sua vida foi um inferno. Se formou em direito e então, ao invés de atuar como sempre quis, mudou seu rumo. Quis provar para si mesma que algum dia encontraria seu filho com vida.

Como pisou o pé no acelerador e seu apartamento ficava bem no centro da cidade, chegou mais rápido do que o esperado. Feito uma bomba relógio, suas botas militares pretas afundaram na lama de segundo a segundo até a cena do crime.

Pulou do carro e já foi na direção da multidão. Vários policiais isolaram o local com fita e outros ainda tentavam manter o pouco pessoal da imprensa que se formava ao longe. Eram um grupo de cinco pessoas, sendo eles jornalistas, pesquisadores, historiadores e até aspirantes a diplomatas. Em resumo, era tudo que todo e qualquer membro da polícia odiaria.

Raquel ajeitou o distintivo no pescoço e ignorou o tanto de sirenes isolando sua audição para prestar atenção em Sebastian, um colega policial que já tinha chegado na cena do crime.

— O que aconteceu? - Continuavam a andar até o quintal bem no fundo da casa.

— Encontraram o corpo de uma mulher amarrada no galho de uma árvore de ponta cabeça essa manhã.

— Quem encontrou?

— A vizinha da casa da esquerda.

— E qual foi a hora da morte?

— Martina disse que deve ter sido por volta das duas da manhã.

— Quando encontraram o corpo?

— Hoje de manhã. Às dez horas.

— Algum sinal de violência? Hematomas ou inchaços?

— As mãos foram amputadas.

— E a casa? Nenhuma câmera ou alarme? Ninguém ouviu nada?

— Só tem um alarme manual lá dentro. Achamos que ela foi atingida por um golpe quando tentou acioná-lo.

— Reféns?

— Uma criança estava dentro da casa. Disse que viu o assassino, mas seu rosto estava coberto.

— Então é apenas um?

— Ao que tudo indica.

De longe, Raquel avistou Martina e já conseguia ver o corpo morto de relance ao seu lado. Foi até eles em busca de mais informações para começar a estudar o caso a fundo, como sempre fazia no cargo de inspetora líder das investigações.

— Bom dia, Martina.

— Ah, oi, Raquel. Bom dia. Como está?

— Indo. Você?

— Indo também. A chuva atrapalhou um pouco. Apagou uma bela parte das pegadas.

— Mas você conseguiu alguma coisa? Parece que essa foi feia, em?

— O objeto encontrado dentro da casa foi esse. - Puxou para perto um saco com uma espécie de pé de cabra dentro. - Tudo indica que…

— A sequência de golpes foi dentro da casa.

— É.

— Devem tê-la atingido com o pé de cabra apenas para impossibilitar seu movimento e depois cortado seu braço.

— Ou seja, alguma arma que não fosse própria para o assassinato.

— Exatamente. Nenhuma outra arma foi encontrada?

— Não. Pelo que analisamos rapidamente, nenhuma digital também.

— Merda. Quero o exame de corpo de delito e o laudo da autópsia o mais rápido possível. Consegue providenciar quando chegarmos na unidade?

— Sim.

— Bom, cerquem o perímetro. Não quero ninguém entrando e saindo por aqui! Ouviram? - Gritou para o restante dos policiais no local. - Filha da puta.

Em uma investigação, todo e qualquer detalhe deve ser levado em conta. A análise do estilo de aproximação, a forma como o corpo é encontrado e as evidências no local do crime dizem muito sobre a abordagem e a pessoa do assassino.

Raquel já sabia que estavam lidando com um serial killer. Não pela frequência de casos, mas pela abordagem. Ele parecia querer ser identificado e aquilo não era um comportamento normal.

Observou a fechadura arrombada. Não tinha sangue, nem buracos muito aparentes. Era apenas uma pequena distorção no buraco principal que a fez pensar em inúmeras possibilidades.

A começar pela vitimologia. Teria que reunir dados da vítima para entender, justamente, em que momento o ofensor a identificou como potencial vítima. Estilo de vida, rotina e relacionamentos.

Qual o grau de risco que o criminoso se submeteu para cometer o delito? Ainda era um caso sem nenhuma resposta concerta. Fora que tudo indica que o crime foi planejado, informação que atesta a inteligência do ofensor.

Não quis ir direto na criança, a qual presenciou o crime. Talvez fosse algo muito forte para ela falar sobre naquele momento e a própria inspetora não estava preparada para ter um pingo de empatia e medir as palavras.

O cheiro de sangue era eminente. A casa estava com vários rastros vermelhos demarcados pelo chão e pelas paredes, fora o burburinho que era tamanha quantidade de policiais, detetives e bombeiros no local.

Mas o susto foi grande quando a mulher se deparou com um homem desconhecido no quarto. Continuou subindo as escadas devagarinho para não despertar a atenção dele, que estava de costas para a porta e sozinho, passando a mão pelos móveis.

Colocou a mão na cintura para pegar o revólver e percebeu que ele tinha algo nas mãos também. Não conseguiu nem observar por muito tempo suas costas enormes já que ele se virou e apontou a arma na direção dela.

Ambos se miravam e interrogavam com feição nervosa, tentando entender o que acontecia ali.

— Abaixe a arma.

Raquel não deu resposta. Apenas continuou com a mão estável no gatilho e ameaçou outra vez atirar. No entanto, seu movimento sutil desapareceu quando o moreno gigante lhe aplicou um golpe.

Este a fez ficar presa pela garganta aos cotovelos dele. A tensão foi palpável. Sem poder desviar, já rendida, Raquel teve que soltar a arma. Foi como um teatro, visto que tudo era calculado para fazê-lo acreditar que estava no comando.

Essa era a grande chave de qualquer profissão como aquela. Briga de egos nunca cessava e não ia cessar se não fosse a “rendição” de alguém. E esse alguém nunca seria Raquel.

Manejou um soco no abdômen do homem que o fez cambalear para trás. Sem dar chances para uma possível recuperação, a mulher contra-atacou e foi parar em cima dele só que, dessa vez, com uma faca apontada para sua garganta.

As duas respirações pesadas se intercalavam. Cada segundo era de tensão. Os quatro olhos castanhos escuros permaneceram grudados como cola  e com a confusão já instaurada, alguns policiais subiram para o andar de cima e tentaram apaziguar a situação.

— Inspetora Raquel, não! Esse é o novo inspetor líder do caso!

— Inspetor líder?

— Junto com você, sim.

Ela o encarou calada. Ainda não tirara a faca do seu pescoço, mas agora percebia bem os detalhes do seu rosto. Tinha uma cicatriz em um dos cantos da boca e os olhos com traços asiáticos ocultos. A boca era fina, mas suficiente para parecer um bico.

O físico era impecável. O peito subia e descia e levava junto a camisa de compressão preta. Raquel demorou um instante fitando-o do tronco até o cabelo molhado. Só parou ao ouvir sua voz grossa, quase falha:

Gosta do que vê, Inspetora?

toji, será q vc poderia me ninar nos seus braços fortes e cabeludos? tá tão frio aqui...

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro