37 | CLARICE.
Eu fecho as argolas grossas que eram carregadas pelas minhas orelhas e abaixo um pouco a saia curta que eu trajava e que era bem marcada nas minhas coxas por conta da marcação. Eu usava um conjunto preto de top amarrado na frente e a saia, junto dos meus tênis brancos e meus cabelos soltos com cachos nas pontas. Meu rosto carregava uma maquiagem não muito pesada, mas que deixava minha pele brilhando por conta do iluminador de alta qualidade que passei.
Após passar o dia inteiro me enchendo de pipoca e refrigerante enquanto assistia à mil desenhos com Nathan, ele quis me levar pra comer assim que eu reclamei de fome. Diz ele que nós iríamos numa hamburgueria daqui perto e só de pensar em um lanche com três carnes e queijo cheddar escorrendo, já salivava instantaneamente.
De início, recusei. Sabia que tudo aquilo estavam tomando proporções que não deveriam e não queria aguentar mais um macho apaixonado agarrado no meu pé. Sei que faço gostoso, mas segurar a barra de dois amigos apaixonados, sendo um deles meu quase irmão, era algo que definitivamente está fora de cogitação. Porém, nada me vence quando se trata de encher meu bucho e viver feliz. Sempre deixei muito claro minhas verdadeiras intenções com Nate e, apesar de gostar dos nosso momentos juntos, eu realmente não quero que isso se torne um problema. Porque, se for, eu cortaria pela raiz.
Suspiro ao encarar meu reflexo no espelho e passo um gloss nos meus lábios, guardando o pequeno e largo frasco dentro da bolsa antes de sair do meu quarto para me direcionar até a porta principal. Meu celular vibra com a mensagem de Nate avisando que havia chegado e eu logo me despeço de Kami com um beijo no rosto e ela me desejando cuidado na rua. Definitivamente, nossa relação estava ótima e ela me tratava realmente como uma filha. Eu sou eternamente grata por todo esse amor que ela me dá e tento todos os dias retribuir na mesma altura, mesmo que cometa meus erros sem ela saber. As coisas que eu fazia pelas costas da minha host mom pesavam na minha consciência assim que eu deitava a cabeça no travesseiro. Mas, penso que assim que ela me aceitou para me hospedar em minha casa, eu prometi à mim mesma que além e estudar e usar tudo isso para meu próprio benefício, eu iria trabalhar mais em meu desenvolvimento pessoal e aproveitaria cada momento como se fosse o último e é isso que estou fazendo. Típico argumento de quem faz merda e pensa em "só se vive uma vez". Realmente, eu faço muito isso.
Atravesso a entrada da casa e entro no carro que estava ali me esperando. Assim que fecho a porta, cumprimento Nathan com um beijo no rosto e eu sinto minha coxa arder pelo tapa leve que ele despejou na pele da mesma. Dou um empurrãozinho leve em seu ombro, provocando uma risada vinda de Maloley antes de ele ligar o carro e começar à dirigir para longe dali.
Cantarolei a melodia de "Young, Wild & Free" que tocava na rádio e ouço o som da ponta dos dedos de Nathan batucando o couro que era revestido no volante. A noite estava muito bonita e não muito fria, o que se juntava com o fato de não ter uma única nuvem no céu e deixar brilhar a brilhante lua e as estrelas, transformando numa cena de um filme de Las Vegas. Sorrio ao olhar pro alto pelo vidro e aperto o pequeno botão que havia na porta do carro para descer o mesmo e me permitir por minha cabeça pra fora. Observo os carros que passavam por nós e não penso duas vezes antes de olhar pra cima, dando um sorriso radiante ao ver as três marias perfeitamente alinhadas.
Eu parecia, realmente, uma criança ao ver as estrelas pela primeira vez. Senti um bem estar muito gostoso enquanto sentia o vento que corria na velocidade que o carro acelerava bater em meu rosto e embolar um pouco os meus cabelos.
Talvez eu ainda seja uma garotinha.
Volto meu tronco para dentro e fecho o vidro, ajeitando meus cabelos e encostando minhas costas no banco do carro, ainda com um sorriso bobo no rosto. Estava tão entretida na minha própria serenidade que ao menos percebi o olhar de Nathan queimando sobre mim. Tombo minha cabeça levemente pro lado, fazendo questão de vidrar minha íris na sua enquanto via um sorriso crescer em seus lábios. Nate nega com a cabeça, voltando à olhar para a estrada e eu faço mesmo, pegando meu celular e fuxicando um pouco as minha redes.
Pouco tempo depois, o carro para e eu levanto a cabeça, estranhando ao olhar ao redor e não ver absolutamente nenhum resquício de algum restaurante ali. Franzo meu cenho e viro meu rosto, encarando Nathan com um olhar confuso.
— Desce aí. — Ele diz apenas, antes de abrir a porta do seu lado e se retirar do veículo. Eu suspiro impaciente e abro a minha, pousando meus pés cobertos pelos tênis no chão e me preocupando em olhar em volta.
Automaticamente, minhas unhas se fincaram nas palmas das minhas mãos e meu sangue ferveu ao ler a enorme placa revestida em um tom dourado do slogan de um motel de luxo. Minhas pálpebras caem e cobrem os meus olhos num ato de tentar controlar a vontade que eu estava de esganar Nate naquele momento.
— Nathan, eu tô com fome — Eu digo abrindo meus olhos e encarando o cara à minha frente. — Você não vai ganhar nada me trazendo pra um lugar enquanto estou faminta.
— Acha que não pensei nisso? — Ele questiona e um ponto de interrogação cresce em minha cabeça. Eu abro minha boca levemente em sinal de surpresa quando vejo Nate abrir as portas traseiras do carro e tirar dali dois sacos do Mc Donald's. Molho meus lábios e cruzo os braços, o olhando ainda nervosa.
— Por que inventou a história de me levar pra comer?
— Se eu te chamasse pra vir no motel, você bateria na minha cara. — Ele diz como se fosse óbvio e eu balanço a cabeça negativamente. Pego da sua mão um dos pacotes e adentro o enorme estabelecimento com Nathan ao lado.
Ele se debruça no balcão da recepção e troca algumas palavras com a moça que ali estava, que dava uns sorrisinhos de forma animada. Aquilo me deu ânsia. Não que eu me importasse, mas e se fosse meu namorado ou coisa do tipo? Tenho certeza que nesse exato momento, eu estaria arrancando todos os seus fios de cabelo com minhas próprias mãos.
Vejo Nathan pegar as chaves de um quarto em seus dedos e ele agradece à recepcionista com uma piscadinha que foi retribuída com uma risada sem graça. Eu encarava aquela cena com os braços cruzados na altura do peito e a expressão incrédula. Ele estava mesmo fazendo isso na minha frente? Definitivamente eu não ligo, porém era uma puta falta de respeito já que era eu quem ele estava trazendo pra esse inferno de lugar.
Adentro o elevador junto dele ainda de braços cruzados e, agora, com a cara emburrada. Assim que o cara tatuado percebe minha expressão, ele encosta suas costas na estrutura metálica do pequeno cômodo e coloca as mãos pra trás enquanto me encarava.
— Qual foi? — Ele pergunta. Não me dou o trabalho de responder. — Tá surda ou tá maluca?
— Pra você eu tô morta. — Digo com os olhos vidrados no teto do local. Sentia a estrutura toda do elevador se mexer enquanto subíamos.
— Ficou com ciúmes da peituda? — Ele pergunta e eu o fuzilo com o olhar. Um sorriso cafajeste nasce no canto de sua boca.
Ele se aproxima de mim e eu viro o rosto. Nate coloca sua mão em meu pescoço e deposita beijos leves no mesmo local, me fazendo fechar os olhos.
— Tava só desenrolando pra pegar a melhor suíte. — Ele afasta o rosto para vidrar sua imensidão castanha da sua íris na minha. — Quero ter uma noite maneira com você. Tu merece.
Contra minha vontade, sinto meu coração acelerar com suas palavras e um bem estar fora do comum invadir meu corpo. Segurando meu rosto, continuamos nos encarando fixamente, como se naquele momento, o mundo tivesse parado e só restasse nós dois. O sentimento é bom, a sensação melhor ainda.
Mas eu sei que ele não vale nada.
A porta do elevador se abriu e interrompeu aquele nosso momento. Nate entrelaça sua mão na minha e me guia para fora do cubículo. Andamos por um longo corredor com milhares de portas de madeira, com números dourados colados nas mesmas indicando a numeração dos quartos e logo chegamos em uma das últimas portas, que era a suíte presidencial.
Um desenho perfeito de um "O" se forma nos meus lábios assim que Nate empurra a porta do quarto depois de abri-la. Eu literalmente nunca tinha visto nada igual.
Eu adentro o quarto lentamente enquanto olho em volta. Era como um dos quartos que eu havia visto em programas de design. De verdade, era lindo. Os detalhes me encantavam tanto que a única reação possível que eu tive assim que vi a hidromassagem na varanda do quarto, foi arrancar minha roupa rapidamente, tirar os meus sapatos e correr até a mesma, entrando com cuidado e amarrando meus cabelos num coque. Olho pra trás, vendo Nate me encarar chocado com a rapidez do meu raciocínio. Com um sorriso animado, o chamei com a mão, fazendo com que o garoto risse e assentisse lentamente.
Nathan retirou suas roupas com cautela e eu apenas o observava, enquanto aguardava naquela hidro que á agua, por sinal, estava extremamente gostosa. Como eu estava apenas com um conjunto, retirei as duas peças de roupa e permaneci apenas com a minha calcinha de renda preta, ou seja, estava naquela hidro seminua. Me sinto extremamente confortável quando vejo Maloley vir em minha direção com toda a sua estrutura física à mostra, deixando suas intimidades serem cobertas apenas por uma cueca box branca de tecido fino. Mordo os lábios em meio à um sorriso quando ele entra na água, imediatamente, puxando para si.
Eu coloco minhas pernas ao lado de suas coxas, uma de cada lado e sento em seu colo, abraçando seu pescoço e deixado meu rosto à centímetros do seu. Nathan intercalava seu olhar dos meus olhos até minha boca enquanto eu sentia suas mãos apertarem minha bunda. Momentos como aqueles eram inexplicáveis para mim. Não em questão de todo aquele luxo que eu estava impressionada, mas sim com a forma que Nathan me tratava. Por mais que eu lutasse, cada dia mais, o desejo de o manter mais perto de mim gritava mais alto e horas como aquelas, que estávamos colados, me faziam ter mais certeza disso.
— Sei que já te perguntei isso, mas tu não pensa não? — Ele pergunta e eu tiro meu rosto que estava em seu pescoço para olha-lo.
— No que?
— Em ter uma parada séria. — Aquela frase te causa arrepios. — Namorar, sei lá.
— Nathan...
— Não tô te pedindo em namoro, maluca. Relaxa. — Ele ri fraco e eu sorrio, negando com a cabeça levemente.
— Não agora. — Eu digo, passeando minhas unhas pela sua bochecha.
— Tô ligado. — Ele diz, acariciando minha bunda com seu dedo embaixo da água.
— E você? — Percebo que surpreendo-o com essa pergunta.
— Ah, eu... Sei lá. Essas paradas são confusas — Ele diz e desvia o olhar. — Só acho que tem que oficializar algo quando existir amor de verdade, tá ligado? Essa parada de usar outra pessoa pra suprir carência não é maneiro não.
— Você seria um bom namorado. — Ele levanta as sobrancelhas e um sorriso nasce no canto da sua boca. Eu reviro os olhos. — Acabei de dar comida de uma semana pro seu ego, não é?
— Por que acha que eu seria um bom namorado? — Ele questiona enquanto olhava nos meus olhos.
— Porque, hum... Você é bonito? — Eu sugestiono e ele arregala os olhos, pousando a mão sobre o peito e fazendo cara de ofendido.
— Então a única coisa que vocês mulheres vêem é a beleza, Clarice? Bom saber. — Ele dramatiza e eu gargalho, agarrando seu rosto e colando nossas bocas.
Enquanto aprofundava o beijo, as mãos de Nate traçavam um caminho perfeito pelo meu corpo. Sinto sua mão apertar o meu seio lentamente, fazendo com que eu soltasse um gemido baixo.
— Tu tá me enlouquecendo, Clarice. — Ele diz com sua voz rouca em meu ouvido. Eu sorrio e aperto meus dedos em seus ombros.
— Isso é bom ou ruim?
— Tudo que tenha você é bom. — Me surpreende e dá um tapa leve no meu peito, fazendo eu dar um
gritinho. — Gostosa.
Ele é, literalmente, uma caixa de surpresas e definitivamente eu gostava disso.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro