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━━━ 𝘊𝘩𝘢𝘱𝘵𝘦𝘳 𝘧𝘪𝘷𝘦

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Família Shelby 

(ATO I)

POINT OF VIEW

Bärbel Luxemburgo


Admirei durante um longo momento a elegância do local e o quão requintadas eram as pessoas que preenchiam cada centímetro do Saguão. Após atravessar as duas grandes e pesadas portas com detalhes ornamentados e dourados, tentei segurar levemente a emoção que subia a minha garganta e a grande pergunta que formulou em minha cabeça: "O que eu fazia ali, afinal?". A sensação de ser uma completa estranha e sem raízes por ali me tomou, juntamente da queda de realidade.

Dei alguns passos a frente em direção ao majestoso hall onde estavam reunidos todos os outros convidados íntimos, figuras públicas de Birmingham, empresários, banqueiros, filantropos... Qualquer um que fosse alguém estava ali, e eu ao menos precisava conhecer as personalidades notórias do território inglês. Sem dúvidas a família Shelby era emblemática naquela cena.

Meus pensamentos foram interrompidos quando um dos vários garçons que transitava pelo local, estancou bem ao meu lado e inclinou-se educamente oferecendo a mim uma taça de champanhe, — ainda que meu paladar não agradasse muito com o espumante, eu busquei uma taça e agradeci ao jovem rapaz com um leve aceno de cabeça. Foi quando decidi caminhar por entre a multidão e ir em busca de Ada, durante o trajeto cumprimentei algumas pessoas ligeiramente com um taciturno "Boa noite" ao que me espremia entre as centenas de figuras ali, alguns homens jogavam olhares sem escrúpulos em minha direção — mesmo que estivessem ao lado de suas acompanhantes, seus olhares iam até onde podiam ou até quando eu virava uma curva em direção ao corredor.

Assim que vasculhei uma galeria com uma quantidade menor de pessoas, e não avistei Ada no local, virei bruscamente com um suspiro cansado pronta para sair dali, foi no exato segundo que meu corpo chocou-se com outro, um rígido e alguns centímetros mais alto que o meu.

— Cuidado, porra. — exclamou a voz áspera e indelicada.

Levantei o rosto para o tal homem grosseiro e antes de um pedido desculpas contemplei-o rapidamente, o penteado diferente, cortado atrás e aos lados, um bigode acima de seus lábios reprimidos e um olhar familiar, com uma única variação, os desse homem, eram furiosos.

— Não foi minha intenção, desculpas. — pronunciei com o semblante sério, ainda que fosse erro meu me trombar com ele, não era necessário tanta má educação.

Uma voz mais além com um suave divertimento aproximou-se com passos ligeiros.

— Está tudo bem... Não foi nada, não é Arthur? — o outro homem um pouco mais jovem do que a quem ele chamava de "Arthur", perguntou na tentativa de minimizar a tensão instaurada ali. Foi quando notei que havia mais outro logo atrás, um mais jovem ainda, que eu não tinha notado anteriormente — Aceita um outro champanhe, senhorita?

Quando o homem que buscava pacificar a situação propôs outra bebida, que eu notei que um fino líquido transparente e levemente borbulhante escorria por entre meus dedos e molhava o pequeno espaço que separava eu e o tal Arthur, a quem eu esbarrei.

— Ah,droga! — xinguei em alemão e sacudi a mão no ar de forma desastrosa — Não obrigada, tem um motivo para eu não gostar de beber champanhes.

O segundo homem, que eu não sabia o nome, riu levemente observando a demora que levei para notar a bagunça que armei ali.

— Ah é? E qual seria? — quis saber curioso erguendo a sobrancelha para o rapaz mais jovem que ele, que o dirigiu um sorriso divertido em resposta.

— São muito chiques e eu sempre acabo derrubando em alguém, desculpe novamente. — murmurei para Arthur que começava a abrir um sorriso no canto de seus lábios.

— De onde você é? Seu sotaque consegue ser mais grosseiro e sujo do que aqueles puxa-sacos lá fora. — Arthur perguntou com interesse, contudo quando abri a boca para responder uma figura familiar surgiu atrás dele e dos outros rapazes, fazendo meu coração acelerar ao mesmo tempo que aliviar:

— Bärbel? — Ada pronunciou meu nome com uma mistura de surpresa e entusiasmo, como se fôssemos amigas de longa data que não se viam há um bom tempo — Pensei que não vinhesse.

Ela caminhou para ficar diante de mim e olhou por cima dos ombros dos homens atrás dela com expressões confusas.

— Vocês duas se conhecem? — o rapaz mais velho quis saber.

Ada respirou fundo e assentiu com a cabeça para a pergunta do homem, fazendo com que eu estranhasse tal forma de resposta.

O rapaz mais jovem aproximou-se e deu uma cotovelada leve no mais velho, fazendo Arthur revirar os olhos e rir.

— Perdoe minha irmã, senhorita Bär-b-bel? É assim que se pronuncia? — o homem indagou e eu assenti a cabeça, em seguida virando-a para Ada, que apenas observava a cena com a feição impassível — Ela costumava apresentar suas amigas de maneira mais educada a família.

— Há um motivo para esse hábito ter se extinguido. — argumentou Ada com o corpo virado para mim, depois ela apontou para o rapaz divertido e em seguida para o mais jovem — Estes são meus irmãos, John e Finn.

Por fim, ela acenou para Arthur com a cabeça, que a encarou com um sorriso presunçoso.

— E Arthur.

Encantado. — Arthur proferiu irônico.

Sorri um pouco mais confortável e esquecendo toda a situação constrangedora de momentos antes.

— É um prazer conhecê-los — disse e dirigi um olhar simpatizante a Arthur — Desculpa novamente pelo champanhe.

Ada tossiu e olhou com descrença

— Você bebendo champanhe?

— É... fez a maior bagunça. — acrescentou Arthur um pouco mais íntimo lançando uma piscadela na minha direção.

— Vem, vamos procurar alguma coisa forte para você. — convidou Ada como se lesse minha mente e o que eu desejava beber naquele momento.

Nos despedimos brevemente dos seus irmãos e quando chegamos na curva para o bufê, minha audição captou o que Arthur bradou animado:

— Se não encontrar, me procure.

Ada lançou um olhar intimidador para os irmãos ao que me direcionava ao bar para buscar dois copos de vodca.

Após apanharmos nossas bebidas, caminhamos uma ao lado da outra por toda a extensão do saguão, ela dividindo sua atenção a figuras importantes que confirmavam suas possíveis doações à Instituição e a mim.

— Seus irmãos são intimidadores, rapazes bons, mas intimidadores. — confessei quando nos afastamos de uma Lady que comentara sobre um café da manhã e uma doação de duas mil libras.

— Deixa eu adivinhar, o primeiro com que você se encontrou foi o Arthur. — ela deduziu com um sorriso amarelo e um semblante de como se conseguisse visualizar a cena.

— Ele está sempre na defensiva? — perguntei com uma tímida curiosidade, considerando que o homem me lembrou superficialmente a postura de Mats.

Ada cumprimentou uma mulher mais velha de cabelo curto que trajava um elegante vestido armado, e depois voltou sua atenção para nossa conversa interrompida:

— Esse comportamento atenuou-se após a guerra. De todos os meus irmãos, Arthur sempre foi o mais emotivo e tempestuoso, a paciência dele é frágil, e é difícil lidar com ele.

Eu compreendi cada detalhe daquela descrição realizada por Ada, era quase como se ela falasse de Mats, ainda que não o conhecesse.

No instante em que passamos por outra galeria visualizamos nossos reflexos diante do grande espelho ali na sala, ele refletiu o olhar marcante de Ada com seu lindo vestido preto com lindas pedras e detalhes ornamentados, assim como meu vestido azul com um pequeno decote e as costas nuas, também marcado por brilhos e colares.

Era uma bela visão de nós duas diante daquele espelho, eu admirei mais um pouco até que Ada me chamou silenciosamente para continuarmos o trajeto.

— O que foi? Não tinha se olhado no espelho esta noite? — ela perguntou baixinho e divertida.

Revirei os olhos com o comentário e sacudi a cabeça.

— Não estava olhando para mim. — declarei observando a reação de Ada devida a confissão, ela apenas olhou para os sapatos e continuou andando.

A princípio estranhei o modo com ela comportou-se diante do comentário, porém os minutos foram se passando e Ada parecia mais introspectiva ao meu lado, diante disso me xinguei mentalmente pela a fala.

Depois de minutos travando uma batalha na minha mente sobre inventar uma desculpa qualquer e sair dali, para evitar que Ada não ficasse mais desconfortável, foi quando alguém acenou um pouco mais a frente para ela e a chamou, simultaneamente nossas cabeças se viraram para a pessoa e avistamos o irmão de Ada, Thomas, a quem eu reconheci do outro dia na biblioteca.

— Só um instante... — ela murmurou para mim e pediu licença às pessoas para chegar até o homem e mais outras duas mulheres que conversavam dispostas em torno dele, durante breves segundos uma das mulheres fez o mesmo trajeto que Ada em minha direção, ela era de uma beleza encantadora, ainda que possuísse expressões desconfiadas à Thomas e a outra mulher com quem ele conversava.

— Essa é a Srtª Dowager? — ele cumprimentou voltada para mim e eu brevemente neguei com a cabeça, mas Ada foi ágil com as palavras.

— Grace, essa é a minha amiga Bärbel Luxemburgo, ela veio de Munique há alguns meses.

A mulher de olhos azuis penetrantes me avaliou por um breve momento e disparou um sorriso cordial.

— Você é muito bem-vinda, senhorita Luxemburgo. Adoraria que Ada arranjasse um horário para que todas nós pudéssemos conversar e nos conhecermos melhor.

Sorri com a proposta e acolhimento por parte da mulher.

— Seria um prazer, senhorita Shelby.

As luzes do local piscaram brevemente nos alertando de que o jantar iria começar, logo os convidados começaram a dispersar-se em ordem na direção do salão. Suspirei desapontada, pois certamente naquele momento a "desculpa" que iria dar para Ada e principalmente para a anfitriã do jantar beneficente, não funcionaria.

— Eu vou pedir a licença de vocês agora, preciso dar uma palavrinha com o representante antes do jantar. — Grace disse gentilmente antes de virar-se e caminhar decidida ao outro lado do salão.

Virei o rosto para Ada, que sorriu sem os dentes.

— Bem... Agora você está conhecendo os membros da família que são agradáveis e convidativos.

Inclinei o corpo para o lado e abri os lábios para retorquir:

— Todos são agradáveis e convidativos... — ela me olhou com os olhos semicerrados — À seus modos.

Ela acenou para o salão de jantar e disse divertida:

— Pelo amor de Deus, não deixem que eles te ouçam falar isso.

Antes que ousássemos dar mais um passo, uma gritaria geral se instaurou pelo Saguão, com tiros, pessoas correndo apavoradas e pedidos de socorro. Tudo aconteceu muito rápido, contudo de onde Ada e eu estávamos dava-se para ter uma vista panorâmica do caos ali; Meu coração acelerou, minhas mãos gelaram e minhas ações estancaram. Me senti inútil ao ver Ada correr para buscar ajuda em qualquer outro lugar, e seus irmãos que outrora carregavam divertidos sorrisos nos rosto, agora espancavam um homem violentamente a poucos metros do meu corpo estático... Assim como o da mulher que eu conversei minutos antes, mas com uma única diferença, eu não sangrava.



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nota da autora

hallo! como vocês estão? desculpas pela a demora na atualização, mas infelizmente eu não tenho dia certo para postar ainda que os capítulos sejam planejados e escritos, minha rotina é um pouco corrida, por isso desculpas, sei que alguns ficam muito ansiosos para o decorrer da história (sou leitora tb kkkkk).

enfim o que acharam do capítulo? não rolou muito detalhamento na roupa de festa da bärbel portanto sintam-se bem á vontade para imaginarem do jeito que quiserem, tá?

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