- ๑‧˚ IV. Posso te ouvir. Ainda iremos nos encontrar?
Eu te amo, me desculpa. Você foi o melhor, mas você foi o pior. Por mais louco que seja, eu te amei primeiro;
—I Love You, I'm Sorry. Gracie abrams.
07 February, presente | Piltover
O sol raiava na bela tarde de sábado, trazendo consigo um calor insuportável para alguns e, para outros, refrescante. A primeira sensação era a qual habitava Yansei. A garota amava o sol, mas detestava o calor que o acompanhava, pois sempre ficava mais cansada que o normal. Por sorte, não precisaria trabalhar hoje, mas, por outro lado, seu dia seria livre para se perder em seus pensamentos.
Havia se passado dois dias, mas os pensamentos de Yansei continuavam rondando a situação com Jinx. Não conseguia entender o motivo dela machucar Sayuna e, apesar de ter empatia, não se importava realmente.
A azulada sentia-se impotente por não ser capaz de encontrar sua garota. Era frustrante, acabava ficando desorientada diante daquela situação. No entanto, não iria desistir, nunca deixaria Jinx, mesmo que se passem anos.
Mesmo com sua mente quase explodindo por tantas palavras soltas, se concentrou em tentar seguir uma rotina calma e tranquila. Entretanto, o universo não parecia querer colaborar.
Uma ligação de urgência. Haviam invadido Água Mansa e, novamente, precisaria investigar quem cometeu o ato. Mesmo já sabendo quem era á tempos, Yansei se recusava revelar essa informação para os defensores, porém a cada dia isso se tornava mais difícil devido Caitlyn estar adentrando-se na situação.
Como da outra vez, enquanto caminhava pelos corredores escuros e intensos da prisão, esbarrou-se com a outra azulada. Todavia, a diferença foi que as duas pararam de frente uma para a outra.
── Quanto tempo. ─ Caitlyn sussurrou apreensiva.
O desconforto em Yansei era notável. Suas mãos se cruzavam freneticamente, a sobrancelha retorcia a cada piscada, mostrando insegurança e impaciência. Então, como resposta, a mesma apenas balançou a cabeça em concordância, soltando um sorriso meio torto.
Não poderia negar, ainda sentia rancor da mais velha, mas também era grata por ela. Uma confusão de sentimentos lhe habitavam em relação a Caitlyn, não conseguia destingir como sentia-se em relação a garota.
O silêncio era constrangedor e esmagador, fazendo o pé de Caitlyn bater em ansiedade constante, sem saber como reagir a presença de sua irmã mais nova.
── E-eu, olha me perdoa... eu faria tudo de novo se fosse possível. ─ Finalmente a mais velha se pronunciou após longos minutos de silêncio.
── Mas não é possível. Sabe, não doeu perceber que Cassandra não me amava, eu ja sabia disso. O que mais doeu naquele dia foi ver você, saber que foi você a causadora do meu pior pesadelo.
A boca de Caitlyn se abriu na intenção de dizer algo, mas parecia que sua voz não existia mais. A feição da mesma se retorceu e o nó em sua garganta começou a sufoca-lá.
── Não posso dizer mais nada além de pedir seu perdão, não há justificativa, eu tenho consciência que errei. Também sei que não tem como voltar ao passado e mudar minhas ações, mas se você me permitir, farei tudo de novo e não cometerei o mesmo erro.
── Nada apagará o que aconteceu, Caitlyn. Ainda lembrei do que passei nesse lugar, e o que todos presos injustamente passam aqui. ─ Yansei pontuou firme, se aproximando da azulada. ── Me diga, você sabia?
O rosto antes retorcido em dor e angústia, agora se tornou confuso. Caitlyn começou a tentar lembrar do que deveria saber, mas suas lembranças não encontraram nada.
── Sabia do que?
── Que não somos da mesma família?! ─ A boca da azulada ficou entreaberta, enquanto seus olhos se arregalavam em espanto.
── O que?! ─ A reação de Caitlyn provocou uma risada alta e irônica de Yansei.
── Você ja era nascida, Caitlyn. Deveria saber que sua irmãzinha mais nova foi levada ainda bebê por uma mulher louca. ─ Aos poucos, o raciocínio de Caitlyn iria voltando, fazendo a mesma ter pequenas lembranças de acontecimentos passados.
Durante sua infância, acreditou que sim, Yansei havia saído do útero de sua mãe também. Com o passar dos anos, começou a perceber alguns detalhes genéticos de Yansei que não correspondiam com o resto da família. Se viu na obrigação de questionar a progenitora, essa qual negou tudo que lhe foi alegado, afirmando que Yansei era um caso especial, mas ainda sim era filha dela.
Com essas curtas memórias, ligou todos os indicadores e percebeu que, sim, estava correta desde criança.
── Não chame nossa mãe de louca, Yansei. Realmente nunca soube disso, ja duvidei quando pequena, mas a mamãe negou então deixei de lado.
── Sua mãe, Caitlyn. Minha família é outra, uma que nunca tive a oportunidade de conhecer e provavelmente nem vivos estão.
── Nossa... Quer dizer, minha mãe também não está mais viva, entendo sua dor. E, por isso, entendo que quer resposta, assim como quero vingança.
Yansei, que antes se encontrava irônica e séria diante a situação, se retraiu em raiva ao lembrar que quem matou Cassandra foi Jinx, ou seja, sé Caitlyn queria vingar-se, estava atrás de Jinx.
── Você não entende! Ela te amou, você teve o carinho de uma mãe, porra! Não compare nossas dores, quero respostas e não vingança por gente já morta. ─ Lançou irritada, afastando-se da mais velha, caminhando para seguir seu caminho.
── Seu pai pode estar vivo, Yani. Assim como o meu, tente consertar as coisas. Me desculpa pelos meus erros, vejo que ainda temos muitas desavenças a serem reatadas, espero que um dia me considere sua irmã novamente.
Mesmo intrigada, Yansei apenas se virou completamente na direção contrária de Caitlyn, seguindo seu caminho com um olhar frio e cansado, mas que carregava cicatrizes incuráveis.
Seu peito se apertou com a possibilidade que Caitlyn reatou. Poderia finalmente ter o amor paterno? A ideia surgia como um sussurro cruel: e se ele estiver vivo? No instante em que a pergunta se formou, foi como abrir uma ferida que nunca cicatrizou. Suas mãos tremeram e seus pés vacilaram, sentiu uma onda forte de eletricidade, como se um raio tivesse lhe atingido com a verdade.
Como ele poderia estar vivo? Onde ele estaria? E, se estivesse, quem ele seria? O coração oscilava entre a esperança e a tristeza. Yansei começou a odiar o que essa possibilidade fazia com ela, como a deixava vulnerável, incapaz de ignorar a vontade intensa de conhecer o seu pai verdadeiro, de sentir o amor paterno. Uma saudade desconhecida se formou em seu coração, como era possível sentir saudade de algo que nunca teve?
A azulada sentiu lágrimas se acumulando nos olhos, e não soube se era tristeza ou raiva. Seu pai, aquela figura tão distante, era agora um fantasma que assombrava tanto os sonhos quanto a realidade. O fantasma qual insistia em lembra-lá que nunca conviveu com sua família verdadeira.
── Ele me amaria? ─ Ela sussurrou ao vazio, sem saber se falava com sua mãe — desconhecida por si mesma — ou com o próprio coração.
A possibilidade dele estar vivo a devorava. Era uma esperança dolorida, um fio frágil entre amor e ressentimento. Se o conhecesse e descobrisse quem ele era, faria alguma diferença? Talvez não, mas estaria disposta a tentar.
Sonhava com o dia em que sentiria o carinho de uma família verdadeira, ou o dia que voltaria do trabalho e tivesse que preparar a janta para o casal de idosos que lhe brotou ao mundo, agora incapazes de cuidar-se de si próprios. Essas possibilidades eram dolorosas de pensar, criava uma certa esperança, um tiro no escuro, afinal, já continha a consciência que sua real progenitora era falecida.
Pensar nisso era insuportável, mas ignorar era impossível.
Precisava encontrar Jinx e, talvez, seu possível pai; qual não fazia ideia de quem era. Não iria conseguir ignorar isso, necessitava de respostas para suas duvidas.
E o mais importante, almejava estar com Jinx.
Então, correu. Largou todo compromisso que havia naquele inferno de prisão e correu para bem longe daquele lugar. Seu destino sendo as respostas de sua vida apagada, ou melhor, seu fado sendo o calor das almas conectadas a sua.
Meio tarde, ne?
Estou sem saber o que deixar de recado ou interação com vocês aqui esses dias, af.
So para avisar que na véspera de natal e no natal, tenho surpresas para vocês! Beijocas.
Deixe uma estrelinha e um comentário, isso ajuda bastante! Não sejam leitores fantasmas.🤍
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