
ೋ°|𝗖𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝟔𝟖
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07 de Abril.
02:26.
Alguns meses de passaram desde a morte de Ryomen Sukuna, e neste tempo, tudo estava voltando a ser como era antes de todos os problemas começarem.
Shibuya já estava voltando a normalidade, assim como a vida das pessoas que foram prejudicadas pela batalha contra o feiticeiro milenar.
As aulas então seguindo normalmente, assim como as missões. Mesmo que o Rei das Maldições estivesse morto, as próprias maldições não deixaram de existir, a maldade humana ainda vive na terra, assim como existia antes mesmo de Ryomen Sukuna nascer.
Como disse, estavam tentando seguir normalmente, mesmo que tudo não estivesse exatamente como antes, graças a ausência daqueles que tiveram que partir e as lembranças dolorosas que todos presenciaram. Ninguém era o mesmo que meses atrás, antes do dia 31 de Outubro.
Haruna se lembrou de um dia qualquer, há alguns anos trás, em que tinha dito a si mesma que sua vida estava perfeita, mas agora podia afirmar o quão errada estava. Agora sim podia dizer que sua vida estava perfeita, em todos os sentidos.
Yuuji se tornou um grande feiticeiro, assim como Maki, Yuta e os outros alunos do segundo ano e dos outros determinados anos, assim como Satoru e Haruna e os demais professores tanto desejavam. Terem sobrevivido e se mantido firmes depois de todas aquelas situações, era apenas uma prova disso.
E Megumi não ficava para trás, já os acompanhava em força, se ele já era mais maduro que alguém da idade dele antes, agora Haruna tinha que admitir a si mesma que seu garotinho já era um homem feito. Por dentro e por fora.
Ele estava bem, tanto fisicamente, quanto mentalmente. Mesmo que os traumas ainda existissem, a volta de Tsumiki foi como o melhor remédio em suas vidas. Sua garotinha estava de volta, trazendo ainda mais vida para sua pequena família.
Estavam finalmente em paz, sem tantas preocupações, apenas seguindo suas vidas como deveriam desde o começo.
Abriu os olhos devagar e franziu a testa vendo que o quarto estava escuro, tinha apenas piscado e a tarde virou noite.
A primeira coisa que viu foi o berço de madeira clara bem polida, só então percebeu que havia dormido outra vez na poltrona do quarto de Toya. Levou uma de suas mãos até sua barriga de nove meses que, não sabia como podia ser possível, estava bem maior que antes.
Quando se mecheu para se espreguiçar, resmungou baixinho com a dor nas costas. Dormir sentada tanto tempo nessas condições não é uma boa ideia.
– Acordou dorminhoca. – Levou o olhar até a porta, e viu Satoru escorado na parede de cor azul clara com um bico nos lábios – Pra que ter uma cama imensa pra dividir em um quarto com o seu marido bonitão, se você escolhe dormir sentada no quarto do nosso filho?
– Eu... hum. – Haruna corou levemente – Só estou ansiosa, agora falta pouco. Shoko disse que ele poderia nascer a qualquer momento.
Satoru observou a morena com atenção e sorriu levemente, na sua opinião, aquela era a visão do paraíso. Haruna estava ainda mais bonita que antes, com aquela barriga imensa onde seu filho repousava, coberto pelo tecido vermelho do vestido que ela usava.
Não podia mentir pra si mesmo, estava nervoso. Haruna é forte, por dentro e por fora, já provou isso várias vezes, era a mulher mais forte e teimosa que já conheceu na vida. Já desafiou a morte inúmeras vezes e saiu ilesa. Mas era inevitável ficar nervoso.
Mas ao mesmo tempo, assim como ela, estava ansioso, ansiava pelo momento em que pegaria seu filho no colo pela primeira vez.
– Se está tão ansiosa, por que não pediu pra Shoko providenciar uma cesariana? – Quase gargalhou quando viu ela arregalar os olhos – Ela marcaria o dia certo e pronto, não ficaríamos a mercê das vontades do Fofuxo. Que por acaso, adora fazer a gente esperar.
– Cesariana não, de jeito nenhum! – Haruna quase se levantou com um bico naqueles lábios rosados convidativos, ele ficou tentado a beijá-los até ficarem inchados – Ele vai sair por onde entrou! Não vou pra faca e abrir minha barriga, se ele pode sair por outro lugar!
– Então você tem medo, né? – Satoru perguntou confuso um tom brincalhão.
– O que?! – Haruna fecho a cara, se levantando devagar – Não!
– Se você está dizendo... – Estende a mão – Vamos pra cama pra você deitar, já está tarde e você mocinha, precisa estar bem descansada, aposto que está com as costas em frangalhos por ter passado tanto tempo sentada.
– Não estou com dor. – Haruna fez bico, mentindo é claro, estava dolorida – Mas o seu filho não para de se mecher, não sei como consegui cochilar.
– Nesses momentos que ele é só meu filho, não é mesmo, moça bonita? – Satoru riu quando ela revirou os olhos e tocou a barriga dela levemente – Relaxa aí filhote, deixa a sua mãe dormir.
Os movimentos ficaram mais frequentes e Haruna resmungou de dor, deixando o platinado em alerta.
– Está...?!
– Não. – Ela voltou a andar até o quarto – Quando você fala com ele, esse danadinho fica ainda mais agitado.
– Tá doido pra conhecer o papai! – Satoru sorriu orgulhoso.
– Cala a boca e me ajuda a deitar, lembre-se que é culpa sua que eu estou nessas condições.
– Eu não vi você reclamando na hora. – Ele rebateu a ajudando a se deitar, mas se calou quando ela o encarou seria.
– Só fica quieto, quero continuar a dormir. – Fechou os olhos, mas suspirou – Mas eu acho que não consigo.
Satoru se deitou na cama ao lado dela e ficaram em silêncio, olhando para o teto branco por alguns minutos.
– A Tsumiki está ansiosa também, todos estão. – Satoru quebra o silêncio chamando a atenção dela – O pessoal não para quieto, estão completando o máximo de missões possíveis, pra quando a hora chegar não estarem atolados e coisas pra fazer, principalmente o Megumi. Mesmo que ele não admita.
– O número de maldições aumentou nessas últimas semanas, não foi? – Haruna engoliu em seco.
– Não que isso seja um grande problema, damos conta. – Ele a encarou e estreitou os olhos, vendo ela morder os lábios com nervosismo – Está escondendo alguma coisa de mim?
– Não...
– Haruna Gojo. – A repreendeu.
– Não é nada demais.
– Então me conta. – Sorriu divertido – Ou vou ter que descobrir sozinho?
– Não que você conseguisse.
– Isso não me impediria de tentar.
Haruna suspirou com a língua afiada e a insistência do platinado, queria deixar esse assunto de lado, a meses que não tocava no assunto, mas o certo é o certo.
– Isso tem haver com aquela conversa com o Sukuna. – Diz – Lembra?
– Entendo. – Satoru assentiu com os lábios franzidos – Ele falou sobre uma conversa de "familia". Você não quis falar sobre isso, então não insisti.
– Como você sabe, ele e o Kenji são irmãos, mas... eles tiveram uma irmã, há mil anos atrás. – Haruna prestou atenção nas reações dele, como continuava calmo, continuou – Ela e Kenji eram irmãos legítimos, filhos do imperador e da imperatriz na época.
– O quê?! – Se calou quando ela o repreendeu.
– Eles não conseguiram um filho homem antes de Kenji, apenas Kyoko, uma menina. Um dia o imperador se relacionou com uma meretriz, e assim... Sukuna nasceu, seu primeiro filho homem, mas era ilegítimo. – Suspirou – Logo depois, a imperatriz conseguiu o que ninguém esperava, deu a luz a Kenji. A história é muito longa e complicada... Kyoko se casou com um homem e teve um filho, e os Uchihas são descendentes desse garoto.
– Então quer dizer... que você, mesmo que distante, tem o mesmo sangue de Ryomen Sukuna. – Satoru afirmou consigo mesmo, impressionado.
– As maldições sentem que nosso filhos está perto de nascer, uma criança com o sangue do Rei deles. Isso acontece com qualquer Uchiha, comigo foi a mesma coisa.
– Entendo. – Satoru coçou a cabeça, mas logo depois sorriu divertido e voltou a olhar para a mais nova – Então, se você é descendente da filha de um imperador, isso quer dizer que você tem sangue imperial correndo nas suas veias, linhagem real e tudo mais!
– Hum? – Haruna estreitou os olhos – Acho que... sim. Mas isso não importa mais, isso foi a um milênio...
– Então... caramba, Haruna! – Ele a ignorou completamente e a encarou com um sorriso gigantesco a segurando pelos ombros – Você é uma princesa!
– Que? – Ela franziu os lábios – De tudo que eu disse, você se exaltou com isso?
– Eu casei com uma princesa de verdade! – Satoru riu, como se não estivesse acreditando no seu próprio raciocínio – Dá pra acreditar?!
– Eu que não acredito no que você...
– Então, como eu me casei com você... – Ele se sentou com um sorriso convencido, apontando o indicador na direção do rosto dela, que franziu o nariz – Eu me tornei um príncipe também!
– Não é pra tanto...
– Mas! – Ele a calou novamente, Haruna podia jurar que estava ouvindo o som dos neurônios explodindo dentro da cabeça dele – Como o seu pai não está mais aqui, eu não sou um simples príncipe, não senhor!
– E o que você é, espertalhão? – Haruna cruzou os braços, com um sorriso divertido.
– A quase três anos... eu não sabia desse grande acontecimento. – Ele sorriu orgulhoso – Mas eu... sou o Imperador do Japão!
Haruna o encarou com os lábios entreabertos, sem conseguir acreditar que ele estava dizendo isso mesmo. Logo depois não consegiu segurar, seus lábios se curvaram pra cima e soltou uma gargalhada alta.
– Tá rindo de que, moça bonita?! – Ele questionou com uma feição de falta ofensa – Eu tô falando sério!
– Me desculpa, mas dessa vez eu não consegui segurar! – Haruna sentia suas bochechas doerem de tanto rir.
– Eu aqui tento uma grande descoberta e você rindo de mim. – Segurou a risada vendo uma lágrima escorrer na bochecha dela e se aproximou, dando um beijo, sentindo o sabor salgado.
Haruna parou de rir aos poucos e encarou o rosto dele, desmanchando o sorriso devagar, os olhos negros se arregalaram levemente e seus lábios tremeram.
– Satoru... – Ela engoliu em seco.
– O que foi? – Ele perguntou, vendo ela lançar um olhar preocupado.
– Eu acho que... – Se forçou a sentar e encarou o líquido quente e transparente que desceu entre suas pernas, molhando os lençóis da cama.
– Haruna, você fez xixi na cama. – Satoru diz com uma careta – Isso que dá rir da minha cara.
– Isso não... – Haruna grunhiu quando uma dor aguda começou a surgir na região de sua lombar – Isso não é xixi, idiota! A bolsa estourou!
– Que bolsa, Haruna?!
– Está na hora, Satoru!
– O que...! – Satoru perguntou confuso, mas logo depois arregalou os olhos quando ela gemeu de dor outra vez com as mãos sobre a barriga e pulou da cama desesperado – O bebê vai nascer?!
– O que você acha?! – Ela o encarou furiosa, sentindo mais uma contração – P-Pega a bolsa dele no quarto, temos que ir!
Não precisou falar duas vezes, ele sumiu do quarto e em poucos segundos voltou com uma bolsa de tamanho médio, que a morena preparou a alguns dias, com tudo o que precisariam quando a hora chegasse.
Satoru se desesperou mais ainda, quando ouviu ela choramingar de dor outra vez. Com o coração acelerado, andou até a cama, a pegou no colo, segurando firme e rapidamente se teletransportou até o hospital.
Haruna piscou os olhos e não estava mais em seu quarto em casa, e sim em um corredor bem iluminado, com paredes brancas, cheio de portas de madeira clara e pessoas andando de um lado para o outro.
Sentiu mais uma contração e fechou os olhos com força, não conseguindo segurar mais um gemido que escapou de seus lábios.
– Senhor Gojo! – Haruna escutou uma voz bem a sua frente e abriu os olhos novamente, vendo um homem moreno de jaleco branco se aproximando, provavelmente um médico, junto de duas enfermeiras que o acompanhavam – A sala já está pronta, deixe-a na maca.
Ela o reconheceu depois de poucos segundos, ele era o médico que Shoko escolheu para lhe auxiliar no parto, já que ela tinha tirado uma licença para se ausentar do trabalho, se ele tinha a confiança de Shoko, então não precisava se preocupar com nada.
– Cadê a Shoko?! – Satoru fechou a cara olhando nos olhos do médico.
– A doutora Ieire tirou os próximos meses de folga, graças a gestação avançada. – Apontou para a maca outra vez – Deite-a, por favor, senhor Gojo.
– A Shoko não me avisou disso! – Deitou Haruna com cuidado, vendo ela começar a respirar mais rápido.
– A própria doutora Ieire me designou para o parto da sua esposa. – Deu um sorriso tranquilo – Não se preocupe, já fui avisado da situação dela.
– Você não está entendendo, doutorzinho. – Satoru fez uma careta o olhando de cima a baixo, com um olhar superior – Homem nenhum vai olhar pra vagina da minha mulher!
– Não comece a fazer cena! – Haruna exclamou furiosa, puxando a manga da camisa dele com força, aguentando a dor das contrações que começavam a aumentar – Deixe o médico fazer o trabalho dele, ou eu juro que me levanto daqui... e te mato, Satoru Gojo!
Satoru engoliu em seco e soltou a maca, deixando as enfermeiras a levarem até o quarto.
– O senhor vai acompanhar o parto? – O médico de cabelos castanhos curtos perguntou, vendo o olhar perdido que o platinado dava ao ver a morena sumir de sua vista.
– Meu filho está nascendo, é claro que vou estar ao lado da minha mulher.
– Tudo bem. Já madei informar a Doutora Ieire que a senhora Gojo já está entrando em trabalho de parto.
– Já vou me preparar para entrar.
O médico assentiu e depois de alguns minutos, Satoru entrou em uma sala, já devidamente vestido com vestimentas apropriadas para acompanhar o parto, com suas mãos suando de nervosismo e o coração acelerado de tanta ansiedade.
Quando viu Haruna com uma roupa de hospital, deitada em uma cama, com seus cabelos negros soltos pelo tecido do lençol branco e gemendo dor, correu até ela. Quando Haruna sentiu sua mão ser segurada por outra, virou a cabeça para o lado, vendo o Gojo sentando ao lado da cama com uma sorriso amoroso.
– Você está aqui...
– Eu não vou te deixar sozinha.
– Tem certeza? Um parto não é algo bonito de se ver. – Engoliu em seco e estremeceu com mais uma contração – Você desmaiou só de saber que eu estava grávida.
– Eu disse que não vou te deixar sozinha, Haruna. – Ele insistiu, agora com uma feição séria – Infelizmente, você vai ter que fazer, praticamente, todo o trabalho sozinha. Segurar sua mão e te apoiar, é o único meio que eu encontrei de te ajudar de alguma forma.
Haruna sentiu uma lágrima solitária escorrer por sua bochecha e sorriu agradecida, entrelaçando seus dedos. Nesse tempo o médico já estava auxiliando-a a abrir as pernas, fazendo o Gojo fechar a cara o vez, mas não disse nada.
O grito de dor que a Uchiha soltou no primeiro empurrão, não permitiu que ele dissesse mais nada. A sala começou a esfriar, e Satoru podia ver claramente a energia amaldiçoada circulando o copor dela.
– Respire, senhora. – Uma enfermeira segurava a outra mão livre dela.
– Eu estou tentando! – Haruna gritou r sentiu mais uma onda de dor – Droga!
– Na próxima contração, empurre outra vez! – O médico pediu.
Mais um grito estridente foi ouvido na sala, junto ao estrondoso som do trovão que ecoou por Tóquio. Satoru sentia sua boca seca, vendo Haruna suar pelo esforço, escutando apenas os gritos de dor e as ordens que o médico dava a ela.
Sua mão já doía com a força que ela usava sempre que empurrava seu bebê, mas não reclamava, tinha certeza que a dor que ela estava sentindo, era mil vezes pior que essa.
Pelo vidro da pequena janela fechada do quarto, podia ver que uma tempestade estava começando a se formar do lado de fora, o céu daquela madrugada estava uma escuridão total, e sem estrelas. Apenas os raios e trovões que sincronisavam com os gritos, quase como se estivessem preparando a todos para a chegada de seu filho.
O tempo passava e com isso, já estava começando a ficar preocupado, não sabia quanto tempo estavam naquela sala, e nem quanto tempo tinha se passado desde que começaram o trabalho de parto, mas já estava agoniado.
Vê-la daquela forma e não poder ajudar em nada, estava acabando consigo.
– Está quase lá! – O médico olhou para o rosto cansado da morena – Mais uma vez, respire fundo e empurre!
– Eu já disse que eu estou tentando... mas dói demais. – Haruna suspirou cansada, ja sabia que um parto normal doía, mas não imaginava que seria dessa forma, era algo insuportável, dilacerante, deixou o aperto na mão do platinado mais frouxo – Eu... não consigo mais fazer isso, dói demais.
Haruna já sentia sua energia amaldiçoada no limite, seu corpo concentrou tudo na região de seu abdômen, estava dando tudo ao seu filho de uma forma natural.
– Você consegue sim! – Olhou para o lado devagar, quando escutou a voz determinada do platinado, que acariciou seus fios suados da sua testa e a olhou nos olhos – Você vai conseguir, você já está quase lá. Faça isso por ele, Toya está louco pra conhecer o mundo, e estamos mais loucos ainda pra conhecê-lo, não é?! Não desista!
– Eu... – Haruna murmurou com lágrimas descendo de seus olhos marejados e respirou fundo quando sentiu a dor em sua lombar se tensionar mais ainda – Vou tentar.
– Então empurre o nosso filho.
Haruna respirou fundo outra vez e quando sentiu mais uma contração, empurrou com o máximo de força que podia. Seu grito ecoou, assim como mais um som do trovão ao longe. O símbolo em sua testa brilhou levemente, e mais energia amaldiçoada se espalhou.
– Isso, mais uma vez! – O médico sorriu – Já estou vendo a cabeça!
– Ele está vindo, Haru! – Satoru sorriu e apertou a mão dela de leve – Mais uma vez, empurre!
Ela se curvou para frente e empurrou, soltando mais um grito de dor, tirando a força que nem sabia que tinha, apertando a mão do platinado com tanta força que ele segurou uma careta.
Haruna caiu com tudo no travesseiro e suspirou quando a dor se aliviou, com seu corpo brilhando em uma energia amaldiçoada verde.
Um raio cortou o céu de Tóquio, iluminando a cidade com sua luz por apenas alguns segundos, e logo depois, o som estrondoso do trovão, seguido de um choro estridente que ecoou pela sala.
– Você conseguiu. – O médico diz, olhando para a morena com um olhar orgulhoso.
Satoru paralisou quando seus ouvidos bem apurados capitou o som, seus lábios tremeram quando viu o médico entregar um pequeno pacotinho para uma das enfermeiras, que o embrulhava em um manto azul, depois de cortar o cordão umbilical.
Ele continuava a chorar sem parar, e Satoru pensava em como algo tão pequeno podia gritar tão alto.
A enfermeira andou até a cama com um pequeno sorriso. Haruna sorria emocionada, enquanto a mulher a entregava seu pequeno embrulho, assim que o segurou, o bebê parou de chorar, como se a reconhecesse.
– Muita energia amaldiçoada foi perdida, mas... – O moreno olhou para o símbolo desconhecido na testa dela – Acredito que tenha algum motivo, para não ter perdido tudo. Pelo que posso ver, está fora de perigo.
– Sim... – Haruna assistiu com um olhar cansado – Eu consegui.
– Vamos deixá-los a sós, por um momento. Depois voltamos para transferi-la ao seu quarto. – O médico diz, saindo da sala junto das duas mulheres.
Afastou o tecido macio do rostinho de seu bebê e chorou baixinho, vendo o quão perfeito ele era. Seu pequeno Toya estava em seus braços, com seus fios brancos no topo de sua cabecinha, bochechas gordinhas e rosadas em contraste com sua pele delicada, uma boquinha pequena e com um bico fofo.
– Ele é lindo... – O abraçou com cuidado e lentamente olhou para o lado, vendo Satoru os observando em silêncio, completamente paralisado –
Venha conhecer nosso filho, Satoru.
Ele a encarou e depois de aproximou devagar com hesitação, Haruna estendeu o pacotinho e Satoru engoliu em seco, inseguro.
– Não me diga que Satoru Gojo está com medo de segurar um bebê? – Sorriu cansada.
– E se eu derrubar ele?
– Você não vão derrubar seu filho, ele também quer te conhecer, segure-o. – Haruna insistiu, deixando o embrulho nos braços estendidos do platinado, que encarou o bebê com os olhos azuis brilhando. Ele era tão pequeno que quase sumia em seus braços.
Satoru passou o dedo devagar pela bochecha rechonchuda e sorriu quando a mãozinha dele o segurou com um aperto firme, tão pequena que quase não arrodiava seu dedo.
Seus olhos lacrimejaram e levou os lábios até o topo da cabecinha dele, deixando um beijo casto.
– Você finalmente está aqui. – Olhou para a morena, que observava os dois com um sorriso emocionado – Nem dá pra acreditar que a algumas horas atrás ele estava dentro de você, Haruna.
– Verdade. – Se remexeu desconfortável – Ele se parece com você, é bem injusto. Carreguei por nove meses, passei por um parto horrível... para vir uma cópia sua.
Satoru sorriu orgulhoso, balançando o bebê lentamente em seu colo, este que já fazia uma careta emburrada, já se preparando para chorar outra vez.
– Mas a cara carrancuda veio de você. – Satoru brincou, fazendo ela fechar a cara – Viu só?
– Não diga bobagens. – Revirou os olhos, escutando o bebê começar a resmungar e chorar outra vez – Ele está com fome.
– Eu sei o que você quer garoto, mas saiba que eu vou dividir com você, por enquanto. – Satoru brinca, fazendo as bochechas dela corarem. Voltou a olhar para o bebê, e sorriu quando o pequeno abriu os olhos e o encarou sério. Soltou uma risada curta e estendeu o bebê para ela novamente – Olha, Haru... são iguais aos seus.
Haruna sorriu, vendo os olhos negros do seu filho, puros e brilhantes, como as mais raras pedras onix do mundo, assim como se lembrava em seu sonho, isso talvez fosse uma prova de que foi tudo real. Toya, o seu bem mais precioso.
– A nossa luz... acabou de chegar.
– Nosso pequeno, Toya. – Ela murmurou, adimjtando os dois homens da sua vida, enquanto a tempestade de raios cessava e a chuva começava a cair por toda a cidade.
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Eu tô muito frufru kkk mas não tô nem aí!!
O Toya finalmente nasceu galera!!
Os últimos capítulos estão saindo rápido hein? Estou muito ansiosa pra postar o final.
Até a próxima! <3
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