ೋ°|𝗖𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝟓𝟏
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– Ela morreu? Aquela, Mai?
Naoya andava pelos corredores da residência Zenin acompanhado de uma mulher que o seguia ao seu lado.
– Se preocupe com a liderança do clã agora. – Ela diz – Além do mais, quem está morrendo é a Maki.
– Mesmo? Tanto faz. Maki pode ser bela, mas é inaceitável, ela não sabe como apoiar um homem. – Eles continuam até chegarem perto de uma sala – Qualquer mulher que não ande a três passos atrás de um homem, deve ser esfaqueada e morta.
A mulher estremeceu e permaneceu com o olhar baixo, escutando as palavras claras e sérias do mais novo e logo estranhou quando o viu fazer uma cara de desgosto.
– A única que vi meu pai tratar quase como um igual, foi a minha querida sobrinha. – Trincou a mandíbula – E no final, ela nos abandonou como se fosse superior e se tornou uma égua premiada pro Gojo ter seus herdeiros, quem diria.
Eles chegaram perto da entrada e a mulher se curvou e se ajoelhou perto da porta para que o jovem Zenin passasse.
– Nesse caso a Mai é ótima. – Ele sorri presunçoso – Ela tem a mesma cara que a Maki, só que mais cheinha. No entanto, ela sabe que é uma mulher.
Assim que entrou no cômodo, pode ver que Ogi Zenin e Jinichi Zenin já o aguardavam, com caras impacientes e mau-humoradas.
– Está atrasado! – Ogi diz – O que estava fazendo?
– Neste momento seu pai está no leito de morte. – Jinichi diz vendo o mais novo sorrir inocente com os olhos fechados.
– Foi mal. Mas minha presença não era necessária. Por que o próximo líder do clã Zenin, serei eu.– Abrindo os olhos, lançou um olhar confiante – Meus irmãos mais velhos são todos perdedores e você meu tio, não é muita coisa, mesmo sendo irmão mais novo dele, a filha dele nem se fala. Quanto a você Jinichi, bem... eu não gosto da sua cara. É uma pena que você e Toji não trocaram de lugar.
O homem se irrita e não controlando suas ações, tenta dar um golpe em Naoya que desvia com facilidade, enquanto desviava o pescoço da espada de Ogi, que passa de raspão em sua pele, mas permanecendo no lugar.
– Por favor, o papai está a beira da morte. – Sorriu calmamente com as mãos levantadas em rendição – Por que não podemos nos entender?
– É a primeira coisa sensata que você já disse, tio.
Os três homens se viraram na direção da porta confusos, vendo Haruna entrar com sua postura firme e feição indiferente. Ela vestia roupas casuais e não se mostrava estar tão abalada e ferida desde aquela noite, como todos comentavam.
Seus pés pararam a meio metro de Naoya que mostrava nada menos que desgosto pela presença dela.
Enquanto os outros dois, mesmo não se agradando da presença de uma mulher na reunião, permaneceram em silêncio, ela não era qualquer uma, a viram crescer e estavam cientes dos feitos que nenhum deles, mesmo sendo homens, chegaram perto de conseguir. E um deles era alcançar o nível especial.
Mas é claro que Naoya nunca se importou com isso.
– Você deveria estar no hospital, sobrinha. – Naoya diz fechando a cara – Como saiu? Dei ordens claras de que você deveria repousar o máximo possível para sua recuperação.
– Eu me dei alta, quis ir embora, então eu fui. – Deu de ombros e olhou nos olhos do mais velho com frieza – Algum problema com isso?
– É claro que não. Mas disseram que estava em um estado de choque e luto pelo seu marido. – Sorriu maldoso – Não acho sensato minha sobrinha passar por tamanho estresse estando grávida e ainda se esforçar vindo até aqui.
Cínico. Ela pensou.
– Estou muito bem, Naoya. Não preciso da sua preocupação. E muito menos que se meta nos meus assuntos. – Trincou a mandíbula quanto viu o sorriso cínico dele aumentar ao entender a indireta. Ela repousa sua mão em sua barriga – E também... como eu poderia recusar o pedido do meu, avô? Naobito disse que queria a minha presença e a do meu filho no momento em que leriam seu testamento.
– É claro que ele quis... – Ele fechou as mãos em punhos.
– Vejo que estão todos aqui.
Escutaram a porta se abrir novamente, onde um homem bem baixo usando óculos redondos e vestido com um terno social aparece, interrompendo a conversa saudável entre o tio e sobrinha.
– Mestre Naobito Zenin, líder do clã Zenin, faleceu.
Ogi e Jinichi permaneceram impassíveis com a notícia, enquanto Naoya sorria como se tivesse recebido o melhor presente do mundo. Haruna se questionou se seu tio realmente tinha um coração, sendo que ele não se importou nem mesmo com a morte do próprio pai.
Naobito podia não ser a melhor pessoa do mundo, não chegava nem perto disso, mas mesmo assim, um filho deveria sentir pelo menos um pouco pela perda, mas Naoya sentia apenas prazer.
– Eu, Furudate, estou em posse de seu testamento. – Ele continua – De acordo com o desejo de Mestre Naobito, lerei seu testamento quando Ogi Zenin, Jinichi Zenin, Naoya Zenin e Haruna Zenin estiverem todos presentes.
Haruna franziu os lábios com a pronuncia do nome Zenin no testamento para lhe representar, mas não era uma surpresa. Dos seus três sobrenomes, Naobito nunca a chamou por Uchiha e muito menos de Gojo, ele sempre fez de tudo para me envolver no clã Zenin, depois de morto não seria diferente.
Naoya e Haruna se olharam com desdém, enquanto ignoravam a presença dos outros dois Zenin e o homem baixinho que se sentava em um futon organizando os papéis em suas mãos.
– Se não ouver objeções, lerei o seu testamento agora. – Ele leva sua atenção até a escrituras no documento – O 27° líder do clã Zenin será, Naoya Zenin. Naoya herdará todos os bens, incluindo as ferramentas amaldiçoadas guardadas na escola jujutsu de Tóquio e nos depósitos amaldiçoados da família Zenin.
Haruna olhou de relance para o tio, que escutava todas as palavras do homenzinho com total atenção. Então ele herdaria tudo, mas não via necessidade de comparecer aquele lugar, talvez mesmo depois de morto, Naobito queria esfregar na cara dela que não teria nada daquele lugar, mesmo ele dizendo que a neta era de suma importância na elevação dos status do clã, mesmo sendo uma mísera mulher.
Mas metade de si achava que talvez isso tinha haver com o assunto dos Fushiguro, já a outra metade tinha certeza.
– Com a aprovação de Ogi Zenin, Naoya assumirá todos os deveres.
– Tks! – Naoya resmunga – Tanto faz.
– No entanto... – Os três Zenin e a única mulher ao lado deles levaram o olhar ansioso na direção do menor de imediato – Se Satoru Gojo morrer ou tornar-se mentalmente incapacitado por qualquer motivo, um acordo por escrito feito por Toji Fushiguro, acolherá Megumi Fushiguro no clã Zenin... o qual deverá se tornar líder do clã Zenin e todos os bens a ele passados, com o auxílio de sua atual responsável legal, Haruna Zenin.
– O que?! – Naoya arregala os olhos surpreso e indignado.
A morena respirou fundo, prevendo a futura nova tempestade que passaria. Logo depois de sair do hospital, foi brevemente atualizada pelos professores confiáveis da escola jujutsu sobre as novas ordens feitas pelos superiores.
A todo o momento estava sendo vigiada, feiticeiros Zenin a seguiam para onde andava desde que acordou no hospital. De acordo com as ordens, ela era uma das pessoas mais capacitadas para libertar Satoru Gojo, que na cabeça deles, foi um dos responsáveis pelo acontecimento em Shibuya.
E como sabia, só não foi condenada a morte por carregar uma criança que está no topo dos desejos egoístas dos velhos do auto-escalão jujutsu. Matar seu filho era como perder um ser que possuirá um imenso talento em energia amaldiçoada, ou mais alguém para manipular e realizar os desejos e ordens dos superiores no futuro.
E mesmo não se dando bem com seu tio, sabia que ele não era burro, os Zenin podiam ser desprezíveis, mas não idiotas.
Ao dar a luz, uma mulher ficaria totalmente vulnerável após horas de esforço, fácil de matar. E uma criança poderia ser facilmente corrompida pela criação, esse bebê poderia muito bem crescer rodeado dos ensinamentos machistas e narcisistas deles e se tornar um Zenin, assim como eles queriam, e ser o sucessor de Naoya, com o sangue das três famílias de feiticeiros Jujutsu correndo nas veias.
Sem Satoru Gojo ou Haruna Uchiha estando no caminho para impedir.
Nas suas preocupaçãoes atuais, além de tentar esconder Yuuji e torcer para que o garoto use a cabeça de cima e não apareça de forma alguma. No momento que Naoya soube que sua tão desejada liderança está sendo ameaçada, teria que torcer para Megumi sumir também. Conhecia Naoya muito bem, ele não toleria ter um obstáculo em seu caminho.
Sua cabeça paranoica já pensava em várias situações de pensamentos que todos esses homens teriam, e convenhamos que nenhuma delas eram muito agradáveis.
– E para Haruna Zenin... deixarei a herança prometida a ela. – O homenzinho continua a leitura do testamento, chamando a atenção de todos para ele novamente – As anotações antigas feitas por Suyen Zenin.
Ele tira de uma das pastas onde quardava inúmeros documentos, um caderno de capa escura com páginas de coloração amarelada pelo tempo. Haruna estende a mão quando ele a entrega e logo tratou de segurá-lo com firmeza, para impedir que qualquer um dos homens colocassem a mãos nele, mesmo que não conseguissem ler de qualquer maneira.
Se levantou quando todos se retiram e observou Naoya sair pisando firme, provavelmente mau-humorado, se seguido por uma serva.
Como planejou a algumas horas atrás, tiraria satisfação das atitudes de Naoya, mas enquanto seus pés seguiam de maneira inconsciente na direção dos dois pelos corredores, parou em uma distância segura quando começou a escutar os dois comecarem uma conversa.
– Onde está Megumi, agora? O que ele faz?
– Eu não sei os detalhes, a sua última aparição aconteceu no hospital, no quarto onde o mestre Naobito e Haruna estavam, quando desacordados. – A mulher respondeu quando pararam no corredor – Mas aparece que ele está procurando por Yuuji Itadori em Tóquio.
– Quem é esse? O receptáculo do Sukuna? – Ele pergunta impaciente vendo a mulher concordar, enquanto voltavam a andar – Então diga ao auto-escalão que Naoya Zenin matará o receptáculo do Sukuna.
Eles viararam para a esquerda o de ficavam os quartos principais e Haruna andou lentamente fazendo o mínimo de barulho possível e estremeceu com o tom quase psicotico e sério do tio.
– Megumi estará onde o receptáculo do Sukuna está agora, não é? Eu irei matar... ambos. – Afirmou – Tóquio se tornou o reino dos demônios, não importa quando ou como a pessoa morre. Dará tudo certo depois que eu os matar, afinal... eu sou o líder dos Zenin.
Haruna cessou seus passos se encostando na parede de madeira, suas mãos estavam frias, já seu peito queimava.
Queimava de ódio.
Mas esse sentimento sabia muito bem controlar, já que foi seu parceiro desde criança. Sua dor se misturava com a raiva, que se diluia com facilidade.
Mal teve tempo de passar pelo seu luto por todos que morreram em Shibuya. Pessoas inocentes e principalmente, sua aluna e o último de sua antiga equipe de calouros. O que passou não foi nada comparado ao que os outros presenciaram com seus próprios olhos, sua dor foi tremenda, mas não conseguia se comparar com a deles.
O dia no hospital ajudou na dor física, mas a mental não tinha cura, apenas o tempo, mas esse é um remédio que precisa de muita paciência para fazer efeito.
– Está se sentindo bem, Uchiha?
Olhou para o lado, vendo Ogi a observando com curiosidade e estalou a língua com desinteresse. Desencontou as costas da parede e passou direto pelo mais velho sem respondê-lo, esbarrando no ombro dele propositadamente.
Saiu pela porta da frente do lugar onde cresceu e andou rapidamente até seu carro e esticou o braço para abrir a porta, mas foi parada por dois homens que já a seguiam como dois cachorros de quarda, ou carcereiros.
– Onde pensa que vai?
– Não me diga que o meu tio quer me prender aqui? – Olhou para o moreno de olhos castanhos âmbar que segurava seu braço com firmeza – Eu só não digo que os Zenin são uns imbecis, porque eu também divido do mesmo sangue.
– Volte para o seu quarto, ordens do Mestre Naoya. – O outro de cabelos negros-esverdeados segura seu ombro – Tóquio está perigosa demais para uma mulher sair sozinha. Principalmente você.
Os olhou com tédio e usou um dos braços livres danto uma cotovelada no estômago do de olhos âmbar, que grunhiu se curvando para frente, logo sofrendo um baque no pescoço desmaiando na hora.
– Não é assim que se trata uma gestante.
Haruna desvia de um ataque na cabeça causado pelo outro homem e chuta o joelho do esverdeado que solta um grito agudo pela dor do osso quebrado. Ela tampa a boca dele e passa o braço pelo pescoço dele, o asfixiando até ele desmaiar. Solta o corpo do homem e geme de frustração vendo os dois corpos caídos no asfalto.
– Que saco.
Abre o porta malas, observando se alguém não a flagre colocando dois corpos dentro do carro. Gemeu com dor nas costas quando pegou o último que era claramente o mais pesado, fechou o porta malas ofegante e passou o antebraço na testa suada.
Andou até a porta do motorista e entrou no veículo segurando o volante, ligou o carro e deu partida, não relachou até perder a resistência Zenin de vista. Parou no sinal vermelho e abriu o porta luvas tirando seu celular que vibrava, mostrando um número desconhecido brilhando na tela.
Atendeu colocando perto da orelha escutando a voz familiar que não escutava a muito tempo se pronunciar.
– Olá, Haruna-Sensei.
– Yuta. – Sorriu – Você sempre sabe a hora certa de aparecer.
– Fico feliz. – Sua voz continuava calma e serena, mas não tão nervosa como antes – Eu sinto muito pelo que aconteceu.
– Só vou relaxar depois de fazer com que o sacrifício daqueles que morreram, não seja em vão. – Começou a andar quando o sinal ficou verde – Yuta, você foi designado a matar Yuuji Itadori...
– As notícias correm rápido.
– Realmente. – Concorda – Lembra do que conversamos em setembro antes do intercâmbio desse ano?
– Lembro sim.
– Então, por favor... cuide do Yuuji por enquanto... e não pegue tão pesado com ele, tente não fazê-lo sentir tanta dor. – Riu levemente – Eu sei bem como você vai tentar escapar das ordens dos superiores.
– Como sempre tão perspicaz.
– Mais uma coisa. Naoya Zenin se designou nessa tarefa, não vai demorar para ele aparecer em Shibuya atrás do receptáculo do Sukuna. – Engoliu em seco – Ele não vai parar até matá-lo e também... vai fazer isso porque sabe que onde Yuuji estiver, Megumi vai estar por perto.
– O garoto que você tem como um filho. – Ele riu gentil – Esse é o garoto que herdará tudo dos Zenin se o Gojo-Sensei morrer ou estiver incapacitado. Entendi tudo.
– Obrigado.
– Enquanto o Gojo-Sensei não voltar, eu sempre estarei ao seu lado, Haruna-Sensei. – Ele continuou – Mas os superiores não podem saber disso ainda.
– Com certeza.
– Bom... nos veremos em breve.
– Estou contando com isso.
Haruna olhou para o celular por um segundo antes de voltar a sua atenção na rua novamente, vendo que ele havia desligado a ligação. Jogou o aparelho no acento do passageiro dando uma risada curta.
– Ele amadureceu demais.
Suspirou e olhou de relance para o banco do passageiro e viu o caderno que lhe foi entregue como herança, mordeu o lábio inferior inquieta. Parou o carro em um acostamento e não aguentou a curiosidade, pegou caderno e o abriu rapidamente. Seus olhos se seguiram pelas primeiras linhas e seus olhos se arregalaram surpresa pelas informações contidas.
– Isso... – Haruna sentiu seus lábios se puxarem para cima – Muda tudo.
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