ೋ°|𝗖𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝟑𝟕
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– Nanami, fala comigo. – Satoru pede entediado, esparramado na poltrona e com os pés sobre a mesinha de centro – Conta uma história legal.
O Kento permanecia sentado, lendo seu jornal em silêncio, enquanto Haruna dormia profundamente no outro sofá ao lado de Satoru, cansada da viajem que teve com o Gojo no exterior a pedido da chefia.
– Ah, já sei! É! – Ele sorri levantando as mãos – Vamos brincar com Oniguiris vencidos e falar sobre a separação da igreja e estado! E postamos um vídeo trolando!
– Por que não faz isso sozinho? – Nanami pergunta sem olhá-lo, continuando a ler e aponta para a única mulher na sala – E fale baixo, Haruna está dormindo.
– Hum. Essa aí não acorda nem com reza brava. – Satoru começa a bater palmas com um sorriso divertido – Hora de dizer sobre o que você gosta pro Satoru Gojo! Anda fala!
– Você parece bem mais animado que o normal.
– Da pra perceber? – Ele sorri mais ainda, enquanto lançava um olhar discreto até a morena ao seu lado.
– Por favor, continue sendo assim. – Muda a página do jornal – Tudo que o Itadori precisa, é de um pouco de besteirola agora.
– Você contou pro Yuuji sobre termos encontrado um dedo na casa do Yoshino?
– Não. – Responde – Ele apenas ficaria se culpando desnecessariamente.
– Que bom que eu te botei pra cuidar disso. – Coloca as mãos atrás da cabeça – Ah! E o dedo?
– Entreguei para o auto-escalão, você provavelmente entregaria todos para o Itadori comer. – Olha para o Gojo de relance vendo ele fazer bico.
– Sensei! – Yuuji chega gritando e acaba acordando Haruna de seu cochilo, que resmunga com dor no pescoço pela má postura – Vamos logo pra onde o pessoal está! Bora, bora?!
– Yuuji, não me diga que você pretende aparecer lá do nada? – Satoru pergunta.
– Hãn? – Yuuji fica confuso – Não vou?
– Um amigo que morreu e aparece dois meses depois, não é algo que se vê mesmo entre Xamãs. – Sorri e levanta o indicador – Você tem que... preparar uma surpresa!
– Eu não vou participar disso. – Haruna murmurou negando com a cabeça, vendo os dois se virarem para ela – Já basta ter que esperar até o hoje pra...
– Nao diga! – Gojo a interrompe – Tarde demais, você é essencial para a outra surpresa. Não pode ficar de fora!
– Eu já disse que é ridículo.
– Outra? – Os olhos do Itadori brilham de animação – Então são duas surpresas?! O que é?!
– Você não pode saber até a hora certa! Agora temos que preparar a sua. Pode deixar comigo. – Satoru se levanta – O pessoal do primeiro ano vão chorar de alegria, o pessoal do segundo ano e de Kyoto vão chorar juntos, alguns vão até vomitar. E no fim até resolvemos o aquecimento global!
– Curti! – Yuuji concorda – E o que eu faço Sensei, o que eu tenho que fazer?!
– Você não precisa fazer nada. Só faça o que eu mandar e segue o baile! – Começa a balançar os braços.
– Só isso, segue o baile? – Yuuji se junta na dancinha estranha.
– Como se ele aparecer vivo não fosse surpresa o suficiente. – Nanami murmurou para a mulher que os observava com uma feição indiferente.
– Yuuji é o único aluno que segue as bobeiras dele, o melhor é deixar os dois seguirem com essa idiotice. – Ela franzi o nariz – Eles estão empolgados, então não nos escutariam de todo o jeito mesmo.
– E qual é a outra surpresa que sua presença é essencial?
Ela sorri minimamente e vê que o loiro ainda mantinha sua atenção no jornal, mas ainda estava atento a sua resposta.
– Parece que... – Disse baixinho apenas para o Kento escutar – Você vai ser tio.
– H-Hum. – Nanami arregala um pouco os olhos, mas felizmente para ele, foi ocultado por seus óculos – É realmente... algo que ninguém esperaria.
– É a sua forma de dizer que está feliz? – Haruna sorri, repousando a mão em sua barriga, ainda sem vestígios de ter um bebê lá dentro.
– Intérprete como quiser. Deve ser por isso que Gojo está mais barulhento que o normal. – Ela solta uma pequena risada, enquanto ele voltou a ler seu jornal, ignorando a gritaria do Gojo e Itadori.
...
Chegaram no pátio da escola e Haruna tentava esconder sua feição de desagrado pela ideia de Satoru de colocar o Itadori dentro de um carrinho, e pelo garoto ter adorado a ideia, junto com uma frase de... Morreu mas passa bem.
– Vamos apenas passar vergonha.
– Deixa de ser careta, vai ser divertido. – Satoru ri batendo no carrinho – Né, Yuuji?!
– Pode crer! – Escutamos a voz abafada do Itadori lá dentro.
Ela revira os olhos e voltaram a caminhar, vendo a poucos metros os alunos de Kyoto junto dos seus de Tóquio e Utahime com eles. E pelo que pode ver, lendo os lábios deles, falavam sobre gente idiota nunca chegar na hora, e fechou a cara por ter sido incluída na afirmação.
– Desculpa a demora! – Satoru exclama empurrando o carrinho.
– Satoru Gojo. – Utahime murmura junto de Miwa, uma garota de cabelos azuis, aluna de Kyoto diz com os olhos brilhando.
– Haruna-Sensei! – Aio diz com a boca entreaberta e olhos brilhando, e a mulher franze os lábios mas acena discretamente por educação, fazendo o nariz dele sangrar.
Ela franzi os lábios e encolhe os ombros.
– Opa, tá todo mundo aqui! Acontece que tivemos que viajar para resolver alguns negócios lá na gringa. Trouxemos lembrancinhas! – Paramos e ele tira uns bichinhos cor de rosa estranhos que ele insistiu em comprar e começou a distribuir pros alunos – Para os alunos de Kyoto, um amuleto protetor de uma certa tribo. Pra Utahime, nada!
– Eu nem queria! – Ela exclama irritada.
– E pros amigos de Tóquio, tem isso aqui! – Ele aponta pro carrinho, fazendo uma pose ridícula.
Yuuji de repente sai de dentro, com um sorriso gigantesco e olhos fechados.
– MMPB! – Itadori diz com a voz animada.
– Nosso amigo falecido, Yuuji Itadori!
E como eu esperava, Nobara e Megumi estavam com a cara de quem cairiam no chão a qualquer momento, pareciam que tinham visto uma assombração. Mais ou menos isso na situação deles.
– Eles não parecem nada felizes, não pode ser... – Yuuji murmura desacreditado, enquanto Satoru virava o carrinho.
– Colegas de Kyoto, esse é o hospedeiro do Sukuna, Yuuji Itadori.
Já os de Kyoto estavam muito ocupados observando suas lembrancinhas pra prestar atenção na apresentação. Bom pra eles.
– Me desculpem por isso, não consegui impedir essa ideia estúpida. – Me curvei para eles com uma feição envergonhada.
– O hospedeiro do Sukuna?
Franzi o nariz em desgosto quando escutei a voz irritante e insuportável do velho diretor da escola irmã de Kyoto. Junto dele, diretor Yaga se encontrava tão surpreso quanto o mais velho aos pés da escadaria da escola.
– Como pode isso...?
– Reitor Gakuganji! – Satoru o comprimenta com a voz presunçosa e sarcástica – Cara, que alívio! Eu fiquei preocupado do senhor ficar muito chocado em ver isso e zoar o outro olho.
Mordi o lábio inferior segurando a risada. Só ele pra conseguir tirar o juízo de uma pessoa dessa forma, tão rapidamente, principalmente agora que ele quer atormentar os velhos da chefia. E pelo que posso ver, deu certo. Gakuganji parecia que a qualquer momento teria um ataque de nervos com o atrevimento de Satoru e com a recém descoberta.
– Ei! – Nobara chuta o carrinho com uma cara nada boa junto de Megumi – Tem algo pra dizer não?
– Desculpa o mal jeito... por não dizer que eu tava vivo. – Yuuji diz envergonhado mas por dentro eu sabia que ele estava louco pra fazer essa pegadinha.
– E você também sabia, Haruna-Sensei?! – Ela se vira pra mim e dei de ombros – Está se misturando com as ideias desses idiotas?!
– Sim e Não. – Dei de ombros – Fui forçada.
– Inacreditável. – Megumi revira os olhos.
– E aproveitando que todo mundo está no clima. – Satoru chama atenção de todos novamente, andando até mim e me abraçando de lado – Temos mais uma surpresinha!
– A fala sério, vão soltar outra? – Nobara resmunga.
– Eu e ela... – Satoru aponta para nós dois – Estamos grávidos!
O pessoal de Tóquio congelaram em choque. Diretor Yaga não demonstrou absolutamente nada, e por um segundo pensei que o único olho de Gakuganji realmente pularia pra fora dessa vez. Os de Kyoto, nos olhava fixamente e Todo já estava ficando pálido.
Me encolhi constrangida com toda aquela atenção que agora direcionaram totalmente em mim. Sinceramente, Satoru nunca foi de ser discreto com quase nada, então sabia que ele contaria tudo isso sem enrolação.
Mas apesar de tantas pessoas, minha atenção estava toda em Megumi, que mantinha sua feição neutra de sempre. Eu apenas queria saber o que ele acharia disso. Era como uma mãe esperando a reação que seu filho mais velho teria por descobrir que teria um irmãozinho.
– Que demais, Gojo-Sensei! – Yuuji foi o primeiro a reagir – E verdade mesmo?!
– É sim! – Satoru assentiu freneticamente.
E no segundo seguinte Nobara, Yuuji começaram a nos cercar, fazendo perguntas uma atrás da outra.
– Eu não acredito! – Nobara segura minhas mãos – Espero que seja uma menina, a testosterona desse lugar já está alta o suficiente.
– Ah, quem sabe, né? – Dei de ombros.
Meus olhos seguiram até Megumi novamente e sorri minimamente vendo ele abaixar a cabeça, escondendo os olhos vermelhos e lábios trêmulos. Não o trataria como eu faria se estivéssemos sozinhos. Na frente de todos eles o Fushiguro não aprovaria qualquer gesto de afeto, então me contentei em saber que ele tinha gostado da notícia.
– Tomara que esse pirralho seja bom com uma arma. – Maki diz com um bico nos lábios – Se ele for um fracote eu vou dar bons corretivos de disciplina.
– Deixa de ser tão durona, Maki. – Panda da um pescotapa nela que grunhiu.
– Então espero que ele não precise dos seus corretivos. – Sorri.
– Okaka. – Toge acenou com os olhos fechados.
– Você vai salvá-lo dela, não é? – Afaguei os cabelos bagunçados do Inumaki que concorda.
– Ei, Haruna-Sensei! – Yuuji chama a minha atenção com uma feição curiosa – Tenho uma pergunta.
– Pode perguntar.
– Se você está grávida. – Ele faz bico com a mão no queicho – Isso quer dizer que você e o Gojo-Sensei fizeram...?
– Isso é coisa que se pergunte?! – Megumi soca a cabeça do rosado que se encolheu gemendo de dor, enquanto eu fechava os olhos e respirava fundo, tentando não ficar mais vermelha que um tomate.
– Mas é isso mesmo. – Satoru afirma se gabando, me fazendo pisar em seu pé – Tá maluca, mulher?!
– Só fica quieto. – Grunhi constrangida, escutando ele resmungar.
– Bom, sem mais enrolação. Já tivemos muitas surpresas por hoje. – Diretor Yaga diz olhando para Yuuji e depois para mim.
Ele me dá um discreto sorriso e depois volta a uma feição séria, enquanto prendia Satoru, que se debatia tentando se soltar, sendo segurado por um motivo desconhecido por mim.
– O colégio de Tóquio lutará com seu orgulho em jogo, o primeiro time que exorcizar a maldição de segundo grau que foi liberada na área vence! Existem várias outras maldições de terceiro e quarto grau na mesma área. – Continua com a explicação – Se nenhum dos dois times conseguirem atingir as condições de vitória, no prazo estipulado, o time com a maior contagem de exorcismos vence! Não tem mais regras!
Eu e Gakuganji nos encaramos de relance e sorri presunçosa, sei que meus alunos vão meter a porrada nos alunos de Kyoto, pelo bem deles é melhor que ganhem. Eu detestaria perder e ter que olhar pra cara desse velhote com a derrota nas costas.
Estou sendo muito competitiva? Sim, e não tem problema.
– Não preciso nem dizer, mas os times podem atrapalhar uns aos outros. Mas não se esqueçam, vocês são companheiros que lutam por um bem em comum. – Continuava a impedir que Gojo saísse de seu aperto – O propósito do intercâmbio, é conhecer uns aos outros através da competição. Então eu peço para que não matem ou causem ferimentos graves em ninguém! É só isso, estão dispensados.
Ele finalmente solta o Gojo, que soltava um suspiro aliviado.
Me virei para os meus alunos e lancei um olhar de ordem para eles terem um bom plano em mente.
...
Haruna se senta em uma das poltronas da sala onde poderia ver os times em uma corrida de exorcismo pelas câmeras conectadas pelos corvos de Mei Mei. Sua ansiedade estava a flor da pele, adorava os intercâmbios da escola quando era aluna, essa era a sua parte favorita do ano, uma competição onde a única regra é não matar.
E perder não fazia parte do seu vocabulário.
– Aceita um chá? – Utahime a oferece uma xícara fumegante e logo a Gojo pode sentir o cheiro delicioso de hortelã – Parabéns pela gravidez. Com os seus alunos comemorando com vocês, não pude falar antes.
– Obrigada, Utahime. – Peguei a xícara com um pequeno sorriso.
– Sabe, com um bom preço. – Mei Mei se espreita por trás do acento – Eu posso conseguir uma boa babá.
– Babá?
– Você vai cobrar o preço de um rim, né? Proposta negada. – Satoru aparece do nada, se sentando ao meu lado – Eu tenho alunos que podem fazer isso de graça pra gente.
– A pergunta não foi pra você. – Mei da de ombros saindo da sala, vendo o Gojo fazer bico – Mas valeu a tentativa.
Haruna franziu o nariz e voltou a sua atenção para seu chá, bebericando o líquido esverdeado e sentindo seu corpo relaxar com a sensação de calor descendo em sua garganta. Mas logo se assustou quando Satoru cuspiu o que ele estava bebendo ao seu lado.
– Qual o seu problema?!
– Sem educação. – Utahime murmura com desgosto.
– Como vocês bebem essa coisa? Falta açúcar. – Fez careta.
– Me pergunto até hoje como você não é diabético. – Utahime diz com a voz levemente irritada.
– Então você anda pensando em mim, Utahime? – Ele alfinetou com a mão sobre o peito, sorrindo satisfeito quando viu uma veia saltando na testa dela – Fico lisonjeado por isso. Mas estou muito bem casado.
– Gojo! – Ela grunhiu e depois suspirou tentando se acalmar mesmo escutando a risadinha irritante dele, enquanto Haruna os ignorava tomando seu chá – Mas, qual o assunto que queriam falar comigo?
– Que raiva é essa? Desse jeito nunca vai conseguir um namorado.
– Eu não estou com raiva! – Ela responde.
– Foi o que eu pensei, não é como seu eu tivesse feito algo mesmo.
– Satoru, vamos falar sobre o que realmente é importante. – Lancei um olhar carrancudo pra ele para parar de ser tão irritante, vendo Iori começar a perde a paciência.
– Certo! – Ele assentiu com as mãos juntas – Alguém da escola está entrando em contato com algum usuário de maldição, ou até uma maldição em si.
– Não fale bobagens. Um usuário talvez, mas uma maldição?! – Ela exclama e olha para a Gojo – Você também acredita nisso?
– Com tudo que já presenciei até agora... não duvido de nada.
– Nós encontramos várias maldições poderosas recentemente, talvez a pessoa ache que está em contato com um usuário. – Satoru continua – Utahime, eu quero que você investigue o pessoal de Kyoto.
– E se eu fosse o traidor em, Gojo?
– Sem chance! Você é fraca. – Ele diz com humor – Além de não ter essa coragem...
Utahime joga sua xícara de chá nele, descontando sua raiva, mas o mugem não deixa que o líquido quente nem chegasse perto de o atingir. Agradeci silenciosamente por ele estar na minha frente.
– Ih, esconde as garrinhas gatinha.
– Me respeita! – Ele grita – Eu sou sua veterana!
– O que ele quis dizer... – Dei um tapa na nuca dele, mas não o atingiu, logo vendo dar uma risadinha irritante – É que nós dois confiamos em você, Utahime. Sabemos que não faria algo assim.
– Haruna... – Ela diz com a voz chorosa a olha com os olhos brilhando – Como você aguenta esse babaca?
– É o que?!
– Costume e força do hábito. – Ela deu de ombros – E muita paciência.
– É, mas eu peguei ela de jeito. – Ele põe a mão na barriga da esposa – E agora eu amarrei ela direitinho!
– Idiota! – Aproveitou que ele tinha desativado o mugen por um estante e acertou a cabeça dele, fazendo nascer um galo no local – Eu não estou amarrada!
– Quem está amarrada? – Mei Mei aparece novamente no cômodo, se sentando em seu lugar junto dos outros que chegaram.
– Ninguém!
– Calma, Haruna. – Ela sorri levemente, abaixando a cabeça fazendo sua trança platinada cobrir seu rosto, enquanto apoiava sua mão na bochecha – Com seus hormônios a flor da pele te deixando assim, vai acabar ficando com rugas.
– Até você, Mei? – Pergunta fazendo careta enquanto voltava a se sentar e olha para o albino que já ia abrir a boca novamente – Não fala nada.
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