ೋ°|𝗖𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝟑𝟒
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SETEMBRO.
- Olha só, não vou poder te acompanhar. - Satoru diz para Yuuji enquanto andávam.
- E por mais que nossos treinos tenham sido produtivos, não tenho tanto tempo livre como antes. - Haruna da de ombros - Mas você precisa praticar em missões reais agora.
- Então arrumamos um amigo das antigas pra ir com você! - Entraram em uma sala dando de cara com Nanami, que mantinha sua feição de indiferença e Satoru coloca o braço nos ombros do loiro com uma cara animada - Esse aqui é Nanami Kento, um ex funcionário de escritório!
- Por favor, não me chame desse jeito. - Nanami pede com os braços cruzados.
- Ele foi meu parceiro de equipe quando éramos estudantes. - Falou a morena vendo Yuuji observar Nanami curioso - Então confio que ele será bom o suficiente para te ensinar o essencial.
- Tem vários tipos de Xamãs estranhos, mas... - Satoru diz - Esse cara tinha um emprego estável. Isso mostra que ele sabe das coisas, certo? Além de ser um Xamã de primeiro linha.
- Não acho que os outros queiram ouvir esse tipo de coisa de você.
- Ele deixou de ser um funcionário de escritório? - Yuuji pergunta olhando para a mulher ao seu lado que assente - Por que não virou um Xamã desde o começo?
- Vamos começar nos apresentando, certo? - Nanami se solta do aperto do Gojo e se curva em comprimento - É um prazer te conhecer, Yuuji Itadori.
- Ah, sim. É um prazer. - Yuuji se curva.
- E o que eu aprendi na Escola Técnica de Jujutsu, é que os Xamãs são uns idiotas!
Ela franzi os lábios levando a mão até sua testa com o comportamento do Kento, pensando em como o companheiro de equipe não mudou nada em personalidade.
- E o que eu aprendi trabalhando em um escritório, é que trabalho normal é uma coisa idiota! - Cruza os braços novamente.
- Não brinca!? - Yuuji pergunta constrangido.
- Se for a mesma idiotice, farei a coisa que requer mais aptidão.
- Que sombrio. - O rosado murmura para seu professor que concorda.
- Né?
- Idiotas. - Haruna revirou os olhos.
- Você é igualzinha a ele as vezes!
- Como é? - Murmura com uma feição séria e Gojo que se encolheu com o olhar irritado da mulher.
- É por isso... Itadori, não pense que eu e Gojo pensamos igual, eu acredito e confio nele como feiticeiro. - Satoru sorri presunçoso com a fala do Kento - Mas não o respeito!
- Hãn?!
- Eu odeio como os superiores fazem as coisas, mas eu sigo regras e regulações rigorosamente. - Continua - Nossa conversa está se entendendo demais.
- Também acho. - A Gojo concorda - Tenho outras coisas pra fazer, apenas quis me despedir de você, Yuuji. Já que você ficará fora por um tempo.
- Apressada como sempre, em docinho? - Gojo alfinetou sem medo do olhar mortal que sua esposa direcionou a ele novamente.
- Cala a boca. - Haruna virou a cara, não entendendo sua irritação sem sentido, nesses últimos dias qualquer coisa a tirava do sério.
- Enfim, o que eu quero dizer... - Nanami ajeita seus óculos com as sobrancelhas franzidas, presenciando a cena da Gojo mais irritada que o normal e se vira para o Itadori - É que eu não aprovo você sendo um Xamã. Você anda por aí, carregando o Sukuna, quase uma bomba relógio. Só estou fazendo isso, simplesmente porque Haruna deu sua palavra que você vale a pena. Então, por favor, se esforce e mostre que é útil.
- Recentemente eu acabei notando o quanto odeio... o quão fraco e inútil eu sou. - Yuuji abaixa a cabeça com uma gota de suor descendo em sua bochecha - Mas eu vou ficar forte. Forte o suficiente para escolher como eu vou morrer.
Haruna sorri com as palavras do mais novo. Não o achava fraco, o garoto se mostrava ser muito forte fisicamente, e podia não ser um gênio prodígio, mas se esforçava o suficiente para aprender, e sua evolução em algumas semanas de aulas já era visível.
- Mesmo que você não diga nada, eu vou te mostrar que pode confiar em mim. - Yuuji levanta a cabeça determinado - Então espere um pouquinho!
- Diga isso para os superiores, não pra mim. Pra ser sincero, eu não ligo!
- Ah, tá bom!
- Nanami... - Haruna murmurou negando com a cabeça e com um pequeno sorriso nos lábios.
- Bom, agora temos que ir, boa sorte pra vocês. - Satoru acenou passando o braço sobre os ombros da mulher e a levando até a saída, deixando o Itadori sobe os cuidados de Nanami e quando chegaram no lado de fora, se virou pra ela - E aí, vai querer fazer o que?
- Você não estava ocupado? - Haruna tombou a cabeça pro lado.
- Sempre vou ter tempo pra você, querida. - Deu um rápido toque na ponta do nariz dela levemente - Além disso, você não está me dando atenção. Está mais preocupada com o intercâmbio do que comigo!
- Eu quero que eles ganhem! Eles tem que ganhar pelo bem deles. - Ela protestou e depois faz beicinho sentindo sua boca salivar - Mas agora estou... com fome. Vamos comer?
- Hãn? - Ele fazer a testa - Mas comemos a uma hora.
- Estou com fome, não importa se eu comi a uma hora ou dez minutos. - Haruna diz seriamente levando a mão até o queicho pensativa - Estou com vontade de... tomate... não, sopa de tomate. Isso, sopa de tomate!
- Sopa de tomate? - Satoru faz careta enojado - Não sabia que gostava dessa nojeira.
- Não é nojeira. - Ela protesta, imaginando a imagem naquela deliciosa refeição em sua cabeça, aumentando ainda mais sua vontade repentina - Eu quero, agora!
- Minha nossa! - Satoru se assusta levemente com o olhar ansioso dela - Eu vou buscar pra você!
- Isso, vai! - Haruna acena, vendo o homem desaparecer na sua frente e poucos minutos depois, chegando com uma vasilha cheia do líquido avermelhado fumegante em mãos.
- Toma aqui essa coisa nojenta. - Ele entrega quase desesperado, vendo os olhos negros dela brilharem - Pedi pra fazerem pra você na cozinha da escola. Vai comer em pé mesmo?
- Só fica quieto, por favor. - Haruna sorriu enquanto dava uma colherada na sopa, e quando o sabor salgado e levemente doce do tomate se misturou em sua boca, pensou que poderia ter um orgasmo só com aquilo - Isso é tão bom... eu podia até chorar.
- Chorar? - Satoru pergunta confuso - É só uma sopa horrorosa e saudável.
- Mais está deliciosa. - Haruna fungou enchendo a boca outra vez, com seus olhos lacrimejando de emoção - Que maravilha.
- Tá bom, já chega. - Satoru se aproxima com uma feição analítica fazendo a mulher estranhar - Seu humor está horrível, uma hora você quer me matar e um segundo depois parece que seria capaz devorar um cavalo, e depois começa a chorar por causa da comida.
- Não seja burro, se eu quiser te matar, a culpa é sua por ser insuportável. - Haruna franziu os lábios - E todo mundo chora, isso é algo normal.
- Não pra você! No seu caso, chorar é algo raro, que só acontece se realmente for algo sério. - Ele diz tirando o prato descartável das mãos dela e jogando fora em um dos lixos perto dos dois - E chorar por comida não é um motivo sério.
- Seu idiota vendado! - Haruna exclama dando um empurrão no mais velho que não se moveu um centímetro se quer, o que fez sua carranca se aprofundar - Minha sopinha...
- E tem coisas que você adorava, que agora nem mesmo aguenta olhar sem vomitar.
- É normal enjoar alguma coisas que comemos muito.
- Quem enjooa sorvete e chocolate?!
- Isso é problema meu, babaca! - Haruna cruza os braços emburrada - Acha que eu gosto de ter que vomitar sempre que como meu doce favorito?
- Além disso... sua energia amaldiçoada está estranha.
- Do que você está falando? - Haruna pergunta confusa - Minha energia está normal, eu saberia se ela não estivesse como deveria.
- Eu sou o grande Satoru Gojo, portador dos Seis Olhos. Se eu estou dizendo que sua energia não está normal, é porque ela não está. - Ele diz convencido, dando tapinhas na cabeça dela e se afasta alguns passos a observando de cima a baixo - Ela está oscilando, uma hora está densa e forte, e depois fica fraca e quase imperceptível, mesmo quando você não está tentando escondê-la. É algo completamente natural e você não está no controle disso. Faz algumas semanas que percebi enquanto você dormia.
- E porque você não me disse isso antes?
- Achei que fosse coisa de mulher. - Ele deu de ombros com um sorriso constrangido.
- Coisa de mulher? - Haruna pergunta.
- É, você sabe. - Ele coça a nuca - Aquelas coisas que as mulheres tem.
- Isso não tem nada a ver, além de que esse período não dura tanto tempo. Mas de todo o jeito, eu não estou... eu não... - Haruna responde, mas então para e por um segundo, jurou ter escutado um estalo em sua propria cabeça com o pensamento. Depois sua feição de desgosto se desmancha, formando uma de preocupação e engoliu em seco vendo o mais velho a observar curioso - Está tarde, tenho que... trabalhar.
- Mas nem fizemos nada. - Ele reclama com um beicinho desapontado.
- Depois podemos sair para algum lugar hoje a noite. - Haruna diz escondendo a agitação e se aproxima do homem, encostando seus dois dedos na testa dele - Eu te amo.
- Eu também te amo. - Ele franziu a testa escutando a respiração dela ficar agitada, mas resolveu não questionar.
O Gojo colocou suas mãos nos bolsos, enquanto observava a mulher andar na direção dos dormitórios dos estudantes.
Desde que os treinos e a agitação para o intercâmbio começou, a alma competitiva dela despertou. Ver seus alunos ganharem dos de Kyoto era uma provocação ao lider dos Zenin, e uma prova de que eles eram mais fortes. Já que a garota quase foi obrigada a estudar em Kyoto.
E também uma satisfação pessoal de poder presenciar o velho Gakuganji ver seus alunos falharem, já que ela carrega uma rancor de anos pelo velhote. Já que foi ele que aprovou todas os pedidos de Naobito Zenin sobre a submissão dos bens da minha esposa quando ela ainda era de menor e mesmo depois de adulta, e também sobre a guarda de Megumi, que quase foi negado por ele, se eu não tivesse ajudado na conversinha.
Podia dizer que Haruna desprezava mais os velhos do auto-escalão do que eu, se isso fosse possível.
Segui pelo caminho contrário do dela, um pouco preocupado pelo comportamento estranho nessas últimas semanas. Só de lembrar dos olhos negros com um desejo assassino de arrancar minha cabeça só porque resolvi a provocar, me da calafrios.
- Como eu já disse uma vez, mulheres são assustadoras.
...
Depois de passar um tempo com seus alunos para se distrair de seus novos devaneios, Haruna para o carro na frente de uma farmácia já perto de anoitecer.
Sua respiração estava pesada e seu estômago parecia queimar em nervosismo. Sua ansiedade estava a matando, não sabia quantas vezes tinha olhado para seu relógio de pulso, vendo os minutos se passarem rapidamente, junto da vontade de entrar e descobrir se o que estava pensando era real ou não.
Isso é loucura.
Queria estar errada. E como queria.
Como pode não ter notado antes?
Era vergonhoso, saber que só tinha percebido pelos palpites de Satoru, mesmo que o que ele estivesse pensando fosse diferente do que veio em sua cabeça.
Minha menstruação estava atrasada a um bom tempo, e como ele me disse mais cedo, meus sentimentos estavam a flor da pele, qualquer coisinha podia me irritar facilmente, só a voz dele me tirava do sério em alguns momentos. Estava comendo mais que o normal e o enjoo matinal estava presente quase todas as manhãs, ou quando tentava saborear alguma coisa, que a algum tempo eu simplesmente adorava.
Pensei ser apenas uma virose ou algo do tipo. Mas isso não passou pela minha cabeça em nenhum momento.
- Eu sou tão burra. - Murmurou encostando a cabeça no volante - Como eu pude deixar isso acontecer?
Tomou coragem e saiu do carro seguindo sem pressa até a entrada da farmácia, abrindo a porta dupla de vidro e andando hesitante até onde estavam os testes de gravidez com um olhar perdido. Tinham várias marcas diferentes, não sabia quais pegar, então resolveu pegar três deles. Pagou o que devia e entrou no carro novamente, jogando a sacola com as compras no banco do passageiro.
- Está bem... vamos lá. - Respirou fundo indo em direção de sua casa, torcendo silenciosamente para que Satoru não estivesse por lá.
Assim que chegou estacionou rapidamente e correu até a entrada, destrancou a porta e espiou pela fresta, não sentindo a presença de ninguém lá dentro, então suspirou de alívio.
- Tá, isso é ridículo. - Apertou a alça da sacola e andou até seu quarto.
Entrou no banheiro e trancou a porta com as mãos trêmulas, tirou os testes das embalagens e leu as instruções dos três, eram todos iguais. Urinar no palitinho e esperar dez minutos para ter o resultado. Se tiver apenas um risco, negativo, mas se tiver dois, positivo.
Engoliu em seco seguindo as instruções rapidamente assim que sentiu que sua bexiga já estava precisando ser esvaziada. Depois de feito, colocou os testes já usados em cima da pia e esperou.
Andava de um lado para o outro, praticamente roendo as unhas, suas mãos suavam e seu estômago se revirava de tanto nervosismo. Estava a ponto de arrancar os cabelos, esses com certeza foram os dez minutos mais longos de sua vida.
Mas assim que o ponteiro de seu relógio marcou que o tempo de espera havia terminado, sua ansiedade foi embora completamente. Agora estava com medo do resultado.
Bateu a mão na testa e fechou os olhos.
- Deixa de frescura, saber ou não, não mudará nada. - Murmurou para si mesma indo até a pia e pegou dois deles vendo que ambos tinham duas linhas neles e sentiu que sua pressão havia abaixado, podia cair no chão a qualquer momento - Céus...
Sua respiração ficou descompassada e pegou o último que faltava e viu que também marcava os dois riscos. Ou seja, os três testes deram positivo.
- Positivo... - Se apoiou na pia quando pegou os testes e invocou o Amaterasu os queimando por completo junto com suas caixas, deixando apenas suas cinzas, as jogando no lixo.
Trincou a mandíbula e seu estômago embrulhou com o nervosismo, se abaixou na direção do vaso, vomitando o que tinha no estômago e segurou seus cabelos para trás engolindo em seco. Assim que terminou, fechou a tampa e deu descarga se levantando novamente com um olhar perdido.
- Eu estou grávida. - Murmurou ainda não acreditando na recém descoberta e em suas próprias palavras e depois arregalou os olhos - Ai, meu Deus, eu estou grávida!
Seus olhos arderam levemente e sua visão ficou embaçada, assim que os fechou suas bochechas foram molhadas pelas lágrimas que se formaram. Cobriu a boca com a mão impedindo que o som do soluço se soltasse.
Não sabia o que sentia naquele momento de tantas sensações misturadas. Não conseguiu distinguir com clareza, mas junto com a insegurança, negação e pavor, foi inevitável sentir um calor no peito. Alegria.
Mas o medo passou por cima de todos os outros facilmente. Tinha acontecido exatamente o que os superiores queriam.
Levando em consideração de que os sintomas que não levou a sério, começaram bem antes de exigirem isso outra vez.
Mas, se estava feito, está feito.
Desde pequena se imaginou segurando seu bebê nos braços, seu próprio filho. E com tudo que aconteceu com sua família, imaginar em levar seu sangue tão raro para a próxima geração era uma vontade que se estendeu por muito tempo. Mas essa criança não é apenas dela, a opinião sobre isso não é apenas dela.
O que Satoru acharia disso?
Ele ficaria decepcionado com o descuido?
Eram poucas as vezes que ele falou de filhos de uma forma séria de verdade, as poucas vezes foram na brincadeira apenas para me provocar. Sempre na brincadeira, com as piadas pervertidas.
Mas agora era diferente, ele revelou que não queria ser responsável por trazer alguém ao mundo para passar pelas exigências de Naobito e os anciãos do auto-escalão jujutsu. E nós dois concordamos que ter um filho não era uma opção nesse momento.
E que isso não deveria acontecer.
Não sabia se essa insegurança era fruto dos possíveis hormônios, mas a sua cabeça já formava várias cenas em que ele não veria essa gravidez surpresa como algo bom.
- O que eu faço agora? - Murmurou, se encostando na parede fria, cobrindo os olhos com as mãos sem saber o que fazer. E sem mesmo perceber, sua mão direita desceu lentamente até seu ventre.
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