
ೋ°|𝗖𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝟐𝟕
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- Seus Shikigamis, usam sombras como um meio, não é? - Sukuna pergunta interessado, vendo o Fushiguro caído no chão, depois de ter atravessado o prédio em que ele jogou o garoto.
- E daí? - Megumi murmurou.
- Hum, agora entendi o motivo da Uchiha ter te pego antes dos Zenin. - A maldição fala com a mão no queicho. Essa técnica não precisa de amuleto, então pode ser usada em várias situações - Você não entende, não é? Naquela hora, você fugiu, mas que desperdício de talento. Mas enfim... - Ele apontou para o buraco em seu peito onde tinha arrancado o coração do Itadori - Isso aqui, ó... eu não vou curar.
Megumi travou a mandíbula.
O ar do lugar começou a esquentar lentamente, e o sorriso maldoso de Sukuna se desmanchou quando sentiu uma energia amaldiçoada transbordando ao redor do local. Megumi não conseguiu segurar o sorriso aliviado e suspirou, se deixando cair sentado no chão exausto.
- Acabou a bagunça. - Sukuna se virou e pode ver a Uchiha a alguns metros de onde ele estava, com uma feição séria - Ryomen Sukuna.
- Ah, boneca! - Ele sorriu com as mãos nós bolsos - Que bela surpresa, ir atrás de você era exatamente o que eu ia fazer quando terminasse de matar esse outro moleque.
Haruna desceu o olhar dos olhos maldosos da maldição, para seu peito cheio de sangue e travou a mandíbula quando percebeu o buraco no na região. Ele tinha arrancado o coração do Yuuji, qualquer deslize resultaria a morte do garoto, se o Itadori tomasse o controle do corpo novamente era esse caminho que ele seguiria, não poderia deixar isso acontecer, não agora.
Ainda é muito cedo. Mas como faria isso? É do Sukuna que estava se metendo.
- Curio, agora.
- Você sabe que não vou fazer isso. - Ele nega presunçoso - Já é tarde, e se ele voltar, morre.
Ela revirou os olhos e com uma velocidade absurda, joga sua lâmina dourada na direção de Megumi e se teletransporta assim que chega a um metro de distância do Fushiguro. Ele estava todo sujo de poeira e sangue que descia de sua cabeça e sua respiração estava ofegante.
Sukuna a olha surpreso e então solta uma risada quase orgulhosa.
- A sua velocidade é impressionante.
- Você está bem, Megumi? - Haruna ignora a maldição se abaixando e olhando nos olhos azuis escuros do Fushiguro que assentiu - Olha o que esse desgraçado fez com você também...
- Ele engoliu mais um dedo. O Yuuji... não vai resistir desse jeito. - Megumi murmurou sentindo a mulher apertar seu ombro nervosamente - Se ele voltar, vai morrer.
- Eu sei. - Acaricia os cabelos negros e bagunçados do garoto com ternura e se levanta com um olhar sério, olhando nos olhos de Sukuna - Suas ações estúpidas me lembram uma pessoa que eu matei. Seria satisfatório fazer você sentir o mesmo que ele sentiu.
- É bem ofensivo da sua parte me comparar com qualquer Feiticeiro Jujutsu. - Ele estala os dedos das mãos e a olha com uma feição sádica - Mas você não pode me matar, ou então vai acabar levando esse moleque também.
- Não precisa repetir o que eu já sei. - Haruna ativa seu Sharingan.
- Esses olhos... a séculos não os vejo. - Sukuna observa os olhos vermelhos dela com curiosidade - Vai ser muito bom possuí-los. E essa energia toda que você aumentou... vou pegar tudo devolta!
Ele usa sua velocidade para ficar bem em frente da mulher e usou seu punho para exercê-la, mas seu golpe é segurado por ela facilmente, como se tivesse previsto seu movimento, e ela tinha.
Sukuna desmanchou seu sorriso e a acertou novamente, e em menos de um segundo os dois começaram a uma sequência de socos e chutes tão bem elaborados, que parecia até uma dança dolorosa e perigosa demais para quem errasse um dos passos.
Haruna sorriu quando segurou o braço dele e o arremessou na parede. Ela sabia, essa não era a força total de Sukuna, ele só tinha posse de três dedos, mas mesmo assim não poderia abaixar a quarda. Não se quisesse morrer hoje.
Sukuna limpou o sangue que descia de sua boca com impaciência. Lutar com a Uchiha era quase tão complexo quando o Gojo. Todo o movimento que fazia, a mulher prévia, seus olhos da percepção eram dificílimos de enganar. Então teria que ser mais rápido, era assim que se vencia o Sharingan, sendo mais rápido que ele.
Mas o Sharingan da Uchiha não era como se lembrava, sua formação era diferente. Sua energia estava diferente, tudo nela era diferente do Uchiha que conheceu a séculos atrás, mas ao memso tempo, era igual. Tudo estava confuso.
- Vocês Feiticeiros Jujutsu dão muito trabalho. - Resmungou se levantando vendo a mulher com as mãos nos bolsos com uma feição indiferente e trincou os dentes - Não importa a era!
- Bem que Satoru disso que você é fraco. Você é mesmo o rei das maldições? - Ela alfinetou vendo o olhar furioso dele sobre ela - Agora cure o Itadori!
- Entenda o meu lado, não importa o que você faça, eu não vou curá-lo. Se eu morrer, ele vai junto, mas enquanto isso... não vou ceder o controle desse corpo. - Perguntou vendo a mulher ficar em silêncio - Mas se por acaso eu fizer, o que eu ganho com isso?
Sei o que ele quer. Quer que eu me renda para salvar Yuuji. Mas se eu fazer isso o resultado vai ser ainda mais catastrófico, bem pior do que se ele tomasse o corpo do garoto.
- Não! - Megumi exclama fazendo a mulher respirar fundo para não perder a concentração - Não faça isso! Pense no que aconteceria, Haruna. O Yuuji nunca concordaria com isso!
- Não se mete pirralho! - Sukuna resmunga revirando os olhos - Deixe os adultos cuidarem dos seus problemas em paz. Vai tirar uma soneca, vai.
- Mesmo o conhecendo a poucos dias, eu já o considero muito, Sukuna. Como você não vai curá-lo, vai usar seu corpo para fazer mal a pessoas inocentes que Yuuji estava lutando para proteger. - Ela diz olhando para o peito ensanguentado do rosado e fecha as mãos em punhos - Eu sei que ele morreria para impedir que você faça isso, não sei o motivo dele não conseguir te controlar como antes, mas... se ele voltar por conta própria, também vai morrer. Então ele vai morrer de todo o jeito, mesmo que eu não queira, te matar de uma vez por todas é o certo a se fazer nesse momento.
- Belo discurso. - Ele bate palmas irônico - Mas será que você vai suportar matar um garoto como ele? O quão fria você pode ser pra matar uma criança?
Haruna engoliu em seco sem saber o que dizer.
Ela sente uma mão e seu ombro e vê Megumi ao seu lado com uma feição cansada, mas determinada. Haruna segurou o garoto, o ajudando a ficar de pé e se virou novamente para a maldição, mas antes de começar a falar, foi interrompida pelo Fushiguro.
- Eu não quero um motivo lógico para salvá-lo, eu tinha minhas dúvidas, mas... é uma decisão egoísta elevada a emoções. Mas não tem problema, Haruna. - Megumi murmurou olhando nos olhos avermelhados dela e desvia para o rosado - E Yuuji... não somos heróis, somos feiticeiros. E por esse motivo nunca vou me arrepender de te salvar. Nem uma única vez.
Haruna engoliu em seco processandoo o que Fushiguro tinha dito, ele realmente cresceu.
Estava se sentindo orgulhosa da pessoa que Megumi estava se tornando, sentia como se seu papel já estivesse completo, mesmo que não tivesse entendido o real motivo dele ter dito aquilo. Tinha o criado longe da politicagem dos Zenin, e o prevenido de pensar como eles, era o que importava.
Mas também sentia tristeza, já sabia que Yuuji teria que morrer uma hora ou outra por ser o receptáculo do Sukuna, mas não queria que fosse tão cedo. Ele é jovem, ainda tinha muito o que viver.
Ela não poderia mais atrasar sua sentença. Essa é a pior parte.
- Me desculpe, Yuuji. Eu nunca quis ver uma pessoa boa como você, morrer dessa maneira e tão jovem. Se você está me escutando, por favor, seja forte, não deixe ele te controlar assim! - Haruna exclama com lágrimas começando a se formar em seus olhos escarlates - Você é meu aluno e eu conheço seu potencial e seus ideias. Você quer salvar as pessoas, e dar um final digno a elas. Yuuji... você é forte, então provê e use sua força pra isso!
Ela abaixou o olhar impedindo que mais de sua energia amaldiçoada saísse e deixasse o ar mais sufocante para todos. Megumi encostou o rosto no ombro da mais velha vendo a tristeza no olhar dela.
- Entendi. - Yuuji coça a nuca com um sorriso chamando a atenção deles.
Haruna levanta o olhar quase de imediato, quando escuta a voz do Itadori e uma pontada de esperança nasce em seu peito.
- Yuuji! - Ela sorri orgulhosa - Você conseguiu.
- Obrigado por acreditar em mim, Haruna-Sensei. - Ele acena com a cabeça e mais sangue jorra de seu peito - Foi por pouco tempo, mas até que foi divertido.
- Eu não pude impedir...
- Não tem problema, isso deveria acontecer de um jeito ou de outro. Eu nunca me perdoaria se Sukuna usasse meu corpo ou até o seu, pra fazer mal a pessoas inocentes por minha culpa. Obrigado por respeitar isso. - Yuuji leva o olhar até o rosto do moreno ao lado da mulher - Você é bem esperto Fushiguro, então... deve estar pensando bem mais que eu agora. Eu não acho o jeito que você vive sua vida esteja certo... mas também não acho que esteja errado.
Haruna franzi a testa confusa e se vira para o Fushiguro, que apenas fechou os olhos, virando o rosto para o lado oposto do dela.
- Ah, foi mal... já é minha hora.- Mais sangue escorre e olha nos olhos da Seisei e do colega de equipe - Vivam bastante, tá bom?
Ele fecha os olhos e seu corpo cai no chão, bem na frente dos dois.
Haruna ofega mas mantém uma boa postura, tinha que ser forte por Megumi agora, não podia ficar abalada e o deixar mais nervoso. Não era mais uma garotinha, era uma Feiticeira Jujutsu de nível especial, ver a morte de alguém não devia a abalar, ou pelo menos, não deveria transparecer. Deveria suportar em silêncio.
- Yuuji... - Haruna murmurou baixinho e puxou o Fushiguro para um abraço impedindo que o garoto continuasse a olhar para o corpo sem vida do Itadori no chão - Me desculpe.
...
- Megumi está arrasado, só não deixa transparecer para ninguém, mas ele não consegue esconder de mim.
- Não é fácil perder um companheiro de equipe. - Satoru murmurou a acompanhando.
- Quando eu cheguei, Sukuna já tinha o controle do corpo do Yuuji. Ele arrancou o coração para mantê-lo como refém e ficar em completa vantagem. - Haruna murmurou enquanto andava até o necrotério junto do Gojo, horas depois da morte do aluno - Sukuna queria uma troca, se eu me entregasse e o deixasse pegar o que queria, ele o curaria.
- A culpa não foi sua. - Satoru se vira para a mulher - Tudo aquilo foi planejado.
- Se eu tivesse sido mais rápida...
- Eles os mandaram ainda mais cedo para a missão, temendo que algo não saísse como o planejado, eu acho. - Satoru acariciava o braço dela sentindo seu corpo tenso - Não teria como chegar a tempo de todo jeito.
- Mas...
- Mas nada, não esquente a cabeça. - Ele a interrompeu - Não podemos fazer nada a respeito sobre a vida do Yuuji. Mas lembre-se que ele iria morrer de todo o jeito, mas fizemos o possível para fazê-lo viver por mais tempo, isso que importa.
- Foi muito cedo.
- Eu sei... - O feiticeiro suspirou e beijou a testa dela com carinho e segurou sua mão - Agora vamos, devem estar nos esperando.
- Sabe... essa é a pior parte de ser um Feiticeiro Jujutsu. - Se lembrou das palavras de Megumi, Não somos heróis - Não podemos salvar todo mundo.
Ele concorda e passa seu braço pelos meus ombros e fomos até o necrotério em silêncio. Assim que chegamos me encostei na parede e fiquei lá, observando o corpo sem vida de Yuuji de longe, coberto pelo tecido branco. É uma cena que me fez ter uma sensação ruim de djavú.
É difícil de acreditar que os anciãos poderiam jogar tão sujo assim, apenas por medo.
- Foi de propósito?
Ijichi estremeceu nervosamente com o tom de voz do Gojo.
- Você pode até dizer isso, mas...
- Despachar os calouros para resgatar cinco pessoas sem informação alguma do estado delas... - Ele continua enquanto observavamos o corpo de Yuuji coberto por um fino tecido branco do necrotério - E ainda por cima, fazer eles lutarem contra oponentes de alta periculosidade... é surreal.
- Isso poderia ter custado a vida de outros dois alunos. - Murmurei encarando a parede fixamente - Como tiveram coragem de fazer isso?
- Apenas segui ordens. - Ijichi se curvou engolindo em seco.
- Eu me ferrei todo pra adiar a pena de morte do Yuuji. - Satoru suspirou - Aproveitaram nossa ausência e se livram no segundo que sumimos, usando uma maldição de alto nível, foi isso, estou certo? - Coçou a nuca seriamente - Mesmo se os outros dois morressem, pensaram que fazer isso seria matar dois coelhos em uma cajadada só, não foi?
- N-Não. Quando o despache foi decidido... - Ijichi tremia nervoso com a mão sobre a boca - Ninguém esperava que fossem de alto nível.
- Procurar um culpado é uma perda de tempo. - Resmunguei.
- Além de ser problemático. - Satoru assentiu e depois encarou sua esposa que jazia encostada na parede de braços cruzados e feição indiferente - Então não seria mais fácil... matar todo mundo no topo, de vez?
- No que adiantaria? - Franzi os lábios - Começariam a nos ver como vilões e eles poderiam substituir os velhos por outros facilmente.
- E estranho ver vocês tão irritados assim. - Ijichi murmurou - Vocês gostavam mesmo dele, hein?
- Bem, eu sou um cara legal que ama seus alunos. - Satoru respondeu.
Escutamos a porta se abrir e Shoko entra enrolando uma mecha de seu cabelo castanho em seu dedo despreocupadamente.
- Não caiam matando em cima do Ijichi. - Shoko nos repreende e eu revirei os olhos - É difícil ser um intermediário entre nós e os superiores.
- Doutora... - Ijichi murmurou com as bochechas coradas.
- Eu tô cagando pros problemas dele. - Satoru cruza os braços emburrado.
- Sério? - Ela pergunta me olhando com uma feição questionadora.
- Não olha pra mim. - Virei a cara.
- Vocês dois realmente se merecem. - Shoko andou até o corpo do rosado e puxou o pano branco mostrando o Itadori por completo - Então esse é o hospedeiro do Sukuna, certo?
- O próprio. - Respondi observando de relance.
- Posso dissecá-lo como quiser?
- Fique a vontade. - Satoru assentiu.
- E claro que sim, quem você acha que eu sou? - Ela estala os dedos com uma feição entediada.
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