ೋ°|𝗖𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝟏𝟖
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- Deixa de frescura, Nanami. - Resmunguei sendo contrariada pelo loiro - Eu só preciso desse favor.
- Não.
- Você está mais chato que o normal. - Cruzei os braços.
- Eu já disse que agora tenho minhas responsabilidades, então não conte comigo. - Kento revira os olhos enquanto a garçonete deixava os dois cafés que eles pediram sobre a mesa - Não sou mais um feiticeiro, Haruna. Fazer missões atrás de missões é uma chatice.
- E ficar preso dentro de um escritório é legal por acaso? - Haruna pergunta bebericando seu café, vendo a carranca do homem aumentar.
- Só voltarei se realmente for uma emergência.
- Mas isso é uma emergência, Nanami. - Ela encostou os cotovelos na mesa e susurrou - Você não escutou a parte que eu disse sobre um garoto amaldiçoado por um espírito de grau especial?
- Não é problema meu. Isso só diz respeito ao Auto-Escalão Jujutsu e aos seus queridinhos favoritos. - Kento toma um gole de seu café com desinteresse vendo uma gota descer na testa da mulher com uma feição de desgosto - Não vou ser babá do garoto, como você e o Gojo.
- Mas, Nanami... - Ela estreita os olhos com uma feição fechada - Você é um Xamã de primeiro nível, não perca tempo naquela empresa. Sou sua colega, companheira, e você está me trocando pelos emgomadinhos de lá.
- Não use sua manipulação em mim. E não jogue seu drama pra cima de mim também, você está ficando igualzinha ao Gojo. Tanto que vai se casar com ele. Como isso aconteceu mesmo? - Kento ignora o drama dela - Quer saber? Não me conte, nada relacionado a vocês dois é algo normal.
- O que?!
- Afinal... por que não treina o garoto sozinha?
- Não sou uma boa professora. Lembra do Megumi? - Haruna faz uma careta - Eu quase quebrei o coitado quando aumentei o grau de dificuldade. Yuta é como um ursinho de pelúcia medroso, o que eu faria com ele?
- O quebraria e o tornaria mais forte, assim como você está fazendo com o Fushiguro. - Nanami responde como se fosse óbvio - E o Gojo? A responsabilidade é dele também.
- Você o conhece? - Haruna levanta a sobrancelha - Há três meses Satoru colocou os outros pra treinar com o Yuta, aproveitou que Maki precisava de alguém para treinar com armas, já que o Panda e o Toge não precisam tanto.
- Entendo... - Ele assentiu - E está tendo resultado?
- Ele melhorou bastante, está bem motivado. - Ela tomou mais um pouco do café - Hoje mesmo Satoru vai mandá-lo em uma missão com o Inumaki.
- Ele vai estar supervisiondo os dois?
- Não.
- Agora eu entendi porque você queria que eu voltasse. - Nanami murmurou vendo a Uchiha franzir o nariz - Vocês são dois irresponsáveis!
- Ei! - O fitou indignada - Eu que vou supervisionar.
- Pelo menos isso. - Nanami revirou os olhos e suspira - E como vai a sua procura?
- Na mesma, mas as vezes me questiono se ele ainda está vivo. - Encolhi os ombros - E esses três meses parada não me ajudaram em nada na busca. Tenho ordens da chefia pra não sair de Tóquio até que o problema seja resolvido.
- Vai por mim, se Katsuo Uchiha estivesse morto, todos nós saberíamos. Então não precisa se preocupar tanto. - Ele se levantou deixando o dinheiro sobe a mesa - Tenho que ir.
- Foi um prazer te ver de novo, Kento. - Revirou os olhos vendo ele sair da caféteria me deixando sozinha com meus próprios pensamentos enquanto girava o anel de noivado em meu dedo.
...
Dirigi o mais rápido que pude até a escola, e assim que eu cheguei pude ver o carro de Ijichi Kiyotaka. Estacionei bem ao lado e pude ver Satoru conversando com um Yuta completamente assustado.
- ... a sua cabeça e a minha vão ser arrancadas! - Escutei a voz brincalhona do Gojo e um gritinho desesperado do Okkotsu.
- Ninguém vai perder a cabeça. Não liga para o que ele diz, Yuta. - Andei até eles chamando a atenção dos dois - Todo mundo faz isso, é saudável.
- Haruna-Sensei?! - Ele arregala os olhos surpreso.
- Finalmente apareceu! - Satoru corre até mim a passa seu braço pelos meus ombros violando meu espaço pessoal na frente dos alunos, mas ele não sabe o que é isso, e não adianta reclamar - Yuta, Toge! Vocês vão estar sobe a responsabilidade dela hoje. Não é legal?!
- Okaka.
Pelo menos isso. Yuta suspirou mais aliviado e apertou sua katana com mais força vendo a feição fechada da Seisei, junto de seu outro professor, que a prendia em um abraço de lado com uma feição empolgada.
- Melhor irmos logo. - Vi a hora no celular e olhei para o Okkotsu que estava tão nervoso que suas mãos tremiam - Vocês vão se sair bem nessa missão, deem o seu melhor.
- Salmão. - O Toge concorda.
- Até depois. - Me virei para o Gojo tirando seu braço dos meus ombros - Não faça nada estúpido.
- Quem você acha que eu sou? - Me olha desacreditado e levantei uma sobrancelha vendo ele fazer bico - Até mais tarde.
Assenti e olhei de relance para os dois alunos que andavam até o carro e voltei minha atenção para o albino, levando meus lábios até sua bochecha e dando um beijo rápido.
- Volto logo. - Sorri vendo as bochechas levemente coradas do Gojo.
Me virei seguindo os mais novos, onde Ijichi já nos aguardava. Durante o caminho comecei a ler os arquivos da missão, mas conseguia até sentir a aflição do Okkotsu no ar.
- Não se preocupe, Yuta. - Tentei o acalmar - Essa missão vai ser mole.
- Está bem. - Ele assentiu forçando um sorriso.
- Vejam. - Olhei para a tela do Tablet do Kiyotaka - Na inspeção hoje mais cedo, só foram observadas algumas maldições de nível baixo, nada mais que isso. No máximo nível 3, vai ser moleza pros dois.
- Maionese de atum. - Toge assentiu fazendo o Okkotsu suspirar mais aliviado.
Voltamos a ficar em silêncio durante todo o caminho e quando chegamos paramos na frente de um prédio que seria demolido em breve. Yuta e eu observavamos o lugar com curiosidade.
- Esse é o distrito comercial Hapina. Atualmente um distrito interditado. - Ijichi leu as informações - Uma parte desse local será demolida para a construção de um grande Shopping.
- E não queremos que uma construção como essa esteja cheia de maldições. - Cutuquei o ombro do Yuta que se encolheu.
- Essa missão foi confiada a supervisão da feiticeira de primeiro nível, Haruna Uchiha. E o exorcismo ao feiticeiro de pré-primeiro nível, Toge Inumaki. - Ijichi travou não vendo Toge em lugar nenhum - Onde ele está?!
- Bem ali. - Apontei para o Inumaki que saia de uma loja de conveniência com uma sacola em seu braço.
- O que você comprou? - Yuta pergunta.
- Okaka.
- Remédio pra garganta. - Toquei o ombro do Okkotsu e olhei para os dois alunos - Entrem lá dentro, e exorcizem.
- Vou abaixar a cortina. - Ijichi diz enquanto eles entravam no prédio - Surja das sombras como a escuridão e torne-se mais escuro que o breu e purifique e exorcize tudo que for impuro.
Uma cortina de cor azul escura cobriu toda a área, deixando impossível de ver o que tinha lá dentro, ocultado por ela. Mas não totalmente para mim. Ativei meu Sharingan e forçei minha visão contra a cortina sentindo o movimento da energia amaldiçoada do Okkotsu e Inumaki, junto com uma fraca energia agrupada que deduzi ser as maldições de nível baixo. Toge sendo um feiticeiro de quase primeiro Nível e Yuta de Nível especial, essa missão seria mais fácil que tirar doce de criança.
O movimento estava calmo e seria fácil pra eles eliminarem essas pequenas maldições, então desativei meus olhos. Cruzei os braços e esperei, minutos se passaram e nada dos dois aparecerem.
Com a fala amaldiçoada de Toge isso poderia se resolver em segundos.
Estranho.
Me virei para a cortina novamente, e ativando o Sharingan, mas então senti algo estranho, minha percepção começou a falhar.
Derrepente, em um piscar de olhos, não consegui sentir ou ver a energia de nada lá dentro. Usei mais energia para ativar o Mangekyou Sharingan fazendo meus tomoes se fundirem a pupila e ficarem mais apurados. Mas sem sucesso. Travei a mandíbula e me virei para Ijichi que já me observava de uma forma estranha e franzi a testa.
- Ijichi acorda! - Ele deu um pulo com uma gota em sua testa constrangido - Por que você tirou minha conexão com eles lá dentro?
- M-Mas eu... eu não mudei nada na cortina. - Ele respondeu nervoso.
Arregalei os olhos em choque voltando minha atenção na cortina a nossa frente. E mesmo que Ijichi tentasse, ele não conseguiria. Apenas duas pessoas sabiam como fazer uma barreira que poderia ocultar meus olhos. Ofeguei engolindo em seco.
- Abaixa a cortina, agora!
- Mas...
- Agora! - Ele se assusta quando olhei em seus olhos e me obdece.
Assim que o manto azul escuro começa a desaparecer podíamos ver uma esverdeada escondida bem atrás da outra, para não ser percebida e ocultar sua energia.
- Suguro. - Reconheceria a essência dessa energia amaldiçoada em qualquer lugar - Estamos em uma enrascada.
- Como assim?
- É uma emergência, e das grandes. - Peguei minhas agulhas e corri até a cortina a atingindo com força, mas nenhum dano foi feito. Encostei minha testa na cortina - O que eu faço... o que eu faço?
Me levantei e respirei fundo quardando minhas agulhas e levantando minha mão levando energia até ela, dois segundos depois uma espada começou a surgir como chamas que reluziam em minha mão. A espada Totsuka poderia resolver esse probleminha.
- Abaixe outra cortina, Ijichi. - Pedi e olhei para ele de relance - Eu vou entrar.
- Está bem! - Ele assentiu.
- Está tentando me deixar de fora, Suguro? - Susurrei acertando a barreira e criando uma pequena rachadura - Mas você não me conhece como antes, seu fracassado!
Enfiei a espada outra vez e mais outra, até que causou um estrondo e outra rachadura, levantei a espada e perfurei a cortina e com a ajuda do apoio da minha perna direita, fiz força para baixo a cortando devagar. Ainda segurando a arma, chutei a barreira algumas vezes fazendo uma abertura de um tamanho suficiente para conseguir atravessar, então assim fiz.
Rapidamente pude ver Okkotsu e Inumaki batendo as mãos e estranhei o sorriso no rosto do moreno. Sentia a presença de Geto, a cortina era dele, eu tenho certeza, mas está calmo demais e a energia amaldiçoada dele ainda está pairando no ar.
- Yuta! Toge! - Observei que o Okkotsu estava todo ferrado e o Inumaki não estava diferente - Vocês estão bem?!
- Okaka. - Toge assentiu.
- Não foi nada de mais... - Yuta respondeu mas arregalou os olhos quando olhou nos meus - Seus olhos estão vermelhos, isso é normal?!
- Salmão... - Inumaki coça a nuca.
- O que aconteceu aqui?
- Uma outra maldição apareceu. - Yuta responde segurando sua katana com mais firmeza - Ela era bem forte.
Travei a mandíbula. Outra maldição, uma manipulação de maldição, Geto. Ele esta aqui, ou estava, sua presença estava ficando cada vez mais fraca. Levantei meu olhar tentando achar alguma pista, mas até a cortina estava sumindo, isso significa que quem a criou já deixou o local.
- Cheguei tarde.
- Não se preocupe Haruna-Sensei, estamos bem e conseguimos exorcizar a maldição. - Yuta tenta acalmar a mais velha que estava agindo estranho ao seu ver.
- Ah, querido... quem dera fosse só isso. - Perguntei fechando minhas mãos em punhos fazendo a espada Totsuka desaparecer - Vocês foram bem. Vamos voltar para a escola.
...
Haruna estava com a testa encostada na parede do corredor, com uma feição depressiva enquanto Satoru tentava acalmá-la, sem sucesso. Depois que chegaram na escola, ela e Ijichi foram bombardeados por perguntas, aumentando ainda mais a frustração da Uchiha.
- Alguém jogou uma maldição de primeiro grau debaixo da minha cortina. - Ijichi se auto repreendia - E aquilo era uma maldição que nem sabiamos que era possível...
- Não. Tinha outra barreira abaixo da sua... quem fez isso não queria que eu entrasse ou percebesse alguma coisa. - Huruna murmurou fechando as mãos em punhos - A culpa é toda minha. E se os meninos não tivessem conseguido exorcizar a maldição?
- Mas eles conseguiram. São nossos alunos. - Satoru responde dando de ombros escutando a morena resmungar - Não é culpa sua, Haru.
- Então... significa que vocês conhecem o responsável?
Haruna e Satoru se entreolharam e ela engoliu em seco voltando a encostar a testa na parede ainda mais frustrada.
Como eu podia ter tido mais uma chance e a desperdiçado?
- Suguro Geto. Um dos únicos quatro de grau especial. - Satoru explica - Ele matou cerca de 100 civis com maldições e foi expulso da Escola de Jujutsu. Ele é o pior tipo de feiticeiro que existe.
Ijichi paralisou no lugar com a testa soando e uma feição nervosa. Haruna respirou fundo finalmente deixando sua fase depressiva desde que chegou naquele lugar.
- Ah, com licença. - Kiyotaka se curvou saindo logo em seguida.
- Ele está devolta. - Haruna murmurou - Depois de todos esse anos.
- Suguro não ia ficar nas sombras pra sempre, você sabe bem o objetivo dele. - Gojo andou até ficar em frente com a mulher e a abraçou sentindo o corpo dela tenso.
- Eu sei... só que faz tanto tempo, pensar que estive tão perto de achá-lo, mas não conseguir, é frustrante. - Ela encostou o rosto no peito dele sentindo o calor de seu abraço - Se eu não tivesse hesitado antes...
- Eu também hesitei, tive a chance e joguei fora. Suguro não é qualquer um Haruna, você também já viveu o suficiente com ele para se importar. - Satoru segurou o queicho dela levantando seu rosto e dando um simples selar em seus lábios - Mas não podemos salvar aqueles que não querem ser salvos. Então não vamos hesitar mais, está bem?
Haruna assentiu voltando a abraçar o mais velho se sentindo mais segura e confortável em seus braços.
...
Suguro andou pelo corredor até chegar no final dela, onde havia uma porta dupla de um escritório. Abriu esta, tendo vista de uma sala escura, iluminada apenas pela luz do fim de tarde que atravessava as cortinas de tecido branco fino da janela. Bem em frente da entrada, alguém o observava atento a cada movimento do Geto.
- Suguro... não esperava sua visita.
- Katsuo. - Geto comprimentou - Vejo que voltou das suas aventuras.
- Foi divertido e produtivo. - Cruzou os braços para trás - Mas ela está em Tóquio, então continuar indo de um lugar para o outro pelo país, seria uma perda de tempo. Pelo menos ouvi dizer que ela ficou mais forte.
- Eu a vi hoje, ela é bem inconveniente. - Concordou - Só vim avisar que estamos quase prontos para irmos, vamos derrubar o pilar do mundo jujutsu. A Escola Técnica de Jujutsu de Tóquio.
- Entendo. - O mais velho assentiu - Está mais que na hora de começar, esperei vinte anos por isso. O que você achou dela?
- Haruna está realmente mais forte. - Suguro respondeu vendo o olhar do Uchiha brilhar em vermelho escarlate - Ela derrubou minha barreira e a atravessou, sendo que a coloquei justamente para que não entrasse e atrapalhar meus planos. Embora seja apenas uma feiticeira de primeiro nível.
- Tão inocente, Suguro. Ela não aceitou promoções para não mostrar seu real potencial, garota esperta. - Katsuo estalou a língua - Mas não o suficiente pra me enganar, sempre tão insistente, seguindo os rastros que deixei para trás por descuido. Mas e seus olhos?
- Ela possuía o Mangekyou Sharingan ativado hoje, pelo que pude ver.
- Excelente. Então significa que está o controlando bem e não está se reprimindo. - Katsuo sorriu presunçoso mas depois o desmanchou em uma carranca - Lembre-se, faça o que quiser com o Gojo ou o pirralho amaldiçoado, mas não toquem em um único fio de cabelo da minha sobrinha, ela vai lutar comigo e apenas comigo, então morrerá bem na minha frente por mim. Estamos entendidos?
- Ninguém vai interromper, dou minha palavra.
- Assim espero, Suguro. - O Uchiha lança um olhar severo na direção do Geto que negou com a cabeça com a falta de fé que o Uchiha tinha consigo - Sabe como eu detesto quando nada sai como eu quero.
Suguro assentiu saindo do escritório deixando o homem sozinho, não totalmente como pensava.
- Como tem tanta certeza que irá ganhar essa luta? - Katsuo escutou a voz baixa e rouca de seu antigo conhecido em uma parte mais escura da sala - Sua sobrinha não é mais uma criança.
- Não seja estúpido. - Katsuo riu - Não importa o quanto ela se dedique ou evolua com sua maldição, Haruna nunca vai superar a minha.
- Continue assim e acabará como o Fushiguro.
- Toji foi descuidado. - Revirou os olhos - Mas isso é muito além de aumentar a minha força. Para que eu possa concluir meus objetivos, Haruna precisa morrer, ela é um obstáculo que pode arruinar tudo que fiz até agora. Principalmente se ele voltar, Kenji.
- Só não seja tão arrogante. Sabe o que acontece com aqueles que subestimam seus adversários. - Riu de forma divertida - Eles falham.
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