ೋ°|𝗖𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝟏𝟎
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Mesmo com o corpo esgotado pelo longo treinamento de seu avô materno, a pequena Uchiha andava pelos corredores da residência Zenin, não conseguia dormir pela consciência cansada.
Chegando perto do jardim mais afastado dos quartos a morena para seus passos após escutar um som de pancadas frequentes. Franziu a testa e seguiu na direção do som com curiosidade.
Apoiou-se em uma das árvores e espiou vendo um homem não tão velho como os que ela via diariamente, e o mais esquisito e que mais chamou sua atenção, era que ela não sentia a energia dele.
- Quem está aí?
Haruna estremeceu com o tom da voz do mais velho que parou de acertar uma das árvores com os punhos e olhou exatamente na direção da menina.
- Senhorita Haruna? - Ele estreitou os olhos quando viu a menina sair de trás da árvore onde se escondia - O que faz aqui uma hora dessas?
- Quem é você? - Haruna engoliu o nervosismo e tentou soar o mais séria possível - Nunca te vi por aqui.
- Não é uma novidade, as pessoas normalmente não me percebem. Me chamo Toji. - Ele responde simples achando graça da feição indiferente dela vendo a garota segurar a região do ombro com uma das mãos - Dia difícil?
- Isso não é nada. - Haruna virou a cara sentindo a região dolorida pelo golpe que seu tio.
- Você é bem diferente das outras crianças que eu já conheci.
- É porque eu não sou como as outras crianças. - Haruna engoliu em seco e viu as mãos do homem vermelhas pelo treinamento de antes - Por que está treinando sozinho desse jeito?
- Está aqui a pouco tempo, Uchiha. - Respondeu - Tem muita coisa que precisa aprender sobre os Zenin.
- Não respondeu minha pergunta.
- Não me faça perguntas e então, não lhe direi mentiras, senhorita.
Haruna não conseguiu segurar o pequeno e discreto sorriso que deu com o tom sério e ao mesmo tempo brincalhão do homem. Ele era bem diferente dos outros adultos que conheceu naquele lugar.
- Vi seu treinamento hoje mais cedo, quer ajuda? - Toji pergunta vendo o sorriso familiar quase imperceptível da menina - Assim você poderá devolver a surra que seu tio deu em você.
- Não quero atrapalhar. - Haruna responde relutante.
- Não atrapalha, vai ser divertido. - Sorri - Eu prometo.
...
Haruna sentiu seu corpo gelar com o olhar penetrante do Zenin. A muito tempo não o via, e pelo que pode perceber em poucos segundos, ele estava mais forte, muito mais que antes.
- Ah... Haruna. - Toji deu uma risada curta - Faz muito tempo. Como está?
- O que você quer aqui?
- Nada que seja da sua conta. - Ele respondeu precionando ainda mais a lâmina no Gojo - Só não me atrapalhe e nada vai te acontecer.
- Seu... - Travou a mandíbula sentindo uma gota de suor descer em sua testa - Geto, agora!
Suguro assentiu mesmo confuso pela interação dela com o desconhecido e invocou um espírito parecido com uma minhoca gigante com uma boca enorme e dentes afiados. Toji tirou a espada de dentro de Satoru e pulou saindo de onde estava mas então a maldição o engoliu.
- Gojo! - Corri até o albino que caiu de joelhos e segurei seus ombros para o albino não se esparramar no chão.
- Eu tô bem. Minha técnica não agiu a tempo, mas ele não acertou nenhum órgão vital. - Ele garante olhando nos olhos vermelhos da Uchiha - Refortaleci minha energia amaldiçoada garantindo que a espada não fizesse mais nenhum dano.
- Que bom... - O ajudei a se levantar.
- Você tem certeza? - Geto pergunta preocupado.
- Foi como um alfinete passando por um suéter tricotado. - Gojo garante - Sério, tô de boa. A Amanai é a prioridade aqui. Vou cuidar disso, vão logo ao local do Mestre Tengen.
- Você não vai ficar sozinho com o Toji. - Cruzei os braços negando com a cabeça - Não o subestime.
- Você o conhece? - Geto franze a testa.
- Lembram do cara sem energia amaldiçoada que eu apanhei? - Olhei para o Gojo vendo ele assentir - Pois vocês acabaram de o conhecer. Seu nome é Toji Zenin.
- Eu vou ficar bem, essa luta agora é pessoal. - Satoru diz olhando para a Uchiha que franziu os lábios.
- Não abaixe sua quarda. - Geto murmurou antes de tentar alcançar a Kuroi e Riko.
- Se você morrer, não vou me cansar de lembrar o quão fracassado você era. - Falei escutando o Gojo rir.
- Com quem você acha que tá falando? - Satoru sorriu presunçoso vendo a garota revirar os olhos - Eu sou Satoru Gojo, não vou perder.
- Só não morra, seu imbecil. - Os dois se encararam e ela entrega os óculos devolta - Pega.
- Depois... - Ele nega e colocando na Uchiha novamente achando que ela ficava adorável com eles - Prometo pegá-los devolta depois, moça bonita.
- Hum. - Revirei os olhos - Vê se não exagera na arrogância, palhaço.
Haruna observa a feição determinada dele e suspira mais aliviada. Satoru é forte, todos sabiam, ele não perderia.
Me virei pegando uma das minhas agulhas girando-as entre meus dedos e jogando em direção do Geto me teletrasportando bem atrás dele. Desativei meu Sharingan sentindo minhas energias quase esgotadas pelo esforço. Corremos até o subterrâneo da escola, bem nas tumbas do corredor estelar.
- Mestra Riko. - Kuroi parou na entrada com a cabeça baixa e mãos juntas na frente do corpo - Só posso vir até aqui. Mestra Riko, por favor...!
Foi interrompida por um abraço desesperado da mais nova que chorava e tentava a todo custo demonstrar todo o carinho que sentia pela mulher.
- Kuroi! - Riko exclama com a voz chorosa - Eu te amo! Sempre, agora e pra sempre!
- E-Eu... - Kuroi travou mas então abraçou a menina com mais firmeza sentindo seus olhos transbordarem em lágrimas - ... eu também te amo.
Olhei para Geto que observava a cena com pesar. Senti um aperto no peito desde que entramos no subterrâneo, mas agora com essa despedida o sentimento aumentou. Mesmo tendo conhecido a Amanai em menos de três dias, já sentia que dizer adeus não seria uma coisa fácil. Na verdade, despedidas não é uma coisa fácil pra ninguém, principalmente se for por alguém que se importa bastante.
- Riko. - Geto a chamou fazendo as duas se soltarem e a menina olha para a sua cuidadora uma última vez antes de começar a andar tristemente até nós dois.
- Vamos. - Segurei a mão dela e então nós três entramos em uma das tumbas.
Chegamos a um lugar que parecia mais uma masmorra, tinha algumas árvores mortas e uma gigantesca bem no meio do lugar. A energia amaldiçoada era densa lá dentro, se eu tentasse conseguiria até cortá-la com uma tesoura.
- Aqui é o...?
- Sim. - Geto respondeu a Amanai - Estamos na parte externa da residência do Mestre Tengen... essa é a base das barreiras primárias do país.
- O salão principal da tumba das estrelas. - Murmurei observando o local.
- Vá pelas escadas e passe pelo portão. - Geto explica para a Amanai que assente relutante - Depois vá pelo sentido daquela árvore gigante.
- Não se preocupe, Riko. - Tentei acalmar a menina - Essa barreira e diferente das outras, apenas aqueles que foram convidados podem passar, você será protegida pelo Tengen-Sama até a fusão.
- Ou você pode virar as costas...
Me virei para o Geto que observava a gigantesca árvore a varios metros de distância de onde estávamos com um pequeno sorriso, vi que Riko tinha travado no lugar não entendendo o motivo do mais velho ter dito aquilo.
- ... e voltar para casa com, Kuroi.
- O quê?
- Quando essa missão nos foi designada por nosso professor... - Ele se virou para as duas que estavam atrás dele - ... ele se referiu a fusão como "apagar".
- É como se ele visse isso como algo errado, sabe? - Soltei a mão dela e levei até seu ombro.
- Ele é um cara esperto que gosta de falar pelas entrelinhas. - Geto colocou as mãos nos bolsos - Satoru, Haruna e eu chegamos a uma decisão antes de te conhecermos.
- Se a criança que é o receptáculo de plasma estelar se recusasse a se fundir...
...
- Então... - Gojo coçou a garganta - ... nós destiremos?
- Pelo que eu entendi, com o jeito que o Yaga-Sensei disse. - Haruna deu de ombros.
- Vocês tem certeza disso? - Geto riu - Talvez a gente precise lutar com o Mestre Tengen.
- Tá com medo? - Satoru pergunta presunçoso.
- Na verdade não. Vamos ficar bem. - Ele sorriu para os dois.
...
- Somos os mais fortes. - Geto continua - Não importa a sua decisão... vamos proteger seu futuro.
- Isso é uma promessa. - Sorri para ela que nos observava quieta.
- Eu... desde que eu nasci me disseram que eu era diferente e especial. Ser especial é o normal para mim, me mantive longe de qualquer perigo e sobrevivi até agora. - Ela murmura ao meu lado com os olhos começando a marejar - Meus pais morreram em um acidente de carro, eu não me lembro. Não me sinto mais triste e sozinha. E por isso... com a fusão, eu pensei que ficaria bem, deixando todos.
Ela fungava e suas lágrimas molhavam todo o seu rosto enquanto eu e Geto prestavamos atenção em todas as palavras dela.
- Mas... mas agora, quero ficar mais tempo com todos! - Riko exclama com os olhos fechados - Quero ir a mais lugares e ver mais coisas... com todos!
- Riko... vamos para casa. - Geto estendeu a mão para ela com um sorriso gentil. Eu senti meus olhos lacrimejando e não aguentei sentindo meus lábios se curvarem levemente.
- Está bem... - Riko sorriu estendendo a mão para segurar a do Geto.
Mas então sua cabeça é atingida com rapidez jorrando sangue e manchando minha jaqueta. Observei o corpo da Amanai cair aos meus pés sem vida horrorizada. Ofegei sem acreditar no que tinha acabado de presenciar, senti uma dor no peito tão familiar, uma falta de ar me consumiu junto com uma ardência em meus olhos.
- Riko! - Me abaixei abraçando seu corpo contra o meu sentindo lágrimas quentes descerem em meus olhos - Não, não... de novo não!
- Uchiha, seus... - Suguro murmurou surpreso apontando para o meu rosto.
- Legal, ótimo showzinho. - Toji aparece bem na entrada segurando a arma que usou para matar a Amanai - Hora de acertar as contas.
- Seu maldito! - Deitei o corpo da menina no chão novamente e me levantei - Você a matou!
- Ela ía morrer de todo jeito.
- Por que... você está aqui? - Geto pergunta confuso.
- Por quê...? Ah, saquei. - Ele sorriu maldosamente - Eu matei, Satoru Gojo.
Meu corpo paralisou e meu coração errou uma batida. Essa frase era tão absurda quanto impossível.
Ele matou Satoru Gojo?
Não, não pode ser, só pode ser brincadeira. Travei a mandíbula sentindo meu peito queimar, o óculos que ocultava meus olhos escorregou do meu nariz até cair no chão.
- Não... não, não. - Coloquei minhas duas mãos na cabeça sem saber o que fazer.
Meu coração só faltavam saltar para fora do peito, pensei que nunca mais passaria por isso. A dor que enterrei por tanto tempo voltou com tudo, duas pessoas morreram, duas pessoas que eu considerava meus amigos morreram no mesmo dia e um deles se foi bem na minha frente. É isso que dá se envolver com outras pessoas, você se apagaria e as perderia, assim como aconteceu anos atrás.
- Não... não... - Engoliu em seco.
- Então morra! - Geto grita olhando paravo Zenin furioso.
Suguro envoca um espírito amaldiçoado parecido com um dragão chinês que abre sua enorme boca para abocanhar o Zenin que se esquiva fazendo a maldição bater na parede deixando um enorme estrago. Procuramos o homem que havia sumido do nosso campo de visão por causa da poeira qua a maldição causou, ebsem energia amaldiçoada ele fica praticamente invisível.
Toji aparece a alguns metros a nossa frente sem nenhum arranhão. Ele larga a arma amaldiçoada no chão e solta uma risada sarcástica.
- Permita-me continuar... olha, eu tenho um espírito que pode armazenar objetos. Eu uso para carregar minhas armas. - Ele diz colocando um dos dedos da mão direita perto da língua - Agora sei o que estão pensando... será que a energia amaldiçoada daquele espírito não o deixa mais invisível?!
Ele tirou uma pequena criatura de sua boca, ela era estranha, parecia que estava comendo o próprio corpo.
- O espírito que se comprime ao se armazenar dentro do seu próprio corpo. - Toji mostra a coisinha em sua mão - Então eu ingiro e mantenho ele dentro do meu estômago.
- Que nojento. - Haruna faz uma careta.
- Até pode ser. Mas um homem invisível deveria ter estranhas invisíveis, não é? - O espírito aumenta de tamanho e se enrosca no braço do Zenin aumentando um pouco seu tamanho - Por isso sou capaz de me mover através de barreiras enquanto carrego armas amaldiçoadas.
- Foi por isso que eu não te senti antes, e você não estava com uma espada amaldiçoada quando atacou o Gojo antes. - Comecei a entender o que estava acontecendo, ele era impressionante. Naobito, sem sombra de dúvidas, estava enganado em relação de Toji - E com sua velocidade não consegui prever seus movimentos a tempo.
- Eu precisava ficar invisível para um ataque surpresa contra o Seis Olhos. E ser rápido o suficiente para chegar sem ser percebido pelo seu Sharingan. - Ele continua dando de ombros - Eu poderia ter atacado o receptáculo de plasma estelar primeiro, mas é perigoso demais me revelar ao Seis Olhos.
- Cala a boca! Isso é restrição celestial, não é? Como nós, revelando algumas informações pode te dar alguma vantagem, eu sei. Mas não é isso que eu quero saber! - Geto exclamou tremendo de irritação - Como você sabia da entrada das tumbas?! Nós cuidamos para não deixar nenhum rastro para trás!
- Humanos deixam mais do que energia amaldiçoada, lembra? - Toji responde com um sorriso divertido - Cheiros e pegadas por exemplo.
- É claro, Geto. - Me virei para Suguro - Ele não possui energia amaldiçoada, isso faz com que os cinco sentidos dele sejam muito mais afiados que de uma pessoa normal.
- Tem razão... - Geto grunhiu olhando para o Zenin novamente - Havia outra mulher no caminho... onde ela está?!
- Ahn...? Ah, você quis dizer a empregada? - Ele diz com uma calma irritante - Provavelmente morta, eu não ligo se ela vive ou não.
- Seu desgraçado!
Dei um passo em sua direção sentindo minha raiva aumentar e um líquido descer dos meus olhos, não queria chorar na frente do Zenin, mas não consigo controlar isso, era até estranho. Mesmo com meus olhos queimando em uma dor quase insuportável, fiz menção de avançar mas Geto colocou o braço na minha frente com um olhar de que queria me dizer para eu não me meter nessa briga. Grande piada... ele não pode me fazer apenas ficar olhando.
- Por favor, Uchiha. Você pode não ter percebido, mas você não está bem. - Geto me olha preocupado e franzi a testa confusa.
- Do que você está falando? - Minha voz saiu como arrastada e ofegante.
- Deixa que eu cuido disso, e desative o Sharingan, você vai se degastar ainda mais. - Ele se vira para o Zenin e dá alguns passos ficando na minha frente - Agora eu entendi. Isso resolve as coisas. Morra!
Suguro fez o espírito em forma de dragão voar em direção de Toji que desviou cortando a maldição ao meio com sua espada com maestria. Geto o olhou surpreso, por essa ele não devia estar esperando.
- Manipulação de maldição... - Toji murmura - ... bando de fracassados.
- Ei, seu ridículo! - Gritei chamando a atenção de Toji - Ninguém chama o Geto de fracassado, só eu posso, Zenin!
- Eu não uso mais esse sobrenome, Uchiha. - Ele responde - Me casei e uso o sobrenome da minha esposa agora, me chame de Fushiguro.
- O quê?
- Eu... eu... eu sou, bonita?! - Uma maldição da forma de uma mulher parecida com uma múmia e cabelos desgrenhados e olhos espalhados pela sua cabeça pergunta bem atrás do Fushiguro. Isso me trás péssimas lembranças.
- Bem... - Toji se virou observando a maldição de cima a baixo. Um espírito vingativo imaginário, um domínio inato com um pacto que não pode ser quebrado até que a questão seja respondida, ele deduz. - Vejamos, estou curioso, mas... você não faz meu tipo.
Ela grita e faz uns tipos de lâminas que flutuavam ao redor do homem e uma delas corta os cantos de sua orelha esquerda fazendo ele tirar uma espada amaldiçoada do estômago do espírito em seu corpo.
- Então é assim que vai ser... - Ele disse acertando todas as tesouras com sua lâmina, então sentiu um movimento vendo Geto logo atrás dele. Idiota, vindo tão perto dele, Suguro não tem chance - É o fim!
- Pra você! - Geto exclama atraindo o espírito do Fushiguro.
É isso!
A manipulação de maldição. Técnica na qual alguém pode controlar espíritos conquistados. Se a diferença de nível é de dois ou mais, alguém pode obter o espírito amaldiçoado sem praticamente nenhuma condição.
As habilidades de Toji podem ser poderosas, mas o espírito amaldiçoado em si, não é tão forte, logo que a criatura é de nível 3. Então Geto pode pegá-lo facilmente.
Suguro tenta alcançar o espírito mas por algum motivo o ataque e repelido. Ofegei com a velocidade do Fushiguro e não aguentei mais ficar parada, peguei minhas agulhas e joguei uma na direção do mais velho me teletrasportando bem em frente dele tentando acertar seu rosto, mas ele segura meu ataque com sua outra mão e com a outra faz um corte no peito do Geto e o chutou fazendo o mais novo cair no chão.
- Suguro! - Gritei desesperada e logo o Fushiguro torce meu pulso me virando e segurou meus braços para trás me prendendo.
- Ele vai ficar bem, já que é um Xamã. - Ele susurrou no meu ouvido.
- Não faça nada com ele!
- Não se preocupe, não vou matá-lo, considere isso como um presente de reencontro. - Toji murmura - Eu o mataria caso fosse um usuário de Shikigami, mas ele é apenas um manipulador de maldições, então estamos quites.
- Você é um desgraçado! - Gritei tentando me soltar de seu aperto em vão vendo o Geto desacordado no chão e tentei olhar nos olhos do Fushiguro que não permitia - O que aconteceu com você, Toji? Você não era assim!
- Eu era um idiota naquela época, mas agora sou livre. - Ele sorriu presunçoso - Não adianta tentar contado visual comigo, Haruna. Te conheço a muito tempo e os truques dos seus olhos também, lembra?
- Você não me conhece mais... não sabe de nada sobre mim! - Fechei meus olhos sentindo a visão embaçada e logo minhas mãos esquentaram e engoli em seco - Amaterasu!
Toji arregalou os olhos me soltando com rapidez vendo sua mão avermelhada pela queimadura causada pelas chamas negras em minhas mãos.
- Gostou, seu otário? Tem muito mais de onde veio essas! - Toquei o chão com minha palma espalhando o fogo na direção do Fushiguro que sumiu da minha frente e senti ele aparecer bem atrás de mim.
Com o Sharingan ativado desviei de seu golpe em minha cabeça enquanto segurei seu braço espalhando o fogo em sua camisa o fazendo gritar.
- Você vai pagar pelo o que fez com todos eles!
- Tudo isso pelo receptáculo e o seu namoradinho? - Ele pergunta sarcástico - Vocês Uchihas são todos iguais, sentimentais acima do normal.
Toji tirou sua camisa vendo ela se desmanchar em chamas que não apagavam, continuavam a queimar sem parar. Ele olhou para seu braço queimado e soltou uma risada alta ignorando a ardência.
- Eu não vou te matar. Um amigo meu nunca me perdoaria por isso. Você está ficando forte, Haruna. - Toji sorriu malicioso - Katsuo vai ficar muito feliz em saber disso.
Vacilei quando escutei o nome do meu tio sair dos lábios do Fushiguro e minha visão começou a ficar dupla junto com mais lágrimas saindo dos meus olhos. Estranhei tocando minha bochecha e então soltei um grito de desespero vendo meus dedos manchados de sangue.
Voltei a olhar para frente e Toji já não estava mais lá. Me levantei e desativei o Sharingan já não aguentando mais a dor. Olhei ao redor e nenhum sinal do Fushiguro naquele lugar.
Ofegante andei até Geto e me ajoelhei ao lado de seu corpo ensanguentado, vi seus cortes e suspirei vendo que não eram tão profundos para ter acertado órgãos vitais. Coloquei sua cabeça em meu colo dei alguns tapinhas em seu rosto.
- Acorda seu fracote... - Balancei seus ombros - Por favor, acorda Suguro! Temos que sair daqui...
Coloquei minha cabeça em cima de sua peito escutando o coração batendo e suspirei mais aliviada.
Levantei o olhar e vi o óculos escuros caido a alguns metros de distância de onde estávamos e me lembrei de Satoru, meus lábios tremeram. Não acredito que ele morreu por causa daquele fracote do Toji. Solucei com meus olhos lacrimejando, dessa vez eu sei que são lágrimas de verdade.
Olhei na direção do lugar onde o corpo de Riko estava, mas ela não estava mais lá.
- Ele a levou também... me perdoe, Riko. - Chorei enquanto as chamas se espalhavam devagar pelo lugar. Funguei levando a palma da mão até o fogo negro sentindo seu calor se juntar a minha mão se apagando lentamente.
Levantei o corpo do Geto tentando sustentar nos dois até o lado de fora das tumbas enquanto ele voltava a consciência lentamente.
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