𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄 ⚡️ 𝐁𝐄𝐋𝐋𝐀
Sinto como se minhas pálpebras estivessem de mãos atadas se recusando à abrir logo quando desperto. Meu corpo todo dói e certas regiões possuem um pouco de ardência. De brinde, ainda me trouxe uma dor de cabeça. Ótima forma de começar o dia.
Lutando contra meu próprio corpo, me levanto da cama e vou até o banheiro para fazer minhas higienes matinais. Minha intimidade arde um pouco. Uma das únicas lembranças claras que tenho de ontem à noite foi de parar naquela cama de um quarto desconhecido e não sair de lá antes do sol raiar. Merda. Espero que não tenha problemas em relação à isso.
Mil xingamentos direcionados ao meu melhor amigo surgem na minha cabeça quando vejo meu estado no espelho. Marcar pelo pescoço, clavícula e até mesmo manchas vermelhas de chupões nos seios. Céus, eu teria mesmo que gastar minha base nova com algo que não fosse ir pra uma festa duradoura? A vida é mesmo muito traiçoeira.
Após esconder todas aquelas marcas com boas quantidades de base e corretivo, prendo meus cabelos num rabo de cavalo e troco o meu pijama. Calço minhas pantufas e desço as escadas lentamente depois de me retirar do meu quarto. Ainda não tinha visto Beatrice. Tenho certeza que já estava tomando café junto do pessoal.
O motivo de eu não ter acordado ao lado de Nathan foi pelo simples fato de eu ter fugido do quarto para ir pro meu. Ele quis de toda forma dormir junto comigo, mas obviamente, ainda não estamos num ambiente que ele não beija a boca da minha irmã mais nova e se ela descobrir que ele está fazendo esse tipo de coisa com outra mulher pelas suas costas, é capaz de arrancar os próprios cabelos na força do ódio. Também queria um tempo sozinha, já que durante toda aquela noite, ele me fez sua.
Literalmente.
Bufo frustrada também lembrando do sumiço da minha calcinha. Não consegui a achar em lugar nenhum e tinha certeza que Nate havia à rasgado. Que merda. Era uma das minhas lingeries favoritas.
Minha cabeça lateja ao me aproximar da cozinha e escutar gritos estridentes. Analiso se são berros de pavor ou outra coisa, mas visivelmente são de raiva. Arregalo os olhos ao escutar alguma coisa quebrando, provavelmente de vidro ou porcelana. Nitidamente gritos femininos.
Adentro o cômodo, onde a visão que tenho são do resto das pessoas da casa espalhadas pela cozinha e com expressões chocadas ou de humor. No meio, Nathan estava com seus olhos arregalados e um pouco afastada dele, Hannah parecia soltar fogo pelos ouvidos.
— Vai continuar mentindo pra mim?! — Fala alto, colocando as mãos na cintura.
— Cara, são nove horas da manhã, tem como você parar de gritar? — Nate cruza os braços. Temia que à qualquer momento, pudesse sair balas de fuzis dos olhos da Hannah.
— Mas que merda tá acontecendo aqui? — Apoio a mão na parede, agora, obtendo todos os olhares presentes naquele cômodo em cima de mim.
— O seu melhor amigo, Bella. É burro ao ponto de comer uma vagabunda na nossa cama e deixar a calcinha pendurada na janela, achando que eu não ia ver.
Eu seguro com todas as minhas forças a minha vontade de cair na gargalhada. Minha postura se mantém intacta e eu ergo a sobrancelha.
— Vocês estão namorando?
— Não, mas... — Ela tenta.
— Então por que você tá fazendo esse show todo? — Minhas palavras são como um tapa em sua cara. Aos poucos, ela abaixa seu braço com a peça intima nas mãos e solta o ar preso. — Eu não acredito que você quebrou uma coisa que nem é sua. Você não tá em casa, Hannah.
Nate coça a nuca, visivelmente incomodado com toda aquela situação e o pessoal presente segurava o riso.
— Bella, mas isso... — Ela olha pra calcinha.
— Isso é seu, Hannah. — Cruzo os braços. — A mamãe te deu de presente no aniversário passado.
Ela franze a testa tentando se lembrar do que eu disse e poucos segundos depois, seu semblante se suaviza. Está envergonhada.
No ano passado, minha mãe me deu a lingerie que eu tanto queria no natal e Hannah a encheu tanto o saco de querer uma igual que ela acabou a presenteando também.
Jogada de mestre.
— Vai pro seu quarto. Vou mandar mensagem pra mamãe falando do seu comportamento.
A garota engole em seco e sai dali, subindo as escadas como um furacão. Eu respiro fundo e passo a ponta dos dedos nos olhos. Não há nada que eu mais queria no mundo do que um comprimido.
— Nash — Digo assim que todo mundo volta à comer normalmente. Ele vem até mim. — Me desculpa por isso. Não sei onde ela tá com a cabeça.
— Acho que tá na hora de isso acabar, Bella. — Ele diz e eu suspiro. — Ela é adolescente e tá se apaixonando por um cara mais velho que tá focado na putaria. Isso só vai a destruir aos poucos. Precisa dar um ponto final nisso. Ela não escuta ninguém além de você.
— Eu já falei com ela incontáveis vezes, Nash. — Encosto na parede. — Eu não a julgo, entende? Se apaixonar é mesmo barra pesada, mas eu não quero mais que ela se machuque, ainda mais porque eu conheço o Nathan.
— Ele ainda não deu um chega pra lá nela?
— Sim, mas não tem muito o que fazer, não é? Estamos numa casa com quartos cheios. No final do dia, eles sempre vão deitar na mesma cama.
Nash nega com a cabeça.
— Sobre o vaso de flores que ela quebrou, tá tudo certo, eu compro outro.
— Óbvio que compra. — Ele ri.
— Enfim... Só conversa com ela sobre isso. É algo muito sério. Pode causar uma decepção amorosa que ela nunca mais esqueça.
Aceno com a cabeça e ele beija a minha testa, logo voltando pra mesa junto do pessoal. Saio da cozinha na busca de um comprimido e acabo achando uma cartela em cima da mesa da sala-de-estar. Eles devem mesmo já saber como todo mundo reage na pós noitada.
— Bella? — A voz de Nate me chama assim que eu tiro a pílula da cartela. Não respondo. — Nem eu sei o que foi aquilo.
Tomo o remédio à seco e saio andando, mas sou impedida por Nate puxando meu braço.
— Ei, tá tudo bem? — Questiona preocupado.
— Nathan — Eu paro na sua frente. — Ou você diz pra minha irmã que não quer mais nada com ela ou nossa amizade termina por aqui.
As sobrancelhas dele franzem e vejo que seu semblante está confuso.
— Mas por que?
— Qual o seu problema? Você viu o que aconteceu naquela cozinha? Isso tá acabando com o psicológico dela. Ela só tem dezessete anos! — Digo entredentes.
— Já aconteceu outras vezes. — Arregalo os olhos. — Depois de uma hora, ela volta ao normal.
— Você tá agindo igual moleque. — Ele trava a mandíbula. — Não quero gente assim na minha vida.
Me viro pra sair dali.
— Bella, não dê as costas pra mim. Vamos conversar!
— Eu já devia ter te virado as costas faz séculos! — Exclamo. — Babaca egoísta.
Não faço ideia se alguém tinha escutado nossa pseudo discussão, mas eu estou pouco me fodendo. Essa história suga tudo de mim toda vez que tento resolver. Eu já não ligo mais.
Precisava me distrair.
Pego a primeira prancha que vejo encostada na parede e saio da casa, indo em direção à praia, em busca de tirar todo aquele peso de cima de mim.
A minha própria companhia e paz era sempre mais importante.
⚡️
e aí gente, qq cês acham desse dilema da bella, hannah e nate?
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