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(005) ★・𝐃𝐎𝐍'𝐓 𝐋𝐄𝐓 𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓 𝐆𝐎 𝐎𝐔𝐓

𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝒄𝒊𝒏𝒄𝒐: 𝒩𝒶̃𝑜 𝒹𝑒𝒾𝓍𝑒 𝒶 𝓁𝓊𝓏 𝒶𝓅𝒶𝑔𝒶𝓇

       PIETRO ACORDOU COM A CABEÇA LATEJANDO E UM GOSTO AMARGO NA BOCA, como se tivesse engolido metal. Seus olhos piscavam contra a luz fraca da cela, mas tudo ainda estava enevoado, distorcido pelo que quer que tivessem injetado nele.

A primeira coisa que sentiu foi a dor leve nas veias, como se tivessem tirado mais sangue do que deveriam. Provavelmente foi isso. Fazia parte dos testes, sempre era.

O enjoo vinha logo em seguida, mas não havia nada no estômago para regurgitar.

Ele gemeu baixinho, esfregando os olhos com as costas da mão, tentando afastar a confusão. A única coisa que desejava era que, além de correr super rápido, ele também pudesse se curar assim. Mas não, esse bônus era da Milla.

Ela tinha aquela "sorte" – se é que se podia chamar assim. E mesmo assim, ele daria qualquer coisa para ter algo parecido, só para se livrar daquele maldito gosto na boca e da dor no corpo.

— Que droga. — murmurou, rolando para o lado e sentando no chão duro. Suas pernas estavam pesadas, como se fossem feitas de chumbo.

Ele se lembrou dos exames. Tinham tirado muito mais sangue do que o normal dessa vez.

Sempre faziam isso. Testavam limites, esticavam até quebrar. Era um milagre que ele ainda estivesse vivo, considerando que a maioria dos outros nem tinha chegado tão longe.

Pietro se considerava sortudo nesse aspecto, mas a linha entre sorte e maldição estava ficando cada vez mais tênue.

Levantou-se com dificuldade, os músculos protestando. As paredes de metal ao seu redor pareciam se fechar, sufocantes, como se estivessem conspirando contra ele.

Maximoff passou a mão pelos cabelos suados, tentando se concentrar. Pensou em Milla. Mesmo que não pudessem se tocar, mesmo que estivessem presos em celas separadas, a presença dela era a âncora que o segurava. E isso o enchia de ódio.

De todos os poderes que ele poderia ter, de todas as habilidades que a HYDRA estava testando neles, ele ainda se sentia impotente.

E agora, com Milla... com a porcaria de super-regeneração dela, as coisas estavam piores. Eles podiam fazer o que quisessem com ela e ela ia continuar ali, sofrendo.

Pietro sentiu a raiva crescer em seu peito e chutou a parede com força, mas o impacto foi mais forte do que esperava, e a dor subiu pela perna, fazendo-o xingar ainda mais alto.

— Droga! — gritou, agarrando o pé e xingando em sokoviano.

Do outro lado da parede, a voz de Milla, arrastada e provocativa, cortou o silêncio como uma faca, surpreendendo-o.

— Acordou, querido? Eu ainda tava dormindo.

Ele piscou, surpreso, e depois soltou uma risada seca, apesar da dor que ainda latejava no pé.

— Bom dia pra você também, amore mio. — Sua voz saiu carregada de ironia, mas com um toque de alívio ao saber que ela estava viva, bem... ou o mais "bem" que se podia estar ali.

— Não precisava me acordar chutando as paredes. — ela continuou, com um tom de humor, mas ele sentia que havia algo mais ali.

Talvez ela estivesse tentando manter a leveza, mas sabia que as coisas não estavam exatamente boas para nenhum dos dois.

Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos suados e se jogando no chão, recostando-se contra a parede.

— Desculpa, mi amore, não sabia que você precisava do seu sono da beleza. — provocou de volta, a voz carregada de sarcasmo, tentando esconder a tensão que ainda o consumia.

— Beleza nunca foi problema pra mim, Pietro. — Ela riu suavemente, mas ele podia sentir que havia um cansaço escondido ali.

Mesmo com a regeneração, isso não era uma vida. E por mais que tentassem aliviar o clima, os dois sabiam que estavam apenas se agarrando ao pouco de humanidade que ainda tinham.

Pietro se recostou contra a parede, o sorriso diminuindo aos poucos. Ele nunca tinha visto Milla, não de verdade.

Sabia que ela era forte, corajosa, e conseguia provocar ele como ninguém, mas quando tentava imaginá-la... não sabia o que vinha à mente.

Ela já tinha descrito um pouco de si mesma, entre uma piada e outra, mas tudo parecia vago. Cabelo preto, pele pálida, olhos escuros... nada que conseguisse formar uma imagem clara.

Era como tentar montar um quebra-cabeça com peças faltando.

Ele riu, tentando afastar o pensamento.

— Você pode até dizer que é bonita, mas por enquanto, é só voz pra mim. — Ele provocou, tentando não se perder na própria frustração. — Vai ver, você é uma dessas pessoas com uma voz bonita e uma cara...

— Pietro — ela interrompeu, rindo. — Não começa.

Ele balançou a cabeça, um sorriso voltando a brincar em seus lábios. Era verdade, ele não sabia como ela parecia. Mas, de alguma forma, não importava.

Ele já achava ela bonita e não tinha nada a ver com aparência. Era a forma como ela lidava com tudo, a força escondida por trás do sarcasmo, o jeito que, mesmo naquele inferno, ela conseguia arrancar risadas dele.

A Hydra tinha unido os caminhos deles, e por mais que fosse o último lugar onde gostaria de estar, Pietro sabia que sem aquilo, provavelmente nunca teria conhecido Milla.

E apesar de tudo, ele se pegava imaginando como seria encontrá-la fora dali, em outro mundo, uma realidade onde não fossem apenas prisioneiros de um experimento.

Tolice. Suas vidas nunca teriam se cruzado. Ele era um garoto de Sokovia que mal tinha conhecido o mundo. Ela, uma agente da SHIELD. A Hydra era o único elo entre eles.

— Aposto que você é toda estranha. — ele falou, tentando parecer despreocupado. — Talvez até com uma sobrancelha maior que a outra.

— Claro, Pietro. — respondeu Milla, rindo do outro lado da parede. — Sabe, você realmente tem um jeito com as mulheres.

— Só tô sendo sincero. — ele respondeu com um tom brincalhão, mas seu coração estava um pouco mais pesado do que deixava transparecer. — Só acredito vendo.

Ela suspirou e ele ouviu o som da cabeça dela batendo levemente contra a parede, do outro lado.

— E aí, Milla, já que estamos falando de coisas importantes... — Pietro disse, deixando a provocação no ar. — Qual seria o tipo de cara ideal pra você?

Do outro lado da parede, ele ouviu o som de Milla soltando uma risadinha curta, como se estivesse pensando.

— Ah, sei lá, Pietro. Acho que eu nunca parei pra pensar muito nisso... — ela começou, mas depois pareceu mudar de ideia, a voz dela ficando mais brincalhona. — Tá bom, vamos ver. Ele teria que ser inteligente, sabe? Alguém que me desafiasse, mas que não fosse arrogante. Forte, mas não só no sentido físico, alguém que saiba lidar com problemas sem surtar. E, bom, claro que ele teria que ter senso de humor. Não dá pra passar o resto da vida com alguém que não me faça rir.

Pietro riu, embora algo dentro dele tenha se mexido com aquela descrição. 

— Ah, então você quer um gênio, forte, e engraçado. Praticamente descreveu o homem perfeito. — ele provocou, sorrindo, mas ela logo respondeu.

— Não é sobre perfeição, Pietro. Só alguém... real, sabe? Alguém que saiba quando levar as coisas a sério e quando fazer uma piada.

Ele assentiu, ainda que ela não pudesse ver. Havia mais ali do que apenas a brincadeira.

— Certo, agora é sua vez. Qual é o seu tipo de mulher? — Milla devolveu a pergunta, uma provocação evidente na voz.

Pietro ficou quieto por um momento, pensando em como responder sem parecer bobo. Ele poderia dar a resposta padrão, falar que gostava de garotas bonitas e divertidas, mas Milla não era o tipo de pessoa com quem ele jogava respostas prontas.

— Hm, acho que... alguém que saiba o que quer, sabe? Que não tenha medo de ser ela mesma. 

— Alguém que me faça rir, claro, mas também alguém que me surpreenda. Que me faça pensar. Alguém que, mesmo nos piores momentos, consiga me fazer sentir que... sei lá, que vale a pena lutar.

Ele se recostou de novo na parede, tentando manter o tom leve, mas o peso de suas palavras estava ali.

— E, claro, seria um bônus se ela fosse bonita. Mas eu não sou tão exigente assim. — Ele adicionou, tentando quebrar a seriedade do momento.

Do outro lado, Milla riu.

— Não parece muita coisa, hein? — ela provocou, mas havia um toque suave na voz dela. Pietro podia quase sentir a conexão, mesmo sem ver o rosto dela.

— Ah, mas eu sou fácil de agradar. — ele respondeu, tentando manter o tom brincalhão.  — E aí, Milla, acha que se encaixa no perfil? — Pietro não pôde resistir a perguntar, o charme sokoviano mais forte do que nunca.

Ela apenas riu. Eles conversaram por horas, as palavras fluindo tão naturalmente que, por um momento, parecia que tinham esquecido onde estavam. Não havia a cela fria, nem as paredes que os separavam, apenas suas vozes preenchendo o vazio.

 Era quase fácil se deixar levar por aquela sensação de normalidade, de humanidade, como se fossem apenas duas pessoas, perdidas no tempo, compartilhando histórias.

Falaram sobre tudo: desde coisas sérias até experiências triviais que arrancaram risadas. Pietro contou, com uma mistura de orgulho e constrangimento, sobre o desastre que foi seu primeiro beijo. 

Milla riu tanto que teve que se afastar um pouco da parede, tentando recuperar o fôlego. Em troca, ela confessou uma série de momentos embaraçosos da juventude, revelando um lado mais leve e descontraído que Pietro não tinha visto até então.

O tempo passou, mas eles mal notaram. Entre risos e histórias, qualquer noção de realidade parecia suspensa. 

Quando as conversas finalmente deram lugar ao silêncio, o ambiente não se tornou desconfortável. Muito pelo contrário. A presença de Milla, mesmo que separada por uma parede de concreto, era reconfortante.

Depois de um longo tempo em silêncio, foi Milla quem quebrou o vazio, a voz suave, quase hesitante.

— O que você está pensando? — perguntou, como se o silêncio já tivesse durado o suficiente e ela precisasse de alguma certeza.

Pietro soltou um suspiro profundo, como se estivesse carregando um peso invisível.

— Wanda. — respondeu, a voz carregada de saudade. — Sinto falta dela.

Milla ficou quieta por um instante, absorvendo as palavras dele. Ela entendia. Não só o que ele disse, mas o que estava por trás daquelas palavras. A saudade. A dor de estar longe de alguém que se ama. Quando ela finalmente respondeu, a voz era suave, quase empática.

— Eu entendo o sentimento.

E Pietro sabia que ela realmente entendia. Não era apenas algo que ela dizia para confortá-lo. Ela conhecia aquele vazio.

Houve mais um momento de silêncio antes de Milla perguntar, com uma leve hesitação na voz.

— Você acha que a Wanda iria gostar de mim?

Pietro riu, uma risada suave e calorosa, diferente do que se esperaria naquele lugar sombrio.

— Sim. — disse ele, com convicção. — Claro que sim. Qualquer pessoa com coração gostaria de você, Milla.

Ela não respondeu de imediato, mas do outro lado da parede, Milla sentiu um sorriso tímido se formar em seus lábios. Talvez, por um instante, naquela escuridão e caos, ela tenha sentido um pouco de alívio, como se as palavras de Pietro fossem um fio de luz se infiltrando na prisão que a cercava.

Os dias passaram lentamente, misturando-se em um borrão confuso. Nem Milla nem Pietro sabiam quanto tempo havia se esvaído desde que chegaram ali. 

A prisão da Hydra os privava de tudo, até da noção do tempo. Não sabiam se era dia ou noite, se haviam passado horas ou dias inteiros. A única constante era o silêncio opressor e as vozes um do outro, do outro lado da parede.

Naquele dia, porém, algo estava errado. Pietro podia escutar cada som vindo da cela de Milla: a respiração pesada e entrecortada, o som abafado de seus gemidos e o tremor que parecia atravessar o concreto entre eles. 

Ela estava mal, muito mal. Ele não podia vê-la, mas podia sentir a dor dela, quase como se fosse sua própria.

— Milla? — Ele chamou, a voz hesitante, tentando não demonstrar o pânico crescente.

A resposta veio fraca, apenas um gemido curto que fez seu coração apertar. Ela estava assim desde que voltara dos exames de rotina e Pietro sabia que isso não era normal. 

Eles deviam ter dado algo a ela, alguma droga que a estava destruindo por dentro.

Era horrível escutar. O som dela forçando o ar pelos pulmões, como se cada respiração fosse uma batalha. Ela estava tremendo, ele podia ouvir o frágil controle que tentava manter, mas estava falhando.

— Milla... — Ele chamou de novo, mas o desespero estava presente dessa vez. — O que fizeram com você?

Nada. Apenas o som de sua respiração dolorosa em resposta.

Era insuportável. Ouvir alguém de quem você se importa sofrer tanto e não poder fazer nada.

Pietro sentia uma fúria impotente crescer dentro dele, mas sabia que, por mais rápido que fosse, não poderia correr para tirá-la dali. Não podia atravessar paredes. Não podia protegê-la. 

Os minutos se arrastavam, cada segundo uma tortura. Pietro apertava os olhos com força, como se pudesse bloquear o som, como se isso pudesse impedi-lo de escutar o sofrimento de Milla. Mas era inútil. 

Cada arfada, cada gemido de dor atravessava o concreto como uma lâmina, penetrando fundo em sua mente. Ele tentou focar em outra coisa, qualquer coisa, mas o som dela vomitando o tirou de qualquer tentativa de fuga mental.

O tempo parecia se esticar, transformando-se em uma eternidade sufocante. Pietro estava à beira de perder o controle quando finalmente ouviu a porta da cela de Milla se abrir. Alguém tinha entrado. A esperança acendeu uma fagulha em seu peito, e ele gritou instintivamente:

— Milla! — Pietro gritou, o pânico evidente em sua voz. — Ajude ela, por favor! Ela precisa de ajuda!

Mas sua súplica foi ignorada. Em vez disso, a voz fria e cruel de Smirnov preencheu o ambiente.

— Pobrezinha, sempre tão frágil, não é? — disse Smirnov, a voz carregada de sarcasmo. 

Pietro sentiu a raiva ferver dentro dele. Ele queria explodir, gritar, correr através da parede e acabar com aquele homem. A impotência o devorava por dentro, mas ele sabia que Smirnov o ignoraria, como sempre fazia.

— Smirnov, seu desgraçado! — Pietro rugiu, batendo com o punho na parede. 

— E quem vai me impedir? Você? — Smirnov riu, se dirigindo a Milla com um tom de humilhação. — Deveria ver ela. nem consegue ficar de pé. Um simples teste e você já está assim.

Pietro notou algo estranho na voz de Smirnov. Um traço de embriaguez, um tom fora do normal que fez o coração de Pietro disparar de medo. Algo estava errado, mais do que o habitual.

— O que você fez com ela dessa vez? — Pietro perguntou, tentando manter a voz controlada, mesmo que tudo dentro dele estivesse gritando. Não obteve resposta.

O silêncio de Smirnov foi como uma sentença. Pietro sentiu o desespero se transformando em pânico.

— Responde, maldito! — Ele gritou, batendo com os punhos na parede, o som seco ecoando pela cela. — O que você fez com ela?!

O silêncio de Smirnov tornou-se insuportável, e os fracos gemidos de Milla do outro lado da parede eram tudo o que Pietro conseguia ouvir. Ela não respondia, apenas soltava sons de dor, ofegantes e entrecortados, como se estivesse sufocando sob o peso de algo insuportável.

— Milla? — Pietro chamou, a voz trêmula esperando uma resposta, qualquer coisa que o aliviasse. Mas tudo que ouviu foram gemidos fracos e ofegantes, cheios de dor. — Milla, me responde... o que está acontecendo?

Nada. O som da respiração forçada dela o fez sentir um frio na espinha. E então, do outro lado da parede, a situação ficou clara para ele. Smirnov não estava apenas ignorando suas perguntas. Ele estava fazendo algo muito pior. A compreensão atingiu Pietro como um golpe.

Smirnov estava abusando dela.

— Smirnov... — a voz de Pietro quebrou. Ele bateu com as mãos na parede novamente, mais forte dessa vez. — Smirnov, para com isso! Não machuca ela!

Sua garganta se apertou, e ele gritou mais alto, sentindo uma raiva misturada ao desespero.

— Por favor! Não faz isso com ela! Ela já sofreu o suficiente!

Pietro socou e chutou a parede com toda a força que conseguiu reunir, a dor explodindo em seus punhos, mas era uma dor insignificante em comparação com o que Milla estava passando. O impacto ressoou e ele gritou quando ouviu um estalo agudo, sentindo um dedo quebrar sob a força. 

O som dos corpos se chocando na cela ao lado se intensificou, como se as paredes estivessem se fechando ao seu redor e ele sentiu o estômago embrulhar.

Desesperado, ele se afastou da parede, sentando-se no chão frio, encostado na parede oposta à cela de Milla. Com um movimento automático, tampou os ouvidos na tentativa de silenciar os sons que o torturavam, mas nada poderia bloquear os gemidos de dor que ecoavam em sua mente.

As lágrimas começaram a escorregar por seu rosto, um fluxo quente que não conseguia conter. Ele se odiava por estar ali, impotente, incapaz de fazer qualquer coisa a respeito, como se fosse um mero espectador, a raiva e a culpa o consumiam, um turbilhão de emoções conflitantes. 

A impotência o corroía, cada batida de seu coração parecia um lembrete cruel de que ele estava preso ali, incapaz de ajudar a única pessoa que realmente importava. 

Milla era uma luz na escuridão e ele não podia deixá-la apagar.

Depois de um bom tempo mergulhado em seus pensamentos sombrios, Pietro abriu os olhos, a escuridão ao seu redor quase palpável. Retirou a mão dos ouvidos, o silêncio pesado invadindo o espaço.

— Milla? — ele chamou, a voz fraca, quase um sussurro, mas carregada de esperança.

A preocupação apertou seu coração, cada batida ecoando como um aviso. Ele se levantou, ainda sentindo as dores em seus punhos, mas a adrenalina começava a fluir novamente.

— Milla! — gritou, a voz cortante e cheia de emoção, chamando por ela com toda a força que conseguia reunir.

— Estou bem, Pietro — Milla respondeu, a voz embargada e trêmula, mas ainda assim tentava transmitir uma segurança que ele sabia ser falsa.

A resposta dela fez seu coração afundar. Ele conhecia a tonalidade de sua voz, sabia quando ela estava mentindo. Era como se uma sombra tivesse se instalado entre eles e ele queria desesperadamente iluminá-la, mas a escuridão era tão intensa.

— O que aconteceu? — ele perguntou, tentando manter a voz firme, embora a preocupação o consumisse por dentro. — O que foi que Smirnov fez com você?

— Nada. — Milla insistiu, mas a forma como sua voz vacilou denunciava que ela estava longe de estar bem.

Ele sabia que era mentira. A verdade se ocultava sob a superfície, havia escutado tudo e ele podia sentir. Um calafrio percorreu sua espinha ao perceber que ela estava tentando proteger ele, mesmo em sua fraqueza.

Mas o que ele podia fazer? As palavras pareciam insuficientes, uma armadura que não conseguiria protegê-los da realidade cruel que enfrentavam.

— Milla... — ele começou, hesitando. O que poderia dizer que realmente ajudaria? Ele sabia que ela estava em perigo e queria encontrar uma maneira de oferecer consolo, mas não sabia como agir diante da dor que ela estava sentindo. — Eu... eu estou aqui.

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