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(002) ★・𝐇𝐘𝐏𝐎𝐓𝐇𝐄𝐑𝐌𝐈𝐀

𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐝𝐨𝐢𝐬: ℋ𝒾𝓅𝑜𝓉𝑒𝓇𝓂𝒾𝒶


      AINDA COM AS COSTAS NA PAREDE E OS JOELHOS DOBRADOS, Pietro ouviu um som leve do outro lado da parede e perguntou:

— O que você está fazendo?

Milla hesitou por um momento antes de responder:

— Tentando me esquentar.

Sua voz era baixa, quase envergonhada. Pietro franziu a testa, surpreso com a resposta. Ele sabia que a temperatura nas celas não era das mais confortáveis, mas sua própria cela, embora fria, estava longe de ser insuportável.

— Esquentar? — Ele repetiu, a confusão evidente em seu tom. — Você ainda está com frio?

— Sim. — respondeu ela, a voz trêmula. — Está muito frio aqui. Parece que o gelo está entrando nos meus ossos.

Pietro ficou em silêncio por um instante, processando o que ela havia dito. Sua própria cela era fria, mas nada comparado ao que Milla estava descrevendo. Ele se recostou na parede, pensando no que poderia estar acontecendo.

— Aqui também é frio, mas não tanto assim... — disse Pietro, tentando entender a situação. 

Milla se abraçou com força, tentando encontrar algum calor, porém parecia inútil. Ela sentia como se o gelo estivesse se infiltrando em cada parte de seu corpo, a tornando quase insensível ao toque.

— Estou congelando. — repetiu ela, a voz agora mais desesperada

Pietro sentiu uma pontada de preocupação. Ele sabia que as celas não eram exatamente confortáveis, mas algo na forma como Milla descrevia o frio o incomodava. Era como se houvesse mais acontecendo ali, algo que ele não conseguia ver ou entender completamente.

— Milla... — começou ele, a voz suave, mas séria. — Você acha que é só o frio ou tem algo mais acontecendo?

Milla fechou os olhos, tentando acalmar o tremor involuntário de seu corpo. Ela queria acreditar que era apenas o frio, mas a sensação era mais profunda, como se algo estivesse errado dentro dela, algo que a impedia de encontrar o mínimo de conforto.

— Não sei.. — sussurrou ela, a voz carregada de incerteza.

Pietro mordeu o lábio, sentindo a frustração crescer. Ele queria ajudar, mas as paredes entre eles eram impenetráveis, não apenas fisicamente mas também emocionalmente. Havia tanto que ele não sabia, tanto que ele queria entender para poder fazer algo, qualquer coisa, para aliviar o sofrimento dela.

Ele não conhecia Milla tão bem assim. Não sabia se ela era sensível ao frio, se tinha algum trauma ligado a isso, ou se estava acostumada com uma vida de conforto e agora sua reação era exagerada. As possibilidades eram inúmeras. 

Pietro pensou um pouco, tentando organizar as ideias e sua mente foi para duas possibilidades: ou ela estava tendo um ataque de pânico, tremendo e acreditando que estava com frio por causa disso, ou eles estavam diminuindo propositalmente a temperatura da cela dela como parte dos experimentos. 

A ideia de que eles poderiam estar manipulando o ambiente para testar limites o deixou inquieto, mas ele decidiu não expor suas conclusões. Não queria assustá-la e piorar as coisas.

Em vez disso, ele tentou distraí-la, mudando o foco para algo que pudesse mantê-la ocupada, que a afastasse, pelo menos por um momento, da sensação opressiva de frio.

— Milla, me conta uma coisa... — começou ele, mantendo a voz leve. — Qual é a cor do seu cabelo?

Milla soltou um riso surpreso, escondendo o rosto nas mangas como se pudesse esconder a surpresa e o divertimento que sentiu com a pergunta inesperada.

— Preto... — respondeu, ainda rindo um pouco.

— O meu é castanho claro. — disse Pietro, com um tom quase casual. — Mas eu platinei. Só que agora está quase voltando ao natural.

— Vaidoso, hein? — brincou Milla, um sorriso tímido surgindo em seus lábios.

Pietro riu do outro lado da parede, contente por ter conseguido desviar a atenção dela, nem que fosse por um breve momento.

— Não posso negar. Mas, ei, você devia ver! Ficou ótimo.

Milla continuava a sorrir, mesmo estando dolorida, com frio, presa e alimentada com comida sem gosto. Tudo era terrível, e ainda assim, ali estava ela, sorrindo.

— E você, já fez alguma coisa no cabelo que deu errado? — perguntou Pietro, ainda mantendo o tom leve e descontraído. Ele mal sabia para onde estava guiando aquela conversa, só queria a manter distraida.

Milla riu, mesmo sentindo o corpo dolorido. 

— Sim, já fiz... — respondeu ela, balançando a cabeça como se revivesse a lembrança. — Uma vez, quando eu era mais nova, decidi que queria cortar o cabelo sozinha. Achei que seria fácil, mas... ficou completamente torto. Parecia que eu tinha brigado com a tesoura.

Pietro riu do outro lado, imaginando a cena.

— E você? Já teve alguma experiência desastrosa com o cabelo? — perguntou Milla, a curiosidade brilhando em sua voz.

— Para o meu alívio, não — respondeu Pietro com um tom divertido. — Quem descoloriu meu cabelo foi minha irmã. E, felizmente, deu certo. Eu não teria sobrevivido se tivesse ficado ruim.

Milla riu de novo, sentindo-se um pouco mais leve. Mesmo com toda a dor e o desconforto, conversar com Pietro, mesmo que sobre coisas tão simples, era um alívio bem-vindo.

Milla se aconchegou um pouco mais, sentindo o leve calor da conversa amenizar o frio.

— Irmã? — perguntou ela, com um tom curioso. — Como é a sua irmã?

Pietro sorriu, quase como se pudesse vê-la diante de si.

— Wanda... — começou ele, a voz carregada de carinho. — Ela é tudo para mim. É corajosa, forte, e tem um coração enorme, mesmo que a vida tenha tentado endurecê-lo tantas vezes. Ela sempre cuidou de mim, mesmo quando éramos pequenos. Somos gêmeos, sabe? Então, sempre tivemos essa conexão, como se entendêssemos um ao outro sem precisar de muitas palavras.

Milla ficou em silêncio por um momento, absorvendo tudo que ele havia dito.

— Ela parece incrível. — disse Milla suavemente, sentindo uma pontada de inveja por nunca ter tido uma conexão tão forte com alguém em sua vida. — Vocês devem ter uma ligação muito especial.

Pietro assentiu, embora soubesse que ela não podia vê-lo.

— Sim, temos. E eu faria qualquer coisa para protegê-la.

O tom sério e protetor na voz de Pietro fez Milla perceber o quanto Wanda significava para ele. Era claro que, apesar de tudo o que estavam enfrentando, a irmã dele ainda era uma âncora, uma fonte de força em meio ao caos.

Milla se virou um pouco mais para a ventilação, tentando aquecer as mãos frias com o pouco calor que a conversa proporcionava.

— Deve ser interessante ter um gêmeo. — comentou ela, com um tom de curiosidade genuína. — Onde ela está?

— Wanda está em algum lugar por aqui, provavelmente passando por algo semelhante ao que estamos enfrentando. Não sei exatamente onde e isso me preocupa. — Ele responde com o tom hesitante.  Houve uma pausa, um silêncio denso e pesado, até que Pietro decidiu mudar de assunto, tentando afastar a tristeza.  — E você, Milla? Tem irmãos?

Milla suspirou, uma mistura de cansaço e nostalgia na voz.

— É complicado. — disse ela, com um tom de resignação que parecia ser sua resposta padrão para perguntas pessoais.

Pietro riu baixinho, o som suave e reconfortante na escuridão.

— Toda vez que você responde "é complicado", sinto que está me desafiando a descobrir mais.

— Talvez eu goste de complicar as coisas. Ou talvez só estou tentando me proteger de abrir demais. Mas sim, eu tenho duas irmãs mais velhas.

— E como são elas? — perguntou Pietro, genuinamente interessado.

Milla hesitou por um momento, suas palavras cuidadosamente escolhidas.

— A mais velha se chamava Sofia. Ela sempre foi gentil e se parecia muito com a nossa mãe. Quando nossa mãe morreu, foi Sofia quem cuidou de mim e de Nina, a mais nova. Ela fez o melhor que pode para nos proteger e nos dar um lar.

Ela respirou fundo antes de continuar, o tom de voz carregado de uma tristeza não completamente explicada.

— E a outra se chama Nina... — disse ela, a voz um pouco mais baixa. — Nina... bem, Nina é diferente. Ela tem um lado cruel, por assim dizer. Às vezes, sinto que talvez, de alguma forma, a influência dela tenha contribuído para que eu acabasse na Hydra.

Pietro franziu a testa, tentando entender.

— Como assim? O que Nina tem a ver com isso?  — perguntou Pietro, sua voz carregada de curiosidade e preocupação. 

Milla fechou os olhos por um momento, como se tentasse encontrar as palavras certas para explicar a complexidade de sua situação.

— O pai das minhas irmãs e eu era um pesquisador da Hydra. — começou ela, sua voz soando triste e pesarosa. — Mas isso nunca nos afetou diretamente, porque ele passava a maior parte do tempo na Rússia, enquanto nós vivíamos na Irlanda e depois da morte de nossa mãe, nos Estados Unidos.

Ela respirou fundo, o peso das lembranças visível em seu semblante.

— Depois da morte da nossa mãe, Nina conseguiu convencer o pai a nos envolver em seus esquemas. Ela sempre teve uma maneira de manipular as pessoas ao seu redor. Então, ele a levou para a Rússia e Sofia e eu fomos enviadas como espiãs para a S.H.I.E.L.D.

Pietro franziu a testa, processando as palavras de Milla. A complexidade da situação e a dor evidente em sua voz adicionavam uma nova camada de compreensão à sua história.

— Não tive mais notícias de Nina desde então. — disse Milla, sua voz carregada de pesar. — A S.H.I.E.L.D. foi um lugar diferente para mim, uma espécie de redenção. Não era um lugar ruim. Eu tinha apenas 14 anos quando entrei lá, então não podia participar de missões de campo. Em vez disso, me treinaram para trabalhar na inteligência. Aprendi vários idiomas, técnicas de interrogatório, métodos de hackeamento...

Ela pausou, os olhos fechados por um momento, revivendo as lembranças.

— Sofia se tornou uma agente de campo, mas morreu em uma missão. Depois disso, eu surtei um pouco. Confessei tudo, sobre sermos agentes duplas e entreguei meu pai e Nina. A S.H.I.E.L.D. matou meu pai. E eu nunca soube o que aconteceu com Nina depois disso.

Milla olhou para o teto, como se procurando alguma resposta nas sombras das paredes.

— Mesmo com tudo isso, a S.H.I.E.L.D. continuou sendo minha casa. Era onde eu encontrava alguma estabilidade, algum sentido de pertencimento, apesar de tudo o que havia acontecido.

Pietro ouviu em silêncio, o peso das palavras de Milla se assentando sobre ele. A profundidade da dor dela, misturada com a busca por um lugar para chamar de lar, era palpável.

— É uma história complicada e dolorosa, Milla. — disse Pietro, tentando oferecer um pouco de consolo. — Mas é admirável que você tenha conseguido encontrar algum tipo de estabilidade, mesmo após tudo o que passou.

Ela deu um pequeno sorriso, um gesto frágil no meio do sofrimento. Era difícil para Milla lidar com a perda de sua família e a sensação de ser parcialmente culpada pela morte do próprio pai. O peso da culpa e da traição era um fardo constante e aquela conversa, mesmo com suas nuances dolorosas, oferecia um breve alívio.

— Eu sabia que a S.H.I.E.L.D. também não era santa. — ela disse, a voz carregada de um tom resignado. — Eles têm seus próprios segredos, seus perigos ocultos. Mas isso... isso já não importa mais. Provavelmente, ninguém virá me resgatar.

Milla se perdeu em pensamentos sombrios, a mente vagueando pelas possibilidades do que poderia estar acontecendo fora daquelas paredes frias e implacáveis.

— E se Nina estiver viva... — continuou ela, hesitante. — Talvez me trazer para cá como uma cobaia seja uma vingança pela morte do nosso pai. Mas no fundo, isso também não importa mais.

Ela olhou para o pequeno tubo de ventilação que a conectava a Pietro, sentindo um frio que parecia penetrar até os ossos. As palavras de Pietro, apesar de reconfortantes, não conseguiam aquecer o frio que sentia nem apagar a dor interna.

Pietro percebeu o peso nas palavras de Milla e tentou oferecer um pouco de consolo.

— Sabe, me sinto meio idiota agora... — disse ele, a voz carregada de uma autoironia amarga. — Por mais que eu me arrependa profundamente, estar aqui foi uma escolha. Eu e Wanda, nós nos oferecemos, nos voluntariamos. Se estamos sofrendo, é apenas culpa nossa.

Milla, surpresa, perguntou:

— Por que fizeram isso? Por que se ofereceram para algo assim?

Pietro hesitou por um momento, seus pensamentos vagando para longe das paredes frias da cela.

— Às vezes, as escolhas que fazemos parecem certas no momento, por razões que podem não ser tão claras depois. No nosso caso, acreditávamos que estar aqui era a melhor forma de ajudar, de fazer a diferença. Queríamos proteger as pessoas que amamos e dar um fim a uma ameaça maior. Mas... não esperávamos que isso nos custaria tanto.

Ele suspirou, a voz carregada de uma tristeza resignada.

— Na época, não sabíamos que a Hydra era tão cruel. Acreditávamos nas promessas que nos fizeram, que nossos esforços estavam mudando algo para melhor. Agora, mesmo depois de tudo, sinto que os objetivos da Hydra não são o que nos foi dito.

Milla, fraca pelo frio, murmurou com um tom de desolação:

— Vai por mim, não são.

Ela explicou, ainda com um frio cortante, que tinha passado anos na SHIELD, o que lhe dera um conhecimento profundo sobre as verdadeiras intenções da Hydra. Seus olhos estavam meio fechados, e a fraqueza em sua voz não passou despercebida.

Pietro notou a fraqueza em seu tom e a preocupação cresceu em seu peito.

— Você está bem? — perguntou ele, a voz agora tingida de ansiedade. — Está se sentindo pior?

Milla levantou um olhar cansado em direção ao tubo de ventilação, tentando forçar um sorriso que não chegava a alcançar seus olhos.

— Não se preocupe com isso. Só... 

Pietro percebeu o quanto ela estava lutando e sua preocupação aumentou. Ele queria ajudar, mas as paredes entre eles eram intransponíveis, limitando o quanto ele poderia fazer.

— Eu realmente gostaria de poder fazer algo para ajudar — disse Pietro, a voz carregada de um desejo sincero de aliviar seu sofrimento.

Milla tentou responder, mas suas forças estavam se esvaindo. Com um esforço visível, ela murmurou:

— Estou bem... só um pouco... cansada.

Ela se recostou contra a parede fria, tentando se manter firme. Contudo, o frio era implacável e a sensação de congelamento estava se aprofundando a cada minuto.

Seus dedos estavam gélidos a pele de seu rosto estava pálida, quase translúcida sob a luz fraca que entrava pela pequena abertura da cela.

O vento que assobiava pelo cubículo parecia cortar como lâminas de cristal e Milla sentiu como se a própria essência estivesse se esvaindo, uma gota de calor em um mar de gelo. 

 Seu corpo tremia descontroladamente, um reflexo de uma batalha interna que ela não conseguia mais vencer. As palpebras pesavam e seus olhos estavam começando a perder o foco, a visão se embaçando como um sonho fugidio.

Seu corpo começou a vacilar, os tremores agora se transformando em espasmos involuntários. Ela lutava para manter os olhos abertos, mas a sensação de desmaio estava se aproximando, como uma sombra que se estendia sobre uma vela prestes a apagar. O ambiente ao redor dela parecia girar lentamente, o som da voz de Pietro se tornando um eco distante, quase etéreo.

— Milla? — A voz de Pietro soou mais urgente, mas havia uma nota de impotência, como se suas palavras fossem pequenas notas flutuando em um vasto oceano de frieza.

Ela tentou falar, mas a voz lhe escapuliu, uma mistura de suspiro e desespero que se dissolveu no ar gélido. Seus olhos, que antes estavam cheios de vida e resistência, estavam agora se fechando lentamente. O silêncio tomou conta e Milla desabou no chão, seu corpo imóvel, como uma marionete cujas cordas foram cortadas. Pietro apenas escutava tudo, tentando deduzir o que estava acontecendo, seu coração apertado, o desespero e a preocupação tomando conta dele.

— Milla? — Ele chamou mais alto e firme com sua voz carregada de pânico

O último fio de esperança de Pietro estava nas sombras que dançavam na sala fria, suas mãos agarrando as grades do tubo de ventilação de sua cela como se tentasse forçar uma conexão, uma maneira de alcançar Milla através dos muros implacáveis que os separavam.

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