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𝒪𝑙𝑖𝑣𝑒 𝒟𝑖𝑒ℎ𝑙
10 anos atrás
Desço as escadas de casa após fechar a porta do quarto de minha irmã e sigo o som da voz dos meus pais . As luzes do corredor e da sala estão ligadas , apenas uma lâmpada da cozinha ilumina a casa .
Tento não fazer barulho quando me escondo atrás da mesinha ao lado da mesa de jantar que me proporciona uma visão do homem e da mulher na cozinha .
Sei que faz pouco tempo que meu pai chegou do trabalho porque sei quando o resturante fecha e isso foi a meia hora atrás, geralmente já estou dormindo quando ele chega mas Leonor insistiu que lê-se um dos livros que ela ganhou na escola antes de dormir .
Mas agora minha mãe grita com meu pai em uma altura alta o bastante para escutar no segundo andar onde eu estava . E difícil entender os gritos principalmente pegando a conversa pela metade , mas minha mãe cita alguma mulher chamada Gisele e meu pai grita com ela a chamando de louca e dizendo que se preucupa comigo e Leonor por isso está fazendo tudo isso .
Tudo isso oque pai?
Olho para o rosto da minha mãe quando ela fica de frente para mim , vejo seus olhos vermelhos e seu rosto desesperado. Nós meus 8 anos de vida eu só vi minha mãe chorar uma vez , no parto de Leonor mas era um choro de dor não de agonia e tristeza como e agora
- Fale para Olive que vou voltar para vê-la - Escuto a voz do meu pai e o vejo sair pela porta da cozinha - Apesar de tudo ainda te amo Mia
Minha mãe grita com ele enquanto ele sai até a sala e passa pela porta de casa sem olhar para trás. Minha boca treme e meus olhos começam a arder quando a ficha cai , meu pai foi embora
Ele deixou minha mãe aqui chorando no chão da sala e foi embora . Escuto os gritos da minha mãe quando vou até ela e me sento no chão do seu lado deixando ela me abraçar e chorar no meu colo
Minutos depois seu choro diminuiu e ela me ajuda a levantar , vamos juntas para meu quarto e ela me ajuda no banho sempre repetindo que vou ficar bem , que vamos ficar bem . Não respondo nada apenos deixo ela me vestir e em seguida me deitar na cama se abraçando em mim novamente.
Fecho os olhos fingindo dormir mas passo a noite toda acordada escutando o choro da minha mãe no meu ouvido .
Quando meu despertador toca e eu me viro olhando minha mãe dormindo e ainda soluçando . Eu me proibo de acorda- la , sei que ela está destruída e prescisa desse sono
Minha mãe está destruida
O amor pelo meu pai destruiu ela .
...
HOJE EM DIA
A dança, tem tanta coisa eu gostaria falar dela mas não conseguiria porque foi apartir dela que eu aprendi a me comunicar . Se eu estava triste, eu dançava , se estava feliz , eu dançava, eu dançava para viver eu vivia para a dança.
Eu não me lembro de muito coisa do meu pai mas me lembro dele dizer que eu nasci para dançar, e no dia seguinte ir embora mas eu me apeguei as suas palavras e fiz elas valerem . Hoje eu sei que eu realmente nasci para para dançar, não importa o estilo tendo movimentos e músicas eu já sei que nasci para isso .
Eu investi no balé, dancei até meus pés dizerem chega e mesmo assim continuei dançando e isso me trouxe até aqui . Barcelona , teatro de Liceu . Poder dançar com os maiores mesmo sendo tão pequena .
O sonho de toda garota que se sonha com o balé assim como eu sonhava mas poucas podem realiza-lo , e eu fui uma das poucas que conseguiram .
Termino de amarrar meu tênis e me levanto com a ajuda de Ben , antes da semana começar e os ensaios normais derem início a coreógrafa sempre gosta de fazer um exercício de improviso com outras aéreas de danças além do ballet para aumentar nossas experiências e nosso desempenho.
Nos três meses que estou aqui praticando com eles posso dizer que isso ajuda demais . Os dez alunos se espalham em rosa pelo salão se preparando enquanto Rosaleen escolhe as músicas
Highest in the room começa é Ben e Luísa gritam e se juntam no centro do círculo juntando os passos improvisados , mais 3 músicas tocam mais não me sinto confortável com nenhuma então deixo os outros dançarinos irem primeiro.
SZA começa a tocar e eu finalmente me animo indo para o centro junto com outros dois dançarinos. Entramos em sintonia uns segundos depois conseguindo fazer uma coreografia improvisada impecável . A música acaba mas não saio do centro deixando a outra música me guiar também .
Rosaleen grita para nós prepararmos e desliga a música, respiro fundo indo para o canto trocar o tênis pela sapatilha novamente . Eu amo o ballet mas as sapatilhas são instrumentos de tortura regularizados . Aperto a última fita e me levanto ficando na posição da coreografia marcada .
...
Agradeço a atendente pegando meu café e seguindo Helena para fora da cafeteria . Minha colega de apartamento conta sobre as aventuras que ela passa na escola infantil onde ela está fazendo um estágio . Rio da aventuras que ela passa com as crianças enquanto ela as conta gesticulando bastante
- Me conta agora sobre você , qual as aventuras que a diaba ruiva propõem para vocês - Rio do apelido que ela colocou em Rosaleen e troco as mãos do café facilitando para entrar no táxi
- Vai ter uma apresentação privada amanhã, um negócio sobre uma parceria da academia com um time de futebol ai - Ela se senta do meu lado e abre a boca
- Qual time?
- Eu sei lá, a ruiva não deu detalhes só disse para nós esforçamos porque é muito importante- Engrosso a voz imitando a postura da minha coreógrafa- Dançar para um monte de jogador de futebol que vai ficar tentando olhar por baixo da minha saia
- Baita experiência, mas de for o time que estou pensando- Ela faz um biquinho balançando a cabeça- Que baita jogadores
- Ah cala boca loira
- Oia o preconceito, só porque eu sou padrão que isso - Rio dela tirando um dos biscoitos dela - E você também não e diferentona não dançarina
- Você e mais padrão que eu pelo menos
- Irrelevante
Desço do carro quando ele estaciona é agradeço ao motorista entregando o dinheiro para ele e seguindo para dentro do prédio até o nosso andar . Valentina continua contando sobre algum acontecimento do seu dia que ela lembrou e quando passa no corredor corre para o banheiro entrando no chuveiro primeiro. Valentina pode ser mais velha que eu mas age como uma criança as vezes .
Vou para o meu quarto trocando de roupa e ficando apenas de toalha esperando Tina sair do banheiro. Pego o celular vendo as mensagens da minha mãe e Leonor , respondo algumas e abro o email parando o mesmo que leio durante os meses ainda pensando se respondo ou não . Leio o primeiro verso vendo as palavras que imagina que nunca mais leria .
Papai
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