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Eu e Rosé havíamos chegado no drive thru do Burger King e estávamos pegando nossos lanches, quando um carro que estava atrás de nós, começou a buzinar desesperadamente e eu acabei derrubando refrigerante em minha roupa.

— Cazzo! — digo olhando para o estrago que havia feito em meu vestido, rezando para que tivesse salvação.

— Quem foi o idiota que ficou buzinando dessa forma? Diabos. — Rosé fala saindo do carro com raiva, e eu já imaginava o que ela iria fazer, então também sai em simultâneo e desesperada para parar a loira.

Ela estava andando rapidamente em direção ao carro, crucificando os mesmos com palavras e, eu me assusto pelo que havia acabado de ver dentro do carro.

Jimin estava sentado no banco de passageiros ao lado de Tae. Pude ver a cara de espanto de Jimin, quando o mesmo havia visto que Roseanne estava andando furiosamente até seu carro, sem nem saber que era ele que estava ali dentro, e ainda mais com ele, Tae.

Sem pensar duas vezes, eu puxo Rosé pelo braço e ela estranha loucamente, faz questionamentos mas mesmo assim, eu consigo levá-la para dentro do carro.

— Jennie! — ela fala reprovando e sem entender a minha atitude.

— Rosé, você não viu quem estava no carro? — questiono.

— Quem? — pergunta confusa.

— Era o tal do Tae e o Jimin.

Rosé fica calada, ainda digerindo tudo, e por fim, questiona algo: — E-então o meu Jimin é gay? Ele estava me traindo?

Inevitavelmente, eu rio com a pergunta da loirinha. Acho que quando o assunto é sobre Jimin, ela fica boba e é até capaz de esquecer seu próprio sobrenome.

— O que? Não diga disparates. Aquele Tae que estava com ele nem tem cara de gay. Aliás, ele tem cara de garoto rico que pega cinco garotas em uma noite. E outra, acha mesmo que o Jimin iria te trair? Pelo que conheço dele, ele é louco por você, Rosé.

Rosé faz uma cara de alívio.

— Você tem razão. Mas eu nunca soube que eles dois eram amigos. E porque começaram a buzinar em desespero para nós?

— Não sei, mas talvez porque tenham ficado irritados pela quantidade de lanches que você pediu para comer sozinha. Olha o tanto de tempo que deve ter demorado para pedir e para pegar o pedido, huh? É sua culpa, por ser tão comilona!

— Eu não tenho culpa de ter fome! — ela aponta para os três sacos com vários combos e batatas fritas — Isso daqui nem enche o buraco do dente.

Eu rio e coloco a mão na testa. Mas bem, que surpresa e coincidência essa suposta amizade do Jimin e do tal de Tae.

♥︎

Rosé e eu havíamos comido no meu mini apartamento, e então, ela partiu para sua casa falando que iria fazer suas malas e logo voltaria, afinal, eu também tenho que arrumar as minhas coisas.

Tiro meu vestido sujo de refrigerante e o coloco na máquina, pegando outro vestido simples da cor lilás. Estava um calor gigante lá fora, e já que vestido e calor são da mesma família, então, porque não usar outro vestido, certo?

Faço minha mala e fico indecisa com o que levar, pois infelizmente, eu não poderia levar tudo o que eu tinha. Teria que deixar alguns de meus pertences em meu apartamento e isso me dói, porque eu gostaria de levar tudo comigo, sem exceções. Até mesmo a blusa feia e pequena que vovó havia me dado. Eu ainda a guardo com todo o carinho do mundo.

Rosé chega com seu carro e buzina como sempre. De malas prontas, eu pego em minha mão e antes de fechar meu apartamento, dou uma boa olhada, percebendo que foi ali que vivi metade de minha vida, e que nem tão cedo voltaria novamente para cá.

— Adeus, mini apartamento. — digo quase choramingando e fechando a porta para não despedaçar em lágrimas ali mesmo.

Na frente do carro de Rosé, ela sai do carro para abrir a porta para mim e eu vejo três de suas malas grandes, ficando surpresa com aquilo.

— Meu Deus, também trouxe a piscina da sua casa junto com você, Rosé? — falo tirando sarro.

— Bem, até que não seria uma má ideia! Se desse, eu traria.

Eu e ela rimos em simultâneo. Roseanne, génio da comédia.

[...]

Demoramos uma eternidade até colocar todas as nossas malas dentro de nosso dormitório e finalmente, quando entramos dentro do mesmo, somos recebidas por duas garotas iguais.

— Olá! Vocês são nossas novas colegas de quarto? — as duas questionam juntas e eu e Rosé olhamos uma para a outra, ficando incrédulas.

— Olá, somos sim. Prazer, eu me chamo Jennie. — digo me apresentando e em seguida, apontando para Rosé — E ela se chama Rosé.

— Que interessante. São nomes bonitos. Mas bem, o prazer é todo nosso! Eu me chamo Chaeryeong, e essa é minha irmã, Chaeyeon.

Até os nomes são semelhantes? Tudo bem, vai ser difícil de distinguir as duas.

Depois de nos apresentarmos, elas nos mostraram o dormitório e aonde iríamos ficar. Existiam dois quartos, um para nós, e um para elas.

Arrumamos nossas coisas nos armários e conversamos um pouco sobre o que havia acontecido na hora do almoço.

— Depois perguntarei a Jimin sobre aquilo. — ela fala se jogando na cama.

— Hum, fiquei surpresa em saber que Jimin tem amizade com Taehyung. — falo, enquanto Rosé assente concordando com o que eu estava propagando com ela.

— Que dor de cólica! — ela diz se remexendo e fechando os olhos por causa da dor.

Rosé sempre costuma ter muitas dores fortes e intensas nesse período, então, eu pego um remédio que estava em sua bolsa e logo ela toma sem sequer reclamar sobre algo.

— Ei, meninas! Tem uma pessoa chamando por vocês ali fora. — uma das gémeas fala e eu fico sem entender. Olho para Rosé que parecia em um estado péssimo, então eu mesma vou olhar quem poderia ser.

Quando eu abri a porta, dei de cara com aquele cara novamente. Não é possível! O destino só pode estar de brincadeira com a minha cara.

— O que você quer aqui? — pergunto.

— Olá para você também. Deveria ser mais educada com quem te ajuda, não? — ele fala com uma cara de sonso.

— Com quem me ajuda? E aonde você me ajudou?

— Estou te ajudando agora, Jennie Kim. Antes que eu mude de ideia, vamos. Eu não tenho o tempo todo para mostrar a faculdade para vocês, garotas recém chegadas.

— É só não mostrar. Por acaso, estou lhe pedindo de joelhos e implorando para que me mostre a faculdade? — falo, imaginando a cena ridícula entre eu e ele.

— Acha que foi escolha própria? O diretor que sugeriu. Eu não pude fazer nada além de aceitar, ou também supõe que eu quero ficar de ficha suja com ele?

Mais que merda! Então quer dizer que ele é a pessoa que ficou encarregado de nos mostrar a faculdade? O diretor não poderia ter arrumado alguém melhor e mais competente?

Suspirando de raiva, eu corro até o quarto para chamar Rosé, mas ela está deitada e com a mão na barriga, reclamando de suas dores.

— Você nem acredita! O cara que nos vai mostrar a faculdade inteira, vai ser o irmão da ruiva oxigenada.

Ela olha para mim, ainda sem acreditar, e balança a cabeça, achando aquilo tudo muito ridículo.

— Você não vem? — pergunto.

— Você acha mesmo que eu vou conseguir me levantar dessa cama? — ela fala, e eu coço a cabeça rindo em negação e observando tudo aquilo, sabendo que ela realmente não tinha condições.

— E vai me deixar sozinha com aquele idiota?

— Desculpa, Jen! — diz lamentando.

— Tudo bem. Parece que não tenho escolhas. — me viro fechando a porta do quarto e deixando Rosé sozinha.

Eu novamente dou um suspiro pesado e me preparando para aguentar aquilo. Rosé me deixou sozinha no momento mais crítico desde que entrei nessa faculdade. Mas por um lado, eu a posso entender, afinal, cólicas são a entrada para o inferno mais cruel que existe.

Tae estava parado na porta, assim como antes, com sua cara de tédio irritante.

Ele começa a andar e nem sequer espera eu falar algo. Eu fecho a porta rapidamente e o sigo, mas balançando a cabeça em negação.

♥︎

Eu e Tae havíamos andando uma maratona inteira e eu poderia ganhar o prémio de garota mais rápida da Itália, apenas por ter seguido o mesmo pelo caminho inteiro e sem reclamar um piu. Eu aposto que ele estava andando rápido de propósito, para me deixar irritada.

— Pare! Minhas pernas doem. Você tem noção do quão rápido andou por todo esse tempo? — digo tentando acariciar meu pé.

— Será que dá para parar de drama? Só andamos um pouco pela faculdade. — ele diz revirando os olhos, como se não aguentasse minhas ações e me achasse uma garota dramática.

— O que? Drama? Olhe para suas pernas, e depois olhe para as minhas — eu digo apontando e sem acreditar nas palavras que ele havia dito.

— E qual o problema? — pergunta sem perceber.

— O problema é que você é chato demais.

Na verdade esse não era o problema, eu estava apontando para as pernas longas de Taehyung, ele podia correr rápido, já eu, não.

Ele da uma risada com a minha fala e logo eu fico irritada, querendo rebater o mesmo, mas ele fala algo antes de mim.

— E você se acha legal? Eu até posso ser chato, mas você não deixa de ser diferente de mim.

— Me erra! Não sei como o Jimin pôde querer ter alguma amizade com você. — falo gritando e deixando o mesmo sozinho, sem ter voz de palavra comigo.

Esse cara é mais babaca do que eu pensava! Mas o que eu pensava que ele fosse? Afinal, ele tem algum parentesco com aquela ruiva oxigenada.

Indo para meu dormitório, eu chego e vejo as gémeas assistindo televisão no sofá da pequena sala do dormitório. Elas parecem assustadas com o meu estado de raiva e eu apenas entro dentro do quarto, sem vontade de mostrar o leão que gritava dentro de mim.

Eu nunca havia ficado dessa forma por causa de um garoto babaca. Nem mesmo Jackson conseguiu me deixar nesse estado.

Entrando no quarto, vejo Rosé no celular e ela também fica espantada com meu estado.

— E então? Como foi? Porque está assim?

— Precisa mesmo perguntar? Foi péssimo. Aquele cara me fez andar correndo por minutos, pela faculdade inteira, para no final, ficar de implicância comigo e me dizer para ser menos dramática! Ainda teve a audácia de me chamar de bonitinha e afiada, como seus amigos me chamaram.

Rosé fica boquiaberta.

— Minha nossa! E vocês nem trocaram ideias? Nem se conheceram? Nem falaram sobre algo um com o outro?

— O que? Falar sobre algo com ele é impossível! E a última coisa que eu quero é trocar ideias com aquele garoto.

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