
|Capítulo 08|
P.O.V Narradora
O local era coberto por neve, cada floco caindo suavemente em um silêncio quase sagrado. No centro daquele cenário deslumbrante, um poste de luz antigo iluminava o ambiente com um brilho suave. Anastasia caminhou lentamente até ele, tocando o metal frio com a ponta dos dedos. Seu coração batia rápido, uma mistura de fascínio e incredulidade. Ela olhou ao redor, perguntando a si mesma se aquilo era real ou apenas um sonho.
— Que lugar é esse...? — ela murmurou para si mesma, a voz quase se perdendo na leve brisa gelada.
Enquanto recuava, tentando entender onde estava, algo firme e inesperado esbarrou em suas costas. Assustada, Anastasia se virou rapidamente, e seus olhos encontraram os de um rapaz, ou melhor, um elfo. Ele tinha cabelos castanhos que caíam suavemente sobre suas orelhas pontudas e olhos profundos que a analisavam com cautela. Ele parecia tão surpreso quanto ela.
— Quem é você? — perguntou ele, com a voz firme. — E o que está fazendo em Nárnia?
— Nárnia? — Anastasia repetiu, franzindo a testa. A palavra soava estranha, mas ao mesmo tempo carregava algo mágico.
O elfo estreitou os olhos, claramente desconfiado. Em um movimento ágil, ele sacou uma espada, apontando a lâmina para ela. Anastasia deu um passo para trás, levantando as mãos em sinal de rendição.
— Espere! Eu... Eu sou Anastasia Holmes! — disse ela rapidamente, a voz tremendo ligeiramente.
O elfo a observou por um longo momento, analisando-a como se tentasse desvendar um enigma. Então, algo em sua postura relaxou, e ele abaixou a espada. Mas sua expressão continuava intrigada.
— Você... é humana? — perguntou ele, aproximando-se devagar, como se a presença dela fosse algo raro ou extraordinário.
— Sim, sou — respondeu Anastasia, ainda com cautela, tentando entender o que estava acontecendo.
Sem aviso, o elfo ergueu a mão e tocou sua bochecha suavemente. Anastasia ficou imóvel, o toque era frio, mas não ameaçador. Seus olhos se encontraram, e por um instante, parecia que algo mais profundo se passava entre eles, como se suas presenças ali significassem algo maior do que eles poderiam compreender.
— Meu nome é Aegnor. — disse o elfo, finalmente. — E, se você é humana, isso muda tudo.
A confusão pairava no rosto de Anastasia enquanto ela encarava o elfo à sua frente. As palavras dele ressoavam em sua mente, mas nada fazia sentido. Aegnor deu mais um passo em sua direção, seus olhos brilhando com algo entre curiosidade e determinação. Anastasia, no entanto, recuou instintivamente, quase tropeçando na neve. Antes que pudesse cair, Aegnor foi rápido e segurou sua cintura com firmeza.
Por um instante, seus olhos se encontraram novamente. A proximidade fez o coração de Anastasia disparar, e o calor da presença dele parecia contrastar com o frio da neve ao seu redor. Ela, no entanto, reagiu por impulso, levantando a mão e acertando um tapa no rosto dele.
— Não me toque! — ela exclamou, sua voz trêmula com uma mistura de medo e nervosismo.
Aegnor a soltou imediatamente, surpreso com o gesto, e Anastasia caiu na neve. Ele levou a mão ao rosto, esfregando a área onde o tapa a havia atingido, e resmungou algo em sua língua narniana.
— Você é mais teimosa do que imaginei — murmurou, observando enquanto Anastasia se levantava apressadamente. Sem pensar duas vezes, ela saiu correndo de volta por onde havia entrado, deixando para trás apenas pegadas na neve.
Aegnor ficou parado, assistindo enquanto ela desaparecia. Um sorriso enigmático surgiu em seu rosto, e ele murmurou para si mesmo:
— A primeira rainha pisou em Nárnia. Só faltam os outros quatro. — ele ergueu a cabeça para o céu, como se falasse com a própria terra ao seu redor. — Nárnia será finalmente livre.
(...)
Anastasia abriu a porta do guarda-roupa com força e tropeçou para fora, caindo no chão do quarto onde tudo parecia novamente normal. Ela ofegava, ainda processando o que havia acabado de acontecer. Neve cobria seu vestido, mas, como por magia, começou a desaparecer, deixando apenas a lembrança gélida. De joelhos no chão, ela virou o rosto para encarar o guarda-roupa, agora tão simples e inofensivo quanto antes.
Sem perder mais tempo, Anastasia se levantou rapidamente, fechou a porta do guarda-roupa e saiu apressada do quarto, caminhando pelo corredor com passos rápidos e desordenados. O coração ainda batia rápido em seu peito, e sua mente girava em círculos.
De tão distraída, ela esbarrou em Pedro, que vinha pelo corredor na direção oposta. Ele segurou sua cintura firmemente para evitar que ela caísse, olhando para ela com preocupação.
— Anastasia? — perguntou ele, estreitando os olhos. — Está tudo bem? Você parece... nervosa.— ele levantou uma sombrancelha,Anastasia forçou um sorriso, ainda tentando recuperar o controle.
— Estou bem, sim. — dua voz era curta, como se não quisesse prolongar a conversa.Pedro a segurou por mais alguns segundos, relutante em soltá-la.
— Sobre o que aconteceu na sala antes...— ele mordeu levemente os lábios antes de dizer—Eu... sinto muito. Não queria que você se sentisse desconfortável.
— Está tudo bem. —Anastasia virou o rosto, cruzando os braços, sua voz era firme, mas ela evitava encará-lo diretamente.
Pedro parecia prestes a dizer algo mais quando Edmund surgiu no final do corredor. Ao ver os dois tão próximos, ele franziu o rosto, fazendo uma careta exagerada.
— Mas que cena adorável — o menor provocou, com um tom zombeteiro.
A súbita presença de Edmund fez Anastasia e Pedro se afastarem rapidamente, ambos visivelmente constrangidos. Anastasia lançou um olhar reprovador para Edmund e saiu apressada em direção a outro corredor, querendo fugir da situação.
— Sério, Edmund?—Pedro, por sua vez, olhou para o irmão mais novo com raiva— Você precisa sempre estragar tudo?
Edmund apenas deu de ombros, divertido, enquanto Pedro desviava o olhar, ainda claramente irritado.
(...)
Após o jantar, Anastasia estava sentada no pequeno canto próximo à janela do quarto que dividia com Susana e Lúcia. O silêncio era quebrado apenas pelo som suave do lápis riscando o papel enquanto ela se concentrava em seu desenho. Seus pensamentos ainda estavam na figura imponente do elfo que encontrara em "Nárnia". Cada linha que traçava parecia dar vida àquela lembrança vívida.
A porta se abriu, e Lúcia entrou, seguida por Susana. Lúcia imediatamente notou Anastasia ocupada com algo e se aproximou, curiosa. Ao ver o desenho, seus olhos brilharam de admiração.
— Uau! Quem é ele? — perguntou Lúcia, inclinando-se para ver melhor. — Ele parece tão... diferente.—Anastasia sorriu levemente, ainda olhando para o papel.
— Na verdade, ele é um elfo — respondeu, como se fosse algo perfeitamente natural.
— Elfos?—Susana, que estava arrumando algo próximo à cama, ergueu o olhar e revirou os olhos—Sério, Anastasia? — disse ela, cruzando os braços. — Você sabe que eles não existem, certo?
Anastasia parou de desenhar por um momento, percebendo o tom sério de Susana. Sem querer entrar em discussões, ela deu de ombros, respondendo calmamente
— Talvez na sua visão, Susana. Mas algumas coisas só precisamos ver para acreditar.
Susana bufou, mas não insistiu, preferindo voltar a organizar seus pertences. Lúcia, por outro lado, parecia intrigada, os olhos fixos no desenho.
— Ele tem uma história? — perguntou Lúcia, cheia de entusiasmo. — Você pode me contar uma?
— Uma história, hein?—Anastasia deixou o lápis de lado, olhando para a garota com um sorriso divertido— Acho que posso pensar em algo.
Lúcia deu um pequeno pulo de alegria e correu para sua cama, sentando-se com expectativa.
— Conte uma bem mágica! — pediu, batendo palmas de leve.
Anastasia se levantou, pegando o desenho antes de caminhar até a cama de Lúcia. Ela sentou-se na beira, enquanto Lúcia a encarava como se estivesse prestes a ouvir o segredo de um mundo encantado.
— Tudo bem, então... vamos ver. — Anastasia ajeitou o cabelo para trás, dando início à história que começava a criar em sua mente, enquanto Susana apenas olhava de longe, balançando a cabeça com um leve sorriso.
Primeiro capítulo amores espero que gostem ❤️🥰❤️🥰
Meta 20 curtidas amores
Até o próximo capítulo amores ❤️🥰❤️
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