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𝐯. Irmã, irmã

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❝ Sinto como se tivéssemos as mesmas feridas, mas a minha ainda está roxa e machucada ❞ - conan gray !

Rie exibia um daqueles raros sorrisos que jamais direcionava para Emma: aqueles contendo uma mistura de carinho e felicidade. As mãos jamais abandonavam as rodas de sua cadeira, os dedos acariciando os ramos presos nos aros de metal como se estivesse ansiosa para ter um buquê de rosas nas mãos.

Com um vestido branco e cabelos presos num coque, expondo o rosto em formato de coração tendo olhos afiados como os de uma raposa, Rie Fukushima prosperava naquele jardim nos fundos de uma casa pertencente a classe média alta de Tóquio, distribuindo comentários simpáticos e respondendo perguntas se já decidiram ou não passar a lua de mel nas Bahamas. Ali, as mulheres e homens ostentavam ternos e vestidos de tecidos caros no auge da manhã, enfrentavam a face da mulher que superou-se, jamais permitindo que a cadeira de rodas fosse sua prisão, transformando-o num trampolim que a levou até aquele momento, onde estava noiva do filho mais velho de uma família dominada por médicos e empresários do ramo. Mas, no momento que as apresentações deixou de ser necessárias, aquela mulher gentil e carismática desapareceu assim que pôs os olhos em Emma Kimura.

No lugar daquela estrela social, surgiu Rie Fukushima, a irmã mais velha incrivelmente crítica, para o horror de Emma.

─ Pensei que tinha dito para você não ser você.─ Disse, o tom baixinho e um falso sorriso nos lábios, assim poderia fingir estar numa conversa amigável em vez de sendo a razão pela qual a adolescente de cabelos loiro-pálido encolhia os ombros, de repente desconfortável dentro do próprio corpo.

Desculpa.─ Fora quase um miado mudo que escapou pela boca da mais nova. Ela sabia que não deveria, mas não deixou-se de se envergonhar por qualquer que Rie tenha encontrado de errado em seu comportamento.

( Emma desejou ter mentido. Poderia ter dito que contraiu uma doença contagiosa, isso a pouparia daquele olhar de reprovação.)

A mulher a encarou, o nariz torcido de desgosto. E esticou uma mão, empurrando um docinho entre os lábios, mastigando-o mais lento possível com os olhos frios ainda presos em Emma.

─ Você tem quantos anos mesmo, Pacifica?

A sensação de insignificância, que a invadiu dez anos atrás quando fora empurrada para aquele mundo em que aparências significavam tudo, ressurgiu como uma velha amiga que Emma mal podia esperar para dar adeus, abraçando-a e forçando-a permanecer naquela mesa, servindo como alvo daqueles comentários cortantes enquanto seu próprio corpo a atacava, mantendo os músculos rígidos e respiração acelerada.

Dezesseis...─ Emma desviou o olhar para as mãos, intimidada.

─ Sim, dezesseis anos e ainda se vestindo como uma criança.

Emma sentiu os olhos encheram-se de lágrimas. Por debaixo da mesa, com o tecido branco de renda ocultando suas ações, fincou as unhas nos joelhos, esperando que a dor a distraísse das palavras. Lembrava-se muito bem da última vez que chorara na frente de Rie e não desejava repetir a dose, especialmente quando acabava tendo uma conversa desconfortável com Nobuyuki Fukushima, o pai de Rie, que dedicou longos minutos a justificar as palavras de sua filha, apesar dela ter gritado para uma criança de sete anos que ela nunca deveria ter existido.

( Emma nunca contou o que aconteceu para o papai Miles. E ele nunca questionou o motivo pelo qual não queria mais ir para Tóquio quando a garotinha costumava passar semanas inteiras, ansiando pelo fim de semana, onde poderia divertir-se com sua irmã mais velha.)

No momento, Emma não entendeu e, ás vezes, duvidava que um dia poderia chegar perto. Mas o papai Nobuyuki lhe fez prometer que sempre tentaria entender o comportamento de Rie por mais hostil que fosse. Em suas palavras, Rie havia perdido muito e jamais se recuperou. Como sua irmã mais nova, o papel de Emma era garantir que Rie ficasse feliz, o que significava aceitar. Mas, era difícil cumprir seu papel quando sua irmã mais velha, quem deveria ajudá-la e protegê-la, estava sempre disposta a feri-la, apontando seus defeitos, destacando o motivo pelo qual Emma nunca encaixaria completamente na vida que estava construindo.

Em sua cadeira de rodas, mais uma vez acariciando os ramos nos aros, Rie não precisava falar para que Emma fosse atingida pelas palavras não-ditas. "Não seja você, é única coisa que pedi e você nem mesmo consegue isso". A garota loira hesitou, considerando pedir para a irmã, explicar o problema que havia num um vestido de alcinhas por cima do suéter arco-íris, ou talvez simplesmente implorar para que lhe dissesse como Emma poderia fazê-la sorrir para ela daquele jeito que havia feito com diversos desconhecidos.

A mais nova mal se lembrava a última vez que Rie a abraçou ou a parabenizou por algo. E tais pensamentos eram como uma ferida, a qual não permitia deixar-se curar, sempre coçando, deixando que infecionasse, arrastando-a para um caminho sem volta, onde afundava em emoções tortuosas, sempre doente daquela necessidade desesperadora de ser alguém valioso diante da pessoa que amava.

─ E como está seu pai?─ Rie falou, desinteressada.

─ Papai Miles abriu uma loja...

─ Papai?─ Cortou a mais velha, apertando os olhos por um momento antes de bufar, irritada.─ Dezesseis anos, Emma. Miles é seu pai.

Emma esfregou as mãos, sua boca ficando seca depois da repreensão nada sutil.

─ Ele abriu uma loja com meu tio Daiki.

─ Uma loja de quê?

─ Esportiva...

Rie riu, debochada, e sequer notou a forma que sua irmã mais nova encolheu os ombros.

─ De esportes? Aí meu Deus, Emma, se seu pai precisava de alguma ajuda, é só pedir.─ Ela gesticulou, acenando para um garçom que carregava uma bandeja contendo taças de champanhe.─ Tenho certeza que nosso pai ajudaria o seu.

Nosso pai. Emma mordeu os lábios, segurando um comentário afiado sobre Nobuyuki não ser seu pai, era somente o pai de Rie. Ela tinha papai Miles e isso bastava, mesmo que sua irmã achasse a ideia ridícula.

─ Bom, parece que trocou os seus...─ A mulher gesticulou para seus próprios ouvidos.

─ Os aparelhos?─ Emma Kimura piscou os olhos.─ Os outros estavam velhos e...

─ Oh! Olha!─ Rie a interrompeu, acenando para alguém na multidão.

Emma virou a cabeça na mesma direção. Entre as mesas, duas figuras masculinas se destacam. Mirio Sakusa, o noivo diamante de Rie, começou uma caminhada na companhia do que imaginou ser seu irmão mais novo, o tal Kiriki que Rie pediu para ser amiga em prol de seu casamento. Apenas dando um olhada rápida no garoto que utilizava uma máscara cirúrgica branca, cuja altura discordava do seu pensamento de compartilharem a mesma idade, a fez ter certeza sabia muito bem que ele seria o motivo pelo qual Rie a criticaria numa ligação às cinco da manhã no dia seguinte.

Falando em sua irmã mais velha, Rie Fukushima estava feliz, quase brilhando quando seu noivo moveu-se para beijar as costas de sua mãe, compartilhando uma risada com a futura Sakusa numa piada interna entre os dois. Tão diferente da pessoa que esteve lançando olhares gélidos e sussurros cruéis na direção de Emma.

Mais uma vez, aquela velha dor não curada gritou em seu peito. Rie nunca se recuperou, bem, parecia que Emma também não.

Então, Emma sentiu-se agradecida ao sentir a vibração de seu celular no bolso do vestido, finalmente fora oferecida uma saída daquela situação desconfortável. E fitando a tela acesa, lendo as mensagens enviadas, Emma Kimura viu-se diante de uma tarefa que completaria com um sorriso no rosto, ansiosa pelo gostinho de vingança que viria como prêmio.

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