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040|sɪɴᴀ

Mais uma semana de ansiedade e receio se passou, quando o despertador toca cedo e eu já sei o que é. Mesmo assim, olho o visor, que diz: Quinta com o Noahzinho.
Uma parte de mim está animada, como sempre, mas a outra está dividida, pesarosa e receosa.
Em seguida, recebo uma mensagem de Noah:
Venha com sua melhor roupa anos 60/70!
Penso em perguntar o porquê, mas decido que não. Só visto uma saia curta, azul escura e quase rodada, uma blusa coladinho branca com listras pretas, um sapato vermelho... Armo o cabelo bem alto, passo uma faixa na frente deixando-o armado atrás, e finalizo com um delineador de gatinho, um par de brincos simples que imitam uma pérola e me pergunto se estou ridícula.
Vestida assim, vou até a casa dele.
Os planos são: cozinhar para nós, assistirmos a filmes durante a tarde e, à noite, ir a uma hamburgueria que ele quer me apresentar...
Ele sorri quando chego e assobia um "fiu fiu" que me faz corar. Depois, ele prepara uma salada deliciosa, e uma massa divina que, segundo ele, é invenção própria.
— É uma mistura de várias massas diferentes, e o recheio também é especial... — ele dá de ombros. — E o molho é cheio de segredos — e sorri sem jeito, em seguida, com os lábios da cor do molho, o que me fez querer beijá-lo.
Para mim, a massa é parecida com um ravióli, apesar de o formato ser diferente, e o recheio tem gosto de frango e queijo. O sabor é intenso e marcante. O vinho que acompanha é o mesmo de todos os jantares e almoços aqui.
Tomamos sorvete de sobremesa e vamos para o quarto para assistirmos a alguns filmes.
O primeiro deles é Na Natureza Selvagem, que faz ele chorar no final e eu quase cochilar. Não que o filme seja ruim, pelo contrário, é um dos meus preferidos, mas as noites estudando ou trabalhando estão me deixando exausta, fora que, no meu pouco tempo livre, venho ver Noah... Logo, naquela cama macia e ao lado dele, é difícil me manter concentrada.
O segundo filme é Trapaça, com a Jennifer Lawrence, uma das minhas atrizes favoritas. Nós dois damos cinco estrelas para o filme, então ele faz pipoca para assistirmos ao último filme: Toy Story.
É bem engraçado, na verdade, porque fazia anos que eu não via o filme de novo. E contar que foi um dos mais marcantes da minha infância. Ele explica que foi um filme importante para ele também, por isso ver de novo. Traz lembranças boas, lembra-o do pai e das tardes em casa, com cheiro da comida que a mãe preparava para o lanche, especialmente nas férias, e quando tudo parecia bom e feliz. Nossas lembranças são bem parecidas, só que o filme me lembra mas a minha mãe. E, felizmente para mim, as coisas não se despedaçaram depois... Minha família continua junta, apesar de raramente agora termos momentos envolvendo filmes... O cheiro de comida ainda existe, além da união.
Mesmo assim, é gostoso me lembrar da Sina criança.
Sonhadora.
Inocente.
Agora, definitivamente, o filme traz ainda mais lembranças boas.

....

Depois da sessão cinema, espero que ele se arrume enquanto observo a vista da Avenida Paulista.
Tantos carros, tantos faróis, tantas vidas apressadas. Eu era uma delas, até que Noah me forçou a diminuir o ritmo, mesmo sem que percebesse.
Agora, eu sempre olho para os lados. Para cima. Para o brilho do sol nos prédios, para os músicos pela Paulista, para os faróis acesos e as cores da noite. Reparo em tantas pequenas coisas que nunca vi antes, e cada uma delas me preenche de uma forma nova aos poucos. É como se fossem pequenos fragmentos do Noah espalhados por toda cidade. Como um quebra-cabeça, que me acalma quando está completo.
Ele termina de se aprontar e sinto seu perfume crítico passeando pela casa, despertando meus sentidos, segundos antes de sentir seus braços atrás de mim, envolvendo minha cintura. Sua boca toca minha nuca, e a respiração dele faz com que todos os meus pelos arrepiem.
— Noahzinho... — tento dizer num sussurro suspirando. Mesmo assim, sinto os lábios dele se fechando no meu pescoço e uma pequena pressão, como se ele estivesse me sugando com calma e paciência.
— Noah... — tento de novo, percebendo meus sentidos aflorarem ainda mais, enquanto meus olhos se fecham e deixo a sensação me cercar por todos os lados. Então, estou em um labirinto, mas sei que há alguma saída. E a saída é ele.
Eu me viro de repente e ficamos frente a frente. Beijo os lábios dele com urgência, como se ele fosse o mal mais necessário, o veneno mais doce, o perigo mais seguro.
A mão dele passeia quase sem medo pelo meu corpo, e me pergunto de onde toda essa audácia surgiu. Mesmo assim, não consigo recuar. Algo nele faz com que eu precise de mais, e aí nisso que eu penso quando mordisco sua orelha.
Preciso me controlar, preciso me controlar.
Me controlar... Preciso.
— Sina — ele sussurra devagar, e minha mão toca o cós da sua calça.
Não posso. Não posso fazer isso.
Vamos sair, vamos jantar e, finalmente, vou contar para ele.
É isso. O que quer que esteja acontecendo... Pode continuar depois.
— Noahzinho, Noahzinho... A gente precisa... — e me afasto o máximo que consigo... Pouco menos de cinco centímetros, imagino — ... sair.
Ele parece completamente desconcertado, as pupilas estão dilatadas e há um pouco de suor na testa, próximo à raiz dos cabelos.
— Sim... certo — ele respira fundo e me encara, com um sorriso agradável. — Vamos?
Aceno com a cabeça e saímos, por mais que eu queira ficar.

....

Em pouco menos de uma hora, estamos nos anos 1970, e só agora entendi o visual dele: os cabelos penteados para trás, a jaqueta de couro preta e quase justa ao corpo, a calça preta deixando à mostra parte da canela e o sapato preto e branco que fica entre o casual e o social, e a blusa de malha branca simples.
O restaurante é temático. E se chama Johnny Rockets.
Fica num shopping da Paulista, e é quase um vizinho de Noah. Ali, consigo me sentir nos Estados Unidos, algo que, neste momento, é bem ruim. Então, disfarço a sensação e dou um sorriso quase sincero. Se fosse em qualquer outro momento, eu estaria radiante de felicidade, por isso... finjo estar feliz, porque no Noah merece.
— Esse lugar é incrível — comento logo que nos sentamos, com um sorriso largo.
Ele retribui o sorriso.
— Então espere até os funcionários começarem a dançar... E até o sanduíche chegar.
E é o que faço.

....

Soltem a música

Depois do sanduíche — que estava de fato delicioso — , ele pede a sobremesa e começamos a conversar. Falamos dos filmes que vimos mais cedo, dos próximos que ele quer assistir comigo e, então, ele toca no assunto mesmo sem saber.
— Semana que vem, depois da minha consulta, a gente podia fazer alguma coisa se você tiver livre...
Meu coração aperta e meu estômago embrulha, mesmo sem ele ter dito nada demais.
— Então... eu não vou poder ir à consulta com você na semana que vem. — falo, juntando toda coragem que tenho.
— Ah, tudo bem... Eu chamo a Sabi ou, sei lá, vou sozinho mesmo.
Ele dá um sorriso, mas, está visivelmente chateado.
— Noahzinho — começo, tocando na mão dele.
— Não, está tudo bem mesmo — ele interrompe. — Eu dou um jeito você deve ter compromisso e... Relaxa — ele dá uma garfada no sorvete da sobremesa.
— Não é isso... preciso te contar uma coisa.
Agora ele olha para mim com atenção e até certa preocupação. Seus olhos são transparentes demais.
— O que foi?
A voz sai baixa e firme.
— É que... eu vou para Hollywood — solto.
Então, pela primeira vez desde que o conheci, eu não consigo decifrar sua expressão.
— O quê? Quando?
— No fim de semana. Vou ficar lá por um mês. É que consegui esse intercâmbio relâmpago, e é numa universidade renomada de cinema lá, é bem importante e...
— Por que você não me contou antes?
Agora, sim, percebo algo na sua voz, e não é bom. Parece mágoa.
— Eu não sei, eu...
— Você já está com isso programado há muito tempo?
— Mais ou menos, eu já tinha tirado o passaporte, mas só tive a certeza algumas semanas atrás — explico. — Não vai ser por muito tempo, eu já volto e...
— Você já me conhecia? — ele pergunta, e percebo que está suando um pouco. Agora sua perna está tremendo e ele morde o lábio inferior.
— Sim, já conhecia... eu tive a certeza algumas semanas depois, mas não faz muito tempo.
— Você não queria que eu fosse com você, é isso? Você tem alguém lá?
— O quê? — pergunto, assustada. — Não, é claro que não! Nós namoramos, eu jamais faria isso!
Ele me encara com atenção e faço o mesmo. A pálpebra dele também começa a tremer, e vejo seus olhos ficarem marejados.
— Noah, você está bem? Você quer ir lá fora tomar um ar, ou um cigarro? Isso vai te acalmar?
— Eu não estou nervoso — ele responde em um rompante e se levanta. Todos no Johnny Rockets olham para nós, e sua voz cheia de tristeza continua ecoando na minha cabeça.
— Noahzinho, calma! Vamos lá fora — proponho em tom apaziguador e temo que ele esteja tendo outra crise, dessa vez, por minha causa. Ele parecia estar tão bem...
Levanto depressa e tento chegar perto dele, que se afasta depressa e derruba um copo. Um garçom chega perto e se agacha para recolher os cacos, e Noah se desculpa. Quando volta os olhos para mim ele está chorando, e há um pequeno corte em seu lábio, onde ele estava mordendo.
— Noahzinho, vamos — tento de novo, e ele se desvencilha de mim.
— Não. Não vou para lugar nenhum com você.
Sinto meu ombro encolher e minha feição murchar. Eu compreendo o porquê de ele estar agindo assim. Provavelmente, é só mais uma crise.
— Não faz isso — insisto. — A gente precisa terminar de conversar... isso não estava nos planos...
— Conversar o quê? — o olhar dele parece suplicar por algo que não sei o que é. — Que plano você acha que a vida ia seguir? Já entendi. Você vai embora, não é? — os olhos dele estão cheios de lágrimas, e cada palavra sua leva um pedaço do meu coração. — Você vai embora e vai me deixar despedaçado aqui, como sempre. É o que sempre fazem, não é? Não é a primeira vez, eu nem deveria estar surpreso... Eu só esperava que você Sina — ele respira fundo e expira em seguida. — Eu pensei que você fosse diferente. Logo você. Mas, enfim, — ele engole em seco — vai lá. Boa sorte pra você... Boa viagem. Espero que você se divirta, e... — ele faz uma pausa enquanto parece tentar organizar os próprios pensamentos. Então, tem uma crise de choro e seus ombros sacodem com violência, antes de dar um soluço alto e caminhar em direção à saída, sem terminar a frase.
Tento tocá-lo, mas não consigo. Ele sai depressa pelo corredor do shopping e dou um passo na direção dele, no entanto, paro na metade do caminho. Respiro fundo tentando entender o que acabou de acontecer, e aos poucos as pessoas param de olhar para mim como se eu fosse uma aberração em um circo e voltam a fazer qualquer outra coisa. Sinto meus olhos se queimarem à medida que as lágrimas brotam, e minhas mãos tremendo de nervoso.
O garçom está ao meu lado, com uma aparência envergonhada. Viro para ele e peço que ele feche a conta e a traga para mim. Mal vejo a hora de sair daqui.
Então, ele faz o que eu peço e olho para o chão onde ele tentava limpar o resto da bagunça. Ainda há sujeira espalhada e pequenos cacos de vidro no chão.
Nunca me identifiquei tanto com um resto qualquer.

E infelizmente a hora chegou 😢
Xoxo

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