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030|ɴᴏᴀʜ

É engraçado andar ao lado de Sina, especialmente quando ela está usando uma peça do meu guarda-roupa, no caso, meu cardigã cinza mais simples. Quis emprestar um melhor ou mais bonito, mas ela disse que não precisava, e que o cinza ficaria bom com o vestido.
A verdade é que qualquer coisa que ela usar fica bem nela.
Estamos próximos ao MASP, onde já estive com Sabi. O rapaz magro e alto que tocava Ed Sheeran no violão não está mais aqui, mas ainda há uma aura boa mesmo assim.
Viramos no quarteirão seguinte e descemos uma avenida. A noite está amena, quase fria, e desejo que o Bixiga fosse mais distante, só para ficar mais tempo ao lado de Sina, observando-a enquanto ela contempla as luzes acesas contrastando com o céu totalmente escuro e sem estrelas de São Paulo.
Paramos em uma faixa de pedestre, então, toco a mão dela e aperto um pouco, para que ela olhe para mim. Vejo seus olhos brilharem com  com as luzes das residências ali. Indico com a cabeça algo atrás de nós e, quando ela vê o que é, um sorriso se abre. Não preciso olhar para ela para saber que ela está percebendo só agora as torres e antenas sobre os prédios da Paulista. À noite, elas ficam iluminadas e coloridas. Sempre gostei de olhar para elas. Nunca soube por quê.
Aproveito a deixa e continuo com a mão estrelaçada na dela. Por mais estranho que pareça, com ela não é incômodo. É sempre seguro, confortável, o encaixe é natural e tenho a sensação de que ali que as minhas mãos devem ficar, e que não se encaixariam em nenhum outro lugar no mundo.
Não demoramos muito a chegar. Entramos em uma rua aqui, outra ali e pronto, já é quase possível sentir o cheiro das massas que vem das diversas cantinas italianas da região. Enquanto não chegamos a minha favorita, há diversas lojas com queijos enormes pendurados na entrada, salames, inúmeros tipos de bebidas e garrafas coloridas. Há bandeiras italianas também, o vermelho, o branco e o verde estão presentes em todos os lugares, bem como os senhores de boina e bigodes brancos, jogando xadrez na calçada que, por aqui, são tranquilas. É quase possível se sentir perdido no tempo.
Então, aviso a Conchetta, com suas portas de madeira e vidros pintadas de vermelho. Há algumas pessoas nas proximidades é mostro à Sina.
— É ali.
Ela não diz nada, apenas sorri, e é como se tivesse falado algo bom. Ela aperta um pouco mais a minha mão e chega mais perto de mim, enlaçando meu braço com a mão livre. E assim, ainda mais próximos, entramos.
A cantina consegue ficar ainda mais bonita a cada noite: com todas as suas luzes acesas e tecidos coloridos que ficam pendurados no teto, junto com uma espécie de varal com pequenas lâmpadas, como as natalinas, só que maiores e redondas. Hoje, há também camisas espalhadas no teto, algumas são regatas, outras de manga, uma de cada cor diferente. Não entendi o propósito daquilo, mas, deixa tudo colorido e, por algum motivo, gosto disso. Nas mesas há um tecido branco, e sobre  todas as cadeiras, uma espécie de "luva" com as cores da bandeira italiana. Novamente, listras vermelhas, verdes e brancas. Sem contar os inúmeros porta-retratos de diversos tamanhos e molduras espalhados pelas paredes. Eu me sinto a vontade ali, e isso é raro.
Então, nós nos sentamos em uma mesa próxima à janela, um de frente para o outro, e um garçom vem nos atender.
— Boa noite, senhores.
— Boa noite — Sina responde com um sorriso e uma postura impecável, e eu só aceno com a cabeça.
— Vocês vão pedir o rodízio de massas, ou vão pedir uma de nossas opções à lá carte?
Sina né olha como se esperasse uma resposta, e dou de ombros.
— Gosto das duas opções. Você quer algum prato específico ou está com fome para um rodízio? — pergunto, sorrindo.
— Acho que não estou com fome para tanto... Podemos dividir algo?
— Podemos. Quer olhar o cardápio? — sugiro no mesmo segundo que o garçom estende o cardápio para ela.
— Ahm. Acha que não precisa. Confio no seu gosto. O que você quiser, tudo bem.
Olho para ela por um instante, que não hesita. Então, viro para o garçom e peço algo que sempre quis experimentar, mas nunca achei graça pedir sozinho.
— Acho que pode ser... Um nhoque à bolonhesa, bem tradicional... — olho para Sina, que balança a cabeça de volta em confirmação. — e... Vinho?
— Vinho — ela confirma — , ótimo.
— Então... Vai ser isso. — dou de ombros daqueles fabricados para situações cordiais. O garçom acena com a cabeça e sai em seguida.

....

Não demora muito até o pedido chegar: a tigela cheia a ponto de me fazer pensar que pode ser comida demais e o molho quase derramando, muito apetitoso e cheiroso. Se a Sina não estivesse comigo, já estaria comendo, mas eu me contenho até que o garçom servir o vinho também. Então, levanto a taça propondo um brinde.
— Posso saber a quê? — ela pergunta, descontraída.
— A nós, acho — respondo um pouco sem graça, e ela sorri.
— Nesse caso, vamos brindar até duas vezes.
Sorrio também.
Bebo um pouco do líquido escuro na taça e a ergo novamente, com o sabor da uva um pouco mais forte na boca.
— E aos nossos passeios — completo. Ela dá outro sorriso, nossas taças se encontram e ela bebe mais um gole tímido.
— Um brinde a todos os brindes que ainda quero fazer com você. — ela me olha fixamente.
— Espero que muitos.
As taças se tocam mais uma vez, e sei que é a hora de experimentar a única massa daqui que não conheço. A única que consegui guardar para uma possível ocasião especial, mesmo quando já não tinha esperança de que ela acontecesse.
Acho que todo mundo tem um momento bom na vida. Talvez eles venham do céu como uma forma de consolo por tudo de ruim. É que nós, seres humanos, temos a incrível capacidade de nos apegarmos a um pequeno momento bom, e viver todos os momentos ruins tentando alcançar um que seja bom, de novo.
É como ir de nuvem em nuvem, de chuva em chuva, procurando o sol.
Sempre gostei da chuva, ou, ao menos, sempre me senti mais confortável nela. Acho que ainda não conheci o sossego, por isso, tudo isso me assusta tanto.
Um dia, a Sabi me disse que eu estava sozinho há tanto tempo que eu não sabia mais como era amar alguém. Eu concordei com ela. Só não imaginava gostar tanto da sensação, agora que estou me lembrando de como é.

....

Entre garfadas e risadas honestas, o nhoque acaba sem que a gente perceba. Mesmo assim, está tudo agradável demais para ir embora agora. Por isso, peço sobremesa para nós, uma torta de chocolate deliciosa que eu já havia experimentado antes. Só depois pago a conta, que a Sina insiste em pelo menos dividir comigo, mas não deixo. Saímos lado a lado, caminhando mais uma vez na noite que, naquele momento, já estava mais fria, mas solitária.
Eu que já passei ali sozinho muitas vezes, com a cabeça mergulhada em um turbilhão de pensamentos e com as mãos enfiadas nos bolsos, mas, agora, tudo é diferente.
Dessa vez, minha mão tem outra para segurar.
Dessa vez, o frio não me incomoda.
Dessa vez, não estou sozinho. E não existe um turbilhão de pensamentos no meu cérebro.
Existe ela.
Ela apenas, isso não é solitário. É enriquecedor, é aquecedor, é uma sensação viciante perigosa.
Mesmo assim, só consigo querer mais.

Xoxo

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