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𝟎𝟐: ❛O DEUS ARES CLAMA POR GUERRA❜


─────── 𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐃𝐎𝐈𝐒 !

 𝑡ℎ𝑒 𝑔𝑜𝑑 𝑎𝑟𝑒𝑠 𝑐𝑟𝑖𝑒𝑠 𝑜𝑢𝑡 𝑓𝑜𝑟 𝑤𝑎𝑟 

 31th AUGUST, 1977.

ATHENS, GREECE ━━ AVERY MANOR

A BRANDA ARAGEM ESTIVAL CORRIA POR ENTRE AS ÁRVORES DO CAMPO COM MAESTRIA. O aroma floral era trazido para si, adentrando em suas narinas com vigor e o trazendo o mais puro deleite, seu peito subia e descia com velocidade enquanto seu olhar arrastava-se pelo pasto verde e brilhoso. A vista era tão magnífica que poderia arrancar suspiros de prazer com toda beleza que carregava. Os fios loiros irradiavam no sol, colados em sua testa juntamente ao suor que lhe escorria pelo rosto, suas mãos apertavam a espada com força e o jovem homem puxava o ar tentando normalizar sua respiração com certa dificuldade. 

A tensão percorria pelo seu corpo, arrastando-se pelos seus músculos como veneno. Era de seu total conhecimento que independente de onde Athena estivesse escondendo-se, seu olhar de águia — astuto e certeiro — estaria pregado em si, averiguando todos seus movimentos com cautela para lhe atacar mortalmente e degustar do júbilo. Por mais que estivesse encrencado, não era de seu feitio aceitar a derrota — mesmo sua oponente sendo extremamente habilidosa — então, permaneceu ali, esperando paciente sua prima se manifestar. 

Rosier crispou os lábios e ajeitou a posição das suas pernas, não conseguindo conter o gemido de dor que escapou de seus lábios. Seus músculos estavam começando a protestar depois de tantas horas de treinamento e em um singelo lapso de exaustão, desejou que Avery surgisse logo, assim eles poderiam encerrar aquela árdua sessão de treinos.

Como se lesse seus pensamentos — o que Rosier sabia que era possível com todas as habilidades que ela havia sido agraciada — sentiu a presença de Athena atrás de si e seus pés foram empurrados com uma força descomunal, fazendo suas pernas tremerem e seu corpo ir de encontro ao chão em uma velocidade perigosa. Cuspiu um punhado de grama e rosnou irritado sentindo-se ultrajado. Sua prima havia acabado de lhe atacar pelas costas com uma rasteira um tanto violenta. Uma verdadeira cobra, pensou o homem. Seus ouvidos captaram o riso frouxo que exalava deboche, o que despertou mais a sua indignação.

Suas mãos usaram o solo como impulso e ele desviou-se com rapidez do chute que seria certeiro em seu braço. Evan rolou para o lado e levantou-se em um pulo, impulsionando-se para trás ao ver a figura de sua prima seguindo em sua direção preparada para atacá-lo. Apesar de, na maioria das vezes, sair derrotado, ele gostava de duelar com Athena. Suas estratégias eram seguras, seus golpes eram sempre bem calculados, seus reflexos impecáveis e sua força intimidadora. Era uma adversária extremamente digna, e completamente difícil. Chegava a ser hilário o fato de que alguns anos atrás, Athena não tinha conhecimento algum de Combate Medieval ou Artes Marciais, e vivia perdendo as lutas. Hoje, era ele que era massacrado por ela, sem dó e piedade.

Athena impulsionou seu punho fechado para frente, ao mesmo tempo, que sua mão direita permanecia segurando sua espada com firmeza. Evan defendeu-se levantando seus braços em uma espécie de escudo. A espada tornou-se frouxa em suas mãos quando sua prima desferiu uma sequência de socos em seus braços, a jovem permanecia usando apenas uma mão e ia para cima de Rosier com velocidade. 

Algo saiu da boca do homem, semelhante a um resmungo. Ele podia sentir seus músculos doerem e suas mãos estavam começando a adormecer com toda força que Avery estava usando sobre si. Em um movimento rápido, Evan apertou o cabo e empunhou a espada contra Athena, a jovem distraiu-se ao defender-se, e ele aproveitou a pequena brecha para bater seu cotovelo que estava servindo de escudo no queixo de sua prima, que grunhiu e deu dois passos para trás, perplexa.

A jovem mulher crispou os lábios, e habilmente seu punho chocou-se com fúria no abdômen de Rosier, que perdeu o fôlego. A situação do homem apenas piorou quando logo após o murro, Athena iniciou uma sequência de chutes certeiros no mesmo lugar. Evan cambaleou para trás, tentando manter o equilíbrio, quase se rendendo à fadiga. 

Ele puxou a espada, e a bateu contra sua prima, que contrapôs com a sua, e ambos entraram em um duelo cerrado de ataque e defesa. O barulho das espadas chocando-se ecoava pelo campo, e juntavam-se com as respirações ofegantes e os grunhidos de determinação. Era uma visão satisfatória para os amantes de duelo, dois oponentes fortes e habilidosos, lutando entre si em uma espécie de dança regada de fúria e atributos.

Avery jogou sua cabeça para trás a tempo de desviar-se da espada de seu primo, que por segundos, não pegara em seu pescoço. Um olhar fulminante foi direcionado a Evan, que apenas lhe esboçou um sorriso zombeteiro de volta. Ele estava a provocando. A moça apoiou a espada no solo, e deu um mortal para trás com as mãos, seus cabelos caíram como cascatas pelo seu rosto, deixando amostra apenas um olho seu, o verde brilhava com imensa intensidade, cheio de engenhosidade.

Rosier aproximou-se de Athena e desferiu um chute certeiro no joelho, a mulher grunhiu e o atacou com uma cotovelada no nariz, o homem rosnou machucado, e a caçula escarneceu do primo. Os olhos azuis a encararam raivosos, e ela pode vislumbrar o brilho do entendimento passeando sobre eles.

Vingando-se dá cotovelada, tudo bem.

O sorriso de Athena apenas alargou-se ao escutar os pensamentos turbulentos do Lorde Rosier. A jovem mulher não admitia, mas ele era um de seus primos prediletos, ficando atrás somente de Dionísio. Suas habilidades, senso e humor eram apreciados pela metamorfomaga.

Decididos a dar um fim àquele duelo, ambos aproximam-se um do outro em uma velocidade invejável. As espadas se encontraram, travando-se em um impulso cruzado, os dois exerciam força nos objetos e tentavam derrubar um ao outro apenas movimentando seus troncos, os pés permaneciam firmes e colados na grama. Um fecho de sangue escorregava pelo nariz de Evan, da mesma forma que a boca de Athena estava adornada com líquido escarlate, um pouco seco.

Os cabelos estavam bagunçados, suas expressões cansadas, e o suor os banhavam juntamente com a luz do Sol. Se não fosse tão amante de seu orgulho, e se não sentisse a extrema necessidade de sempre alimentá-lo, Athena poderia até desistir da luta e ir descansar.

A Grécia estava terrivelmente quente naquela manhã e os raios solares haviam a prejudicado demais, e mais tarde, ela teria uma reunião mais do que importante para comparecer. Tudo o que seu corpo clamava era por um descanso, de preferência em sua banheira, sendo massageada pelos elfos enquanto escuta a sinfonia perfeita de Beethoven e se delicia com as uvas de seu vinheiro.

Avery praguejou ao sentir suas pernas bambearem, e antes que caísse na rasteira de seu primo, em um pulo ela imprensou seu pé esquerdo no peito do mesmo e com as duas mãos em seus ombros, saltou para trás novamente. Sem perder tempo, Athena chutou suas costas, tendo a satisfação de o ver se contorcer, e em seguida bateu o cabo de sua espada no calcanhar de Rosier, o fazendo cair de joelhos na grama. Ela apoiou a espada no pescoço de seu primo, e aproximou seus lábios do ouvido do mesmo, rindo debochadamente dele.

— Sinceramente. — A voz rouca e ofegante de Evan chamou sua atenção. — Eu te odeio — ele sorriu, e Athena pode perceber um pouco de sangue em seus dentes perfeitos.

— Agradeço o carinho — ela respondeu com a fala carregada de sarcasmo. 

Palmas ecoaram pelo campo de treinamento, e os dois lutadores desviaram seus olhares ao mesmo tempo para o trio de homens que desciam as arquibancadas. Savio Selwyn foi o primeiro a aproximar-se.

Usava roupas despojadas por conta do calor, mas não deixava de estar impecável e combinar perfeitamente com ele. O cabelo crespo e armado lhe dava uma aparência bonita, os lábios cheios, os olhos escuros e brilhosos, semelhantes a um gato. Alto, postura digna de um rei, e uma beleza tão estonteante quanto à de qualquer membro de sua família. Por uma grande parte de sua vida, em sua passagem da infância para a adolescência, Athena chegou a nutrir uma tola paixão pelo o irmão mais velho de sua melhor amiga. Savio era tudo o que uma mulher queria. E seus inúmeros talentos e habilidades afirmavam isso, sem falar de seu charme, extremamente irresistível e cativante, conseguia arrastar admiradores com facilidade.

— É sempre um prazer lhe ver apanhando — ofereceu um sorriso zombeteiro para Evan, que o empurrou resmungando.

— Ora, parece que alguém está perdendo suas habilidades. — Ares, que vinha atrás de Savio sendo acompanhado por Dionísio, pronunciou-se entrando no deboche. O homem vestia algo semelhante ao do melhor amigo, porém, suas tonalidades eram escuras e seus cabelos loiros estavam amarrados em um coque baixo, elegantemente possuía vários anéis nos dedos e um colar com o símbolo da bandeira dos Avery pendurado no pescoço. Tal objeto era apenas passado para os primogênitos, porém, nas atuais circunstâncias, foi dado para Ares.

Dionísio trajava uma regata laranja pastel com alguns desenhos de runas em verde, e uma saia que parecia ter sido feita com o mesmo tecido da blusa, mas era em um tom mais escuro. Seus cachos loiros estavam soltos e ele esbanjava um belo par de brincos que tinham o formato de águias e muitas pulseiras em seus braços. Seus olhos grandes e verdes estavam destacados com um lápis de olho da cor azul e ele carregava um sorriso sereno nos lábios e tinha um cesto de comida nas mãos. Ele se senta na grama e com apenas um gesto de mãos, ele monta o pequeno piquenique, Athena sorri agradecida indo atacar os bolinhos.

— Ninguém pediu a opinião de vocês. — Evan retrucou ainda de joelhos no chão. O homem estava cogitando pedir para os elfos o levarem para um dos quartos da mansão, seu corpo praticamente gritava por repouso.

Ares e Savio esboçaram um sorriso bisonho e Dionísio estalou a língua.

— Cuidado Lorde Rosier. — Dionísio pronunciou-se polidamente. — Se continuar lutando ruim desse jeito, será uma presa fácil para o maluco do Moody. — Sorriu sendo acompanhado pelo loiro que agora encontrava-se deitado na grama. Todos sabiam que o auror Alastor Moody era inimigo número um de Evan, e vivia o acusando de muitas coisas, mas, graças a grande influência da família Rosier e o fato de serem aliados de famílias poderosas, nada acontecia ao jovem Lorde, apenas algumas ameaças brutais de Alastor o que fazia com que Evan o provocasse mais, apenas para tirá-lo do controle.

— O namoradinho do Evan — Athena, que estava sentada ao lado do primo, desdenhou. Ares, Dionísio e Savio gargalharam enquanto Rosier possuía uma expressão de nojo no rosto.

— Ele está muito além da paixão, já virou obsessão. — Ares comentou. — Eu não me surpreenderia se em sua casa tivesse um altar para o Evan. — Riu.

— Com flores, várias fotos dele, velas e fios de cabelo. — Savio completa puxando alguns fios de cabelo do homem.

— Certeza que ele pensa em você no banho. — Dionísio comentou e após isso uma explosão de risadas altas invadiu o ambiente.

— Credo! — O jovem Lorde esbravejou afastando-se dos amigos enquanto eles ainda gargalhavam. — Idiotas — ele os insultou. Seus primos, Dionísio e Savio adoravam lhe atazanar com esses tipos de brincadeirinhas, apenas para terem o prazer de vê-lo irritado. O homem agradeceu por Storm não estar presente, ela conseguia ser pior que os quatro juntos.

Após alguns minutos, as risadas cessaram e eles entraram em alguns assuntos aleatórios sobre a semana e seus afazeres. Savio olha para os lados certificando-se que estava apenas entre amigos. Ele dá dois passos em direção aos jovens esparramados na grama, e Ares o segue com interesse.

— Mudando de assunto. — O Selwyn pronunciou-se. — Não acham estranho o Lorde não ter nos dado missões nesses dois meses? — questionou. — Teria sido mais vantajoso, afinal, os estudantes estavam em seus meses de férias — completou. Eles desviaram seus olhares para Athena, e Savio os acompanhou.

A jovem mulher arqueou as sobrancelhas.

— O que foi? — perguntou com o tom de voz arrastado.

Eles deram de ombro.

— Normalmente você sabe de tudo. — Ares explicou. — Vai nos dizer o motivo do Lorde estar mantendo tudo quieto? Não é do feitio dele.

— Nada com que devam se preocupar. — Athena respondeu. — Ele apenas mudou um pouco de métodos, convenhamos isso é o mais prudente a se fazer. — Ela suspirou. — O Ministério está atrás de nós junto com aquele velho caduca do Dumbledore e não podemos arriscar tudo o que conquistamos com tolices. — Um sorriso presunçoso surgiu nos lábios da jovem. — Estamos perto de um grande acontecimento, eu sinto — ela sussurrou, o leve brilho do poder passeando pelos seus olhos, fazendo com que os demais a observassem embasbacados.

— Os deuses lhe mostraram algo? — Evan perguntou ainda espantado.

— Nada espalhafatoso. — Athena deu de ombros. — Eles voltaram a se manifestar em meus sonhos, mas sempre são pequenos detalhes, apenas o último foi esclarecedor. — O olhar da jovem pareceu escurecer.

— O que dizia? — Dessa vez, Savio perguntou. Seu olhar preocupado parecia perfurar Athena, ele parecia temer algo e Ares sabia o que era.

A moça desviou o olhar para o irmão e o mesmo assentiu. — A guerra se aproxima. — Eles arregalaram os olhos quando um vento furioso pareceu apossar-se do lugar e os abateu com fúria. — O deus Ares clama por guerra — completou, e o silêncio se fez presente.

— Deveríamos ficar satisfeitos, certo? — Ares questionou o quebrando. — Afinal, é a vontade do Lorde. — Suspirou puxando seus cabelos para trás. O Avery sentia-se incomodado por ter sido o escolhido para carregar o nome de um deus tão violento e sanguinário, mas ele não poderia negar que em certas partes era grandioso ter o nome do deus da guerra.

— Sim — Savio concordou trocando um olhar rápido com Ares. — Deveríamos — sussurrou inaudível.

Athena levantou-se do chão, com a espada em mãos e a parte de cima do colete da armadura pendurada em um de seus ombros. — Mantenham sigilo sobre isso, não são todos que devem saber. — Ela os encara com um olhar severo, os homens pareciam estar absorvendo todas as informações, mas não deixaram de assentir para a jovem. — Nos vemos mais tarde, não se atrasem! — Sua voz ecoa e a mesma lança uma piscadela para os homens antes de andar rumo à mansão.

⌇ ✩ ⌇

Ajoelhada, como uma mera serva que tem orgulho em prostrar-se, Athena sussurrava palavras de devoção perante o altar. Em cada mísera célula de seu corpo, ela conseguia sentir o amor de Hécate sobre si. Toda atmosfera encontrava-se tão leve, que a jovem mulher imaginava a possibilidade de poder flutuar pelo quarto. A magia que irradiava sobre si era quente, parecia um abraço de mãe, acolhedor e apertado.

Algo semelhante ao consolo. Era o que a deusa representava para si, a criadora, a acolhedora, aquela que era a donzela, a mãe e anciã em uma só forma. Ela podia sentir a brisa leve lhe acariciar o rosto, como se fosse um carinho. Os cabelos tornaram-se vermelhos e seus olhos pareciam fogo, a magia intensificava com fúria dentro de si, seu peito subia e descia em um ritmo frenético, os olhos lacrimejaram e ela sentiu um baque quando algo se revirou em seu íntimo e impulsionou-se para sair.

Ela sentia o poder correndo pelas suas veias, quente, raivoso e sem limites. Suas mãos tremiam e eram cercadas por pura magia. A magia abençoada de Hécate, a magia que foi dada pela deusa.

Athena amava sentir tal sensação. Ter o privilégio de poder comparar-se à própria deusa, a deixava extasiada, sentia-se gloriosa. Todos os ensinamentos, cuidados e bênçãos aqueciam seu coração de uma forma maravilhosa. Um amor tão fraternal que a fazia pensar que estava explodindo. Uma grande e esplendorosa explosão de poder. Ao mesmo tempo que seu corpo parecia estar em chamas, ela se afundava no mais puro frescor, a imensa plenitude que acalentava sua alma e lhe transportava para a paz.

Aqueles poucos minutos de seu dia, sempre eram os mais apreciados por ela. Era quando seu espírito descansava e não existia mais nenhuma tribulação. Apenas o remanso, e nada mais. O cheiro refinado do incenso a deixava embriagada, seus olhos estavam fechados e de sua boca saíam palavras de amor e gratidão.

A jovem clamava a deusa, pedindo proteção e sabedoria para trilhar sua jornada com coragem e astúcia. Mas, acima de tudo, ela pedia o júbilo.

A ansiedade parecia lhe estapear a cada lufada, e pensamentos revoltosos tomaram conta de sua mente. Por um momento, o medo de falhar apossou-se de seu corpo e a voz de seu padrinho ecoava em alto e bom som, junto com as de seus pais, eles afirmavam que confiavam nela, e que tudo estaria em suas mãos. Rostos, elogios, escolhas e treinamentos.

A responsabilidade que ela carregava sobre si não era leve, e Athena sabia que a derrota não era uma opção. Tantos anos sendo orientada, superando-se a cada dia, evoluindo e tendo total domínio de seu poder. Tudo havia sido feito por um propósito, e ela o cumpriria com todo vigor.

— Está na hora, Athena. — A voz rouca de Ares despertou a moça. Vendo que sua irmã ainda estava ajoelhada perante o altar, ele apenas sibilou uma palavra de perdão e retirou-se do quarto, fechando novamente a porta.

A jovem terminou sua prece, e levantou-se rapidamente. Trajava um belo vestido azul que continha alguns detalhes em bronze — presente dado pelo seu primo Dionísio que alegou que Athena deveria usar as cores de sua casa para homenageá-lo. — , o tecido agarrava bem suas curvas, e o par de saltos altos pretos apenas a deixavam mais elegante. Esbanjava algumas jóias no pescoço e nos braços, e seus cabelos estavam soltos, dessa vez, eles brilhavam em um castanho claro com alguns fios azuis que se mesclavam entre si. Ela encarou seu reflexo pela última vez e soltou um longo suspiro.

— ¹ Eimaste theoi — sussurrou o mantra para si e atravessou o quarto, abrindo a porta e saindo do mesmo. Deparou-se com seu noivo, que a aguardava escorado na parede. Rafe tinha seus cabelos amarrados em um coque firme, esbanjava vários anéis em suas mãos e um brinco só em formato de águia — também dado por Dionísio — enfeitava sua orelha esquerda. Ele trajava roupas sociais que combinavam perfeitamente com seus sapatos bem polidos e sua posição era serena. Suas mãos estavam enfiadas nos bolsos da calça e ele tinha os olhos brilhando em curiosidade enquanto encarava a pintura pendurada na parede.

Athena se escorou no batente da porta e observou seu parceiro apaixonadamente. Ela amava o ver apreciando pinturas, ele parecia perder-se em um mundo só seu e entrava nas cores. A jovem mulher suspirou, não conseguindo conter o sorriso que se alargava em seus lábios. — Lestrange! — esbravejou mudando sua voz para o mesmo tom de voz de seu padrinho. Rafe virou-se tão rapidamente que quase tropeçou no carpete, ao perceber que era apenas sua noiva, usando seus atributos de metamorfomaga para brincar com a sua cara, sua expressão tornou-se séria enquanto observava Athena rir abertamente.

— Assustou? — ela perguntou zombeteira.

Rafe balançou a cabeça negativamente enquanto caminhava até sua noiva. — Atrevida — sussurrou entrelaçando a cintura da parceira a trazendo para si.

Athena passou os braços pelo pescoço do companheiro e selou seus lábios em um beijo apaixonado. Rafe lhe puxou mais para si e ambos permaneceram por um bom tempo naquela posição trocando amassos. — Como foi a viagem? — A jovem perguntou um pouco ofegante, os lábios ainda encostando nos de Rafe.

— A França, como sempre, é extraordinária — disse enquanto passava o polegar pelas sardas no rosto da noiva. — Mas, teria sido melhor com você — completou, tirando um sorriso de Athena. Ela odiava quando Rafe falava essas coisas sentimentais, sua máscara fria não durava por muito tempo e seu coração parecia pular dentro do peito.

A verdade era que ambos apenas abaixavam a guarda quando estavam sozinhos ou entre amigos muito íntimos. Para os de fora, eles eram um casal poderoso e implacável, com um comportamento arrogante e cruel, mas quem realmente os conhecia, sabia o quão apaixonados e unidos eles eram.

— Podemos passar as próximas férias em Veneza, o que acha? — sugeriu Athena.

— Para fazermos amor em todos os cantos da cidade mais romântica do mundo? — Rafe sussurrou a pergunta no ouvido dela, causando arrepios em sua nuca. — ² Delizioso! — Pronunciou a palavra em um perfeito italiano, não deixando de esboçar um sorriso provocativo para a moça.

— ³ Uomo canaglia! — Athena desferiu um tapa no noivo.

— Odeio ter que atrapalhar o flerte estranho de vocês. — Ares apareceu oferecendo uma careta debochada para o casal. — Mas faltam apenas alguns minutos para a reunião — completou.

Rafe e Athena se separaram e ambos levantaram o dedo do meio para Ares. — Tão educados. — O mais velho murmurou sarcasticamente. — Tenho pena dos futuros filhos de vocês — disse apressando-se em andar mais a frente a fim de escapar de um pontapé de Rafe que seria certeiro em sua perna.

Athena sorriu e juntou a mão de Rafe com a sua, o mesmo retribuiu o sorriso e entrelaçou seus dedos no da noiva, a puxando para seguir na mesma direção de Ares. Desviaram de algumas esculturas — todas feitas pelos seus ancestrais que Zeus fazia questão de mostrá-las — e entraram em um extenso corredor.

Havia quadros de pinturas do período renascentista de pintores bruxos da época, tudo era o mais puro luxo e cada mero detalhe era escolhido a dedo por Hortella. Seus pais dividiram cada corredor da casa conforme cada período, ou seja, cada lugar continha apenas respectivas obras de cada movimento bruxo. Apesar de Athena amar o corredor que dava para o seu quarto — que é o corredor do Classicismo — ela preferia o corredor da Renascença, já Ares, amava o corredor do Impressionismo.

Um detalhe típico da família Avery, era o fato de apreciarem a arte, tal gosto estava presente em cada membro. E por serem amantes de coisas belas, gostavam de exibir toda educação refinada que receberam. Comportavam-se como a realeza, conseguindo a proeza de serem piores.

Por um momento, Athena desviou o olhar das pinturas para encarar seu irmão. Ares vestia um de seus trajes feitos à medida, como sempre, roupas escuras, sapatos polidos e os cabelos jogados para trás. As mangas da blusa social estavam levantadas até o cotovelo, fazendo a marca tão assombrosa destacar-se em sua pele alva. A jovem se recordava da iniciação de seu irmão, Ares pertencia ao grupo dos poucos comensais que ganharam a marca precocemente, tinha apenas quinze anos e ainda frequentava Hogwarts.

A vaga lembrança de ver seu irmão ansioso enquanto se mostrava falsamente para seus fiéis seguidores — a maioria dos filhos de comensais que seguiam Ares por toda a escola — ainda estava fresca na mente de Athena. Ela nunca soube o motivo, mas sentia que seu irmão não estava nada contente em receber a marca. Deduziu que seria pelo fato de que ele ainda estava abalado por Apolo terem os deixado e por isso não comemorou devidamente, mas mesmo assim, a moça pressentia que tinha algo a mais por trás.

Involuntariamente, ela tocou seu próprio antebraço observando a marca o enfeitá-lo. Diferente de todos os outros comensais, Athena havia recebido a marca muito cedo. Tinha apenas treze anos quando foi presenteada pelo seu padrinho, segundo ele, era o voto dele de confiança que ela carregaria consigo. 

Avery via aquilo como uma espécie de aviso, algo que sempre a faria lembrar do motivo de ter sido criada, e a não deixaria esquecer de sua principal missão. A sensação de carregar algo tão peculiar consigo era boa para a jovem, ela sentia-se orgulhosa de seguir — o que de acordo com a sua criação — era certo. E as expressões orgulhosas de seus pais quando a mesma mostrou a marca pela primeira vez estava guardada em sua mente, foi um dos poucos momentos de sua vida que ela realmente sentiu o carinho de seus progenitores.

Os passos cessaram-se e os três pararam em frente a porta de madeira grossa que era marcada com o símbolo do brasão da família Avery. Os jovens se entreolharam rapidamente e após alguns segundos, Athena entrelaçou o braço no de seu noivo e ambos assumiram uma posição mais formal. Logo após, Athena abriu a porta e o casal adentrou no local sendo seguidos por Ares.

O falatório cessou e os olhares foram direcionados ao casal prodígio que andava graciosamente até os seus lugares, ao lado do Lorde. Ao passar pela extensa mesa de comensais, Athena podia sentir a maioria a analisando com olhares de ódio, a jovem sabia que muitos ali nutriam inveja de si e de toda soberania que carregava, ela não se importava, muito pelo contrário, todas as demonstrações de desprezo serviam apenas para alimentar seu ego. Pobres almas tolas, se ela quisesse, poderia matá-los em um estalar de dedos.

— Milorde. — Athena sussurrou em uma singela e rápida reverência e logo após Rafe imitou seu gesto, Voldemort limitou-se em acenar a cabeça positivamente, aceitando as saudações.

Athena permaneceu inexpressiva e sentou-se ao seu lado. Ela podia sentir o olhar mortal de Bellatrix fervendo em si e esboçou um sorriso malicioso, apenas para lhe provocar. Toda essa obsessão que Bellatrix nutria por Tom chegava a ser ridícula. A mulher, que possuía uma postura tão ruim e soberba na frente dos outros, tornava-se uma tola quando se tratava de seu amado Lorde.

Era do conhecimento de muitos ali — principalmente de Athena — que Riddle mantinha relações sexuais com a mulher, e isso apenas a deixava mais mercê dele. Era só estalar os dedos que ela o seguia como uma cachorrinha. A jovem apertou os lábios em uma linha, enojada. Era repulsivo imaginar sua prima deitando-se com o seu padrinho, só de cogitar a possibilidade, Athena sentia vontade de vomitar. Outra coisa é que ela não conseguia entender o quão tolo Rodolphus, seu cunhado, era. Ele sabia da infidelidade de sua esposa e permanecia aceitando aquele tipo de relacionamento. Certo que foi um casamento arranjado, mas sua honra estava em jogo e ele parecia mais preocupado em agradar o Lorde do que limpá-la.

— Creio que podemos começar devidamente a reunião. — A voz rouca e sombria de Tom ecoou pela sala. Athena repreendeu seus pensamentos e agradeceu por manter sua mente fechada, seria um tanto constrangedor caso seu padrinho tivesse lido suas divagações.

Havia rostos conhecidos na reunião, um deles era de Severus Snape, seu melhor amigo. Recentemente havia ganhado a marca e assim como Athena, o jovem bruxo conquistou um dos postos de favoritos do Lorde. Snape incomodava muitos comensais ali, principalmente os mais velhos que não conseguiam aceitar o fato de um singelo mestiço conseguir ser mais inteligente e talentoso do que eles.

Todo esse apreço devia-se ao fato de que Severus conseguiu a proeza de conquistar a amizade de Athena no vagão do Expresso de Hogwarts, quando as crianças estavam embarcando pela primeira vez para a escola de magia e bruxaria. Depois de um desentendimento com Sirius Black e James Potter, o mestiço achou melhor encontrar outra cabine para passar a viagem, e escolheu justamente a de Athena e Storm. A partir daí, formaram uma grande amizade e tornaram-se inseparáveis.

Apesar de ser mestiço, Snape fez-se parte da família Avery, sendo apadrinhado por Zeus e Hortella e participando de todos os eventos familiares.

'Tá pra nascer alguém mais pirada do que essa Bellatrix, felizmente, não é minha prima.

Athena mordeu os lábios evitando que o riso saísse, a voz de Storm invadiu sua mente em um tom exagerado. A Avery lançou um olhar risonho para Selwyn que estava sentada ao entre Severus e Regulus, que também escutaram o comentário da amiga.

O quarteto tinha essa mania de se comunicar através dos pensamentos, tudo isso graças às grandes habilidades deles em Legilimência e Oclumência e aos poderes de Athena, que criara uma espécie de ligação com os melhores amigos, possibilitando que eles também se comunicassem com ela. Era uma espécie de telefone sem fio, que apenas os três podiam atender, nem mesmo o Lorde conseguiria invadir.

Infelizmente, é minha prima.

Avery e Black responderam ao mesmo tempo, as vozes de ambos ecoando pelas mentes dos quatro amigos em alto som. Os dois seguraram novamente os risos, mas Storm, sendo a mais desenfreada, riu tentando passar despercebida pelos comensais. Snape intercalou o olhar entre os três, como se estivesse dando uma bronca.

Eu agradeceria se vocês calassem os pensamentos.

Snape ordenou.

Como se calam os pensamentos?

Dessa vez, Storm e Regulus pensaram juntos e novamente zombaram.

Sinceramente, onde eu estava com a cabeça quando aceitei essa ideia estúpida de me comunicar em pensamento com vocês?

Snape indagou.

Você nos ama, seboso.

Storm respondeu.

O Lorde está falando algo importante, prestem atenção!

Athena os interrompeu esforçando-se para parecer séria, toda vez que Storm a fazia querer rir em momentos inoportunos, ela sentia vontade de amaldiçoar a melhor amiga. Após a ordem de Avery, os jovens cessaram com os pensamentos, suas atenções voltando ao homem que ditava ordens firmemente. Os comensais o encaravam com devoção no olhar, hipnotizados, acataram suas ordenanças com adoração. Athena sempre admirou a forma como Tom conseguiu manipulá-los e os deixar na palma de suas mãos.

— Nosso espião nos trouxe uma valiosa informação. — O Lorde encarou pomposamente um dos comensais que se encontrava sentado na mesa. Petronius Parkinson, era um dos professores substitutos de Hogwarts, atualmente atuava em Defesa Contra a Arte das Trevas. — Parece que Dumbledore tem o objetivo de montar uma espécie de sociedade para se opor e lutar contra mim — disse em um tom amargurado — Ele e seus estúpidos lacaios acham que podem me derrotar. — Suas sobrancelhas se levantaram em uma expressão de deboche. Risadas e piadinhas tomaram conta dos comensais que zombavam junto ao seu Lorde.

Athena riu com gosto, a persistência de Dumbledore em derrotar o Lorde das Trevas era tão insuportável ao ponto de se tornar patético. Tudo aquilo para a moça se assemelhava a uma caçada, uma chata e tortuosa caçada. O diretor de Hogwarts parecia estar obcecado em ver seu padrinho cair, de uma forma, que estava arriscando muitos dos seus, apenas para um bem maior no qual ele não se arriscaria. Athena achava Dumbledore um velho superestimado e extremamente hipócrita.

— Milorde. — Bartolomeu Crouch Jr. um dos jovens comensais mais talentosos e inteligentes do Lorde, se pronunciou. — O senhor tem algo preparado para isso? — A pergunta fez com que todos prestassem atenção no bruxo. Era de seu interesse poder participar de todas as missões possíveis. — Digo, temos um plano? — Suas sobrancelhas arquearam-se e seu rosto pousou em sua mania compulsiva de mostrar a língua. Ele sempre fazia tais gestos obscenos quando estava irritado ou ansioso. Todos presenciaram o sorriso diabólico que o Lorde esboçou para o jovem bruxo.

Bartolomeu era uma das "minas de ouro" de Voldemort. Diferente de muitos ali, e até mesmo de Snape, que haviam sido induzidos pelos pais ou padrinhos a servirem as trevas, o jovem procurou seguir o Lorde por vontade própria.

Obviamente, escondido de seus pais que não faziam a mínima ideia do que o filho estava se tornando. Seu pai — Bartolomeu Crouch Sr. — cheio de ambição, achava vantajoso o filho estar construindo uma aliança com a família Avery, essa aproximação alavancaria mais a sua carreira no Ministério e o traria mais fama e dinheiro. Esse era um dos motivos pelo jovem odiar seu progenitor, um homem que só pensava em coisas materiais e não dava a devida atenção para sua esposa e seu único filho.

Bartolomeu tinha muita raiva e desejo de vingança dentro de si, e foi através desse ódio que ele nutria pelo pai, que Voldemort conseguiu o trazê-lo para seu lado.

— É nesse ponto que eu iria chegar. — O homem beberica sua taça de vinho com gosto. — Da mesma forma que nós temos um espião em Hogwarts, teremos um nessa sociedade estúpida de Dumbledore — disse e os olhares dos comensais grudaram em si com curiosidade. — Parece que o velho também está recrutando alunos, então é mais seguro que o nosso espião seja alguém que ainda esteja estudando em Hogwarts — esclareceu ao ver que tinha alguns comensais que estavam mais do que prontos a se oferecerem.

Athena cruzou os braços e relaxou na cadeira, esperando o momento certo que seria anunciada.

— Permita-me, Milorde. — Aleto Carrow pronunciou-se de uma forma soberba. — Eu me ofereço para a missão. — Ela sorriu. — Seria uma honra — completou, com devoção.

Antes que Tom pudesse falar, Bartolomeu levantou a mão.

— Não! Milorde. — O bruxo encarou seu mestre. — Me permita essa honra — suplicou.

— Estou à disposição, Milorde. — Regulus pronunciou. Tom o encarou com satisfação, o caçula dos Black era um de seus prêmios e o surpreendeu com tanta dedicação e inteligência. Riddle sempre achou que o responsável por dar continuidade a aliança dos Black consigo seria Sirius, mas quando o primogênito da família fugiu de casa e declarou-se ao lado da luz, coube a Regulus assumir o lugar, e o jovem sonserino estava fazendo tudo com grande excelência.

— Fico satisfeito em saber que os meus comensais estão dispostos a tudo. — Tom comentou interrompendo qualquer outro jovem que quisesse se oferecer para a missão. — Mas, eu já escolhi alguém para essa missão — ele revelou. — É alguém no qual eu estou preparando a muito tempo, de minha confiança e que tem capacidade mais do que o suficiente para destruir essa sociedade futre de Dumbledore. — O homem repousou a taça na mesa e pegou a mão delicada da moça ao seu lado. — Athena Avery será a nossa espiã — murmurou vitorioso causando um certo alvoroço no local.

Alguns murmúrios e exclamações preencheram o escritório, a maioria dos comensais parabenizaram o Lorde pela escolha, e alguns encheram Athena de elogios. Outros — a minoria — não concordavam que o Lorde confiasse uma missão tão importante na mão de uma jovem. Aquilo não era de seu agrado, mas o que poderiam fazer? Qualquer um que fosse contra as ordens do Lorde, seria punido, ou até mesmo morto.

— A missão de amanhã será liderada por Athena e Severus. — Tom chamou a atenção dos jovens. — Eu quero um estrago digno da primeira página do Profeta Diário, menos que isso não será aceito! — A voz do homem saiu firme e autoritária. — Foi para isso que eu ampliei o treinamento de vocês nessas férias, para ter a perfeição! Não hesitem em machucá-los, mas deixo claro que não quero mortes. — Encarou Bellatrix de uma forma severa. — Ainda não. — Sorriu maligno e os comensais os acompanharam. Todos ansiosos para espalhar o terror pelo mundo mágico.

⌇ ✩ ⌇

Em outro país, especificamente na Inglaterra, cinco amigos aproveitavam o que seria seu último dia de férias. Sirius Black, Peter Pettigrew e Frank Longbottom nadavam na refrescante piscina da mansão Potter, o dia estava excepcionalmente quente e eles não viam forma melhor de encerrar as férias. Remus Lupin tinha um livro em mãos enquanto bebericava a limonada feita pela dona Euphemia — que amava mimar os amigos de seu filho tanto quanto mimava o mesmo — e James Potter estava ao seu lado, vestido apenas com um calção de banho, seus olhos estavam atentos na carta e na foto que a coruja de Lily o entregou hoje de manhã, seu coração faltava sair do peito ao ver a imagem de sua amada ruiva.

— Ele está fazendo aquela cara de boboca de novo. — Peter resmungou apontando para James. Sirius balançou a cabeça negativamente deixando um riso escapar, James era um bobão apaixonado.

— Daqui a pouco ele vai começar a babar na foto. — Frank comentou zombeteiro.

— Se já não estiver babando. — Sirius disse baixinho para Longbottom que riu juntamente a Peter. — Ei, Pontas! Quer que eu pegue um babador? — gritou para o melhor amigo, que o mostrou o dedo do meio.

— Está olhando tanto para essa foto que daqui a pouco a imagem da Lily corre! — Longbottom provocou o amigo causando risadas nos demais. James revirou os olhos.

— Você não tem moral nenhuma, Frank! — Remus intrometeu-se risonho. — Não pode ver a Alice que falta cair duro no chão — completou. Sirius e Peter se desataram em gargalhadas e James riu baixinho.

— Cair duro eu não sei, mas que ele fica duro.. — Sirius soltou arqueando as sobrancelhas sugestivamente. Frank desferiu um tapa enquanto os amigos riam mais. — Ai! É brincadeirinha — resmungou passando a mão na nuca, onde havia recebido o tapa.

— Não ouse falar essas coisas com as meninas aqui! — Remus cruciou.

— As meninas? Que meninas?! — Frank perguntou e Sirius o imitou.

— Esqueci de avisar. — Potter pronunciou-se. — Eu mandei o convite para elas passarem a tarde aqui, Lily respondeu na carta que todas aceitaram e é bem provável que daqui a pouco elas estejam chegando.

— Está me dizendo que daqui a pouco Alice estará aqui e vocês esqueceram de me avisar uma coisa dessas! — Longbottom esbraveja em um mini surto.

— Já está na hora de você superar essa paixonite e ir falar com ela. — Remus diz bebericando um pouco de limonada. — Estamos indo para o sétimo ano, Frank.

— Acha que eu não sei? Eu tento chegar nela desde o quarto ano! — Bufou. — Nunca dá certo, e eu sempre faço papel de bobo na frente dela.

— Qual é o problema de fazer papel de bobo? Foi assim que o James conquistou a Lily! — Sirius gargalhou e foi a vez do Potter agredi-lo. — Ai! Vocês estão muito irritadinhos hoje. — Bateu na água respingando um pouco em James.

— É sério! — suspirou. — Eu realmente gosto dela.

Sirius recompôs a postura e deu alguns tapinhas no ombro de Frank.

— Vamos lhe ajudar! — Peter sorriu para o amigo. — Chega nela com calma, sem drama, e não deixa ela perceber que você está nervoso.

— Não — Sirius negou. — Deixa que o garanhão aqui sabe! — Empurrou Peter e se aproximou de Frank — Joga umas cantadas nela, de preferência que a faça rir, assim você vai se sentir mais confortável para falar com ela. — Black completou e os amigos concordaram.

— É uma boa ideia! — James comentou. — Vamos treinar, quais cantadas você sabe?

Longbottom deu de ombros.

— Se eu fosse produzir um patrono, você seria minha memória feliz. — As bochechas de Frank ganharam um tom vermelho e os meninos soltaram barulhos e gritinhos.

— Isso é lindo! — James comentou quase emocionado.

— Eu achei meio...sentimental? — Remus perguntou tentando amenizar a negação.

— Exatamente! Muito cafona. — Sirius balançou a cabeça negativamente e Peter riu concordando com o amigo. — Chega nela e fala assim: Gata, me chama de Dementador que eu te mostro meu beijo fatal. — Eles se entreolharam e se desataram em risos. Sirius inventava cada presepada.

— Eu tenho uma boa! — Peter disse e os meninos o motivaram a contar. — Se beleza fosse crime, eu te mandaria para Azkaban. — Os jovens gargalharam novamente e bateram palminhas. Tudo aconteceu muito rápido, uma hora eles estavam ajudando Frank a conquistar Alice, e em outra, eles começaram uma mini competição de cantadas.

— Ok, saquei! Olha essa! — Frank chamou a atenção dos amigos que o olhavam com expectativa. — Deixa eu fazer minha mágica e a Murta não vai ser a única que geme — Remus que estava bebendo a limonada, se engasgou de tanto rir e cuspiu ela na cara de James que não se importou com a cuspida pois estava ocupado demais rindo. Sirius estava jogado no chão, ao lado dos amigos e Peter batia leve nas costas de Lupin para ajudá-lo.

— Você não é pomo de ouro, mas eu 'tô doido pra te pegar! — James entrou na brincadeira, e foi mais uma sessão de risadas e gritinhos.

Sirius se levantou.

— Essa daqui é infalível! — Levantou a mão. — A varinha escolhe o bruxo e o meu pau esco..

— SIRIUS! — Lupin o empurrou o fazendo cair em cima de Frank e os dois rolaram na grama. Black e Longbottom lançaram um olhar raivoso para Remus, e o mesmo encolheu os ombros e apontou para o grupo de meninas sorridentes que adentravam no jardim junto a Euphemia Potter.

Os jovens bruxos se levantaram na mesma hora, James ajeitava os cabelos enquanto Frank tomava uma postura plena. Remus se aproximou de Peter, e ambos se serviram de mais um copo de limonada. O único que não se preocupou em se arrumar ou fingir que estava fazendo algo foi Sirius, que foi o primeiro a cumprimentar as meninas com um sorriso de tirar o fôlego.

Logo, Peter enfeitiçou a vitrola para ir até o quintal e colocou um disco dos Beatles, o falatório e as risadas tomaram conta e os jovens aproveitavam serenos o sol e a piscina.

Sentado entre Dorcas e Marlene, Remus observava seus amigos se divertindo, e apenas desejava coisas boas para aquele ano, com dois meses sem ataques de Voldemort e seus seguidores, a esperança voltou a rondar no peito de muitos bruxos que já estavam desacreditados. A vontade de ter uma vida plena ultrapassava qualquer medo ou insegurança deles, e os enchiam de coragem para lutar pela paz. E principalmente, lutar para permanecerem assim; unidos e felizes.

contagem de palavras:

7 0 4 8 


glossário

¹Eimaste theoi é "somos deuses" em grego, que é o lema da família Avery.

² Delizioso é "delicioso" em italiano.

³ Uomo canaglia é "homem canalha" em italiano. 



𝑁𝑂𝑇𝐴𝑆 𝐷𝐴 𝐴𝑈𝑇𝑂𝑅𝐴

 Esse aqui eu quis trazer como é a vida de cada um, enquanto alguns estão treinando e comparecendo em reuniões para discutir sobre missões, outros estão tomando banho de piscina e vivendo normalmente como jovens. 

Não sei se entenderam os parentescos mas por via das dúvidas, vou explicar: Hortella, antes de ser uma Avery, era uma Rosier, ou seja, ela é irmã de Druella Rosier que é mãe de Bellatrix, Andromeda e Narcisa, ou seja, Athena é uma Rosier por parte de mãe e prima do trio Black e de Evan Rosier.

O que acharam de Rafe Lestrange? Já deixo claro que ele é o meu amor, meu protegido e eu sou muito cadela do relacionamento dele com Athena. 

Enfim, espero que tenham gostado, não se esqueçam de deixar seus comentários e seus votos.

 Até o próximo capítulo! 


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