비 Almoço e Provocações
Era mais um dia em que Camilla preparava um almoço em família para que sua noiva conseguisse ter uma boa convivência com a filha rebelde.
Camilla já não suportava mais ter que viver com a garota e só a mantinha ainda dentro de casa pois era sua obrigação como progenitora.
A garota de fios bagunçados e tingidos com algumas mexas na cor rosa escutava naquele momento uma música de sua banda favorita de rock. Sabia que sua mãe estava na cozinha e fazia de tudo para irritar a mulher, até mesmo provocar a noiva dela toda vez que a mulher ia jantar ou almoçar em casa.
Como uma mulher tão nova foi se interessar por uma mulher velha? Camilla estava beirando seus 40 anos e Jenna tinha apenas 26 anos.
S/n passava dias tentando entender o que levou a mulher se interessar por uma mulher como sua mãe.
Ela era arrogante; poderia não ser na frente da quase esposa para manter uma boa impressão, mas ela era bruta com todos e quem a conhecia sabia o jeito surtado da mulher.
Pobre Jenna , mal sabia onde estava se metendo.
S/n cantarolava e dançava do meio do quarto, enquanto mantinha um pirulito sabor cereja na boca e fazia deste um microfone quando sua parte favorita de Sympathy for the devil tocava.
Ao som daquela música, S/n terminava de se arrumar, sempre com suas roupas pretas e extravagantes.
Assessórios como gargantilhas e braceletes de Spikes não poderiam faltar. Como havia dito, fazer sua mãe surtar era sua maior diversão naquele inferno e não gostava de fingir ser uma garota trabalhadora e boazinha como ela queria.
Odiava falsidades, bastava a sua mãe destilando veneno e fingindo ser o que não era.
Ao fim da música, S/n já estava pronta e para dar um toque final no visual ousado e fora dos padrões, passou um Gloss com o mesmo sabor do pirulito que antes chupava.
Descartou o palitinho do pirulito, saindo do quarto mas, antes depositou um beijo singelo nos lábios de seu cantor favorito, este, estampado no pôster enorme na porta de seu quarto, fechando-a em seguida.
Ao descer os primeiros degraus da escada, poderia ouvir alguns murmúrios vindo da sala e já sabia quem era.
Ao descer os últimos, encontrou sua mãe e Jenna vindo em sua direção.
A mulher não conseguiu disfarçar seu descontentamento com as vestes da filha. Já Jenna , pareceu surpresa e intrigada pelo visual.
S/n havia gostado.
Não era a primeira vez que reparava em S/n. Há tempos que vinha frequentando a casa da mulher e ela parecia a provocar de alguma forma com gestos e olhares.
Ou poderia ser apenas algo da sua cabeça.
── Minha filha, poderia ter vestido algo melhor, né? ─ A mulher fingiu ser doce na frente da sua noiva, lançando um olhar mortal para S/n
── Eu gostei, você parece ter gostado também, ou, vendo a mulher olhar sem jeito para a mais alta.
── Eu? Bom... Eu achei maneiro ─ Riu sem graça, passando as mãos úmidas disfarçadamente na calça preta que usava.
Não queria admitir mas ficava nervosa na frente da filha da mulher, não sabia qual seria o próximo passo da garota. Parecia tudo tão calculado que tinha medo de acabar caindo em alguma armadilha.
── Tolice, Jenna está sendo gentil, minha noiva é muito boa, assim como eu ─ A Collins mais velha falou, alisando o abdômen definido da morena que pareceu desconfortável com a situação mas disfarçou com um sorriso.
── Que seja, eu sou linda ─ Declamou, saindo da sala e caminhando para o local onde iriam comer, deixando as duas adultas para trás.
Jenna e Camilla foram logo em seguida.
(...)
O almoço seguiu calmo até certo ponto onde a mulher começou a contar sobre algo que havia acontecido em seu trabalho, deixando não só S/n entediada como a própria noiva.
Era sempre a mesma coisa. No final ela se vangloriava de ser uma das melhores cozinheiras.
Mas a filha sabia que não era.
Um suspiro fundo e audível escapou dos lábios da rebelde, tentando manter a calma para não estragar com tudo.
S/n só não era alguém de ficar parada sem fazer nada. Aproveitou que o casal estava em sua frente e como alguém que não quer nada, subiu o pé sobre o perna de Jenna , que se assustou, quase se engasgando com um bolinho de arroz.
── O que foi meu amor? ─ A mulher perguntou preocupada e Jenna logo desconversou.
── Nada querida, apenas me engasguei com o bolinho, acidentes acontecem ─ Engoliu a seco e aquilo pareceu deixar a mulher mais tranquila, pois ela voltou a falar.
Jenna estava de olhos arregalados mas tentava focar na conversa por mais que sua mente estivesse no pézinho debaixo da mesa que subia perigosamente por suas pernas, deixando-a arrepiada.
Olhou de soslaio para S/n que parecia comer tranquilamente que nem parecia estar provocando a mulher na cadeira da frente.
A rosada terminou de comer e passou a tomar o suco, acariciando a perna de Jenna por cima da calça social que a mulher vestia, deixando a Ortega desnorteada.
Maldita pirralha; pensou a outra.
── Vou pegar a sobremesa, docinho ─ Camilla anunciou, fazendo S/n querer vomitar por ter que ouvir sua mãe falando daquela forma.
Antes de ir à cozinha, a mulher depositou um selinho nos lábios da noiva, deixando Jenna sem jeito na frente da filha dela.
Sozinhas, a mais velha tomou coragem para virar o rosto em direção a S/n que a recebeu com um sorriso traquina.
── O que pensa que está fazendo? ─ Sussurrou, temendo que a mulher voltasse e ouvisse algo.
── É só um carinho, Jay ─ Sorriu descarada, subindo o pé até o meio das pernas da mulher que sobressaltou assustada mas não saiu do lugar e nem protestou ── Um carinho gostoso, você parece tão tensa.
── Voltei, querida ─ Camilla apareceu de repente, assustando Jenna que estava em choque, tentando raciocinar tudo que estava acontecendo.
A mulher pouco percebeu o susto da futura esposa, estava tão concentrada em o agradar que não via o que estava acontecendo.
S/n seguiu plena, vendo que a mulher havia feito a sobremesa que ela odiava.
Bufou, tirando o pé do meio das pernas de Jenna que respirou finalmente em alívio e levantou.
── Bom, acho que essa é minha hora de vazar.
── Não vai comer a sobremesa? ─ Ela perguntou com um sorriso vitorioso nos lábios ao ver que seu plano havia dado certo, queria um momento sozinha com sua mulher.
── Mamãezinha, a senhora deve saber que eu não sou muito fã dessa sobremesa.
─ Disse, apoiando as mãos encima da mesa, encarando a mulher com um sorriso forçado no rosto. ── Fiquem à vontade.
Antes que pudesse ouvir a voz daquela senhora novamente, S/n saiu em disparada, rumo ao seu quarto, se trancando em seu próprio mundinho.
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