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|Capítulo 47|

P.O.V Adhara Addams

Enquanto torturávamos Tyler com intensas descargas de eletrochoque, o estúdio estava tomado pela tensão e pela frieza das perguntas de Wandinha.

— Pra que a Kinbott, ou melhor, Laurel Gates, está te usando? — perguntou Wandinha, sua voz calma, mas cheia de determinação.

— É a Thornhill! E a Thornhill, sua tampinha! — retruquei, cruzando os braços com impaciência. Wandinha lançou um olhar sério para mim, mas não deixou de lado sua missão.

— Wandinha, por favor. — implorou Tyler, com a voz tremendo.

— Tyler, as partes do corpo no porão da mansão Gates, por que você está colecionando? — continuou ela, implacável.

— Responde! — ordenei, dando um tapa forte em seu rosto, deixando uma marca vermelha.

— Aí! Eu não entendo, por que estão fazendo isso? — gritou Tyler, tentando se soltar. Wandinha se afastou um pouco e pegou um martelo da mesa, seus olhos fixos em Tyler. De repente, ouvimos o som de carros de polícia chegando, o som das sirenes invadindo o estúdio.

— Vamos testar os seus reflexos. — disse Wandinha, avançando com o martelo em mãos.

— Eu tô aqui! Socorro, socorro! — gritou Tyler, desesperado.

O Xerife Galpin entrou abruptamente, sua arma apontada diretamente para nós.

— Se afastem do meu filho! Larguem! — ordenou o Xerife, sua voz cheia de autoridade. Eu e Wandinha levantamos as mãos em sinal de rendição, enquanto o martelo caía no chão com um estrondo surdo.

(...)

Na delegacia, Wandinha e eu andávamos de um lado para o outro na sala do Xerife, enquanto aguardávamos. Estávamos ansiosas e impacientes, até que a porta se abriu e o Xerife Galpin entrou acompanhado da diretora Weems.

— O Xerife Galpin não vai dar queixa de sequestro, o que é um milagre dadas as circunstâncias. — disse Weems, tentando manter a calma na sala.

— Claro que não. Há quanto tempo sabia? — disparou Wandinha, encarando o Xerife com desconfiança.

— Como assim? — o Xerife respondeu, claramente desconcertado pela pergunta.

— Quando te entreguei a garra da caverna, você já sabia a verdade? — continuou Wandinha, sua voz firme.

— Wandinha, já chega! — interveio Weems, tentando conter a situação.

— Xavier Thorpe é nosso Hyde. Temos provas graças a você, por isso tô deixando essa passar. — disse o Xerife, tentando justificar sua postura.

— Xavier Thorpe é inocente! O verdadeiro Hyde é seu próprio filho! — rebati, aproximando-me dele com determinação.

— Adhara! — exclamou Weems, tentando me deter.

— Não! Ele vai me ouvir! Você se casou com uma excluída que era Hyde e teve o Tyler, que puxou a mãe. Você simplesmente encobriu as mortes que seu filho provocou. Tyler vai se voltar contra você! Ele vai te matar! — minha voz estava carregada de raiva e frustração, mas eu precisava dizer isso.

— Vamos embora! — ordenou Weems, e eu e Wandinha nos preparamos para sair. Antes de cruzar a porta, me virei para o Xerife.

— Xerife Galpin. — chamei, com um tom sério.

— O que é agora? — ele respondeu, exasperado.

— Eu odeio você com todas as minhas forças. Espero que você acorde para a realidade de uma vez por todas! — disparei, deixando a sala com minha irmã.

Quando estávamos prestes a sair, ouvimos uma voz familiar nos chamando.

— Meninas, esperem. — disse Tyler. Eu e Wandinha paramos, viramos para encará-lo.

— Tyler! Não, não, o que está fazendo? — gritou o Xerife, seguindo seu filho.

— Preciso falar com elas, pai. Elas eram minhas amigas. — Tyler falou com uma falsa inocência que me fez fazer uma careta. — Estou mudando de delegacia, o que vai acontecer comigo? — disse ele, olhando para o pai que, por sua vez, lançou um olhar preocupado para nós antes de entrar novamente na sala. Tyler então se aproximou de nós duas.

— O que você quer? — perguntou Wandinha, sem esconder seu desdém.

— Só quero fazer uma pergunta. — Tyler falou, e de repente, sua expressão mudou, tornando-se mais sombria. — Qual é a sensação?

— A sensação de quê? — perguntamos, eu e Wandinha ao mesmo tempo, sentindo o ar se encher de tensão.

— De perder. — ele disse com um sorriso sinistro. Senti meus punhos se fecharem, e lutei contra o impulso de atacá-lo, mas Wandinha me segurou. — No começo, eu acordava pelado, coberto de sangue, sem ideia do que tinha acontecido. Mas, com o tempo, comecei a lembrar. — ele se aproximou ainda mais, o olhar fixo em nós. — De tudo. O som dos gritos, o pânico nos olhos das pessoas e o medo tão primitivo que eu conseguia sentir o gosto. E era delicioso. A sua morte, Adhara, foi tão linda de ver. O fato de você estar viva agora é um erro. — ele cuspiu as palavras, mal contendo seu prazer. — Vocês não têm ideia do que vai acontecer a seguir. — disse ele, recuando com um sorriso perverso.

Wandinha apertou minha mão, tentando me acalmar. Eu sentia o sangue ferver, mas sabia que tinha que manter a calma, pelo menos por enquanto.

(...)

Chegamos à escola, ainda sentindo a adrenalina da situação. A tensão estava no ar enquanto entrávamos na sala da diretora Weems.

— A contrapartida para o Xerife Galpin não prestar queixa é a expulsão imediata de vocês duas de Nunca Mais. — Weems declarou com uma voz fria e autoritária.

— Os outros não tiveram nada a ver com isso, nem minha própria irmã. Eu agi sozinha. — Wandinha disse rapidamente, tentando me proteger.

— Não! Eu ajudei ela. Estamos juntas nisto. — protestei, não deixando Wandinha carregar a culpa sozinha.

— Para alguém que alega não ter amigos, você faz das tripas coração para protegê-los. — Weems comentou, direcionando suas palavras para Wandinha com uma pitada de ironia.

— Eles não tiveram coragem de fazer o que era preciso. — respondeu Wandinha, mantendo-se firme.

— Quer dizer sequestro e tortura? Espero que não. — Weems retrucou, seu tom incrédulo.

— Compreenda que o Tyler eviscerou brutalmente seis pessoas. Ele quase me matou! — gritei, sentindo a injustiça arder dentro de mim.

— Ele está colecionando partes dos corpos como um extra. — Wandinha acrescentou, reforçando nossa acusação.

— Talvez se tivessem vindo até mim com suas suspeitas, em vez de resolverem com suas próprias mãos, teríamos trabalhado juntos. — Weems disse, tentando parecer razoável.

— Ah, sim, porque confiança e cooperação sempre foram marcos da nossa relação. — Wandinha respondeu com sarcasmo, cruzando os braços.

— Admiro suas habilidades em ser independente e em confiar em seus instintos, mas isso também a deixa impaciente e impulsiva. Suas ações colocaram a mim e a escola numa posição impossível. — Weems continuou, a frustração clara em sua voz.

— O Tyler é o Hyde! — dissemos juntas, com a mesma certeza.

— Ele incriminou o Xavier! — acrescentei, a injustiça clara em cada palavra.

— Ele confessou tudo para nós duas. — afirmou Wandinha, tentando convencer Weems da nossa verdade.

— Gostaria de poder acreditar em vocês. — respondeu Weems, suspirando profundamente.

— Quer saber! Vocês duas conversem sem mim! Vou acabar explodindo essa sala! — explodi, incapaz de controlar minha frustração, e saí da sala batendo a porta com força.

(...)

Cheguei ao meu quarto, esperando encontrar Enid, mas estava vazio. Fui até minha mesa, peguei a caixa que estava lá e saí rapidamente. Precisava agir, e meu destino agora era o estúdio do Xavier.

Mais um capítulo amores espero que gostem e me desculpem se tiver erros de português amores ❤️ 🥰 ❤️ 🥰

O que acharam desse capítulo amores????

O que vocês acham que Adhara irá apontar com aquela caixinha?

Até o próximo capítulo amores 🥰 🥰 🥰

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