|Capítulo 30|
P.O.V Adhara Addams
Era uma noite fria e sombria quando eu, Wandinha e mamãe decidimos invadir o cemitério. Eu e Wandinha estávamos afundando as pás no solo duro, cavando o túmulo de Garrett Gates, já mamãe observava de cima, sua presença elegante e sombria iluminada pela luz pálida da lua.
—Isso me faz lembrar de quando vocês ganharam seus primeiros kits de cavar túmulos—comentou ela, um sorriso nostálgico no rosto.—Ficaram tão felizes que Wandinha quase sorriu.—completou, minha irmã parou por um momento, levantando os olhos da cova.
—Não quer mesmo nos ajudar, mamãe?—ela perguntou, com aquele seu tom de sempre
—Não, tudo bem. Não quero estragar a diversão de vocês.—Mamãe balançou a cabeça lentamente, com um sorriso sutil, eu suspirei, limpando a terra das mãos e olhando para minha roupa.
—Minha roupa novinha está toda suja!— resmunguei, sentindo a frustração crescer.
—“Cala a boca, Adhara!—Wandinha revirou os olhos, claramente irritada— Você só sabe reclamar das suas roupas,—disse ela, o tom cortante.
—Bem, pelo menos eu puxei o gosto da mamãe.— retruquei, lançando um olhar brincalhão para nossa mãe. Wandinha levantou a pá como se fosse me ameaçar, e eu lhe mostrei a língua, provocando-a. Voltamos ao trabalho, cavando até encontrar o caixão.
—Hora da verdade.—murmurou Wandinha, enquanto passava a mão pela terra antes de abrir o caixão. O cheiro pútrido da decomposição nos atingiu de imediato.
—Cheirinho de verdade chegando— comentei.Wandinha olhou para o cadáver de Garrett com uma expressão de triunfo.
—Olá, Garrett. Eu tinha razão—disse ela, sua voz cheia de certeza.De repente, uma luz forte nos cegou por um instante, e uma voz familiar se fez ouvir.
—Ora, ora. O que temos aqui? Parece que vai ter uma reunião da Família Addams na cadeia esta noite.—declarou o Xerife Galpin, segurando a lanterna e com um sorriso satisfeito.Eu e Wandinha levantamos as mãos, imitando mamãe.—Estão presas.— concluiu o Xerife, com uma satisfação evidente.Olhei para Wandinha e depois para mamãe, que apenas suspirou.
(...)
Estava sentada na cama, observando enquanto mamãe e papai tentavam se beijar através das grades da cela. Era quase cômico ver como a barreira física não conseguia diminuir o amor deles.
—Nem o longo braço da lei poderia nos separar— disse papai com um olhar apaixonado, tentando tocar o rosto de mamãe através das barras.Mamãe suspirou, os olhos fixos nos de papai.
—Teremos uma última noite juntos.— disse ela, com a voz suave e cheia de emoção.
—Já vi chacais com mais autocontrole que vocês— Wandinha comentou sarcástia , revirando os olhos.
—Tenho que concordar com minha irmã.—acrescentei, sentindo um sorriso se formar no meu rosto. Era difícil não se divertir com a teatralidade dos nossos pais.
—Nem um de vocês está pronto para encarar a prisão—disse Wandinha, em tom sério. —Graças a mim, não será preciso.
—Eu sabia que nossas pequenas presidiárias teriam um plano.—papai sorriu, cheio de orgulho—Adhara, exploda essa cela.—sugeriu ele, com um brilho nos olhos.
—Ótima ideia, papai—revirei os olhos, respondendo com sarcasmo—Mas não vou fazer isso, por mais que eu queira. Vamos ouvir a Wandinha— completei cruzando os braços.Wandinha tirou algo do bolso, revelando um dedo enrolado em um pano.
—É um suvenir do nosso passeio. Peguei do Garrett— ela explicou, estendendo a mão para mamãe.—Ele morreu envenenado por beladona. A preservação do tecido e o tom azulado confirmam isso.
—Então Garrett já estava morrendo...—
Mamãe arregalou os olhos, assimilando a informação
—Antes de papai perfurá-lo.—completei, levantando-me e me aproximando das grades. Papai sorriu, o amor e a admiração por mamãe claros em seus olhos.
—Você está ainda mais atraente como uma mulher inocente— disse ele, tentando beijá-la novamente.
—Uma vez na vida, esqueçam o outro e foquem!— exclamei, cruzando os braços e olhando com impaciência para eles.
Wandinha puxou o dedo, olhando fixamente para ele por um momento antes de fechar os olhos. Sabíamos o que viria a seguir – uma de suas visões. Quando voltou ao normal, todos estávamos ansiosos para ouvir o que ela tinha visto.
—Você teve uma visão? O que aconteceu?— questionou mamãe
—Sim, o que você viu?—acrescentei, inclinando-me para frente, esperando sua resposta.Wandinha abriu os olhos e nos encarou.
—Na noite em que Garrett morreu, ele tinha um frasco de beladona que quebrou no bolso. Ele queria matar só o papai. Ele planejava usar o veneno de beladona para matar a escola toda— revelou ela, a gravidade da situação claramente visível em seu rosto.
A revelação de Wandinha caiu sobre nós como uma pedra. Ficamos em silêncio por um momento, absorvendo a magnitude do que ela havia descoberto. Era um plano sombrio e aterrorizante.
(...)
Estava na sala do prefeito, ao lado de mamãe e Wandinha. O prefeito Walker estava visivelmente desconfortável, provavelmente por causa do cheiro forte que trouxemos do cemitério.
—,Obrigada por nos receber de última hora, senhor Prefeito—começou mamãe, sua voz suave mas carregada de autoridade.
—Bem, ameaças veladas têm esse efeito.—Walker, tentando manter a compostura, respondeuWandinha, sempre direta, deu um passo à frente, aproximando-se da mesa.
—Garrett Gates não foi morto por uma espada— ela disse
Acompanhei minha irmã, ficando ao lado dela enquanto mamãe se aproximava também. O prefeito fez uma careta e colocou a mão no nariz por causa do cheiro.
—Esse brilho azul é um sinal de envenenamento por beladona— explicou mamãe, olhando fixamente para o prefeito.
—Mas você já sabia disso, não é? Porque quando você era xerife, foi o encarregado do caso e ocultou tudo.—completei
—Ansel Gates odiava os excluídos e a Nunca Mais.—o prefeito suspirou, como se estivesse cansado—Ele dizia que o terreno da escola foi roubado da família dele há 200 anos. Garrett foi lá naquela noite para envenenar o ponche e matar todos os jovens na festa. Ansel confessou tudo quando estava bêbado. Foi ideia dele.
—Por que mandou o Dr. Anwar falsificar o laudo?—Wandinha não se deixou abater e continuou pressionando—Quando você sabia o verdadeiro motivo da morte.
—Ouça, meu trabalho era manter a paz.Walker olhou para nós, com um olhar desesperado— Se houvesse um julgamento, teria acabado com Jericho e a escola Nunca Mais.
—Acho que só estava preocupado com sua própria reputação ser destruída.—
mamãe estreitou os olhos, sua voz carregada de desdém— Eu lembro de Garrett se gabando para mim que seu pai tinha o xerife na mão. Um ano depois, você é eleito prefeito. Sem dúvida, com o apoio de Ansel Gates.
—Essa insinuação me ofende— protestou o prefeito, mas sua voz não tinha muita convicção.
—O que me ofende é que você poderia ter evitado a morte de Garrett se tivesse agido quando dei queixa sobre ele estar me perseguindo.—mamãe avançou mais um pouco, a raiva contida em seu tom—Mas não. Homens como você não sabem como é não ser acreditada.
—O que vocês querem?—questionou ele
—Que você retire todas as acusações.—coloquei as mãos na cintura, encarando mamãe e Wandinha antes de responder
—Meu marido será liberado imediatamente com um pedido de desculpas completo do xerife.—mamãe assentiu e acrescentou
—Temos um acordo?—Wandinha deu um passo à frente, encarando o prefeito com seus olhos penetrantes
Mais um capítulo amores espero que gostem e me desculpem se tiver erros de português amores ❤️ 🥰 ❤️ 🥰
O que acharam desse capítulo amores??
Maratona 2/3
Meta 90 ou 100 curtidas amores pfv não sejam leitores fantasma amores 🥰❤️🥰❤️
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