ㅤㅤㅤㅤ𝟎𝟎. ❛ 𝐚 𝐠𝐚𝐫𝐨𝐭𝐚 𝐜𝐨𝐦 𝐭𝐫𝐚𝐮𝐦𝐚.
━━ 23 de maio de 2009
EU, ELENA E MEUS PAIS ESTAVÁMOS VOLTANDO PARA casa. Enquanto meus pais conversavam sobre algo aleatória nos bancos da frente, Elena parecia observar tudo com muita atenção, no banco de trás ao lado direito.
Já eu, estava com o vidro aberto, sentindo a brisa fria da noite, enquanto observava a grande esfera brilhante no céu.
As árvores passavam rapidamente, devido a velocidade alta do carro, e o vento atingia de forma cortante o meu rosto, enquanto sentia o leve cheiro de preticor, causado pela escassa garoa que tinha caído a alguns minutos atrás.
Porém a minha atenção volta para a conversa dentro do carro.
━━ Mãe! É claro que o sorvete de morango é melhor do que o de chocolate. ━ Elena afirma com um olhar confiante se pondo ao meio dos dois bancos da frente.
━━ Eu não acredito que a minha própria filha acha que o sorvete de morango é melhor do que o de chocolate, eu estou desapontada. ━ fala Miranda, nossa mãe com um falso olhar desapontado.
━━ Garotas, vocês precisam parar de brigar. Mas todo mundo sabe que o melhor sorvete é o de flocos, ele supera todos os outros ━ meu pai, Grayson, fala entrando na pequena falsa discussão que tinha se formado entre eles.
Viro a minha cabeça para a janela, e inclino um pouco o meu pescoço para baixo, enquanto apertava o pequeno botão preto, com detalhes em branco. E no mesmo momento o vidro da janela do carro começou a subir.
Viro novamente a minha cabeça para o lado, me focando nas três pessoas dentro do carro.
━━ Eu tenho certeza que vocês três estão errados, e que o sorvete de menta com chocolate é superior a todo qualquer outro sorvete que exista ━ eu afirmo com certeza expondo a minha ótima opinião enquanto me colocava ao lado de Elena.
Mas acabo precisando me segurar no banco da frente e em Elena fortemente, quando sinto alguma coisa bater contra o carro causando um forte impacto.
Olho rapidamente para o lado, onde fica a janela do carro, e percebo que o carro estava pendurado na Ponte Wickery.
Sinto o desespero envolver cada célula do meu corpo, as minhas mãos começam a tremer, e sinto a minha garganta começar a fechar. Até meus pais e Elena começarem a gritar.
Mas infelizmente minha mãe, Miranda, acaba se mexendo um pouco, na tentativa de vir para trás, e essa ação faz o carro começar a balançar, parecendo uma gangorra.
Os gritos aumentam.
Mas em um piscar de olhos, o carro cai da ponte, e devido o impacto do carro na água eu acabo batendo a minha cabeça no vidro, me fazendo perder totalmente a consciência.
━━━━
Acordo assustada enquanto os
acontecimentos passados passavam em um flash pela minha mente.
Eu ainda estava no carro de baixo da água. Nesse momento eu estava sentada com a cabeça meio inclinada e apoiada no vidro, que foi o lugar que eu bati me fazendo perder a consciência. E pelo impacto percebo que o vidro estava rachado.
Tento lentamente afastar a minha cabeça do vidro, mas no momento em que mexo um centimetro da mesma, sinto uma queimação na parte de trás da minha cabeça, me fazendo ficar no mesmo lugar, paralisada.
Levo cuidadosamente uma das minhas mãos para parte da queimação, e passo delicadamente, acabo sentindo um grande corte nessa região.
Ainda com a respiração presa, resolvo tentar ignorar a dor e dou uma olhada em volta do carro. Meus pais estavam inconscientes. Se não mortos, penso o pior.
E minha irmã estava em alerta, enquanto tentava desesperadamente abrir a porta do carro, causando uma movimentação na água.
Ainda ignorando a dor, descido começar a me mover, para tentar sair desse carro com vida.
Solto o cinto que ainda estava preso a mim, e desencosto a minha cabeça rapidamente do vidro tentando não pensar na dor, mas devido a dor exuberante provocado pela minha pressa, a minha visão começa a ficar turva.
Coloco uma mão em minha testa, e a outra me apoio no banco da frente, onde estava o meu pai. Mas me assusto quando sinto uma mão sendo colocada em meu ombro, me fazendo virar lentamente a cabeça.
Era Elena.
A mesma se aproxima de mim, envolvendo um dos seus braços em meu pescoço me puxando para perto, percebo que Elena também não estava aguentando mais, e que poderia ficar inconsciente a qualquer minuto.
Mas antes de abraçá-la de volta, eu falo "eu amo você" com a boca, mas sem emitir nem um som, somente com o movimento dos meus lábios.
Elena me responde na mesma hora, repetindo o meu ato. E assim, eu abraço a mesma, e quase na mesma hora começo a ver pontos pretos na minha visão, e aos poucos deixo a escuridão me levar.
━━ narradora
Depois de algumas horas ocorreu uma ligação anônima para as autoridades policiais de Mystic Falls, informando um acidente de carro na Ponte Wickery.
Quando os policiais e os paramédicos chegaram, encontraram uma garota inconsciente no meio da ponte, a mesma tinha cabelos castanhos, com leves ondulações, parecendo ser naturais, mas que agora estavam totalmente encharcados pela água, formando um emaranhado de fios entrelaçados, com vários nós.
A garota não parecia ter mais do que 18 anos, e estava vestida como uma típica adolescente, calça jeans escura, uma regata lilás que chegava até um pouco a cima de sua barriga, deixando uma pequena parte de sua cintura a mostra, e nos pés, um simples tênis preto.
Mas uma coisa chama a atenção do médico que estava a examinando, era uma cicatriz em seu braço, perto do ombro, parecia ter sido causada com fogo, fazendo com que formasse um desenho, ou melhor, parecendo ser uma runa antiga.
O médico ignora isso, focando na situação mais importante, verificando se a garota tinha pulso, com isso em mente o homem aproxima dois de seus dedos em seu pulso, em busca de sentir qualquer batimento.
Porém, o mesmo não sente nada.
━━━━
Hella não tinha resistido, e estava morta, como seus pais. A única que tinha conseguido sair com vida, era a sua irmã, Elena, que tinha sido levada por um homem misterioso até o hospital, e que agora já estava estável.
Após a garota morta ter sido levada para o hospital, o médico responsável pela mesma, deixou ela em um quarto com as máquinas ligadas, para os seus familiares poderem se despedir.
Porém, no momento em que o médico oficialmente desligou as máquinas, o coração de Hella, continuou batendo.
Hella estava viva, entretanto estava presa dentro de sua mente.
━━ hella gilbert
Eu sempre fiquei me perguntando em como seria a morte, se é sentido alguma dor, ou seria como você se desligasse de tudo, ou até se existe alguma coisa depois da morte, uma vida após, ou se nós vamos para algum lugar, o céu, ou o inferno, talvez.
Eu só sei que quando eu acordei, eu estava confusa e com uma terrível tontura.
Acabei dando uma olhada em volta do lugar que eu estava, estranhando. Isso daqui não estava parecendo o céu, e muito menos o inferno.
Eu estava de frente para um castelo, o mesmo tinha uma tonalidade esverdeada puxada para o preto, dando uma leve impressão de sofisticado, ele tinha duas torres altíssimas em cada um dos lados, e era cercado por murros.
Mas a minha atenção volta para a porta, ou melhor, ponte levadiça, que estava fechada, porém, agora estava se abrindo lentamente.
E aos poucos dava para ver duas figuras saindo de dentro do castelo.
Uma tinha o corpo esguio de uma mulher, e a outra era enorme, parecendo ser um lobo, nem se comparando o tamanho.
A minha concentração se focou em tentar ver os detalhes do rosto da mulher a alguns metros de mim. A minha curiosidade falou mais alto, e quando eu me vi, eu estava começando a dar passos firmes até a mulher, me aproximando.
Pela quantidade de passos andados por mim, consegui identificar melhor os traços do rosto da mulher. A mesma estava com um sorriso enorme e satisfeito em seu rosto, como se estivesse satisfeita com o que estava vendo.
Como eu já estava consideravelmente próxima da mulher, conseguia ver exatamente todos os traços dela.
Ela era linda, tinha uma beleza extraordinária de um lado do corpo, pois do outro era um corpo em decomposição.
A mesma tinha cabelos pretos, como a noite, que caia em forma de cascata pelas suas costas, os seus olhos verdes eletrizantes, com certeza podendo se comparar com uma esmeralda. Ela estava vestida com um vestido preto com detalhes em verde, que ia até os seus pés, e atrás dela, tinha uma capa, com um capuz, já em seus pés botas com salto.
Já a figura ao seu lado era um lobo, mas com certeza não de seu tamanho normal, por que ele tinha o dobro do tamanho de um animal normal. Os seus pelos eram azuis escuros, podendo se comparar quase com um preto, e os seus olhos, vermelhos, como sangue.
━━ Se aproxime mais, criança, eu não mordo. ━ fala a mulher com uma voz autoritária e um tom de zombaria na voz.
E assim eu faço, tentando não demonstrar o meu medo, dou mais alguns passos parando em sua frente.
━━ Quem é você? ━ eu pergunto parecendo curiosa enquanto cruzava os meus braços na altura do meu peito.
━━ Meu nome é Hell, a deusa do Reino dos Mortos, eu sei é um prazer. ━ diz a mulher com orgulho de seu título.
━━ Ata, e eu sou o Fenrir. ━ eu falo sem acreditar na mulher a minha frente.
━━ Não, querida, ele é o Fenrir. ━ diz a mulher indicando com a cabeça o lobo ao seu lado.
━━ Me desculpe, mas é um pouco impossível de acreditar que tem uma deusa na minha frente, na verdade, eu deveria estar morta. ━ eu explico sendo sincera.
━━ Bom, por enquanto no sentido físico, você está morta, já no sentido mental, não. E tudo graças a mim, é claro, deveria me agradecer por salvar a sua vida, criança. ━ fala a mulher intitulada como Hell.
━━ Está bem, e como exatamente você salvou a minha vida? ━ eu pergunto desconfiada.
━━ Que tal ver com os seus próprios olhos, sua criança desconfiada. ━ Hell fala enquanto se aproxima de mim e coloca cada uma das suas mãos em minha cabeça ━ Isso não irá doer, eu prometo.
Logo após a sua fala uma cena começa a passar pela minha cabeça.
Eu estava observando tudo como uma espectadora, em terceira pessoa, e percebi que nós estávamos de baixo da água, ou melhor, em baixo da Ponte Wickery, onde ocorreu o acidente de carro.
Pelo o que conseguia observar eu e Elena estávamos abraçadas, a ponto de perder a consciência.
Até que vejo uma grande movimentação na água, era um homem, e estava nadando em direção ao carro.
O mesmo nadou até a porta direita, que era onde Elena estava, e com uma força sobrenatural arrancou a porta do carro a jogando no chão.
O homem misterioso, entrou dentro do carro, mas pelo o que eu conseguia ver, eu acabei acordando pela sua movimentação na água.
Estranho, eu não me lembro disso.
Nós estávamos conversando por meio de gestos. Enquanto eu apontava para ele levar Elena, o mesmo parecia insistir pra me salvar, apontando para mim.
Mas parece que eu faço, ou falo alguma coisa para convence-lo a levar Elena. E assim ele faz, o homem passa um dos seus braços por baixo de suas costas, e a outra por baixo das suas duas coxas, e em uma velocidade quase sobrenatural ele avança para a superfície. Salvando Elena, e me deixando lá.
Eu pareço perder a consciência, novamente.
Mas não demora muito para eu avistar outra grande movimentação na água.
Dessa vez era veloz, e esplandecia uma luz verde. E nesse momento estava vindo em direção ao carro, mais especificamente do lado que eu estava.
Essa coisa parou ao lado do carro, porém eu não conseguia distinguir o que era, por causa da luz que a rodeava.
Foi tão rápido, que em um piscar de olhos, essa coisa passou de forma devastadora por dentro do carro, o destruindo por inteiro, deixando apenas destroços do carro flutuando pela água até chegar ao chão.
Porém o meu corpo ficou imune a toda destruição, me deixando boiando de forma segura. E não demora muito para essa coisa vir até mim ficando a minha frente.
A luz que parecia a rodear foi sumindo, e deu para começar a ver os seus detalhes, era uma mulher, ou melhor era Hell.
Ela passa os seus braços cuidadosamente por baixo das minhas costas, e coxas, me pegando em seu colo. E em uma velocidade paranormal ela me leva até a superfície.
A cena vai sumindo aos poucos, e logo eu voltava a ver a Hell a minha frente com os braços cruzados.
Eu estava surpresa. Hell tinha me salvado, isso era um fato, e agora eu estou acreditando que essa mulher a minha frente é a Deusa da Morte.
━━ Está bem, agora eu acredito em você. Mas porque? Quer dizer, por que me salvar? ━ eu pergunto confusa.
━━ Tem coisas que eu ainda não posso te contar, criança. ━ começa Hell ━ Mas você irá saber em breve, eu prometo.
━━ Tudo bem, mas você pode me dizer porque me salvou? ━ eu falo confusa. ━ Eu não quero parecer mal agradecida, mas você é uma Deusa da Morte, por que você gastaria o seu tempo para salvar uma adolescente?
━━ Você é a minha neta, criança. ━ responde Hell, me fazendo arregalar os olhos e entre abrir a boca em sinal de surpresa.
━━Desculpe, mas isso é um pouco impossível de acreditar, meu pais são Miranda e... ━ sou interrompida por Hell.
━━ Eles não são os seus pais, não os biológicos. ━ responde Hell.
━━ Você pode me explicar, em vez de ficar me dando curtas respostas? ━ eu respondo um pouco irritada com as respostas da mulher a minha frente ━ Por favor?!
━━ A história é um pouco longa ━ Hell diz.
━━ Acho que temos bastante tempo, já que, bom, eu estou tecnicamente morta.
━━ Você não está morta, criança, você está presa dentro de um lugar que a sua própria mente projetou, e eu simplesmente estou aqui, por que a invadi. ━ responde Hell.
━ Ok, você pode me contar a história, agora? ━ eu pergunto sem deixar transparecer a minha surpresa.
━━ Você conhece a minha história, não é criança? ━ pergunta Hell arqueando uma de suas sombrancelhas.
━━ Oque? É claro que eu conheço. ━ eu respondo rapidamente.
━━ Você é uma péssima mentirosa, Hella. ━ fala Hell desapontada ━ Mas como nós temos tempo, já que na sua perspectiva, você está morta, eu irei te contar a história.
❝Tudo começou quando Odin me enviou para O Mundo das Névoas, também conhecido como Niflheim, devido a minha aparência, como você está vendo. Eu vivia em Suma, em um palácio chamado Elvidner. Porém, após Odin ouvir terríveis profecias envolvendo eu e meus irmãos que somos filhos de Loki, ele e os outros deuses de alto nível, resolveram fazer algo com nós, antes que causassemos problemas, bom, foi o que eles achavam que nós íamos fazer. Então, a serpente Jörmungand foi jogada no mar de Midgard, o lobo Fenrir foi preso em correntes inquebráveis. E, quanto a mim, fui enviada para reinar Helheim para que eu não causasse problemas. Em Helheim eu recebia e julgava aqueles que morriam, e dependendo das atrocidades que eles cometeram durante as suas miseráveis vidas, eu sentenciava, e lhes levava para o seu próprio inferno nas profundezas de Niflheim, ou para a sua paz.
Porém, além daquele velho me banir, ele também me jogou uma maldição, ele fez um pequeno ser vivo, uma criança, existir dentro do meu ventre. E depois disso você deve ter imaginado o que aconteceu.❞
━━ Mas, como?! ━ eu pergunto sem acreditar.
━━ A parte que ele me baniu, ou quando ele me amaldiçoou? ━ Pergunta Hell.
━━ A parte da maldição.
━━ Certo, eu já entendi, você não imaginou o que aconteceu depois. Eu vou continuar a história, criança
❝ Mesmo Odin ter considerado uma maldição essa criança, eu cuidei dela como a minha vida, eu dei amor, carinho, e um lar. Não sei se você sabe, criança, mas a nossa magia e os nosso dons, só começam a despertar quando completamos 18 anos. E assim eu esperei que fosse com a minha filha, contudo não aconteceu isso, quando ela completou seus 18 anos, nada mudou em sua vida. E foi aí que eu entendi o porquê daquele velho ter nomeado essa criança como maldição, era porque ela era não era uma semi-deusa, e sim uma mera mortal.❞
━━ E oque você fez quando descobriu? ━ eu pergunto curiosa.
━━ Eu a mandei para o mundo mortal, eu tinha muitos inimigos querendo me matar, essa foi a única opção que eu tive, para conseguir mantê-la viva, ela Hella, é a sua mãe. ━ responde Hell.
━━ Qual era o nome dela? Onde ela está agora? E como eu fui parar junto com os Gilbert's. ━ eu disparo uma pergunta atrás da outra enquanto dava um passo para frente.
━━ Infelizmente o nosso tempo acabou, criança, se você ficar mais algum tempo aqui, quando acordar, voltará com sequelas. ━ começa Hell ━ Eu prometo que irei contar toda a história para você, e lembre-se que eu irei sempre protegê-la, criança.
━━ Espere, eu tenho duas últimas perguntas, seram rápidas. ━ eu falo rapidamente e logo recebo um aceno com a cabeça da mulher a minha frente ━ Como eu irei me comunicar com você?
━ Eu irei sempre estar em sua mente, basta você me chamar. E se por acaso você quiser me ver, em minha forma física, como estou agora, você precisará lembrar e falar a seguinte frase.
❝As correntes seram quebradas, o lobo correrá e a sua mestre o guiará❞
━━ Está bem, eu irei lembrar, e a minha segunda pergunta, como era o nome dela? O nome de minha mãe.
━━ Astra, como a estrela, e a minha Valquíria. ━ responde Hell ━ E agora está na hora de você ir, criança, te vejo em breve, e lembre-se eu sempre irei estar com você.
━━━━
Abro os olhos lentamente, estranhando o lugar que eu estava deitada, era acolchoado e macio.
Pisco algumas vezes para a minha visão poder focar. Viro a minha cabeça lentamente para o lado, e vejo meu irmão, Jeremy, dormindo em uma poltrona que estava ao lado de uma pequena cômoda.
Começo a olhar em volta, e percebo que estou em um hospital, devido às cores evidentemente claras no teto e nas paredes, e também pelo pi do monitor para medir os meus sinais vitais.
Me sento com dificuldades enquanto apoiava as minhas duas mãos na cama, me dando apoio.
━━ Jeremy. ━ eu chamo meu irmão com a voz rouca, devido a minha garganta seca, pela quantidade de tempo que eu estava inconsciente.
Porém, o mesmo não se mexe, e continua dormindo.
Eu estava pronta para chamá-lo outra vez, quando a porta, que até agora estava fechada se abre bruscamente, e de lá aparece um homem vestido com um jaleco branco, e uma mulher, que eu reconheço ser Jenna, minha tia.
Pelo barulho da porta se abrindo, Jeremy acaba acordando assustado, dando um pequeno pulo na poltrona.
Jenna assim que me vê acordada, vem direto em minha direção, parando ao lado da cama que eu estava, enquanto o médico que tinha entrado junto, ficou parado aos pés da cama.
━━ Hella, você está acordada! ━ diz Jenna com a voz embriagada, dando indícios que a mesma tinha chorado a poucos minutos.
Jeremy vem em minha direção, ficando ao lado de Jenna.
━━ Onde estão meus pais? E Elena? ━ eu pergunto com a voz rouca.
━━ Sinto muito, Hella, os seus pais... ━ Jenna começa a falar, porém acaba não aguentando e desaba no choro.
No momento em que Jenna me dá a notícia
sinto o meu mundo desabar. Acabo nem percebendo quando sinto lágrimas escorrendo sem parar dos meus olhos, só me dou conta quando elas começam a molhar a camisola azul com branco que eu estava usando.
Desvio o meu olhar de Jenna, passando os olhar em cada um presente naquele quarto, o médico que estava nos pés da cama está me olhando com pena, e Jeremy que estava ao meu lado estava com os olhos marejados de lágrimas.
Eu, Elena e Jeremy somos órfãos, nossos pais morreram. Mesmo eu sabendo que eles não eram os meus pais biológicos, eu os consideravam como, até porque eles cuidaram de mim, me deram um lar, amor e carinho, eles me tornaram o que eu sou hoje.
━━ E, Elena, ela está bem? ━ eu pergunto tentando me recompor enquanto com uma das mãos eu passava cuidadosamente pela minha bochecha, limpando a lágrimas que estavam prestes a cair em minha roupa.
━━ A Srta. Gilbert está bem, ela está inconsciente, mas está se recuperando. ━
o homem que está a minha frente responde a pergunta feita por mim, o mesmo se aproxima parando ao lado da cama, porém do lado ao contrário que estavam Jeremy e Jenna ━ Eu sou o Dr. Holtz, o médico responsável por você. Sinto muito pela sua perda, Srta. Gilbert, meus pêsames.
O homem para um momento de me olhar, para voltar a sua atenção na prancheta que estava segurando, o mesmo pega uma caneta do bolso que tinha em seu jaleco, e de lá tira uma caneta esferográfica preta, e começa a anotar alguma coisa nas folhas.
━━ Você deverá ficar em observação por algumas horas, até nós certificados que você está totalmente bem, Srta. Gilbert. ━
o Dr. Holtz começa ━ O seu caso não é crítico, mas devido às circunstâncias que você foi encontrada é melhor termos certeza.
━━ O que você quis dizer com "as circunstâncias que eu fui encontrada"? ━ eu pergunto confusa voltando a minha atenção para o médico.
━━ Você foi encontrada sem vida, em cima da Ponte Wickery, Srta. Gilbert, fizemos de tudo para reanimá-la, mas foi um fracasso. Então, te trouxemos para o hospital e ligamos você a máquinas para os seus familiares poderem se despedir de você. Porém, quando desligamos as máquinas, o seu coração continuou batendo ━ explica o médico com detalhes.
━━ Então eu morri e voltei a vida? ━ eu pergunto surpresa.
Era claro que eu lembrava da conversa com a minha quase possível avó, Hell, mas eu não imaginei ter passado por isso tudo.
Na minha visão, eu no máximo tinha ficado desmaiada por um tempo, e não ter voltado dos mortos.
━━ Exatamente, Srta. Gilbert, você é um milagre. ━ responde o médico sendo sincero ━ Você poderá ter sequelas, por isso iremos fazer você passar por alguns exames essenciais. Mas agora eu recomendo você descansar.
━━ Então eu acho melhor nós irmos, Jeremy. ━ Jenna se pronuncia depois de alguns segundos em silêncio ━ Fique bem, Hella, nós amamos você. ━ minha tia se despede se aproximando de mim, me dando um abraço apertado e um leve beijo em minha testa.
Jenna logo se afasta de mim, se dirigindo em direção a porta, e ficando parada em frente a mesma, esperando Jeremy.
━━ Nós estaremos esperando por você, Lah, eu amo você. ━ Jeremy se despede imitando os gestos de Jenna.
━━ Eu também amo você, Jer. ━ eu respondo.
E assim, Jeremy se afastou indo em direção a Jenna sendo acompanhado pelo médico, logo em seu encalço.
━━ Srta. Gilbert, se precisar de alguma coisa, basta apertar esse pequeno botão ao seu lado. ━ o Dr. Holtz me informa indicando o botão que estava em cima de uma mesinha ao lado da minha cama.
Eu aceno a cabeça, em sinal de confirmação.
E em seguida os três deixam o quarto, deixando Hella descansar.
Eles não sabiam como ela sobreviveu, mas só tiveram a agradecer, sem questionamentos.
▬▬▬▬▬▬ 【💚】 ▬▬▬▬▬▬
A THOUSAND YEARS:
NOTAS
001. Olá sobreviventes, eu espero que tenham gostado, e eu quero a opinião de vocês referente a esse capítulo.
002. Não se esqueçam de beber água para se hidratarem, eu amo vocês!
003. Total de palavras: 3965
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro