𝘁𝗵𝗿𝗲𝗲 : 𝗂'𝗆 𝗒𝗈𝗎
TRÊS : EU SOU VOCÊ
─ Paciência é uma virtude. ─ Sasuke não sabia quantas vezes ouviu essa frase escapar pelos lábios de sua esposa, porém, naquela manhã, repetio-a para Boruto, quando ele não conseguiu fazer com que a shiriken fizesse curva com o auxílio de outra.
O loiro bufou, cansados de errar todas, ao mesmo tempo em que se frustrava ao notar como Sasuke parecia fazer aquilo ser fácil. Treinar Boruto era um desafio para o Uchiha; ambas as irmãs imaginavam como deveria ser difícil, visto que o Uzumaki contou a notícia muito alegre.
─ Todo mundo sabe que jutsus com shurikens são especialidade das suas filhas! ─ Anuncionou Boruto cansado, batendo os pés contra o chão terroso. ─ Elas são da linhagem Uchiha assim como você, Tio Sasuke!
─ Boruto. ─ Começou Sasuke após um tempo em silêncio. ─ De acordo com o que você disse... ─ Fazendo um símbolo com as mãos, surgiram muitos clones de Sasuke ao seu lado. ─ Este jutsu deve ser a sua especialidade também, não é?
Jutsu multi-clones das sombras! Sorriu Boruto, impressionado com os diversos clones de Sasuke em uma fila lateral.
─ Jutsu multi-clones das sombras é a especialidade do meu pai! ─ Boruto o corrigiu.
─ Você não tem desculpas. Naruto consegue fazer mais de mil clones. ─ Acrescentou Sasuke, não demorando muito parar fazer os seus clones desaparecerem. ─ Quando tinha a sua idade, seu pai conseguia fazer dois clones patéticos... E olhe para ele hoje.
Boruto suspirou. Afinal, Sasuke era seu mestre e estava ali para ensina-lo.
─ Minhas meninas não nasceram sabendo fazer o jutsu shuriken. ─ Soprou o mais velho, notando Boruto prestar atenção no que ele falava. ─ Se são boas no que fazem, é resultado de muito esforço e trabalho duro. ─ Acrescentou o Uchiha, piscando brevemente. ─ Diferente de você, ocupam o tempo estudando e treinando em vez de fazer pixações idiotas.
Boruto se calou, Sasuke parecia mesmo ter ficado enfurecido com isto.
─ O seu desempenho como ninja depende unicamente de você. Então pare de ser patético e comece a questionar o quesito "genética". ─ O do cabelo negro contou, se virando de olhos fechados. ─ Você continua sendo um fraco, mesmo filho do hokage.
[ UMA SEMANA DEPOIS ]
─ Tudo bem... ─ Era Sakura, ajeitando sua postura com um sorriso no rosto. ─ Desta vez, vamos tentar algo diferente. ─ Contou, levantando o dedo indicador.
Sarada de pé um pouco afastada das duas rosadas no meio do gramado verde daquela clareira, onde estava prestes a iniciar o treinamento de Hanami com Sakura. E, mesmo que em silêncio, Ume também estavam ali.
─ Diferente? ─ Perguntou a menina de vestes avermelhadas, com o símbolo Uchiha em suas costas.
Sakura riu breve, e não deixou qualquer brecha para que sua filha pudesse regar. No mesmo instante em que seu punho se chocou com o chão, ele quebrou, estremecendo todo o seu redor ao deixar todos desequilibrados. Uma cortina de poeira se formou ao redor das Uchihas, e Hanami foi jogada para longe com a força do impacto, no entanto, foi capaz de se pôr de pé novamente.
Não restando tempo, Sakura apareceu em mio a poeira com os punhos cerrados em direção a sua filha mais velha que, assustada, desviou o mais rápido que pode do soco de sua mãe. Graças ao treinamento de reflexo com Ume sensei durante a semana, Hanami conseguiu evoluir sem o auxílio do sharingan, mesmo que, de vez em quanto, ele era ativado inconscientemente em ocasiões de desespero.
Quando Hanami desviou, sentiu a ponta dos dedos de sua mãe triscar em seu rosto. Foi por pouco! Pensou a menina, tomando posição pouco mais afastada da mais velha. Respirando fundo, seria a hora de Hanami atacar.
Ao correr, iniciou seu ataque com um chute, que foi desviado sem problemas por Sakura, e retrucando com um soco, a mais nova desviou. Uma sequência de chutes e socos se iniciou a partir dali, uma desviando das envolvidas da outra. Hanami se segurando o máximo possível para que seu sharingan estivesse sob controle.
E, passando por debaixo das pernas de sua mãe, Hanami tomou suas costas como impulso para as pernas ao saltar alto o suficiente. Sakura se perguntou o que ela estaria tramando, flutuando no ar, a Uchiha mais velha viu-a formar um jutsu me suas mãos.
─ Chidori! ─ A menina gritou, o jutsu azulado emitindo seu barulho típico.
Hanami em queda livre em direção a Sakura, esta que se separou para contra atacar com seu soco poderoso, afim de neutralizar o chidori, ou algo do tipo. No mesmo instante em que o Chidori e o punho de Sakura se chocaram, um enorme onda de choque se pulverizou pela clareira.
Ao mesmo tempo em que Sakura empurrava o chidori de sua filha para longe, Hanami fazia com mesmo; no entanto, Sakura era muito mais forte que Hanami, no que resultou em alguns passos falsos para trás.
O brilho do chidori se tornando cada vez maior, além da enorme ventania que ali se formou. Uma enorme onde de choque em formato circular se formou em volta das duas, os raios do chidori envolvendo-as pouco a pouco. Utilizando sua outra mão, foi preciso para sustentar tanto o chidori, quanto o punho de Sakura.
É defeituoso! Notou Sakura, havia algo de errado naquele chidori. Era instável, perigoso de se manusear, e era como se Hanami não fizesse a maior ideia do que havia feito. Ela possuía essa mania, tentar fazer as coisas por impulso sem ao menos aprende-las.
Hanami acha que, se observar uma única vez, é capas de aprender.
Ela sempre viu sua mestra fazendo isso, é se perguntou "porque não?". Agora, ela lamentava por isso, quando sua mão queimava pela pressão do jutsu.
Ela resmungou, sua mão queimando pouco a pouco com os raios do chidori, que pareciam mais a consumir. Enquanto aquela enorme bola que as rodeavam ficava cada vez maior; o chão se quebrou, e o vento bagunçou os cabelos de Sarada, que olhava tudo aquilo impressionada.
Foi preciso estreitar os olhos pela alta luminosidade que aquela combinação provocava. Hanami, de olhos fechados, sentiu escorregar na terra, até que o chão ao redor da dupla se quebrou. Sakura gritou, colocando mais força em seu punho -afinal, como no treinamento de Tsunade, Sakura iria curar sua filha depois.
A mais velha sorriu, orgulhosa de ue sua filha conseguia aguentar aquilo tudo sem camabelar, ainda mais conseguindo fazer um chidori -mesmo que defeituoso.
─ Vamos, Hanami! É tudo o que tem? ─ A mais velha perguntou, a fim de, pelos menos, Hanami conseguisse-a fazer escorregar.
Droga! Hanami pensou, de olhos cerrados ao sentir-se escorregar cada vez mais. Seu chodori perdendo a força para o soco de sua mãe. Ela precisava fazer alguma coisa para impressiona-la.
Sua luva rosada, que mostrava apenas as pontas de seus dedos, agora tomando uma cor queimada ao se pulverizar quase completamente pelo chidori. A pressão do ar sendo amedrontadora.
Abrindo os olhos, suas orbes esverdeadas tomaram uma cor avermelhada em instantes: sharingan. Inconscientemente, ele estava ali. E, acrescentando mais poder ao chidori defeituoso, Hanami gritou furiosa, notando a cara de espanto de sua mãe.
Ela estava fazendo de novo, usando seu sharingan sem querer. Entretanto, o que mais surpreendeu Sakura era a presença de dois tomoes. Há três semanas atrás Hanami despertou o sharingan, com um tomoe, e agora, de repente, mais um tomoe.
O que isso significa? Pensou Sakura, uma evolução misteriosamente rápida para uma criança. Não era normal, o que estava acontecendo? Afinal, Hanami acabou não contando para sua mãe sobre sua evolução.
Então, tudo explodiu. Hanami desmaiou.
Quando Hanami acordou, encarou o teto escuro de seu quarto, a porta entre-aberta sendo o suficiente para poder escutar o que seus pais estavam falando na cozinha.
─ O que você acha que pode ser? ─ Perguntou Sasuke, de pé na cozinha, curioso ao questionar a esposa sobre a evolução levoz do sharingan da filha.
─ Eu não sei... ─ Suspirou a rosada, sentada em uma das cadeiras da cozinha. ─ Mas algo me diz que é preocupante. Eu só não quero que ela se machuque... ─ Revelou a Uchiha, de voz chorosa.
Após o treinamento de hoje, pareceu mais que seu sharingan potencializou o chidori defeituoso. Além disso, ainda era uma incógnita como Hanami aprendeu a fazer um chidori sem ao menos alguém ensina-la.
Para Sasuke, a resposta estava no sharingan da menina. Há algo em seu sharingan que pode tirar todas as dívidas da família Uchiha.
─ Ume contou que a evolução do sharinagan foi rápida e fácil. ─ Soprou Sasuke, após se relembrar de mais uma das conversas que tiveram com Ume, para saber como andam os treinamentos de sua filha mais velha. ─ Eu acredito que nem Hanami sabe o que está acontecendo.
De olhos estreitos pelo cansaço, Hanami concordava com a afirmação de seu pai. Nem ela entendia a própria evolução, era como se seus olhos possuíssem vida própria, ou algo do tipo; o sharingan aparecendo e desaparecendo quando bem entendesse.
A rosada suspirou, acomodada em sua cama quente, sentindo o seu corpo dolorido e cansado do treinamento de hoje. Notando que, se tivesse ferimentos, sua mãe já havia os curado.
Colocando a mão na testa, sentiu sua cabeça latejar. Porcaria de sharingan.
Ela se perguntou porque de não existir um botão de ligar e desligar.
Se sentando na cama, esfregou ambos os olhos cansados. Queria buscar uma resposta para aquilo, porém, parece que quanto mais tentava achar, mais perguntas surgiam. Era cansativo e frustrante.
Olhou para a cama ao lado, notou-a vazia, se perguntando onde Sarada estaria. A porta se abriu, sua cabeça se virou para a figura de sua mãe em pé na porta, surpreendendo-se com sua filha acordada.
─ Hanami! ─ Chamou Sakura, correndo em direção a mais nova sentada na cama, joelhando-se no chão para poder abraça-lá. ─ Céus, você esta bem? ─ Questionou, seus braços fortes abraçando sua filha. ─ Eu peguei muito pesado? Me desculpe! ─ Chorosa, ela implorou.
─ Irmã... ─ Chamou Sarada, que correu em direção a irmã na cama. Sentando-se ao lado dela ao afagar seus ombros. ─ Como você está? Está doendo alguma coisa?
─ Mãe, Sarada, está tudo bem. ─ Certificou Hanami, abraçando sua mãe de volta, não deixando de notar a presença de Sasuke na porta pelos ombros da mais velha. ─ Não se preocupe.
─ Oh, meu amor... ─ Sakura lamentou, se afastando um pouco da menina. ─ Não me de mais um susto desses!
Hanami sorriu sem graça. Notando a preocupação de sua mãe apenas em olha-la, mesmo que escuro. Sakura acariciou os braços da mais nova, aquela que ainda estava acomodada entre as cobertas quentes.
Ambas notaram, de canto de olho, a aproximação do Uchiha.
─ Como se sente? ─ Questionou inexpressivo, de pé pouco atrás de Sakura ajoelhada.
─ Melhor, mas ainda sinto dores no corpo. ─ Respondeu a jovem, se negando a olha-lo. ─ Você me curou, não foi, mãe?
Sakura sorriu ao concordar com a cabeça.
─ Você desmaiou, eu estive tão preocupada! ─ Revelou a outra Uchiha menor.
─ O seu desmaio e ferimentos são consequências das suas negligências. ─ Iniciou o homem, quase sendo impossível de ver sua figura no escuro. ─ Se não tivesse utilizado todo o seu chakra de uma vez só naquele chidori, não estaria assim agora.
─ Sasuke... ─ Sussurrou Sakura, não era isso o que Hanami precisava escutar agora.
─ E isso... ─ Tomando o braço de sua filha em mãos, ele mostrou a luva queimanda, antes rosa. ─ É o que acontece quando não se sabe manusear um chidori... Aliás, eu nem sei se dá pra chamar aquilo de chidori... ─ Largando seu braço, assim ele o fez.
Hanami não tinha noção de que havia queimando tanto assim sua luva direita.
─ Sasuke, Hana não precisa disso agora! ─ Sakura se opôs, encarando o marido atravez do ombros. Ele que, por sua vez, iniciou uma caminhada até a porta do quarto.
─ Não se preocupe, Sakura. ─ Ele adiantou, de costas para as garotas. ─ Eu mesmo irei ensina-la a fazer um chidori. ─ Ambrindo a porta do quarto de suas meninas, Sasuke saiu.
Sakura suspirou, Sasuke sempre foi assim.
─ Não o entenda mal, ele só quer o seu bem. ─ Revelou a rosada mais velha, com uma leve carícia no braço da menina. ─ Se você der uma chance a ele, ele vai se mostrar ser um bom pai.
Eu duvido, pensou a menina, encarando a própria palma da mão com a luva queimada, inexpressiva. Ela sabia que, no fundo, seu pai estava certo.
─ Não faz essa carinha! ─ Sua mãe falou risonha, chamando seus olhos para si. ─ Vá tomar um banho, eu e a sua irmã iremos preparar a sua janta.
─ Certo! ─ Concordou Sarada, se certificando uma última vez de que sua irmã estivesse bem. ─ Eu vou fazer uma comida bem gostosa pra você! ─ Pulando da cama, Sarada contou ao ver sua mãe se levantar.
─ Eu não tenho dúvidas! ─ Concordou a rosada mais nova, sorrindo para a de óculos.
─ Vamos, Sarada. ─ Chamando sua filha, ambas se retiraram do quarto das gêmeas, deixando Hanami sozinha.
Com a porta entre-aberta, ela voltou a encarar sua luva queimada, a palma da mão agora não mais ferida graças aos cuidados de sua mãe. Hanami decidiu retirar a luva, afinal, não iria precisar de uma luva queimada, desejava comprar uma luva nova.
Um dedo, depois o outro e o outro. Não demorou muito para que sua mão estivesse livre, e a visão não foi nada legal.
Com a outra mão livre, tampou a boca para não gritar, arregalando os olhos de orbes verdes, aquilo era impossivel! Uma visão medonha e digna de filme de terror, ela nunca imaginou que aquilo fosse biologicamente possível.
Tremendo, ela encarou aquele olho arroxeado na palma de sua mão. Uma enorme orbe roxa repleta de círculos negros um após o outro; o olho no centro da palma perfeitamente. Ele piscava, e encarava o redor.
O que é isso? Que coisa é essa? Ela se perguntou confusa, encarando aquela coisa com pavor e medo. Desde quando isso estava aí? Sua palma da mão direita agora estava amaldiçoada a ter um olho bizarro.
Criança.
Uma voz, uma voz grossa e medonha porém que, entretanto, causava uma estranha familiedariedade em Hanami. A voz ecoou por todo o quarto, porém não havia ninguém ali além de Hanami.
Olhando para aquela orbe bizarra, seu corpo estremeceu quando sentiu o suor frio descer por sua testa.
Você não tem ideia do que é isso, não é? A voz perguntou, agora o olho fixado no rosto da menina. Não se preocupe, já vi essa reação em inúmeras pessoas, já até me acostumei com o espanto... Contou a voz masculina. Tudo será esclarecido em seu devido tempo...
Ela não sabia o que sentir, um misto de medo e curiosidade. Queria saber o que isso significava, entretanto, estava com medo de saber a verdade.
Sem piscar, ela encarou de olhos arregalados o que aquele olho se quer significava. Ainda com a mão tapando sua boca, estranhou o silêncio do desconhecido.
Ela estava com medo, e era como se algo dentro de si dizia para não contar isso a ninguém.
Enquanto esse tempo não chega, vamos ser amigos, sim? Perguntou o desconhecido, parecia que ele já havia tido outros experiências como esta. Eu sei que está com medo, e sei que tem perguntas, mas elas serão respondidas com o tempo.
Hanami não estava sendo capaz de processar nada daquilo. Seu corpo parado e trêmulo enquanto suava frio, incapaz de ter outra feição a não ser pavor.
Ela desejava que tudo aquilo não passasse de um pesadelo... Um horrível e longo pesadelo.
Tempo... Sem o tempo não somos nada. Com o tempo as pessoas se esquecem da gente, e parece que se quer existimos. Acrescentou aquela voz grossa e medonha. Aquilo mais parecia um monólogo. O tempo é o verdadeiro vilão disso tudo. O que você acha, Hanami? Acha que o tempo é o real vilão?
Em sua perspectiva, mesmo que quisesse mexer um músculo não conseguiria. O olho roxo na palma de sua mão agora imóvel olhando em sua direção. Seu coração parecia que pularia de sua caixa torácica a qualquer momento e, sendo incapaz de respitar direito, ela suava frio.
Era como se o tempo tivesse parado.
O que é essa coisa?!
Coisa? Eu não sou coisa. Ele respondeu risonho. Eu sou o ser vivo mais perfeito que esse mundo já viu. Tão poderoso que nem o tempo será capaz de cancelar a minha existência! Urrou, parecia furioso.
O que?! Se questionou, parecia mais que essa voz vinha de dentro da sua própria cabeça. Era amedrontador, ela queria acordar.
Então, se sabe o que eu penso... Quem é você? Ela perguntou internamente, ainda paralisada. A voz gargalhou por longos segundos, até dizer:
Eu sou você.
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