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โ”โ” ๐–ฅ” ๐Ÿฑ๐Ÿด. ๐—ข ๐—บ๐—ฎ๐—น ๐—ฝ๐—ผ๐—ฟ ๐˜๐—ฟ๐—ฎฬ๐˜€ ๐—ฑ๐—ฎ ๐—ถ๐—ป๐—ผ๐—ฐ๐—ฒฬ‚๐—ป๐—ฐ๐—ถ๐—ฎ ๐—ฑ๐—ฒ๐—น๐—ฎ. | ๐Ÿ”ž



4.8K de palavras.

โ”โ” Segunda parte da Grand Line, Novo Mundo ; Ilha de Porzellanpuppen, Cidade das Ruas de Kristalle.
แ˜กTrafalgar Law, Cirurgiรฃo da Morte. โชO ponto de vista deleโซ

A madrugada havia caรญdo sobre Porzellanpuppen, com o relรณgio de parede marcando exatamente duas e meia da manhรฃ, o que significava que nosso segundo dia naquela ilha chegara ao fim, dando inรญcio ao terceiro dia que, para o bem da minha sanidade mental, eu torcia para ser o รบltimo. A cidade, apesar de tranquila e pacรญfica, nรฃo era barulhenta nem apresentava algazarra que me tirasse o sono - com exceรงรฃo de Elisabette-ya, a personificaรงรฃo do carnaval. Contudo, a ideia de que estรกvamos atrasados para chegar a Zou ainda me deixava aflito e ansioso; nรฃo conseguia tirar da cabeรงa o quanto esse contratempo, resultante de termos sido esquecidos, bagunรงou todos os meus planos: zarpar de Dressrosa, ir para Zou e colocar em aรงรฃo o restante do nosso plano para derrubar Kaido.

O que me deixava aliviado e menos tenso era poder aliviar meu estresse por meio do sexo, algo que nunca pensei em discutir abertamente durante meus 26 anos de vida. Conhecer mulheres e manter diรกlogos para convencรช-las a ir para a cama comigo nunca foi algo que despertasse meu interesse, nem mesmo nas ocasiรตes em que me vi em bares onde claramente havia mulheres interessadas em ter relaรงรตes comigo. Honestamente, sempre preferi manter distรขncia desse tipo de situaรงรฃo, uma vez que via as mulheres como seres propensos a me causar dor de cabeรงa - Ikkaku era um exemplo claro disso, comigo sendo frequentemente a principal vรญtima das suas crises de raiva durante suas tensรตes prรฉ-menstruais.

No entanto, seria uma mentira afirmar que todos os meus ideais e tabus sobre sexo foram por รกgua abaixo na primeira vez em que vi Monet ao chegar em Punk Hazard. Eu odiava admitir o quanto me sentia atraรญdo por aquela mulher e detestava ainda mais ter que engolir o fato de que ela me deixava nervoso como um adolescente vendo uma mulher nua pela primeira vez em uma revista pornรด. Era evidente que Monet nรฃo era confiรกvel; seu sorriso debochado e a maneira como olhava para tudo e todos com cinismo revelavam claramente sua natureza de filha da puta. Entretanto, nรฃo consegui resistir ร quele olhar. Nรฃo posso me condenar por isso; uma coisa levou ร  outra e, surpreendentemente, foi bom - infelizmente, foi realmente bom.

A tensรฃo sexual de estar preso em uma ilha isolada, cercado apenas por mim mesmo, Caesar Clown e seus lacaios, um grupo de crianรงas sequestradas e uma รบnica mulher cuja beleza era excessiva para aquele lugar inรณspito foi o que me fez perder completamente a cabeรงa - e ironicamente, tambรฉm minha virgindade.

Contudo, se eu considerar esse aspecto, no sentido de desejo e atraรงรฃo, consigo concluir que o que senti por Monet foi algo passageiro e distante de qualquer sentimento afetuoso que realmente venha do coraรงรฃo. Nรฃo que eu tivesse vontade de experimentar algo assim com ela; no entanto, nรฃo pude evitar que me pegasse pensando em certas noites sobre como seria ter uma vida normal, vivendo como se eu fosse uma pessoa comum que cresceu de maneira ordinรกria, levando uma vida tranquila, sem preocupaรงรตes com a Marinha, com Yonkos ou outros piratas em busca da minha cabeรงa.

Nรฃo uma vida ao lado de Monet, mas uma vida normal com qualquer pessoa com quem eu pudesse compartilhar momentos, uma vida a dois - ou a trรชs. Raramente reflito sobre como teria sido se Flevance nรฃo tivesse sucumbido ร  terrรญvel Doenรงa do Chumbo Branco; como teria sido minha vida se eu tivesse crescido como uma crianรงa comum, assim como todas as outras que perderam suas vidas naquele dia.

Sempre quis ser mรฉdico, desde que era apenas um menino que mal sabia ler ou escrever. Observava meus pais exercendo a profissรฃo, parecendo sempre tรฃo dispostos a cuidar de tudo e todos ao seu redor, com sorrisos nos rostos. Isso me instigou de forma indireta e silenciosa a desejar ser como eles - um mรฉdico que cuida, que cura e, principalmente, salva vidas. Assim que aprendi a ler perfeitamente e a escrever de maneira legรญvel e correta, passei a estudar medicina desde muito jovem, devorando todos os livros disponรญveis em casa, na biblioteca de Flevance e na escola. Sempre busquei me aperfeiรงoar em qualquer assunto que despertasse meu interesse, o que muitas vezes me levava a deixar brincadeiras com amigos e minha irmรฃ de lado para focar nos estudos.

Se tudo tivesse dado certo, se o chumbo branco nรฃo fosse tรณxico, como seria minha vida? Meus pais estariam bem? Lammy estaria viva? Eu ainda teria algum apego pela minha vida que nรฃo fosse o sacrifรญcio que Cora-san fez por mim? Nunca sei o que pensar sobre isso, pois nada do que imagino consegue chegar perto do que realmente seria, e isso apenas me desgasta mais e mais ao refletir sobre as mil e uma possibilidades de uma vida tranquila que nunca poderei ter.

Provavelmente, eu seria um mรฉdico "de verdade", formado e com um diploma para orgulhar nรฃo apenas a mim, mas tambรฉm aos meus pais. Lammy teria 24 anos agora, estaria realizando algo que a agradasse, sendo uma mulher feliz que provavelmente me daria dores de cabeรงa com pretendentes na porta tentando pedir sua mรฃo em namoro ou, para piorar, em casamento. Parece estressante; porรฉm, eu gostaria de estar passando por algo assim, por problemas fรบteis desse tipo - problemas de pessoas comuns.

Queria estar em um quarto que fosse realmente meu, deitado na cama e ponderando sobre como pagaria as contas do mรชs, revirando-me na cama e reclamando silenciosamente de adolescentes fazendo arruaรงa na rua em plena madrugada quando eu precisasse trabalhar na manhรฃ seguinte. Sรฃo pensamentos bobos sobre uma vida distante que nunca poderei ter e que podem ser considerados idiotas, mas era o que eu desejava. Acredito que sรณ assim poderia ser verdadeiramente feliz e encontrar um pouco de paz, de tranquilidade, recuperando tudo aquilo que perdi: minha famรญlia, meus amigos e o lugar que um dia chamei de lar.

E se nรฃo fosse pela minha interferรชncia em sua vida, Cora-san tambรฉm estaria vivo e teria conseguido derrubar Doflamingo antes mesmo de ele causar problemas ao Reino de Dressrosa.

Eu realmente odeio o fato de que a minha decisรฃo de me envolver com a Famรญlia Donquixote foi o que comprometeu todos os seus planos e destruiu tudo o que ele havia construรญdo para tentar impedir que o irmรฃo continuasse com suas maldades, causando todo o sofrimento que resultou disso. ร‰ como se a minha existรชncia fosse um grande efeito borboleta na vida de Donquixote Rosinante. Eu gostaria de ter feito mais por ele, de ter conseguido derrubar Doflamingo hรก mais tempo. Queria ter conseguido salvรก-lo, ter realizado algo significativo, ter ajudado-o de alguma forma, em vez de ter chamado Vergo ou, ainda pior, ter sido um empecilho em sua vida.

- Law-san? - a voz suave e sussurrada de Elisabette-ya me tirou do foco dos meus pensamentos, fazendo-me virar o rosto para olhรก-la. Notei a sonolรชncia em seu olhar. - Por que vocรช estรก triste?

Fiquei em silรชncio, observando-a. Sua pergunta me pegou desprevenido e me deixou desconcertado por um momento, intrigado pela maneira como ela sempre conseguia perceber o que eu estava sentindo, mesmo quando tentava manter uma fachada estรณica e inexpressiva em meu semblante. Desviei o olhar de seu rosto e suspirei, passando a mรฃo pelos cabelos antes de respondรช-la:

- Nรฃo estou triste. - retruquei, dando as costas para ela e sentindo-a subir em meu braรงo, apoiando as mรฃos no queixo ali. - Vรก dormir, Satanรกs.

- Vocรช estรก triste, sim.

- O que faz vocรช presumir que estou triste? - franzi o cenho para encarรก-la de soslaio, observando um beicinho em seus lรกbios rosados.

- Tudo em vocรช. Vocรช รฉ infeliz, triste e miserรกvel. Por quรช?

- Isso รฉ maneira de falar com as pessoas?

- Mas eu nรฃo menti. - ela sentou-se na cama com as pernas e os braรงos cruzados, suas asas se fechando em suas costas e quase sumindo por trรกs de seus cabelos. - Vocรช รฉ assim desde que nos conhecemos no Arquipรฉlago Sabaody... sรณ que parece ter piorado quando nos reencontramos.

Nรฃo lhe respondi de imediato; optei, mais uma vez, pelo silรชncio enquanto me perdia no encanto de seus olhos. O azul celeste que costumava evocar o cรฉu em uma manhรฃ ensolarada de verรฃo agora se contrastava com a totalidade branca de seu olhar, semelhante a uma imensa pรฉrola que adornava seu rosto. Odiava a maneira como ela me fitava, como seus olhos cativantes me atraรญam irresistivelmente para ela, como se sua essรชncia inteira tivesse um magnetismo singular.

Nรฃo era apenas sua aparรชncia que me fascinava - nรฃo se tratava apenas do corpo esculpido e sensual que eu admirava discretamente, nem das coxas generosas que pareciam quase explodir de tรฃo voluptuosas ao caminhar, roรงando-se uma na outra com uma graรงa hipnotizante. Era algo que transcendia o fรญsico, algo que ia alรฉm de sua figura atraente, de seu rosto delicado e dos cabelos que exalavam um aroma envolvente. Era ela, toda ela, a totalidade de seu ser que despertava em mim um desejo profundo e indescritรญvel.

- Fala, vai? Nรฃo vou contar para ninguรฉm. - ela sorriu, exibindo a falta de um dente em sua boca, o que me fez soltar um arzinho pelo nariz. - Vocรช pode confiar em mim; sou legal e vou ajudar.

- Saia de cima de mim. - respondi, segurando-a pelo quadril quando ela subiu em meu colo e permaneceu ali, sentada, alheia ao efeito involuntรกrio que sua presenรงa provocava em meu corpo.

- Nรฃo. Eu gosto de contato fรญsico. - ela deu de ombros e cruzou os braรงos novamente, olhando para mim de maneira desafiadora. - Quero saber se vocรช estรก mesmo aรญ ou nรฃo.

- Estou.

- Eu sei que estรก.

- Agora que sabe, retire-se... ou eu a jogarei no chรฃo. - afirmei, apertando seus quadris e observando-a fechar os olhos enquanto o beicinho em seus lรกbios parecia aumentar.

- Eu quero saber o que vocรช tem. Vocรช รฉ meu aliado; somos quase companheiros, nรฃo somos? Temos um laรงo. - seu sussurro era doce, adotando um tom gentil enquanto seu olhar suavizava ao se fixar em meus olhos inquietos. - Posso nรฃo ser a melhor opรงรฃo, mas ficaria feliz se vocรช confiasse em mim e dissesse o que sente, o que o incomoda. - ela disse, sua mรฃo repousando no lado esquerdo do meu peito. - Porque seu coraรงรฃo estรก agitado demais, e digo isso no sentido figurado, eh eh eh!

Quanto mais eu tentava afastรก-la, mais prรณxima ela se tornava, e quanto mais me esforรงava para manter ร  distรขncia aqueles sentimentos que cresciam em intensidade a cada dia, mais fortes e destrutivos eles se tornavam em meu coraรงรฃo, jรก quase totalmente dilacerado pelas agruras da vida. Enquanto desejava mantรช-la afastada de mim, longe dos meus pensamentos e de qualquer toque das minhas mรฃos em seu corpo, um desejo profundo por sua proximidade me consumia. Queria tรช-la sob meu controle, com as mรฃos firmemente agarrando sua cintura, os lรกbios entrelaรงados aos seus e a sensaรงรฃo do contato fรญsico que confirmava sua presenรงa; a certeza de que ela realmente me sentia.

Nunca fui uma pessoa que apreciasse abraรงos, beijos no rosto ou mesmo apertos de mรฃos. Sempre reclamava quando minha mรฃe beijava minhas bochechas ou quando Lammy pulava em mim para me abraรงar, agarrando-se a mim como uma macaquinha travessa e pegajosa. Sempre preferi conversas diretas e objetivas, sem muito lero-lero ou desperdรญcio de tempo. Contudo, quando se trata de Elisabette-ya, sinto que nรฃo consigo manter minha sanidade se nรฃo estiver em contato fรญsico constante com ela: tocando seu rosto, beijando sua boca, olhando profundamente em seus olhos, sentindo o aroma de algodรฃo molhado que seu cabelo exala ou a suavidade das penas de suas asas. ร‰ como se sua presenรงa fosse a รบnica รขncora que pudesse impedir meu coraรงรฃo de se perder na tempestade da solidรฃo.

Ergui meu corpo para sentar-me sobre a cama, com ela ainda em meu colo, observando-me com um olhar que, inexplicavelmente, me deixava fraco e inquieto. Havia algo em sua expressรฃo que me desarmava, uma dualidade que me fascinava: ali estava ela, sentada e sorrindo para mim, e ao mesmo tempo, eu pressentia que poderia se transformar em alguรฉm completamente diferente a qualquer instante. Uma pessoa que eu nรฃo conhecia, um mistรฉrio que ela parecia esforรงar-se para ocultar nรฃo apenas de seus companheiros, mas tambรฉm de si mesma.

Nรฃo queria que ela me fitasse com esses olhos que desnudam a minha alma e revelam toda a vulnerabilidade que busco manter escondida. Um sentimento profundo de fragilidade brota dentro de mim, uma fragilidade que guardo a sete chaves para que ninguรฉm possa explorรก-la. Entretanto... com ela assim diante de mim, nรฃo consigo resistir. Nรฃo consigo, nรฃo consigo; tento e falho, pois ela me deixa completamente perdido. Desconcertado, com os pensamentos a mil. E o mais intrigante รฉ que ela nรฃo รฉ nada alรฉm de... simplesmente ela.

- Nรฃo me olhe com esses olhos. - "Senรฃo eu morro", era o que eu gostaria de ter dito ao final da frase.

- Sรฃo os รบnicos que tenho. - ela riu, colocando as duas mรฃos em cada lado do meu rosto e aproximando-se atรฉ que suas testas se colassem ร  minha. - Vocรช รฉ a pessoa mais legal que jรก conheci, sabia disso?

- Sou, รฉ? E por quรช?

- Vocรช รฉ estranho; isso faz com que pareรงa legal e irado. - seu sorriso se alargou ao esmagar minhas bochechas com as palmas de suas mรฃos, fazendo-me arfar.

- Ah, sim. "Sou estranho", que รณtimo elogio. - revirei os olhos e agarrei seus pulsos com forรงa, afastando suas mรฃos de mim.

Elisabette-ya apenas riu novamente e afastou-se de meu colo, voltando a deitar-se ao meu lado, como se aqueles breves momentos em que estivera sobre mim, movendo-se de maneira inquieta como uma coelhinha agitada, tivessem me deixado... desperto em todos os sentidos. Sua seminudez desapareceu entre os lenรงรณis quando se aconchegou na cama, espalhando suas madeixas platinadas e loiras sobre o travesseiro, parecendo tรฃo confortรกvel quanto um passarinho aquecido sob as asas da mรฃe.

Sorrindo de forma suave, retornei ร  posiรงรฃo deitado, sentindo-me livre para me aproximar dela atรฉ que nossos braรงos se tocassem. Isso fez com que sua atenรงรฃo se voltasse para mim mais uma vez, e nossos olhares se encontrassem em um instante silencioso. O silรชncio da madrugada fria em Porzellanpuppen nos envolvia como um manto aconchegante e acolhedor, onde palavras eram desnecessรกrias para expressar os sentimentos evidentes que preenchiam aquele quarto maldito.

Sabia que aquela cidade provavelmente me marcaria para sempre, especialmente quando a alianรงa chegasse ao fim e eu me visse novamente distante de Elisabette-ya, e, infelizmente, como seu inimigo.

Nos aproximamos ainda mais, atรฉ que meus braรงos se envolveram em torno de seu corpo, puxando-a para perto de mim. Fechei os olhos ao sentir nossos lรกbios se encontrarem em um beijo suave e terno, um gesto que fez com que cada fibra do meu ser se relaxasse, enquanto nossos lรกbios pareciam derreter um no outro. Minha lรญngua, ousada e impetuosa, adentrou sua boca sem permissรฃo, provocando-lhe um gemido baixo que reverberou em minha alma, enquanto suas unhas se cravavam em meus ombros, puxando-me para mais perto - como se isso fosse fisicamente possรญvel.

Nossas pernas se entrelaรงaram, e meus braรงos a apertaram com uma forรงa possessiva e autoritรกria, deixando claro que naquele momento eu nรฃo queria que ela estivesse longe de mim. Eu a desejava novamente, ansiando tomรก-la como se fosse minha mulher - e, por Deus, eu desejava tanto que assim fosse. Queria gritar aos quatro cantos do mundo que ela era minha e que jamais estaria nas mรฃos de outrem. Desejava escrever uma matรฉria no jornal que navegasse por todos os mares, proclamando o quanto eu precisava dela; o quanto sua essรชncia รบnica a tornava exclusivamente minha e de mais ninguรฉm.

Estaria disposto a fazer o possรญvel e o impossรญvel por ela, mesmo sabendo que, apesar de todos os meus esforรงos e desejos ardentes, sua lealdade nรฃo me pertencia. Essa realidade era como um veneno que me consumia lentamente, causando uma agonia profunda e dolorosa em meu ser.

Seu corpo se entregou a mim sem que eu precisasse proferir uma รบnica palavra, suas pernas se abrindo em um reflexo involuntรกrio quando me inclinei sobre ela, afastando nossos lรกbios apenas o suficiente para recuperar um mรญnimo de controle sobre a situaรงรฃo. Minha mรฃo deslizou para longe de sua pele apenas para guiar-me atรฉ sua entrada estreita, onde, com lentidรฃo e firmeza, adentrei sua boceta quente e รบmida. Um suspiro entrecortado escapou de meus lรกbios ao sentir-me inteiramente acolhido por ela, enquanto seu gemido dรฉbil e entrecortado ressoava em meu ouvido, entoando meu nome como um sussurro suplicante.

Capturando sua boca mais uma vez, agora com uma fome avassaladora, nossas lรญnguas se encontraram em um embate febril, deslizando-se uma contra a outra como se esse simples toque fosse vital para nossa existรชncia. O gosto de sua entrega misturava-se ao calor de nossos suspiros ofegantes, ao som abafado de gemidos baixos e ร  umidade de nossa รขnsia desmedida. Meu corpo movia-se contra o dela em um ritmo impiedoso, afundando-me em sua maciez ardente, sentindo suas entranhas apertarem-me com uma forรงa que desafiava minha sanidade. Cada gemido seu, suave e entrecortado, penetrava meus sentidos, desorientando-me, tornando impossรญvel pensar em qualquer coisa que nรฃo fosse o รชxtase de tรช-la, o calor arrebatador de seu corpo consumindo o meu.

A forma como sua voz frรกgil e trรชmula chamado por meu nome escapava de seus lรกbios era um bรกlsamo para minha alma exausta, um feitiรงo inquebrantรกvel que me amarrava ainda mais a ela. Afastei nossos rostos outra vez, observando o fio tรชnue de saliva que ainda nos unia antes de se desfazer sobre sua pele. A visรฃo de suas bochechas coradas, seus olhos marejados e os lรกbios entreabertos em um convite silencioso fez-me trincar os dentes, perdido na beleza etรฉrea de sua entrega.

Cada investida era profunda e certeira, alcanรงando o mais fundo de Elisabette-ya com brutalidade e posse, sabendo que seu corpo me suportava, que ela ansiava por essa intensidade sem reservas. Suas lรกgrimas deslizavam silenciosas por sua face, enquanto o rubor em sua pele e a tremedeira em sua voz revelavam o quanto se deleitava na fรบria de meu toque. Era uma visรฃo quase piedosa, e ainda assim, uma que me fascinava por completo.

Agarrei suas coxas novamente com firmeza, puxando-a para mais perto atรฉ que nossos corpos se encaixassem sem espaรงo para qualquer resquรญcio de distรขncia. Meus dedos afundaram em sua pele pรกlida, marcando-a com a intensidade de meu toque, deixando para trรกs um rastro avermelhado que selava aquele instante como irrevogavelmente meu. Seus quadris, generosos sob minhas mรฃos, foram tomados por minha posse, enquanto seus seios se moviam a cada investida, oscilando em perfeita sintonia com o ritmo frenรฉtico de nossos corpos. Suas costas se arqueavam sempre que eu atingia aquele ponto sensรญvel, e suas mรฃos, desesperadas, agarravam-se aos lenรงรณis como se tentassem se segurar em algo tangรญvel em meio ร  tormenta de sensaรงรตes que a consumia.

O controle que eu pensava possuir escapou-me por entre os dedos quando, em um impulso visceral, deslizei minha mรฃo atรฉ sua garganta, envolvendo-a com um aperto indiscutรญvel. Meu polegar pressionou firme contra sua pele delicada, fazendo-a engasgar suavemente, os lรกbios entreabertos na tentativa de conter a tosse. Mas o que me destruiu por completo foi seu olhar - fixo no meu, desafiador e entregue, sem qualquer hesitaรงรฃo.

Eu nรฃo podia permitir que meus sentimentos por ela se tornassem maiores que meus ideais como pirata. Nรฃo podia deixรก-la se iludir com algo que jamais deverรญamos compartilhar. Queria fazรช-la acreditar que aquilo entre nรณs era apenas desejo bruto, algo carnal e profano, desprovido de qualquer ternura, qualquer afeiรงรฃo que pudesse se assemelhar ao amor. Porque, se nos permitรญssemos sentir, se admitรญssemos essa verdade, apenas nos destruirรญamos quando a alianรงa chegasse ao fim.

E, inferno, eu tentei. Tentei reprimir. Tentei nรฃo ceder. Mas era mais forte do que eu.

Elisabette-ya nรฃo era apenas uma garota que cruzara meu caminho hรก dois anos. Nรฃo era apenas uma pirralha atrevida que tentara me enganar em Sabaody. Nรฃo era apenas uma idiota que ousara entregar seu coraรงรฃo como garantia de uma dรญvida impossรญvel de ser quitada. Ela era muito mais.

Ela era a mulher que reencontrei em Punk Hazard. A mulher que entregou tudo de si para me proteger em Dressrosa. A mulher que, naquele instante, estava em meus braรงos, me proporcionando um prazer bruto e desesperado, onde as รบnicas palavras permitidas eram gemidos sufocados e declaraรงรตes murmuradas entre suspiros entrecortados.

Mas, acima de tudo, Magni D. Elisabette era a mulher que eu amava com cada fibra do meu ser.

Ela era a mulher por quem eu arrancaria meu prรณprio coraรงรฃo e o colocaria em seu peito, se isso significasse que ela continuaria viva. A mulher por quem eu moveria cรฉus e terras apenas para vรช-la sorrir. A รบnica razรฃo pela qual eu permitiria que o inferno consumisse o mundo inteiro, se fosse para protegรช-la.

E, por Deus, eu queimaria tudo por ela.

ร‰ por isso que temo o que sinto. Porque o meu amor por ela nรฃo รฉ algo comum, tampouco saudรกvel. Nรฃo รฉ um sentimento delicado ou puro - รฉ visceral, ardente, voraz. ร‰ uma obsessรฃo que me corrรณi por dentro, uma febre que nรฃo posso conter, um desejo tรฃo profundo que beira a loucura.

Nรฃo quero distรขncia. Nรฃo quero soltรก-la. Quero vรช-la presa a mim, dependente do meu toque, do meu olhar, do meu nome em seus lรกbios. Quero que se agarre a mim como se sua existรชncia estivesse entrelaรงada ร  minha, como se nรฃo houvesse mundo alรฉm do calor do meu corpo, alรฉm do eco da minha voz. Quero que pertenรงa a mim e apenas a mim.

A ideia de perdรช-la รฉ insuportรกvel. Nรฃo posso permitir que se vรก, que desapareรงa, que morra por Mugiwara-ya ou por qualquer outro maldito alรฉm de mim. Quero vรช-la viva, vibrante, incendiando o mundo com seu espรญrito indomรกvel. Quero ouvir sua voz cortando o silรชncio com risadas altas e despretensiosas, vรช-la gritar sem motivo aparente, apenas porque รฉ parte do que ela รฉ. Quero assistir a cada pena que cai de suas asas quando a irritaรงรฃo a toma, um sinal de sua essรชncia rebelde, sua natureza divina.

Quero mais. Quero tudo.

Quero dormir e acordar com seu rosto pressionado contra os lenรงรณis e travesseiros, os traรงos delicados marcados pelo descanso ao meu lado. Quero poder chamรก-la de minha, selรก-la com meu nome, tornรก-la minha de todas as formas possรญveis. Minha companheira. Minha parceira. Minha mulher.

Senti sua boceta se apertar em torno do meu pau uma รบltima vez antes que suas pernas se entrelaรงassem firmemente ao redor de minha cintura. Meu nome escapou de seus lรกbios em um grito trรชmulo, marcando o instante em que se entregou completamente ao prazer, sucumbindo ao รชxtase e desfalecendo sobre a cama. Seu corpo, agora lรขnguido e exausto, oferecia-me a liberdade de desferir minhas รบltimas estocadas, atรฉ que, incapaz de conter-me por mais tempo, retirei-me de seu interior quente e รบmido, derramando-me sobre suas coxas macias.

Um arfar escapou de meus lรกbios ao contemplar a visรฃo hipnotizante de minha essรชncia marcando sua pele alva e sedosa, um contraste tรฃo belo e indecente que meu desejo se reacendeu de imediato. Sem me dar escolha, fui tomado pela รขnsia de senti-la mais uma vez, agarrando-a com avidez e capturando sua boca em um beijo ardente.

Ela estava fraca, seu corpo ainda trรชmulo sob o peso do prazer recรฉm-experimentado, e seus lรกbios, embora entregues, vacilavam na tentativa de corresponder ร  minha fome. Afastei-me apenas o suficiente para fitar seus olhos, meu olhar buscando o dela com intensidade. Com um gesto suave, deslizei minha mรฃo atรฉ seu queixo, segurando-o com delicadeza antes de roรงar meus lรกbios nos seus em um selinho terno.

Seu sorriso, ainda que fraco, brilhou como um pequeno raio de luz na penumbra do quarto, e naquele instante, soube que jamais me cansaria de possuรญ-la.

Acordei sobressaltado ao ouvir o som de vidro se quebrando, meu coraรงรฃo disparando no peito ao perceber a cama estranhamente vazia. Arregalei os olhos ao notar a ausรชncia de Elisabette-ya ao meu lado. Engoli em seco e levantei-me, observando ao redor; tudo parecia normal e nada estava fora do lugar, descartando assim a possibilidade de uma invasรฃo.

No entanto, a falta dela e o som de algo estilhaรงando ainda deixavam meu coraรงรฃo acelerado, uma sensaรงรฃo desagradรกvel fazendo meu estรดmago revirar. Foi entรฃo que ouvi algo vindo do banheiro: murmรบrios e gritos contidos, o que me fez franzir o cenho em confusรฃo.

Peguei Kikoku e caminhei em passos lentos e silenciosos atรฉ a porta do banheiro, aproximando-me cuidadosamente para tentar ouvir o que estava acontecendo. Foi entรฃo que uma voz masculina, acompanhada da dela, me fez sentir um frio na espinha e, ao mesmo tempo, um calor intenso.

- De novo isso, Wyper!? Eu jรก falei e vou repetir: nรฃo vou voltar para Skypiea. O que estรก acontecendo aรญ nรฃo me diz respeito! - ouvi sua voz resmungando do outro lado, parecendo irritada com algo ou alguรฉm.

"Diz respeito a vocรช, sim! Isso estรก acontecendo por sua causa e vocรช tem que resolver isso!"

- Nรฃo, e eu disse naquele dia que, se eu voltasse, este paรญs inteiro ia virar cinzas junto comigo!

"Pare de ser tรฃo cabeรงa-dura! Vocรช vem por bem ou eu te trago arrastada pelos cabelos!" ameaรงou o homem, e eu pude sentir meu sangue ferver com a maneira como ele falava com ela. Pior ainda, ela parecia alheia ao perigo.

- Como se vocรช tivesse forรงa para me enfrentar, Wyper. Esqueceu de dois anos atrรกs? Se nรฃo fosse pelo seu maldito Impact Dial, eu teria matado vocรช sem dificuldade alguma. - retrucou ela, e uma risada debochada saiu de seus lรกbios, deixando-me ainda mais confuso com aquela conversa. - Eu nรฃo tenho medo de vocรชs, Wyper. Pode vir um exรฉrcito inteiro atrรกs de mim e eu mato todos, um por um.

"Isso nรฃo รฉ questรฃo de querer ou nรฃo, Elisabette! ร‰ questรฃo de senso! Tudo que estรก acontecendo รฉ culpa sua, Santa Praga!"

- Nรฃo me chame assim! A culpa nรฃo รฉ minha!

"ร‰ culpa sua! O vรญrus sรณ comeรงou a se espalhar quando vocรช retornou!" gritou ele, e ela se calou, fazendo-me parar e me inclinar mais sobre a porta. Pude escutar ela respirando fundo, como se estivesse segurando o choro. "Tudo de ruim que comeรงou a acontecer neste paรญs foi quando vocรช resolveu voltar: a Febre das รrvores, a seca, a morte do Gan Fall, a guerra civil... Eu tentei nรฃo ceder ao que as pessoas falam sobre vocรช, mas tornou-se impossรญvel; vocรช รฉ impossรญvel."

- A culpa nรฃo รฉ minha.

"Vocรช รฉ uma praga."

Foi a รบltima coisa que o homem disse antes que ela gritasse e socasse algo dentro do banheiro. O som de um objeto duro se quebrando me fez ter certeza de que a pia havia se estilhaรงado, com os fragmentos caindo pelo chรฃo. Em seguida, o barulho de รกgua espirrando ecoou pelo quarto, acompanhado de um grito de irritaรงรฃo que saiu dos lรกbios dela. Respirei fundo, preparando-me para abrir a porta e confrontรก-la, perguntando o que havia acontecido e quem era o homem com quem ela estava discutindo daquela forma. Entretanto, algo atraiu minha atenรงรฃo, e um fio de esperanรงa me fez esquecer a irritabilidade que dominava meu ser.

*Purupurupurupuru* *Purupurupurupuru*

*Kachak*

"Ei, Tral! Adivinha! Chegamos aรญ em duas horas, rapรก!" A voz do Mugiwara-ya, por incrรญvel que pareรงa, conseguiu me acalmar e me fez suspirar de alรญvio pela primeira vez desde que formamos a alianรงa.

- Luffy! โ™ก - Elisabette-ya saiu repentinamente do banheiro, pulando em minha direรงรฃo para pegar o Den Den Mushi. - Capitรฃo! Estou esperando por vocรช!

"Lis! Saudades! Jรก jรก chegamos aรญ, viu? Apressa o Tral, pois vamos pegar vocรชs e zarpar!"

- Como se eu precisasse ser o "apressado" da situaรงรฃo. - revirei os olhos, segurando a cintura dela enquanto ela olhava para o pequeno caramujo.

- Certo! Atรฉ!

"Falou!" Por fim, ele encerrou a ligaรงรฃo.

Eu ia comentar algo, mas nรฃo pude ao vรช-la zanzando pelo quarto de um lado para o outro, pegando suas coisas e jogando-as todas dentro de sua bolsa. Assim como tambรฉm recolhia algumas pequenas decoraรงรตes e brilhos para guardรก-los, lembrei-me de pรกssaros, como pegas e corvos, que tรชm o costume de colecionar objetos brilhantes.

Entretanto, saindo da minha linha de raciocรญnio um tanto tosca, comecei a encarรก-la com atenรงรฃo, recordando o que o homem, tal de Wyper, havia lhe dito durante a ligaรงรฃo: que tudo havia comeรงado com ela, desde um vรญrus mortal atรฉ uma guerra civil que parecia ocorrer em nome dela. Isso me fez pensar e... lembrar de certos momentos entre nรณs dois em que ela se mostrou tudo, menos uma verdadeira mocinha inocente. A frieza com que matou o Pรกssaro do Sul, o olhar mortal que lanรงou ร  cรณpia de Doflamingo quando Mugiwara-ya estava vulnerรกvel na รกgua do mar ao meu lado, entre outros momentos em que seu olhar oscilou de uma mulher gentil e amรกvel para um ser frio e cruel. Pergunto-me o que realmente aconteceu, por que aquele homem a quer de volta nas Ilhas do Cรฉu e, principalmente, quem รฉ Santa Praga.

โ”โ”โ”โ”โ”โ”โ”โ”โ”โ”โ”โ”โ”โ”โ”โ”โ”โ”


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