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โ”โ” ๐–ฅ” ึด เผ‹ ุŒ๐Ÿฐ๐Ÿฌ. ๐—–๐—น๐—ฎ๐—บ๐—ผ๐—ฟ.

















โ”โ” Segunda parte da Grand Line, Novo Mundo ; Reino de Dressrosa.

Law acordou com socos e chutes desferidos contra seu estรดmago, fazendo-o arregalar os olhos de imediato e encarar o agressor bem ร  sua frente, que sorria como se estivesse se divertindo. O rosto do Supernova contorceu-se de raiva ao deparar-se novamente com Doflamingo, sendo imediatamente bombardeado com inรบmeras perguntas sobre acontecimentos dos quais ele sequer tinha noรงรฃo, ou que haviam ocorrido. Tudo foi uma surpresa para ele, assim como havia sido para o Shichibukai, que parecia enfurecido com tantas situaรงรตes saindo de seu controle de forma tรฃo repentina. Entretanto, nรฃo era com Doflamingo que Trafalgar estava realmente preocupado, mas sim com uma mulher mais jovem em particular, da qual ele se lembrava bem de tรช-lo agarrado logo apรณs os disparos desferidos contra ele.

No entanto, ao olhar para um canto, ele a viu sentada no chรฃo, acorrentada, com as correntes apertando seu corpo e pressionando suas asas de forma que, pela expressรฃo em seu rosto, parecia ser doloroso. Elisabette permanecia em silรชncio, os cabelos desarrumados e uma expressรฃo de pavor estampada em sua face, enquanto seu corpo permanecia imรณvel, quase como se tivesse sido paralisada e transformada em uma estรกtua.

Contudo, o semblante de ambos pareceu se iluminar ao ouvirem vรกrios Den Den Mushi tocando simultaneamente, todos com ligaรงรตes de soldados alarmados, gritando por ajuda de seu Jovem Mestre. Relatavam que os brinquedos haviam retornado ร s suas formas humanas e agora tentavam atacรก-los: piratas descontrolados, civis revoltados, marinheiros sedentos por vinganรงa, gladiadores enfurecidos, todos unidos por um รบnico objetivo comum: derrubar o reinado de Donquixote Doflamingo.

Ainda que de uma forma completamente diferente da esperada e planejada, a primeira etapa do plano principal do Cirurgiรฃo da Morte havia sido concluรญda. O povo de Dressrosa finalmente enxergara a verdade por trรกs dos dez anos de reinado do Donquixote e, agora, compreendia a profundidade do abismo ao qual aquele homem os havia arrastado. Para o desespero do Dragรฃo Celestial, seu poder sobre o povo havia se desfeito por completo, restando-lhe apenas o รณdio. Um รณdio direcionado a um grupo especรญfico que, hรก dois anos, jรก demonstrava ser uma grande ameaรงa: o bando do Chapรฉu de Palha.

- Esses... merdas! - Doflamingo gritou, carregado de raiva, com as veias em sua testa saltando enquanto apertava os punhos com forรงa e encarava a plantinada com fรบria. - Vadia desgraรงada... vocรช disse que nรฃo sabia onde estavam o restante dos seus companheiros...

- Eu disse? - ela sorriu pelo canto de seus lรกbios rosados. Entretanto, logo foi surpreendida ao vรช-lo se aproximar e agarrรก-la pelo cabelo, forรงando-a a olhar para cima em seus olhos.

- Vocรช tem sorte de ter esse rostinho bonitinho e esse corpinho adorรกvel; senรฃo, eu estouraria sua cabeรงa na parede atรฉ seus miolos se tornarem purรช. - o homem resmungou, aproximando-se perigosamente dela a ponto de seu nariz tocar o pescoรงo dela, inalando o aroma de seu corpo.

- Xispa! - ela desferiu uma joelhada contra ele, mas parecia nรฃo causar nenhum efeito, resultando apenas em uma risada dele.

- Ou o quรช? Vai me dar um choquezinho? Sua foice estรก longe do seu alcance, boneca.

- Eu nรฃo sou uma boneca. Sou uma birkan.

- Sim, uma birkan. Sei, sei... tรด ligado do buraco de onde vocรช saiu, Elisabette. - ele riu, a ponta de sua lรญngua percorrendo a bochecha dela, fazendo-a franzir o cenho e encarรก-lo confusa e... desconfortรกvel.

Trafalgar sentiu todos os seus sentidos entrando em alerta ao observar a aproximaรงรฃo de Doflamingo em relaรงรฃo ร  garota do bando aliado. O olhar dela fez com que seu sangue borbulhasse como a mais fervente lava em suas veias. Se aquele homem a tocasse, se ele ousasse triscar em um รบnico fio de cabelo dela enquanto ele nรฃo pudesse fazer nada para defendรช-la, o moreno tatuado acabaria consigo mesmo sem pensar duas vezes. A ideia de qualquer homem - principalmente aquele bastardo - tocando-a, sujando-a e tirando-lhe a pureza que ainda a mantinha limpa naquele mundo, apesar de tudo, foi o que fez toda a fraqueza causada pelas algemas de Kairouseki se transformar em forรงa. Logo, ele apertou os punhos e comeรงou a se remexer na poltrona, tentando de todas as formas sair dali e tirรก-la daquela situaรงรฃo, afastando-a daquele homem e mantendo-a perto dele, segura ao seu lado e apenas com ele.

Elisabette, por outro lado, nรฃo soube dizer o que havia sentido em relaรงรฃo ร quela lambida em seu rosto. Nรฃo sabia se era nojo, raiva ou desconforto; ela apenas nรฃo compreendia por que seu estรดmago se revirou daquela maneira ou o motivo que a levou a encher a boca e cuspir no rosto de Doflamingo, surpreendendo a todos, especialmente seus subordinados, que jamais haviam visto uma mulher tentar lutar contra ele.

Imediatamente, suas memรณrias a transportaram para Thriller Bark, no exato momento em que Absalom a agarrou de forma que a fez arrepiar-se e paralisar-se de pรขnico.

Lembrou-se do desconforto que havia sentido, de quรฃo estranha se sentiu e de como Usopp se enfureceu a ponto de tentar enfrentar Absalom apenas para defendรช-la, sem nem sequer explicar o motivo daquela raiva ou o que ele havia feito que a deixou... enojada. Aquilo foi imundo o suficiente para fazรช-la sentir nรกuseas, fazendo sua pele empalidecer a ponto de quase se tornar transparente ร  luz das velas que iluminavam a mansรฃo de Gecko Moriah. Agora, ela apenas enterrava toda aquela cena hedionda no mais profundo de sua mente.

- Eu vou obliterar cada canto deste lugar com vocรช dentro. - ela sussurrou, seu olhar arregalado refletindo nos รณculos escuros do mais velho, que apenas a respondeu com um tapa forte no rosto.

- Desgraรงado! Eu jรก disse que minha alianรงa com os Chapรฉus de Palha estรก rompida! Deixe-a ir! - Law protestou, sentindo seus pulsos ardendo devido ao atrito das algemas em sua pele.

- Fuffuffuffuffu! Coloquem-na na caixa.

- ...caixa?

Foi entรฃo que Buffalo puxou um caixote de cor preta atรฉ onde eles estavam, parecendo ser isolante ร  eletricidade. Isso fez com que Magni gelasse instantaneamente ao perceber para que servia. Seu olhar desesperado encontrou o de Law, que cerrou os dentes e voltou a se debater, enquanto ela comeรงou a fazer o mesmo, tentando arrancar as correntes da parede para conseguir sair dali. Merda. Estava claro o que eles pretendiam fazer com ela, mas por quรช e para quรช? Doflamingo jรก estava caminhando para a ruรญna, e prendรช-la nรฃo adiantaria nada; no entanto, o pรขnico a arrepiou da ponta dos pรฉs atรฉ a cabeรงa. A ideia de ficar trancafiada em um local apertado e escuro, onde suas habilidades seriam totalmente ineficazes, a fez gelar.

No instante em que foi jogada, sua cabeรงa imediatamente bateu contra o chรฃo do caixote, que logo foi fechado. Rapidamente, Elisabette usou os joelhos para tentar ganhar equilรญbrio e pegar impulso, levantando-se e olhando ao redor. Nรฃo viu nada alรฉm do breu que cegava seus olhos naquele ambiente minรบsculo, que quase a fez engasgar com a ausรชncia de luz.

O Cirurgiรฃo da Morte ficou atรดnito, sem saber para que diabos serviria aquele maldito caixote e o motivo pelo qual a mais jovem havia sido simplesmente deixada lรก dentro. Contudo, ele tinha certeza de uma coisa: nรฃo era nada bom, e tudo pareceu piorar ao notar a Jolly Roger da Famรญlia Donquixote estampada na superfรญcie lisa e escura.

Seu coraรงรฃo apertou no peito ao lembrar das palavras ditas por ela hรก pouco tempo, palavras que ficaram cravadas em sua mente como uma cicatriz causada pela espada mais afiada existente no mundo. "Se quer morrer, entรฃo morra! Mas morra sozinho!" Foi uma frase curta, entretanto fria, e era irรดnico que fosse a segunda vez que ela o mandava tirar a prรณpria vida, nรฃo em tom de provocaรงรฃo, mas de maneira sรฉria. Era algo que jamais poderia ser imaginado saindo daqueles lรกbios cor-de-rosa que pareciam doces, mas que eram capazes de proferir tal atrocidade. No fim, Law entendeu que era o que deveria ter sido feito hรก muito tempo, hรก muitos anos.

A morte sempre o perseguiu, sempre esteve em seu encalรงo. Era como se sua existรชncia jรก estivesse marcada pela morte, destinado a testemunhar a morte de todos aqueles que amava e se importava o suficiente para compartilhar suas dores, sem que nada pudesse ser feito para evitar ou impedir. Seu corpo, sua alma, tudo que o cercava jรก estava impregnado pela morte. Por mais que tentasse proteger aqueles que lhe eram caros, nada adiantaria; nรฃo importava o que fizesse, todos morreriam. Porque, em sua visรฃo, esse era o mundo: cruel e sem chances de sobrevivรชncia para aqueles que nรฃo conseguissem se sobressair por meio da forรงa.

Flevance, seus pais, sua irmรฃ, seus amigos, Corazรณn e, agora, o prรณprio bando do Chapรฉu de Palha jรก estavam envolvidos por aquele odor do qual ele havia tentado escapar por tanto tempo. De fato, seu objetivo principal sempre foi derrubar Doflamingo e vingar Cora-san por tudo o que havia acontecido; ele nรฃo teria paz atรฉ alcanรงar o que realmente desejava. Desejava tambรฉm derrotar um Yonkou e ver o caos se espalhar pelos mares? Sim, era isso que ele queria; no entanto, nรฃo sem antes vingar aquele que o salvou, aquele que morreu por ele e que passou meses fazendo o possรญvel e o impossรญvel para encontrar a cura para a Doenรงa do Chumbo Branco, enfrentando inรบmeros hospitais sempre que era tratado com desprezo ou preconceito devido ao medo e ร  ignorรขncia em relaรงรฃo ร  sua condiรงรฃo.

Por que ele continuava a existir, afinal? Hรก muito tempo, jรก havia abandonado suas ambiรงรตes pela vida. O que ainda o mantinha respirando era o ardente desejo de vingar Corazรณn, de fazer com que seu sacrifรญcio tivesse valido a pena e sua morte nรฃo fosse em vรฃo. Entretanto, mesmo que conseguisse cumprir seu objetivo... o que faria a seguir? Nรฃo haveria mais nada que lhe pertencesse. Ele se lanรงara ao mar apenas para se fortalecer e derrotar Doflamingo; nem sequer concebera outro propรณsito que o mantivesse ali, navegando incansavelmente por anos a fio e formando uma tripulaรงรฃo ร  qual acabara por criar laรงos profundos. Temia, porรฉm, que esses vรญnculos fossem desfeitos por qualquer um de seus deslizes ou pela maldiรงรฃo da morte, que parecia rastejar incessantemente atrรกs dele.

"Nรฃo importa onde vocรช esteja, com quem estejas ou quais e quantos inimigos te cercam; eu, unicamente eu, teu pai, irei ao teu socorro e te salvarei."

Foram as palavras que ecoaram na mente de Elisabette enquanto ela golpeava repetidamente a parede lisa e escura do caixote em que estava presa. Seus punhos estavam roxos e doloridos devido ao nรบmero de pancadas que jรก havia desferido, as quais nรฃo pareciam ter surtido efeito algum.

Seus olhos se arregalaram ainda mais quando o pรขnico comeรงou a lhe causar tontura, fazendo com que suas pernas fraquejassem e ela caรญsse de joelhos. A jovem engoliu em seco e mordeu os lรกbios, enquanto um fraco Haki do Armamento se apossava de sua testa. Ela comeรงou a dar cabeรงadas fortes e potentes na parede, percebendo quando a proteรงรฃo do Haki se desfez, restando apenas sua pele e crรขnio golpeando a superfรญcie lisa atรฉ o momento em que sentiu sangue jorrar da testa em direรงรฃo ao contorno de seu nariz redondo, fazendo-a parar e estremecer.

Se ela o chamasse, ele viria finalmente? Se implorasse, se clamasse desesperadamente a Deus, ele responderia ao seu apelo, como havia prometido hรก tantos anos? Ainda viria em seu socorro? A lembranรงa daqueles momentos em que quase fora devorada pela gigantesca serpente Nola surgia em sua mente, quando seu pai a salvara, eletrocutando a criatura para protegรช-la de uma morte inevitรกvel.

Mas agora, tรฃo distante como estava, ele ainda viria?

Ele a salvaria?

Mesmo apรณs sua traiรงรฃo, apรณs se aliar ao homem que o derrotou, ele ainda viria resgatรก-la?

Elisabette estava envolta numa situaรงรฃo da qual nรฃo conseguia se libertar sozinha. E ele havia dito, em um passado nรฃo tรฃo distante, que a salvaria, nรฃo importava onde ela estivesse, com quem estivesse ou quantos inimigos estivessem ao seu redor. Enel a salvaria, pois apenas ele tinha o poder para isso. Ninguรฉm mais.

De joelhos, Magni D. Elisabette uniu as mรฃos em um gesto de oraรงรฃo e fechou os olhos. No silรชncio turbulento de sua mente, comeรงou a rezar. Hรก muito tempo nรฃo se permitia fazer isso, hรก muito nรฃo se colocava de joelhos em uma postura de reverรชncia a Deus. Era como reviver os tempos antigos, quando ainda era uma crianรงa ajoelhada diante de seu pai, agradecendo-lhe pelo dom da vida, pela tranquila noite de sono e pelo ar que preenchia seus pulmรตes. Era como voltar ร queles dias, quando acreditava que Deus era tudo em sua existรชncia - que Enel era tudo, e, no fundo, ela ainda acreditava nisso. Para Elisabette, apesar de tudo, Enel ainda era o centro de sua vida.

- Pai, por favor, ajude-me. - sussurrou ela, enquanto um suspiro profundo escapava de seus lรกbios, e o peso de sua sรบplica fazia seu peito doer. - Por favor, salve-me. Eu imploro, eu suplico... eu nรฃo aguento mais. Eu preciso de vocรช. Necessito de sua presenรงa, de sua forรงa. Pai, pelo amor de tudo o que um dia foi, por favor, venha ao meu auxรญlio...

Minutos se passaram, embora ela nรฃo soubesse ao certo quanto tempo havia transcorrido. A escuridรฃo e o silรชncio opressivo dentro daquele caixote faziam-na perder completamente a noรงรฃo do tempo. Nenhum som do exterior alcanรงava seus ouvidos, e ela se perguntava, aflita, se sua voz seria ouvida do lado de fora, o que apenas intensificava seu desespero. Se nรฃo pudesse ser ouvida, como Enel poderia salvรก-la?

- PAI! - gritou, tomada pelo pavor, certa de que, onde quer que estivesse, seu coraรงรฃo estaria batendo descompassado.

Assim que ouviu os gritos desesperados de sua companheira, Luffy se colocou imediatamente em posiรงรฃo de ataque, seus olhos fixos no caixote negro de onde vinham os clamores. Ele conhecia aquela voz tรฃo bem, reconhecia aquele apelo angustiado, pois nรฃo era a primeira vez que escutava suas sรบplicas desesperadas por socorro, sempre dirigidas ao pai quando tudo se tornava insuportรกvel para ela. O garoto do chapรฉu de palha apertou os punhos, levando um deles, revestido pelo Haki, aos lรกbios, e soprou com todo o fรดlego que possuรญa, inflando o braรงo como um balรฃo pesado, cheio de fรบria contida. Estava farto daquilo - cansado de vรช-la se humilhar, de vรช-la chamar, em vรฃo, por aquele que nunca mais viria ao seu resgate. Com um รบnico golpe devastador de seu Gomu Gomu no Elephant Gun, Luffy destruiu o caixote negro, libertando Elisabette de sua prisรฃo sufocante.

- Pai! O senhor...! - ao ver que quem estava ร  sua frente era o capitรฃo, com um olhar firme e determinado, suas palavras se congelaram antes de serem concluรญdas. - Luffy?

O silรชncio se instalou entre eles. Seus olhares se cruzaram por segundos que pareceram uma eternidade de dor e puniรงรฃo. Elisabette sentia o ambiente desmoronar ao redor, a torre balanรงando com o impacto da transformaรงรฃo de Pica. Os olhos confusos dela buscavam os dele, mas o que via nรฃo era o que esperava. Nรฃo era ele quem ela chamava, nรฃo era por ele que sua alma ansiava. Entรฃo por que era Luffy quem estava ali, em vez de Enel? Por que ele, e nรฃo o pai que sempre a salvara? Nรฃo era Luffy... nรฃo deveria ser Luffy... Deus, apenas nรฃo.

Mas Luffy parecia tรฃo diferente. A luz do sol o envolvia, delineando sua figura com um brilho quase divino, criando ao redor de sua cabeรงa uma coroa de luz que o fazia parecer imponente, como se ele fosse o prรณprio sol que trazia esperanรงa ao caos. Aquele fulgor dourado parecia dissipar as sombras ao redor, enquanto sua aura, radiante e serena, contrastava com a destruiรงรฃo e os gritos dos civis que ecoavam ร  distรขncia, diante do Palรกcio. E, apesar de todo o tumulto, a simples presenรงa de Monkey D. Luffy, erguido diante dela, os olhos firmes e cheios de uma determinaรงรฃo quase sobre-humana, fez com que Elisabette se sentisse estรกtica, como se o tempo houvesse parado. Por um breve instante, ela esqueceu o pavor que dominava sua mente, os demรดnios internos que a consumiam lentamente, a tensรฃo que a sufocava, como se fosse uma bomba ร  beira de explodir - sufocada por frustraรงรตes, mรกgoas e tormentos que ela tentava, em vรฃo, conter.

E entรฃo... aconteceu de novo. De forma inesperada, Luffy, com aquele sorriso caloroso que lhe era tรฃo caracterรญstico, deu um passo ร  frente e, sem hesitar, a puxou para um abraรงo apertado. O gesto, ao mesmo tempo familiar e inรฉdito, a tomou de surpresa, desorientando-a completamente. Havia algo naquele abraรงo que, embora jรก conhecido, parecia tocar seu coraรงรฃo de uma forma nova, como se fosse a primeira vez.

Antes que pudesse retribuir o abraรงo, uma imensa mรฃo de concreto e rocha surgiu ao lado deles, grande o suficiente para esmagรก-los se assim desejasse. Com uma brutalidade รญmpar, Pica moveu o solo, fazendo-os despencar da torre. Luffy, o capitรฃo do Thousand Sunny, agarrou sua companheira com firmeza, segurando-a com forรงa enquanto caรญam juntos.

Instantes antes de se chocarem contra o chรฃo, Luffy inflou seu corpo inteiro, criando uma superfรญcie amortecedora para suavizar a queda de todos. Eles aterrissaram sobre sua barriga elรกstica, rolando para o solo em seguranรงa. A primeira aรงรฃo de Elisabette foi olhar ao redor atรฉ localizar uma rocha, contra a qual comeรงou a debater suas costas, rompendo as correntes que a aprisionavam. Com suas asas agora livres, ela ergueu os braรงos e, com um รบnico movimento, quebrou as algemas que prendiam seus pulsos. Seu olhar, quase instintivamente, se voltou para o topo do Palรกcio, onde Doflamingo e seus subordinados ainda permaneciam.

- Ele nos lanรงou no jardim da Torre Muralha! - exclamou o menor entre eles, com indignaรงรฃo, enquanto segurava firmemente o chapรฉu de palha em sua cabeรงa.

- Nรฃo conseguiremos nos aproximar de Doflamingo enquanto Pica estiver lรก! - afirmou a princesa Viola, tomada por afliรงรฃo, jรก ciente dos perigos que agora precisariam enfrentar caso quisessem sobreviver e proteger o reino.

O olhar de Law se fixou em Elisabette por um breve momento, seus olhos acinzentados percorriam sua silhueta curvilรญnea dos pรฉs ร  cabeรงa, verificando se ela estava bem. Ele ainda tinha em mente os gritos desesperados que ouvira dela momentos antes, clamando pelo pai, como uma crianรงa assustada em busca de conforto. Agora, embora ainda aflita, sua atenรงรฃo estava voltada para Doflamingo no topo do Palรกcio. Ao seguir seu olhar naquela direรงรฃo, um arrepio percorreu seu corpo. O Shichibukai, como havia ameaรงado, estava criando enormes fios no ar e espalhando-os por todo o paรญs, formando a temida gaiola que por anos assombrara os piores pesadelos de Law.

A visรฃo trouxe ร  tona memรณrias dolorosas, o passado retornando para lembrรก-lo de seu papel em um plano absurdo e perigoso, mas necessรกrio para que os esforรงos de Rosinante nรฃo fossem em vรฃo. No entanto, ele nรฃo podia negar o impacto devastador que a formaรงรฃo daquela gaiola lhe causava - era como ser golpeado no estรดmago, seguido por uma facada no peito. A simples ideia das menores probabilidades de fracasso o aterrorizava. Ele temia nรฃo conseguir vingar seu salvador e, acima de tudo, ser arrastado de volta ao inferno que Dressrosa havia se tornado, consequรชncia de sua imprudรชncia ao entregar a mensagem fatรญdica a Vergo, em vez de a outros fuzileiros navais. A lembranรงa de Corazรณn morrendo diante de seus olhos, sem sequer poder fazer um pedido de clemรชncia, era uma cicatriz que jamais se apagaria.

- Que lance รฉ esse, Tral!? - Luffu se agachou ao lado do aliado, enquanto todos os outros se inclinavam para ouvir suas palavras.

- Para evitar que a verdade sobre este paรญs seja exposta, Doflamingo pretende... matar todos na ilha!

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