━━ 𖥔 ִ ་ ،𝟮𝟲. 𝗔 𝗺𝗲𝗿𝗰𝗲̂ 𝗱𝗼 𝗶𝗻𝗶𝗺𝗶𝗴𝗼.
━━ Segunda parte da Grand Line, Novo Mundo ; Punk Hazard.
ᘡTrafalgar Law, Cirurgião da Morte. ❪O ponto de vista dele❫
Acordei sentindo uma dor insuportável no peito, mais uma vez suando frio. Apoiei-me com uma mão no chão antes de olhar em volta e ver a pirralha com uma perna congelada presa na parede, coberta de cortes pelo corpo, com um braço sendo segurado por Monet, e sua foice estava cravada em um dos canos de metal no teto. Franzi o cenho e me levantei, segurando Kikoku firmemente e preparando uma Room. Contudo, antes mesmo que eu pudesse fazer qualquer coisa e trazê-la para perto, evitando agravar sua situação, a agonia de sentir meu coração sendo esmagado fez meu corpo inteiro arrepiar e estremecer, resultando em uma nova queda.
Elisabette arregalou os olhos ao me encarar e, em seguida, virou o rosto para olhar na direção do corredor. Vimos Vergo se aproximando em passos lentos, com um pequeno rasgo em seu sobretudo, próximo ao peito, e novamente com um braço coberto por Haki de Armamento, ainda segurando o mesmo bastão blindado por essa habilidade.
Desgraçado. Eu deveria imaginar que sozinha a pirralha não daria conta dele; nem sequer sei o que aconteceu enquanto estive desacordado. Além de sua pele, suas roupas também apresentavam alguns rasgos, o que deixou claro que Monet não havia pegado leve com ela, provavelmente a atacando com lâminas de gelo. Embora ela possua um Haki de Observação poderoso, como demonstrou, talvez não tenha sido rápida o suficiente para se proteger. Não ficaria surpreso se essa idiota também estivesse tentando evitar que eu fosse ferido pela mulher pássaro.
Quando Vergo se aproximou o suficiente de onde estávamos, Elisabette apenas puxou o cabelo de Monet com uma mão e bateu seu rosto contra a parede diversas vezes, até que ela aparentou ficar zonza. Por fim, agarrou-a com um braço ao redor do pescoço e gritou pelo nome de sua foice, que logo se desprendeu do teto e veio ao encontro de sua mão, aproximando a lâmina afiada da cabeça de Monet, que pareceu não se importar e até sorriu com um lampejo de diversão no olhar.
Eu não conhecia tão bem Elisabette - nem desejava -, mas ao lembrar da noite em que a levei para ver Mugiwara na sala de cirurgia, onde ele estava internado para se recuperar, ficou claro para mim que ela é extremamente leal e dependente de seu capitão. Ela várias vezes pontuou que faria tudo por ele, sem se importar com as consequências. E aqui estava ela, provando isso ao "defender" o homem que roubou seu coração e o usou como moeda de troca para tê-la sob meu controle, garantindo que a dívida entre nós dois fosse paga. Não ficaria surpreso se, assim como o idiota do chapéu de palha, ela também me visse como um amigo.
- Problemas para lidar com uma menina, Monet?
- Não fui eu quem foi arremessada por uma concha até o fim do corredor como um boneco de pano, hah. - ela riu cinicamente, o que pareceu irritar a garota de cabelos platinados.
- Calada, mulher de gelo.
- Se bem me lembro, você esteve em Marineford há dois anos. Estou certo? Seu rosto ficou mais conhecido depois de você ter tido a audácia de ferir um almirante. - disse Vergo, aproximando-se perigosamente delas. - Poderia soltar a Monet, por gentileza?
- Ou o quê?
Sem dizer nada, Vergo respondeu com um aperto no meu coração, tão forte que pude ver sangue respingando do órgão. A onda de dor e arrepio percorreu todo o meu corpo, fazendo-me gritar de agonia e cair no chão. Levei a mão ao peito e mordi os lábios com força na esperança de conter meus gritos, apertando os olhos ao máximo ao sentir as órbitas ardendo como se eu fosse chorar. A última coisa que eu queria naquele momento era passar por mais uma humilhação, derramando lágrimas causadas pela dor que aquele homem maldito estava me infligindo com cada aperto no coração, ato que me arrancava gritos e arfadas altas por ser algo impossível de suportar em silêncio.
A pirralha do bando do Chapéu de Palha imediatamente soltou Monet, que se desvencilhou do seu braço e foi para o lado de Vergo, encarando-a com um sorriso. A garota parecia assustada e desesperada com a situação, o que era evidente pela maneira como seus olhos alternavam entre meu rosto e o cubo pulsante segurado pelo ex-executivo da Família Donquixote, que mantinha um semblante neutro e sem esboçar nenhuma reação, com o olhar fixo em mim.
Se não fosse pela minha submissão forçada a eles, que literalmente têm minha vida em suas mãos, eu poderia tê-los derrotado aqui e evitado toda essa confusão, assim como os ferimentos desnecessários que Elisabette adquiriu ao lutar contra Monet, que não tinha sequer um único arranhão no rosto ou nas roupas. Ela poderia não possuir nenhum tipo de Haki ou ser uma lutadora nata, mas ainda assim, eu precisava admitir que era inteligente e uma excelente usuária de Akuma no Mi. Isso parece ter sido o motivo da dificuldade na batalha entre elas - não foi à toa que acordei e me deparei logo de cara com a platinada quase imobilizada.
Permaneci quieto enquanto tentava avaliar a situação e, inferno, não havia muito o que fazer além de encarar os três com uma carranca no rosto.
Maldito.
Eu deveria imaginar que algo assim poderia acontecer, porque apesar de tudo, aquele infeliz do Doflamingo não é nenhum otário. Mas, porra, há quanto tempo eles já desconfiavam de mim? Eu tinha certeza de que estava sendo cuidadoso, até mesmo lhes entreguei meu coração como garantia de que eu era confiável, de que não iria traí-los.
E agora, ver Vergo novamente, em um situação assim, quase na mesma posição que anos atrás é como estar no inferno outra vez - naquele inferno de quatorze anos atrás, na Ilha Minion. Ele me olhando de cima, com seu braço coberto de haki, o olhar frio escondido, a postura sombria e a autoridade com qual fala, tantas coisas iguais, quase idênticas àquele dia. É deplorável me sentir vulnerável diante dele, porque eu me sinto assim e odeio, não suporto me sentir assim, não outra vez, não de novo.
Entretanto, tenho parcela de culpa em tudo que aconteceu. Eu admito, porque no fim, é verdade. Tenho culpa e não sei por que tanta revolta.
Não entendo.
Não consigo.
É difícil.
Eu poderia simplesmente ter me calado naquele dia, ter optado por não seguir a onda da Baby 5. Eu poderia ter evitado tanta coisa, todo esse inferno que tenho que relembrar todo maldito dia, e simplesmente ter escolhido morrer, mesmo que não fosse em paz.
Se eu não tivesse revelado meu verdadeiro nome para ela, Corazón não teria escutado. Se isso não tivesse acontecido, eu não estaria aqui agora, e ele provavelmente estaria vivo. Doflamingo estaria em Impel Down, apodrecendo no nível mais baixo das celas daquele lugar medíocre e repugnante, assim como ele. Tudo estaria bem, creio eu, principalmente o Reino de Dressrosa. Sabe-se lá o que realmente tem acontecido naquele país. Nos jornais e outros meios de informação, indicam que aquele lugar é o país do amor, que todos vivem felizes ali. Mas quem seria o idiota de acreditar nisso? Eu não sou e acho estupidez a Marinha acreditar que seja verdade.
Eu tive a chance em minhas mãos, a chance de ajudar Donquixote Rosinante a proteger e salvar Dressrosa de alguma forma, de impedir que a desgraça caísse sobre aquele reino. Contudo, o que eu fiz? Entreguei tudo de bandeja para Vergo, que coincidentemente era o primeiro Corazón, e que estava em uma missão secreta. Como eu iria saber que era ele? De fato, não tinha como saber, porque Doflamingo nunca havia revelado quem ele era, logo não tinha como eu ter esse conhecimento. Mas mesmo assim... que inferno.
Olhei para o rosto de Elisabette-ya e a vi encarando Monet com o cenho franzido e as bochechas infladas, como se estivesse prestes a atacá-la. Não ficaria surpreso se o motivo daquela expressão de criança irritada fosse o olhar desdenhoso e o sorriso cínico nos lábios da mulher pássaro, que parecia se divertir com o comportamento impaciente da mais jovem entre nós.
Pegando-me desprevenido, Vergo acertou um chute no meu rosto, forte o suficiente para me arremessar até o outro lado do corredor, fazendo-me bater contra a parede. Sangue e saliva saíram de meus lábios enquanto eu apoiava os cotovelos no chão para não tombar de vez. Olhei para a frente com um olho aberto e o outro semicerrado, tentando não desmaiar novamente e correr o risco de foder tudo, caso acabasse sendo capturado por ele. Imediatamente me coloquei de pé e segurei minha nodachi, retirando-a da bainha e posicionando a mão ao lado do corpo para abrir uma Room. Nesse momento, o maldito simplesmente apertou meu coração mais uma vez.
- Você deveria ter ficado quieto, Law. Vou precisar lhe dar outra lição? Você já está grande para esse tipo de coisa. - disse ele, caminhando lentamente em minha direção enquanto a garota de cabelos platinados avançava contra ele.
- Desgraçado! - antes que ela pudesse acertá-lo, ele a agarrou pelo pescoço e a prensou contra a parede.
- Não se meta nisso, mocinha.
- Ei, Vergo... essa garota não tem nada a ver com os meus assuntos... - falei com a voz ofegante, tentando respirar fundo enquanto o ar parecia prender-se na garganta e dificultar minha respiração. - Isso... é entre você e eu...
- Se ela não tem nada a ver, por que estava nos seguindo, hm? - interveio Monet, transformando uma de suas asas em uma espécie de espada e encostando-a próxima ao olho de Elisabette, que pareceu se assustar.
Merda. Então ela realmente havia notado que algo estava errado, e eu acreditando que Monet sequer teria percebido a pirralha do bando do Chapéu de Palha. Ela agiu com tanta cautela que as batidas de suas asas não faziam um único ruído, quase como se não estivesse ali, restando apenas eu e aquela mulher desgraçada. Vergo estar aqui não era o único motivo daqueles sorrisos cheios de cinismo; era porque ela já sabia que a porra da garota nos estava seguindo o tempo todo!
De repente, em um movimento ágil e inesperado, Elisabette conseguiu se soltar do aperto de Vergo, surpreendendo a todos - inclusive eu. Com uma expressão enraivecida, ela avançou contra ele, desferindo uma série de golpes rápidos e precisos. Sua fúria era evidente, e por um momento, parecia que ela poderia realmente nocauteá-lo. No entanto, Vergo, com sua experiência e força superior à dela, bloqueou seus ataques com facilidade, mantendo um semblante imperturbável.
A situação pareceu piorar quando ele simplesmente a agarrou pelo cabelo e começou a bater seu rosto inúmeras vezes contra o chão. Sempre que eu fazia o menor movimento, ele apertava meu coração entre os dedos, o que me fazia cair, mais uma vez sentindo o sangue subir pela garganta, resultando em outro vômito ensanguentado. Levei a mão ao peito e apertei o tecido do meu sobretudo, tentando puxar o fôlego que faltava em meus pulmões e me manter consciente para pensar em algo; caso contrário, morreríamos eu e ela.
- Você está envolvendo pessoas fracas em uma vingança sem sentido? Você é realmente um homem sádico, como relatam os noticiários. - Vergo arqueou uma sobrancelha, logo vindo em minha direção, agarrando-me pela gola do sobretudo e levantando meu corpo no ar.
- Solte-me! - praguejou a garota de cabelos platinados, segurando o pulso dele com ambas as mãos.
- Uma mulher tão jovem e bonita quanto você serviria muito bem como escrava. - disse ele, virando-a de costas e observando seu corpo. - Suas asas fariam você chamar bastante atenção. Os Tenryubitos fariam uma algazarra para tê-la como uma de suas esposas. - por fim, ele nos jogou no chão.
Não era preciso conhecê-la bem ou ser um gênio sensitivo para ver o quanto o comentário feito por Vergo a ofendeu. Seus olhos arregalados, pupilas trêmulas e tão pequenas que quase sumiam em suas órbitas, dentes cerrados e uma veia saltada em sua testa enquanto o encarava, quase o atacando como um animal selvagem ao se sentir ameaçado ou incomodado por uma invasão em seu espaço pessoal. Enquanto isso, o ex-executivo permanecia com o semblante neutro, encarando-nos enquanto seu braço tomava a cor escurecida e a textura metálica mais uma vez. Elisabette se colocou à minha frente, ficando na defensiva.
Ela não parecia ser a mais esperta das pessoas, bem ingênua, para ser sincero, mas era evidente que a garota já havia entendido que o principal alvo de Vergo naquele momento era mais do que ela. Tanto que, apesar de parecer estar disposta a enfrentá-lo novamente, conteve-se ao perceber que, cada vez que um de nós tentássemos algo, ele usaria meu coração para me submeter. E eu ficaria quieto. Porque, apesar de tudo, eu ainda precisava continuar vivo. Precisava estar vivo para derrubar Doflamingo e terminar de vez com sua vida, assim como ele terminou com a vida de Donquixote Rosinante.
Foi então que Vergo finalmente agiu, acertando-me com o bastão novamente. Só não fui arremessado outra vez porque a platinada segurou meu braço com força, voltando a encará-lo com ódio. Por fim, ela se levantou e, em uma tentativa imprudente de pará-lo e imobilizá-lo, Elisabette voou com tudo para cima dele, rodando sua foice inúmeras vezes na mão. Faíscas de eletricidade soltavam-se da lâmina antes de ela tentar acertá-la no pescoço dele, que imediatamente ficou coberto por Haki.
Eu podia sentir arrepios percorrendo minha espinha sempre que meu coração era balançado de um lado para o outro, todas as vezes em que Vergo tentava socá-la ou desviava dos golpes dela. Se continuassem assim, aquele corredor se transformaria em pó com todos aqueles raios, explosões e corpos batendo contra as paredes como balas de canhão.
Monet observava tudo em silêncio enquanto eu tentava me recuperar, ganhar forças e energia suficientes para abrir uma Room grande o bastante para abranger pelo menos metade do corredor. Precisava de espaço de sobra para me movimentar e ter liberdade para contra-atacar sem ficar comprometido pelo meu órgão, que me deixava vulnerável e à mercê deles. Encarei a mulher pássaro de canto e a vi sorrir com deboche, um olhar sombrio surgindo em seus olhos amarelos. Com uma velocidade absurda, com um único bater de asas, ela já estava ao lado da pirralha do bando do Chapéu de Palha, cravando uma estaca de gelo no ombro dela, fazendo-a gritar e cair de joelhos no chão.
Desorientada pela dor e focada em tentar retirar a estaca de seu ombro, Elisabette sequer teve tempo de desviar ou deter o ataque de Vergo. Ele a acertou com um soco tão forte no rosto que ela foi arremessada em minha direção, batendo com as costas no meu peito e caindo desacordada em meu colo. Franzi o cenho e virei o rosto dela para examiná-la, na esperança de que ela estivesse consciente - mesmo que minimamente. No entanto, fui surpreendido por um hematoma roxo em seu olho.
Puta merda. Isso outra vez.
Isso não pode estar acontecendo, não de novo.
Por que essa pirralha sempre se ferra desse jeito e acaba me deixando com a responsabilidade de resolver os problemas em que ela se mete?
Encarei Vergo e Monet, ambos nos olhando como se fôssemos meros ratos em um ninho de cobras, prestes a sermos devorados. Levando em conta toda a situação, talvez fosse isso que realmente éramos naquele momento: dois ratos diante de duas sucuris preparadas para nos sufocar até a morte e, no fim, nos engolir como se não fôssemos nada além disso.
Novamente, Vergo me atingiu com o bastão coberto de Haki, acertando meu rosto e cabeça diversas vezes a ponto de eu não conseguir mais distinguir a dor da agonia.
Olhei para o lado, com a visão turva e o corpo balançando devido aos golpes, e a última coisa que vi antes da visão escurecer foi Monet colocando correntes ao redor do corpo de Elisabette, juntamente com o mesmo dispositivo que haviam usado mais cedo para prender suas asas.
Merda.
Não sei quanto tempo havia se passado; poderia ter sido apenas meia hora, algumas horas ou, na pior das hipóteses, até mesmo dias desde que desmaiei após a surra que levei. Acordei em uma cela, acorrentado e, por sorte, eu era o único com correntes de metal comum, em vez de kairouseki. Estávamos eu, Mugiwara-ya, Nico Robin, Franky, o Caçador Branco e aquela mulher da Marinha, todos acorrentados. Inferno, como diabos todos vieram parar aqui? É frustrante pensar que todo o plano tenha ido por água abaixo e meus meses de esforço tenham sido em vão por causa do maldito Chapéu de Palha que resolveu fazer tudo, menos o que eu disse que deveria ser feito.
Não queria admitir, mas senti falta de uma pessoa específica naquele momento, a única que deveria estar ali junto comigo, porém... não estava. "Elisabette, o Anjo da Morte" não se encontrava na mesma cela que todos nós, nem mesmo na sala em que estávamos. Não achei que Vergo havia falado sério quando disse que ela serviria como uma escrava; imaginei que fosse apenas um comentário desagradável para desestabilizá-la. Contudo, vendo como as coisas estão agora, é possível que ele estivesse falando sério ao insinuar que iria vendê-la como escrava para os Tenryubitos.
- Vocês estão melhores do que eu imaginava.
- O quê!? Você...
- Por que o líder do G-5 está aqui!?
Vergo adentrou a sala acompanhado por Monet, e logo atrás deles, estava a pirralha, que, assim como todos nós, estava acorrentada. Imediatamente percebi que ela não estava normal; parecia sonolenta e até a forma como andava era desleixada em comparação a quando estávamos nos dirigindo para o laboratório, momentos atrás. Suas pupilas estavam dilatadas, ela cambaleava e parecia confusa, estando quieta demais para alguém que normalmente não calava a boca nem por um segundo. Então, uma luz se acendeu na minha mente: ela estava dopada. Essa era a única explicação para seu comportamento alterado e as pupilas dilatadas.
- Ei, Vergo! - Smoker gritou, chamando a atenção dos subordinados de Doflamingo para si. - Os soldados lá fora são do G-5! São seus homens! Vai deixá-los morrer!?
- Sim, acho que sim.
- Como é!?
- Enfim, difícil acreditar que tantos peixes grandes estejam na mesma cela. Uma bela visão. - Vergo disse, vindo até nós enquanto puxava a pirralha pelo braço.
- Ei, cara dos óculos de sol! Por que você está segurando ela assim!? Lis! Olha aqui! Soca ele! - Mugiwara-ya gritou por sua companheira, mas ela parecia estar mais lesada que o normal.
- Ahn... Luffy..?
- Calem a boca, idiotas! Vocês nunca percebem a seriedade da situação. - o Caçador Branco interveio, demonstrando sua indignação e irritação no meio de tudo aquilo.
Era de se imaginar que não iriam notar a traição de Vergo, afinal, ele não estava de fato traindo a Marinha, porque apesar de tudo, ele ainda era um pirata. E um pirata que apenas se alistou na Marinha a mando de Doflamingo - ou Joker, como era conhecido no submundo e negócios do mercado negro -, passando quinze anos sendo promovido para se tornar o que é hoje, um líder de uma base formidável e temida como o G-5 costuma ser, o terror de muitos piratas e daqueles que ousam praticar atos ilegais no Novo Mundo, seja um simples roubo de carteira até o assassinato de um "inocente".
Minhas palavras pareceram tanto chocar Tashigi quanto deixar Smoker cada vez mais indignado e enfurecido com todas as informações que eu lhes havia dado sobre a origem de Vergo, suas intenções e verdadeiras motivações ao estar na Marinha como um espião de Joker.
Entretanto, o que realmente surpreendeu não só a eles, mas a todos os presentes na cela, foi a minha revelação sobre a verdadeira identidade de Joker. Ele era um dos Sete Corsários, o mais cruel e rebelde deles, um Shichibukai que eu não ficaria surpreso se fosse o próprio diabo na terra: Donquixote Doflamingo, o Rei de Dressrosa. Ele nunca foi realmente um pirata domado pela Marinha, e isso sempre foi tão óbvio. Me choca que confiavam cegamente nele, como se o temessem de certa forma, quando ele era um homem tão traiçoeiro quanto qualquer pirata que navegasse pelos mares mais pacíficos, pela Grand Line e até mesmo pelo Novo Mundo.
- Por que a Lis ficou lá fora? Bota ela aqui também, pô! Shishishishi! - Mugiwara-ya realmente parecia disposto a quebrar o clima tenso e pesado com uma pergunta tão tola quanto ele.
- Porque ela é um presente.
- "Um presente"? - Nico Robin ergueu-se um pouco, quase chegando a se levantar de onde estava para se aproximar das grades da cela.
- Um presente para o Joker.
Se já estavam surpresos com a revelação de quem estava por trás da maior rede de tráfico de drogas e armas, além de ser o dono do maior comércio de venda de escravos do mundo, a notícia de que a pirralha acabaria se tornando uma estatística nesse meio pareceu deixar os Chapéus de Palha ainda mais atônitos. Se não fossem pelas correntes de kairouseki que os prendiam, tenho quase certeza de que apenas essa frase teria sido suficiente para que o Mugiwara-ya arrebentasse essa cela com um único soco e Nico Robin partisse o corpo de Vergo ao meio como se fosse um simples graveto.
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