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━━ 𖥔 ִ ་ ،𝟭𝟱. 𝗙𝗶𝗺 𝗱𝗼 𝗮𝗰𝗼𝗿𝗱𝗼!

━━ Arquipélago Sabaody, Grand Line ; próximo a Red Line.

Quando Law terminou de ler, ele apenas lançou um olhar curioso para Elisabette, que estava calada e com um misto de confusão e espanto em seu semblante, encarando-o em silêncio - nem mesmo o som de sua respiração podia ser ouvido por ele. Desde que a conhecera, aquela havia sido a primeira vez em que a via tão quieta e assustada, como se tudo o que ele tivesse lido para ela fosse a coisa mais chocante do mundo ao ver dela. Os olhos da mais jovem encontraram os dele novamente e, assim como na primeira vez em que seus olhares se cruzaram, apenas o silêncio reinou naquele momento.

Elisabette não sabia o que pensar, nem como deveria reagir. Todas as palavras de Gan Fall a pegaram de surpresa, sem que ela sequer tivesse tempo para processar quando tudo veio tão repentinamente. Seu coração acelerou, sua pele empalideceu, seus olhos se arregalaram e ela encolheu os ombros, completamente tomada pelo choque de tantas revelações que vieram como um bombardeio em sua direção.

Então, afinal, foi ela quem sempre o afastou? Era ela a culpada por nunca ter descoberto nada antes, por simplesmente impedi-lo de tentar se aproximar? Mas ela nunca soube, ninguém jamais lhe contara nada, nem seu pai ou sua mãe quando ainda estava viva. Tudo que foi dito era que nunca deveria permitir que Gan Fall se aproximasse ou tentasse tomar o Templo Sagrado. Sempre deveria expulsá-lo quando ele tentasse entrar e, se possível, matá-lo sem hesitar ou questionar os motivos. Ela apenas... deveria ceifar sua vida e fazer jus ao título pelo qual era chamada, "O Anjo da Morte".

Sem dizer nada, seus olhos se desencontraram e ela encarou a carta na mão de Trafalgar, mordendo lábios com força para conter a vontade de gritar histericamente e chorar como uma criança em desespero depois de um susto daqueles.

Com cuidado, o maior colocou o papel no colo dela e optou por continuar em silêncio, pois não tinha o que dizer e não compreendia o quão grave era aquela situação, tampouco como poderia ajudá-la. Sinceramente, nem mesmo tinha vontade de fazê-lo e, na calada daquela noite, ele agradeceu por ela não ter dito nada e ter se aquietado novamente, embora o motivo não tenha sido dos melhores. Voltando a fitá-la, Law pôde observá-la mais de perto naquele momento, notando seu rosto cansado e a ingenuidade que ainda habitava em seu olhar. Ele suspirou, lembrando-se de si mesmo quando ainda era uma criança, anos antes de sofrer o que sofreu em Flevance.

- Tem outra coisa aqui no envelope... - o Cirurgião da Morte sussurrou, com a rouquidão de sua voz sendo a única coisa que fez a garota de cabelos platinados voltar a si.

- O que é?

- É uma fotografia. - ele retirou o papel de dentro e deu uma olhada, ficou em silêncio para ler e depois olhou para Elisabette. - Tem mais um texto aqui.

- Você... - hesitou um pouco, desviando o olhar por alguns segundos, mas logo retornou ao contato visual. - Você poderia ler para mim?

O moreno a encarou com frieza - seu comportamento habitual -, mas algo dentro dele o instigava a não negar seu pedido. Afinal, seria apenas mais uma simples leitura; tinha como a situação piorar do que já estava e o clima se tornar ainda mais tenso? Em silêncio, Law assentiu ao pedido da mais jovem, lendo mais uma vez o recado escrito atrás do papel da fotografia em suas mãos. Após respirar fundo, imaginou que aquilo provavelmente seria outro golpe para a garota, considerando a expressão que ela fez enquanto ele lia a carta. Talvez tudo aquilo fosse de fato algo extremamente importante e doloroso para ela. No entanto, por que deveria se importar com como ela se sentia? Eles não eram amigos, tampouco colegas. A relação deles apenas existia por um acordo e nada mais, então não havia motivo para tanta hesitação da parte dele.

"Este é uma fotografia de Freyja, sua mãe, quando ela tinha aproximadamente a sua idade. Vocês possuem uma notável semelhança, embora a maioria dos seus traços físicos tenha sido herdados de seu pai. No entanto, sua fisionomia ainda reflete parcialmente os atributos de sua mãe; seus lábios e seu nariz são idênticos aos dela, assim como seu cabelo. Embora possa parecer uma sutileza, ainda assim há uma semelhança notável entre vocês."

Assim que ele havia terminado de ler, Elisabette tomou a foto das mãos dele para encarar o rosto de sua mãe, cuja imagem há muito tempo havia esquecido. Os detalhes de seu semblante, o formato de seu nariz, seus lábios, a cor de seus olhos e até mesmo o comprimento de seus fios platinados, semelhantes à prata; nada disso ela conseguia lembrar. Ter aquela imagem em suas mãos foi como trazer à tona todas as memórias que tinha da mulher, de todas as vezes em que estiveram juntas até o seu último suspiro, quando caiu em seu colo com o coração esfaqueado.

O peito dela apertou, suas órbitas arderam e seu nariz ameaçou entupir; a vontade de chorar entalou em sua garganta quando finalmente conseguiu reconhecer Freyja na fotografia. O azul de seus olhos contrastou com o vermelho de suas escleras, fazendo-a respirar fundo e levantar imediatamente da cama, caminhando para a varanda para tomar um ar fresco e evitar chorar, pois chorar era coisa de criança.

Trafalgar Law nada disse; optou novamente por ficar calado e apenas observou quando a garota levantou e caminhou para fora do quarto. Ainda se sentindo intrigado, ele leu a carta novamente e aquele nome, "Skypiea", ficou martelando em sua cabeça, tentando lembrar onde e quando já tinha escutado aquele nome antes, lendo e relendo o nome daquele lugar várias e várias vezes.

E, como um flash de memórias que ele não queria que viesse naquele momento, o moreno lembrou imediatamente onde, quando e quem havia lhe falado sobre o tal lugar, Skypiea.

Havia sido Corazón, há muitos anos, quando ainda era vivo, quem lhe contara sobre a existência de ilhas que ficavam acima do céu, onde havia pessoas que moravam em nuvens, vivendo em um mar branco e coisas assim. Naquela época, ele não acreditou, achava que eram bobagens e, obviamente, para ele não passava de uma lenda. Entretanto, agora, com aquela carta em sua mão, após ler aquelas palavras e começar a juntar os pontos ao encarar as costas da platinada e observar com mais atenção as asas que ela tinha, ele viu que, no fim, Donquixote Rosinante não havia contado nenhuma bobagem apenas para impressioná-lo ou fazê-lo esquecer a doença pela qual estava sucumbindo aos poucos.

Enquanto ele refletia ao lembrar dos poucos meses em que viveu próximo a Corazón, Elisabette estava absorta em seus pensamentos, segurando com força a fotografia em sua mão e pensando no que faria, no que diria e como iria lidar com tudo aquilo. Sentia seu estômago embrulhar ao pensar nas vezes em que foi agressiva com Gan Fall, nos dias e anos em que o odiou com todas as suas forças apenas porque Enel lhe disse que deveria. Também repudiou a si mesma por ter sido tão cega ao enxergar seu pai - um verdadeiro tirano - como alguém que pudesse e merecesse ter um título tão divino quanto o de Deus.

- Trafalgar-san.

- O quê? - ele levantou-se e caminhou até a varanda, parando ao lado dela e apoiando-se com os antebraços na grade.

- Você tem um isqueiro, não tem? - o olhar dela cruzou com o dele, franzindo o cenho no mesmo instante. - Pode me emprestar?

- Vai se matar incendiada, ô pirralha do bando do Chapéu de Palha? - ele riu ironicamente.

- Sim, vou me matar e levar você junto, Cirurgião da Morte.

- Tch... - deu de ombros. - Pega isso aqui. - ele pôs uma das mãos no bolso e retirou um isqueiro, entregando-o na mão da mais jovem.

- Obrigada.

- Não é nada.

Elisabette segurava o isqueiro com angústia, com seu olhar fixo na fotografia em suas mãos. Seu rosto permanecia inexpressivo, uma máscara impenetrável que ocultava qualquer vestígio de emoção. Com movimentos lentos, ela aproximou o isqueiro da borda da imagem. Uma pequena chama surgiu, envolvendo a fotografia gradualmente. E, enquanto as chamas consumiam o papel que continha a foto de Freyja, a garota de cabelos platinados mantinha-se serena, como se estivesse realizando uma tarefa rotineira, desprovida de qualquer sentimento.

Observando tudo em silêncio, o moreno tatuado sentia-se intrigado com a aparente indiferença da menor diante do que estava acontecendo. Ele não conseguia deixar de se perguntar sobre o que se passava em sua mente, sobre as motivações por trás de sua reação tão controlada diante de algo que, ao ver dele, deveria ser simbólico. Era como se ela estivesse desprendida emocionalmente da situação, agindo de forma imperturbável diante de algo que para muitos seria carregado de emoção. Enquanto as chamas devoravam a fotografia, Trafalgar percebeu que havia muito mais por trás da expressão inexpressiva dela do que ele poderia imaginar, e isso despertou uma curiosidade ainda maior em relação a ela.

- Então, você veio das Ilhas do Céu... - o maior disse, encarando-a pelo canto dos olhos. - Achei que fosse uma lenda.

- É bom que as pessoas continuem acreditando nisso... seria ruim se começasse a aparecer gente de fora para tentar... acabar com a paz deles... outra vez. - ela sussurrou, ainda encarando a fotografia sendo queimada em sua mão.

- "Outra vez"?

- É... complicado.

- Entendo. - vendo que não chegaria a lugar nenhum com aquele assunto, e também percebendo que ela não parecia à vontade para falar sobre isso, ele preferiu esquecer e deixar de lado.

Eles ficaram ali, na varanda, novamente ambos em silêncio, apenas escutando os sons que vinham dos manguezais próximos e observando o céu estrelado acima deles. Olhar para as estrelas lembrava Law de todas as noites em que escutava Corazón chorando por ele, tomando todas as suas dores para si, e isso o perturbava profundamente. Mesmo após anos, ele ainda se sentia culpado pela morte de seu mentor, o mais próximo que ele pôde ter de um pai após perder o seu, pelas mãos do Governo Mundial, que o assassinou junto de sua mãe, e depois ateou fogo no hospital onde sua irmã mais nova ainda estava escondida. Enquanto isso, Elisabette observava a lua, lembrando-se de que era ali que, talvez, seu pai poderia estar, onde, há muito tempo, ele dizia querer estar com ela.

Não eram amigos, companheiros ou colegas; naquele momento, apenas toleravam a presença um do outro por motivos pessoais. Ela precisava de um lugar para ficar até a manhã seguinte, e ele sabia que, em algum momento, precisaria do dinheiro que ela estava oferecendo em troca de um espaço para dormir em seu quarto. Portanto, conversas mais íntimas e pessoais estavam fora de questão para os dois.

O silêncio falava por eles, e preferiam assim a fim de evitar falar o que não deveriam por conta de um impulso sentimental. A birkan ainda não conhecia o Cirurgião da Morte; o pouco tempo de convivência não fora suficiente para se aproximar, e ela se sentia incomodada por ele tê-la visto tão vulnerável e lido algo tão pessoal sobre si, o que acabou por dar a ele mais conhecimento sobre ela do que deveria. Querendo ou não, ela ainda não sentia confiança nele, apesar de ter sido "amigável". Da mesma forma, Law não a via com confiança; as palavras dela não transmitiam verdade, e ao olhar nos olhos dela, um alerta de "malandragem" surgia, fazendo-o duvidar e ponderar seriamente se ela, no final das contas, cumpriria sua promessa de pagar o dinheiro combinado.

• ʚĭɞ •

Na manhã seguinte, ao despertar, Trafalgar levantou-se e observou ao redor de seu quarto, imediatamente sentindo seu sangue gelar e seu corpo arrepiar ao perceber dois detalhes bastante inusitados: havia uma toalha molhada com água do mar amarrada em seu pé e tudo estava revirado. Sua bolsa estava aberta, suas roupas espalhadas pelo chão, a maleta de medicamentos caída com alguns comprimidos dispersos e potes de analgésicos derramados pelo piso de madeira - um grande desperdício. Além disso, havia bandagens sujas de sangue grudadas na parede. Porém, o que fez seu sangue congelar e ferver ao mesmo tempo foi perceber que Elisabette não estava mais presente.

- Aquela pirralha maldita... - murmurou. - Ela... ela não fez isso... - ponderou, desacreditado com o que estava diante de seus olhos.

Mesmo sentindo-se fraco pelo contato com a toalha molhada, ele a desamarrou de seu pé e a arremessou para longe. Rapidamente, levantou-se e foi até sua bolsa para verificar se ainda estava tudo lá, notando que uma blusa havia desaparecido, assim como seu dinheiro e, principalmente, o log pose.

Tomado pela raiva, começou a se perguntar onde estava com a cabeça ao se deixar envolver pela lábia da garota de cabelos platinados, quando aquele sorriso dela era claramente um alerta gritante de cinismo. Até o olhar daquela fedelha indicava que todo aquele jeito bobo dela era apenas uma fachada, então por que permitiu que ela o iludisse e baixou sua guarda? Além disso, quando foi que ele dormiu? Nem se lembrava em que momento foi para a cama ou o que aconteceu depois que foram para a varanda. "Aquela peste deve ter feito alguma coisa", ele pensou consigo mesmo, fechando os punhos com força e uma veia saltou em sua testa.

- Capitão! - ele escutou a voz de Shachi do outro lado da porta de seu quarto, seguido por algumas batidas. - Já viu o jornal de hoje?

- O que tem no jornal? - Trafalgar disse ao abrir a porta, com uma expressão séria em seu rosto.

- CAPITÃO, O QUE ACONTECEU!?

- Por que? - ele olhou confuso, franzindo o cenho e dando espaço para que seu companheiro entrasse no quarto.

- TEM UM BAITA DE UM HEMATOMA NA TUA FUÇA! - gritou, apontando na direção da bochecha dele.

Confuso e sem entender ao que Shachi se referia, o Cirurgião da Morte correu para o banheiro para ver seu reflexo no espelho. Ao se deparar com a marca roxa no lado direito de seu rosto, sua raiva aumentou ao recordar do exato momento em que ganhou aquele hematoma. Elisabette, sem mais nem menos, desferiu um soco extremamente forte em sua direção. Quando ele caiu, ela o asfixiou colocando uma mão em sua boca e a outra tampando seu nariz, subindo em cima dele para prendê-lo entre suas pernas e imobilizá-lo.

Tudo que ele lembrava antes de sua visão escurecer e perder a consciência devido à falta de ar, foi de vê-la sussurrando um pedido de desculpas e dizendo para ele "não levar aquilo para o coração, porque não era nada pessoal". E tinha como aquilo não ser pessoal? Inferno, ele a ajudou, e ela simplesmente retribuiu apagando-o para roubar o pouco que ele tinha de dinheiro? Maldita seja! Law sentia que, se a visse à sua frente, iria pegar o coração dela à força e esmagá-lo até que ela não suportasse mais a dor e morresse.

- O que você estava falando sobre o jornal? - o moreno saiu do banheiro.

- Ah, sim! O jornal! Bem... - ele retirou o jornal e entregou ao seu capitão, engolindo em seco. - Melhor ver com seus próprios olhos.

- Aham... - Trafalgar começou a ler a manchete indicada por seu subordinado e, no mesmo instante, arqueou uma sobrancelha com a notícia que estava lendo. - Isso claramente é mentira.

- Mentira? Você tem certeza!? Tem até uma foto do corpo dela!

- Essa pirralha não morreu. - afirmou.

- Mas...

- Ela não morreu. Essa notícia é falsa.

- Se você diz! - Shachi deu de ombros e pegou o jornal das mãos dele, guardando-o novamente.

- Leve os outros para tomar café da manhã, me encontro com vocês depois. - ordenou ao outro homem, que apenas assentiu em silêncio e se retirou.

Do outro lado do Arquipélago Sabaody, estava Elisabette, sentada na mesa do bar Olho da Cara. Com um copo de suco na mão e um prato de peixe grelhado no balcão em sua frente, a garota de cabelos platinados desfrutava de paz e tranquilidade, sentindo-se aliviada por ter conseguido chegar até Silver Rayleigh. Ela estava profundamente agradecida por Shakky ter sido tão gentil ao oferecer-lhe comida e bebida, além de ter cuidado dos curativos que ela havia colocado de qualquer jeito em seus ferimentos.

A mulher mais velha estava se divertindo com o bom humor da platinada, que falava bobagens e fazia perguntas inusitadas que a faziam rir com sua ingenuidade diante daquele novo mundo que o mar azul representava para ela. Olhando nos olhos azuis que brilhavam de excitação com as coisas que dizia, sobre as aventuras que viveu com os Chapéus de Palha, a antiga capitã das Piratas Kuja percebeu mais uma vez que havia escolhido a tripulação certa para torcer pelo sucesso. Adorava ver o entusiasmo que Elisabette tinha ao falar de Luffy, de como ele a havia salvo, amava como ela contava sobre as "aventuras extraordinárias demais para serem verdade" do grande capitão Usopp e achava graça na forma como ela era apegada a Robin e Franky, dizendo como gostaria de tê-los conhecido bem antes.

E, ao saber que a menor havia aprontado uma travessura com o chamado Cirurgião da Morte, não pôde evitar que uma gargalhada escapasse por seus lábios ao ver a maneira como ela debochava e tratava aquela situação como algo tão simples, quando era tão óbvia a encrenca em que havia se metido apenas por ser uma menina rebelde. Shakky levou a mão até o topo da cabeça da platinada e afagou seus cabelos, deslizando até o rosto dela e segurando sua bochecha enquanto sorria.

- Você é uma pimentinha, Bette-chan. - disse a mulher, ainda mantendo o sorriso amável em seus lábios delineados. - Não tem medo dele querer se vingar?

- Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão¹. - ela riu.

- Tem razão... mas de qualquer forma, seja cuidadosa, sim? Não vá arrumar mais problemas com os outros novatos, pequena.

- Obrigada pela preocupação! - agradeceu enquanto retribuía o sorriso. ‐ Prometo que vou sossegar.

- Certo, vou confiar em você, Bette-chan.

Enquanto Shakky voltava para a cozinha, Elisabette permaneceu no bar para terminar sua refeição enquanto pensava no que faria a seguir e como ou quando iria devolver todo o dinheiro que havia roubado de Trafalgar Law antes de ser surrada ou morta por ele. Afinal, ele com certeza estaria bravo com ela, não estaria? Sem sombra de dúvidas, e ela sabia muito bem disso. Até mesmo sentia alguns calafrios percorrendo sua espinha ao pensar em tudo aquilo e como, sem querer querendo, acabou agindo com ingratidão e quebrando o acordo deles sem dizer nada além de acertá-lo com um soco, e, de brinde, fazê-lo desmaiar por falta de oxigênio.

Dando de ombros, ela apenas riu nervosamente da tremenda enrascada em que havia se metido e voltou a comer, observando o movimento do bar e as pessoas que entravam e saíam o tempo todo. Também notou alguns murmúrios, inclusive um que chamou sua atenção a ponto de fazê-la engasgar e ter que beber seu suco rapidamente e bater no próprio peito para desentalar: um dos homens que estavam ali mencionou sobre a execução de Punhos de Fogo que aconteceria na tarde do próximo dia.

Quando ouviu isso, ela encarou o homem e o grupo ao qual ele pertencia, em uma mesa não muito longe do balcão do bar. Aquilo não podia ser verdade, podia? Portgas D. Ace foi entregue à Marinha e seria executado? O mesmo Portgas D. Ace que seu capitão havia mencionado várias e várias vezes, com tanto orgulho e admiração, que era seu irmão mais velho? Que era sua família? Esse mesmo Portgas D. Ace? Ela não conseguia acreditar naquilo. Como e quando isso aconteceu? Luffy já sabia disso? Era por isso que o cartão de vida de Ace estava queimando quando saíram de Thriller Bark? Então ele nunca esteve doente e sim, sendo torturado todo esse tempo por fuzileiros navais? Elisabette engoliu em seco.

- Com licença... - ela caminhou até a mesa. - Você disse... que o Ace vai ser executado amanhã à tarde? - perguntou com aflição, sentindo suor frio escorrer por sua testa.

- Sim, boneca! Aquele ordinário vai ter a morte que merece! - riu. - E será um grande evento, pois certamente desencadeará uma guerra entre a Marinha contra o Barba Branca!

- Uma guerra contra o Barba Branca? Por quê?

- Ninguém é louco para se meter com um dos filhos daquele velho, exceto a Marinha! Hahaha! - ele gargalhou mais alto, parecendo se divertir com a situação.

Aquilo foi o suficiente para ela, que não tardou em sair dali e correr para a cozinha onde Shakky estava preparando outras refeições, rapidamente encontrando a mulher na beira do fogão mexendo algo na panela. Assustada e sentindo seu coração batendo disparado no peito, a garota de cabelos platinados expirou e inspirou algumas vezes antes de conseguir se acalmar, tentando processar tudo o que havia escutado.

Elisabette não tinha conhecido Ace e sequer sabia da existência dos Chapéus de Palha quando estiveram juntos em Alabasta, mas o pouco que ouvira de Luffy sobre seu amado irmão mais velho foi o suficiente para fazê-la sentir uma dor no coração ao pensar em como seu capitão reagiria ao descobrir que ele seria executado e, se soubesse, o que faria. "Ele já deve ter parado em alguma ilha, certo?", ponderou consigo mesma, suas pernas tremendo enquanto suor frio escorria por todo o seu corpo, pingando no chão e formando uma poça ao imaginar inúmeras possibilidades de Monkey D. Luffy sendo capturado ou morto ao tentar salvar o irmão.

- Não... ele... ele não é tão idiota assim... - sussurrou, voltando a criar inúmeros cenários em sua mente.

Acontece que, querendo ou não, ela odiava admitir que sim, ele era sim idiota daquele jeito.

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