• ˖ 🎸 𖥻. 𝓒hapter 9
🎸. 𝓜ason's pov
O dia seguinte chegou trazendo uma sensação de leveza que Mason não sentia há tempos.Scarlett ainda pairava em sua mente como um feixe de luz em meio à escuridão, e ele se pegou sorrindo ao lembrar de suas palavras reconfortantes. Ele precisava disso ─── de alguém que não o julgasse, que simplesmente estivesse presente.No entanto, a vida em casa o aguardava, uma sombra que nunca se afastava completamente.
Ao entrar na loja, a rotina o acolheu como um velho amigo.Organizar as prateleiras e polir as guitarras tornou-se um ritual que o acalmava. No entanto, a ausência de clientes nessa manhã era palpável, e o silêncio começou a incomodá-lo. Ele estava ansioso para ver Scarlett novamente, mas ao mesmo tempo, havia uma parte de si que temia a vulnerabilidade que sua presença poderia trazer.
Por volta do meio-dia, a sineta na porta soou, e Mason olhou para cima, esperando ver o rosto familiar de Scarlett. Em vez disso, encontrou um grupo de garotos da escola, todos rindo e conversando animadamente enquanto entravam na loja.
─── Olha quem está aqui! — disse um deles, um garoto de cabelos bagunçados chamado Lucas, que Mason conhecia do colégio ─── O virtuoso das guitarras!
Mason forçou um sorriso, tentando manter a fachada de que estava tudo bem. O grupo parecia animado, mas a presença deles despertou um desconforto em Mason. Aquelas interações lembravam-no de como ele se sentia alienado na escola, sempre isolado em seu mundo de música e silêncio.
─── O que você está fazendo,cara? ─── perguntou Lucas, olhando ao redor.
─── Apenas organizando a loja ─── Mason respondeu, sua voz soando mais distante do que pretendia.
Os meninos começaram a testar algumas guitarras, fazendo barulho, rindo e competindo para ver quem conseguia tocar as notas mais altas. Mason observou por um momento, seu coração pesado. Ele queria se juntar a eles, rir e se divertir, mas a ideia de se expor o intimidava. As lembranças de Odelia e a dor que a música trazia o mantinham à margem.
─── Você tem que tocar algo pra gente, Mason! ─── Lucas insistiu, quase desafiando-o.
Mason hesitou. Tocar diante de outras pessoas era uma perspectiva assustadora. Cada nota vinha com um peso, uma responsabilidade que ele não queria carregar. Mas a pressão estava aumentando, e ele sentiu os olhares dos outros garotos sobre ele.
─── Ah, vai! Não é tão difícil! ─── gritou um dos outros, rindo ─── Você sempre tocou bem!
Mason engoliu em seco, a adrenalina começando a se misturar com o medo. Ele hesitou, mas acabou se dirigindo a uma guitarra que estava exposta em um suporte próximo. Com mãos trêmulas, ele a pegou e se sentou, sentindo o calor da expectativa no ar.
─── Vamos lá, Mason! Mostre o que você tem! ─── Lucas incentivou.
Ele respirou fundo, tentando acalmar a tempestade dentro de si. Assim que os dedos tocaram as cordas, ele se perdeu na música. As notas fluíram, e, por um momento, a pressão e o medo se dissiparam. Era como voltar a casa. Ele tocou uma melodia simples, algo que sempre lhe trouxera conforto.
Os risos dos garotos se transformaram em aplausos animados, e Mason se sentiu surpreso com a resposta. O som das palmas trouxe um leve sorriso ao seu rosto. Ele percebeu que, embora ainda se sentisse um estranho entre eles, a música tinha o poder de conectar.
Após a apresentação, Lucas bateu nas costas de Mason.
─── Você é um gênio! Sério! Por que não toca mais vezes? Você devia fazer um show!
Mason riu nervosamente, o coração batendo forte. Aquela interação o deixou dividido. Por um lado, ele estava grato pela aceitação momentânea; por outro, a ideia de um show fazia sua barriga revirar.
─── Vamos com calma, né? ─── respondeu, tentando desviar do assunto.
O grupo continuou a tocar e brincar, mas Mason se afastou um pouco, sentindo-se vulnerável novamente. Ele se permitiu por alguns minutos, mas assim que os garotos saíram, a realidade voltou com tudo. O silêncio na loja se fez presente, e ele se lembrou do que estava realmente enfrentando.
A hora do almoço se aproximava, e Mason decidiu que precisava de um tempo ao ar livre. Ele sentiu a necessidade de respirar um pouco, de processar tudo o que estava acontecendo. Então, pegou sua jaqueta e saiu da loja, caminhando em direção ao parque, o mesmo lugar onde havia se encontrado com Scarlett.
Quando chegou, o sol brilhava alto, e as folhas das árvores dançavam com a brisa. Ele caminhou até um banco e se sentou, fechando os olhos e permitindo-se relaxar. Era bom estar ali, longe das responsabilidades e das memórias pesadas. Mas, assim que sentou, a imagem de sua mãe surgiu em sua mente, mais intensa do que nunca.
Odelia era uma artista brilhante, e Mason sempre se lembrara dela em seus melhores dias. Ele se viu recordando-a em cima de um palco, rodeada por fãs, com um sorriso que iluminava seu rosto. Mas esse mesmo sorriso agora era uma lembrança triste, pois ele sabia o que aconteceu depois. Como o álcool a consumiu, tirando sua paixão e, eventualmente, a sua vida.
─── Mason?
Ele abriu os olhos e viu Scarlett se aproximando, sua expressão preocupada.
─── Oi ─── ele respondeu, tentando esconder o que estava sentindo.
─── Você estava perdido em pensamentos ─── disse ela, sentando-se ao seu lado ─── Estava esperando que não estivesse se afundando em problemas de novo.
Mason sorriu levemente, mas a preocupação de Scarlett era palpável.
─── Só pensando sobre... tudo ─── ele respondeu, sua voz falhando ligeiramente.
─── É normal se sentir assim. Às vezes, precisamos de um tempo para processar, você sabe?
Mason olhou para ela, admirando como Scarlett parecia entender sem precisar de muitos detalhes.
─── Eu só não sei como lidar com isso...Sabe?Com tudo ─── ele admitiu, finalmente se permitindo ser vulnerável.
Scarlett ficou em silêncio por um momento, como se estivesse considerando suas palavras cuidadosamente.
─── Ninguém espera que você seja forte o tempo todo. É ok sentir medo e dor. Você não precisa enfrentar isso sozinho, Mason. Pode contar comigo.
As palavras dela ressoaram profundamente dentro dele. Mason se permitiu respirar um pouco mais fundo, e, enquanto a tensão começava a se dissipar, ele se sentiu mais leve.
─── Eu só queria que as coisas fossem diferentes ─── confessou, a voz quase um sussurro.
Scarlett se aproximou, colocando a mão suavemente em seu braço.
─── Não sei como é passar por isso, mas eu posso imaginar que é difícil. E você não precisa carregar isso sozinho. Você tem amigos que se importam, e eu quero estar aqui para te apoiar.
Mason olhou para ela, seu coração aquecendo com a sinceridade nas palavras dela. Ele percebeu que, embora a dor de sua mãe ainda o consumisse, havia um espaço onde Scarlett poderia entrar e, de alguma forma, iluminar suas sombras.
─── Obrigado ─── ele murmurou, sua voz cheia de gratidão.
─── Quer fazer algo para distrair? Podemos ir a um café ou dar uma volta pela cidade ─── sugeriu Scarlett, com um brilho em seus olhos.
─── Vamos ao café. Preciso de um café ─── Mason respondeu, sentindo-se aliviado ao aceitar a oferta.
Eles se levantaram e caminharam juntos em direção ao café mais próximo. A conversa fluiu naturalmente, e Mason se sentiu mais leve enquanto falavam sobre coisas normais ─── suas músicas favoritas, os planos para o fim de semana e até mesmo os pequenos dramas da escola.
O café estava movimentado, e a atmosfera vibrante parecia trazer um sopro de vida para Mason. Ele pediu um cappuccino, e Scarlett pediu algo doce, talvez para contrastar com o que Mason carregava. Eles encontraram uma mesa ao ar livre, onde puderam aproveitar o sol e a energia das pessoas ao redor.
Conforme conversavam, Mason se deu conta de como estava se permitindo abrir-se. Ele estava rindo mais, sua ansiedade começando a se dissipar. Scarlett parecia ser uma lufada de ar fresco em sua vida. O simples ato de estar com alguém que se importava fez com que ele esquecesse, mesmo que por um breve momento, a carga que carregava.
─── Você tem alguma música nova em mente? ─── Scarlett perguntou, inclinando-se para a frente, interessada.
Mason hesitou, sua mente indo rapidamente em direção às memórias de Odelia, mas ele não queria que isso interferisse naquele momento. Ele não queria trazer a tristeza de volta. Então, decidiu se abrir, mas de uma maneira diferente.
─── Na verdade, eu tenho algo em mente. Um riff que tenho trabalhado. É algo mais leve, mais divertido ─── disse ele, um sorriso se formando em seu rosto.
Scarlett sorriu, seu rosto iluminando-se com entusiasmo.
─── Adoraria ouvir! Você pode tocar para mim depois?
Mason assentiu, o coração aquecendo com a ideia. O fato de que ela estava interessada o fazia sentir-se mais confiante. No entanto, o clima leve logo deu lugar a um novo tipo de ansiedade quando Scarlett mudou de assunto.
─── Ah, e eu quase me esqueci! ─── ela disse, um brilho nos olhos ─── O que você acha de ir a uma festa no sábado à noite? É na casa do Alex, um amigo meu. Vai ter muita gente, música e um monte de coisas legais.
Mason sentiu o estômago revirar. Uma festa? O convite parecia inofensivo, mas a ideia de estar cercado por uma multidão de estranhos o deixava inquieto.
─── Eu não sei... ─── começou ele, hesitante ─── Multidões não são muito a minha praia.
Scarlett franziu a testa, claramente desapontada, mas ainda assim encorajadora.
─── Ah, vai ser divertido! Não precisa se preocupar, eu vou estar lá. E quem sabe, você pode até tocar algo se se sentir à vontade! ─── ela disse, piscando para ele de maneira provocativa.
Mason soltou um riso nervoso, mas a ideia de tocar na frente de pessoas que não conhecia o fez sentir-se ainda mais ansioso. Ele sempre se sentia mais seguro quando estava sozinho ou em pequenos grupos, onde poderia controlar o ambiente. Multidões significavam olhares, expectativas, e uma pressão que ele não estava certo de que poderia suportar.
─── Eu não sei se sou o tipo de pessoa para isso, Scarlett ─── ele admitiu, a voz um pouco mais baixa ─── Eu... eu não me dou bem em festas. Sempre fico deslocado.
Scarlett inclinou-se para a frente, a expressão de compreensão no rosto.
─── Eu entendo, Mason. Mas a vida não é só sobre se sentir confortável, às vezes precisamos sair da nossa zona de conforto. E a festa vai ser uma ótima maneira de nos divertirmos e relaxarmos um pouco.
Ele a observou, suas palavras ressoando dentro dele. O desejo de se conectar e de se abrir estava ali, mas o medo de ser exposto e de enfrentar a multidão o dominava. Ele queria ser a pessoa que ela via, aquela que se permitia viver e sentir a vida em toda a sua plenitude. Mas, ao mesmo tempo, havia essa barreira, um limite que parecia impossível de transpor.
─── Não prometo nada, mas posso pensar a respeito — respondeu ele, tentando ser honesto.
Scarlett sorriu, satisfeita com a resposta, e Mason sentiu uma onda de alívio. Ao menos ele não havia dito um não absoluto. Ele se sentiu mais leve, como se o peso da decisão não estivesse apenas sobre seus ombros.
Eles continuaram a conversar e a rir, Mason se permitindo relaxar na companhia dela. O tempo passou voando, e ele estava surpreso ao perceber que havia se divertido genuinamente. A ansiedade sobre a festa ainda estava lá, mas era mais fácil de suportar quando ele estava com Scarlett.
Conforme a tarde se transformava em noite, eles decidiram voltar para a loja, onde Mason teria que lidar com seus pensamentos e emoções.
─── Olha, Mason, se você decidir ir à festa, prometo que estarei ao seu lado o tempo todo. Você não estará sozinho ─── Scarlett disse enquanto caminhavam, sua voz suave e reconfortante.
Mason assentiu, agradecendo por sua compreensão. O convite ainda o assustava, mas ele sabia que, com Scarlett ao seu lado, talvez pudesse enfrentar seus medos.
─── Obrigado, Scarlett. Significa muito para mim ─── ele disse, sentindo-se um pouco mais forte.
Assim que chegaram à loja, Mason voltou ao seu espaço habitual, organizando algumas guitarras e refletindo sobre o dia. As memórias de sua mãe e as sombras que a cercavam não desapareceriam do dia para a noite, mas, talvez, a presença de Scarlett pudesse ajudá-lo a encontrar uma maneira de lidar com isso. Ele olhou para a guitarra no canto, sentindo uma familiaridade que estava ansioso para reencontrar.
Enquanto o sol se punha, colorindo o céu de laranja e rosa, Mason percebeu que a vida ainda tinha muito a oferecer. Com um pouco de coragem, ele poderia começar a abrir as portas que havia trancado. Ele só precisava dar o primeiro passo.
Mas, ao mesmo tempo, o desafio da festa ainda o aguardava, uma montanha a ser escalada. E, se houvesse uma chance de ver Scarlett novamente, talvez valesse a pena tentar. Afinal, a música não deveria ser uma sombra, mas uma luz a guiá-lo.
🎸. 𝓢carlett's pov
Naquela noite, após se despedir de Mason, Scarlett não conseguia parar de pensar nele. A conexão que sentia era especial, algo que ela não experimentava com frequência. Quando ele falava sobre música, seus olhos brilhavam de uma maneira que a deixava fascinada. No entanto, havia uma tristeza em Mason que ela não conseguia entender totalmente.
Enquanto se preparava para dormir, Scarlett refletiu sobre a festa. O Alex era um dos amigos mais divertidos que ela conhecia, e sabia que a festa seria uma explosão de energia, risadas e, quem sabe, um pouco de romance. O fato de Mason hesitar a preocupava, mas ela estava determinada a fazer com que ele se sentisse confortável.
─── Ele precisa saber que não está sozinho ─── ela murmurou para si mesma, determinada a apoiá-lo ─── Todos nós temos nossos demônios, e é por isso que somos amigos, para ajudar uns aos outros.
Enquanto as horas passavam, Scarlett decidiu que, no sábado, faria de tudo para garantir que Mason se sentisse à vontade. Com uma ideia em mente, ela se deitou, a expectativa de vê-lo novamente fazendo seu coração acelerar.
Se ele não estava pronto para enfrentar a festa agora, talvez um dia ele estivesse. Mas, por enquanto, ela faria o possível para mostrar a ele que a vida era feita de momentos compartilhados, de música e de amor.
PEGA LANCEI LOGO DOIS CAPÍTULOS ESSA SEMANA HAHAHAHAHAHAHAHAAHAHHAAH
desculpa pelo
comportamento pessoal 😍
enfim,esse capítulo deu 2270 palavras!
pra compensar o de 1000 e pouquinhas de quinta!
espero que gostem!beijosss!
XOXO,BIA 💋
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