な! ☆★ 𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗡𝗜𝗡𝗘 :    𝖾𝗑𝗂́𝗅𝗂𝗈.

QUANTAS VEZES VOCÊ JÁ VIU ESSE FILME ANTES? talvez fosse uma pergunta que se quer consiga responder. sua cabeça já estava martelando, enquanto seus olhos estavam vidrados na cena à sua frente.

você sabe que não devia doer, sabe que não devia se importar. vocês já não namoram mais e você se culpava por isso. se culpava por ter deixado mahito ir. talvez uma parte sua, aquela, de 16 anos ainda existisse.

yuuji concordou em levar o avô, que estava passando mal, para casa e deixou você com nobara e maki, que estavam aos beijos e aoi e toge. entretanto, seus olhos não sairam do seu ex-namorado desde que itadori partiu.

ficar no mesmo ambiente que ele estava tirando todo o ar dos seus pulmões, sua olhos lutavam fortemente contra todas as lágrimas que queriam ser liberadas. sem hesitações, você aproveitou a distração de todos na mesa e se levantou, indo até o banheiro dos fundos para chorar sozinha, como sempre.

novamente a questão vinha a sua mente, enquanto você se trancava na cabine. quantas vezes você já viu esse filme antes? sem resposta novamente, mas você sabe que odiava o final. toda a dor, todo o ódio, toda a angústia que um dia foram amor vieram a tona e você finalmente libertou as lágrimas e os soluços que segurava.

você não o amava mais. entretanto, seu coração se acostumou com as mentiras, os abraços, os beijos recheados de manipulação que preenchiam seu peito com conforto. sua mente não queria se desgrudar dos resquícios do "amor" que ele teve por você.

todo o sacrifício por alguém que a substituiu em dias, você nunca se sentiu tão patética. a gravidade parecia oscilar, assim como sua respiração. seus batimentos cardíacos acelerados, suas mãos trêmulas. isso é o amor?

três batidas na porta da cabine foram o sufiente para que você se limpasse e abrisse, fazendo seus olhos [cor] arregalaram-se ao vê-lo na sua frente, a feição séria e a bebida em uma das mãos lhe deram um leve deja vu.

— eu preciso falar com você. — ele disse enquanto você saia da mesma cabine, estendendo uma das mãos para enxugar uma lágrima que desceu involuntariamente pela sua bochecha. — ela não é nada 'pra mim, [nome], você não precisa chorar.

as palavras mais mentirosas e reconfortantes que você já ouviu, saíram pelos lábios dele, entretanto... você já não tinha mais duvidas sobre não serem verdade. — por que você beijou ela na minha frente? — perguntou, afastando a mão dele de sua pele.

mahito suspirou e coçou a nuca, como se tivesse esbarrado em alguém. ele não se importava. — foi só um beijo e você 'tava com aquele cara. — justificou, arranjando uma desculpa para os atos dele. — ele é o cara que foi te buscar de moto?

— o que isso importa? — você disse relutando contra suas lágrimas, sabia que não conseguia rebater as palavras dele por muito tempo sem chorar.

— vou te perguntar mais uma vez, dessa vez, mais claro.  — ele segurou seu braço com brutalidade, fazendo-a assustar-se e sentir o hálito de bebida e maconha que vinha dele quando a aproximou. — você conheceu ele á duas semanas e já tá trepando com ele? que rápida, eu não esperava menos.

aquelas palavras simplesmente te destruíram. você não consegue mais se entender, ele te via como uma vagabunda, mas não era como se você não soubesse. ele já te deixou isso claro tantas e tantas vezes.

as lágrimas dessa vez, se quer foram seguradas, você tentava se libertar daquele aperto, daquele olhar acusador, mas parecia ser uma prisão. se fosse amor, não estaria doendo, estaria?

— para, por favor... — sua voz saiu como um sussurro enquanto seu olhar fitava o dele. essa frase já foi dita tantas vezes. quando ele te arrastava para fora das festas, quando te prendia contra alguma porta quando estava bêbado e se forçava contra o seu corpo, quando te machucava.

qual foi a última vez que você se quer sentiu prazer fazendo sexo com ele? você nem mesmo se lembrava. ele sempre te fez se sentir como nada. pequena, sem perspectiva. ele sempre te fez acreditar que o que ele sentia era importante mas seus próprios sentimentos não.

— [nome]? — a voz de yuuji chamou sua atenção para o rapaz, que tinha o cenho franzido levemente irritado para o platinado que segurava seu braço. — solta ela.

— ah... e por falar nele... — mahito debochou, soltando você que rapidamente foi segurada por yuuji, enquanto o platinado dava alguns passos para trás, ainda olhando para itadori, que tinha apenas a vontade de ir atrás dele e soca-lo até cansar. — te vejo depois, [nome].

assim que ele saiu do banheiro, o olhar de yuuji se voltou á você, se transformando num calmo e preocupado, ele ainda segurava seus braços, entretanto, o toque era completamente diferente. — você quer ir 'pra casa? eu posso te levar...

sem pensar duas vezes, você acenou em afirmação, ainda com as palavras de mahito na sua cabeça.

ELE TE LEVOU ATÉ O SEU PRÉDIO, E PELA QUANTIDADE DE PREOCUPAÇÃO DELE E A BEBIDA NO SEU CORPO, até o seu apartamento, qual destrancou após sua permissão e entrega da chave.

te sentando no sofá, itadori correu até o filtro da sua cozinha e pegou um copo d'água gelado, te entregando este enquanto se sentava ao seu lado, corajosamente, tocando sua testa e tirando alguns fiapos [cor] de cabelo. — você precisa tomar um banho. — você acenou com as palavras dele e dirigiu seu olhar para uma caixa com apenas um cigarro, sendo impedida pelo mesmo, que agarrou seu pulso com cuidado. — você não precisa desse cigarro... vem, eu te coloco na cama.

— espera... a nobara... — você tenta intervir, com óbvia hesitação para que ele te levasse ao seu quarto e sentiu um leve conforto quando yuuji lhe deu um leve sorriso.

— eu não vou fazer nada com você... eu prometo. — ele te estendeu o dedo mindinho e após segundos de hesitação, você entrelaçou o seu com o dele.

— tudo bem...

𓈃𓈃 sem palavras.

𓈃𓈃 obrigada por ler até aqui!! obrigada pelos 6k de leitura, vocês são foda. <3