Vida e obra: Severo Snape - Parte 7 - Final
- O que você ouviu. - Ele respondeu com segurança e tranquilidade.
- Milord...- Murmurou Severo controlando o semblante e a respiração. - Receio que minha opinião seja desnecessária. - Nem eu nem ele soubemos de onde surgiu inteligência e força para responder. - Acredito que seu julgamento é mais ... relevante.
- Hum... Severo, Severo... - Respondeu Voldemort suspirando.- Você está certo. Tanto faz, - murmurou com segurança analisando sua varinha. - eu vou matar todos eles.
Meu Deus.
Sinceramente, não sei porque Snape ficou tão atordoado em choque. Todas as reuniões com os Comensais, eram eles se gabando de quantos haviam matado, ludibriado e conquistado. Snape sabia com quem estava lidando.
Mas algo nele mudou, ele reuniu forças de onde não existia para ir até a única pessoa que poderia lidar com isso: Alvo Dumbledore.
Já que suas lareiras estavam conectadas, ele sem cerimônia ou aviso , foi para Hogwarts segundos depois de sair da Mansão Lestrange.
- Senhor! - Exclamou Snape pulando até a sala do diretor, sem nem cumprimentá-lo. - É urgente!
Dumbledore estava lendo um livro sentado em sua majestosa cadeira atrás da sua mesa, e não esboçou reação alguma com a chegada afoita.
- Diga. - Foi só o que ele pediu ajeitando os óculos.
Snape não tinha pensado em nada de início, ele apenas decidiu apenas por expressão numa ação tudo que sentiu naqueles minutos atordoantes: ele levantou a manga da blusa e mostrou a Marca Negra.
Ai sim, Dumbledore esboçou uma expressão de decepção junto a um bufar.
- Por Merlin... - Ele resmungou coçando a testa. - Eu tentei não jungar essa possibilidade.
- Senhor, eu não tenho o direito de servir em Hogwarts, eu não posso continuar com isso, não tenho honra nem merecimento de estar aqui ... - e começou a arfar de nervoso olhando para os quadros.
Dumbledore jogou o livro sobre a mesa e suspirou novamente, observando Snape com uma cara de decepção muito perceptível, mas ele parecia estar pensando também.
- Você pretende falar mais alguma coisa, Severo? - Indagou o diretor com incomodo.
- Sim! - Ele quase gritou se debruçando na mesa. - Ele vai matar o Potter, os Longbottom - ele engoliu seco e começou a brilhar de suor e seus olhos começaram a marejar - ele quer matar Lilian e a Alice... elas estão grávidas ...
- Severo Snape - falou o diretor com uma voz mais alta firmando a postura na cadeia - me conte tudo agora. - ele ordenou com raiva no olhar mas com uma voz firme.
Snape de pé, andando de um lado ao outro, não parava de coçar a cabeça explicando; do Issac, das conversas, das reuniões, da profecia que ouviu...
- Issac Gibbon recruta... - murmurou o diretor pensativo olhando para o chão - Hernesto vai ficar arrasado.
- Acredito que já saiba, senhor. Issac me contou a desconfiança do pai...
Dumbledore se levantou em silêncio e ficou andando lentamente de lado ao outro. Acariciou sua Fênix, foi até a janela, olhou algo lá em baixo. Tudo isso enquanto Snape previa o pior o tempo inteiro.
- Senhor. - Chamou Severo. - O senhor deve me denunci...
- Eu estava me perguntando - comecou o direito a falar ainda andando, só que agora atrás da sua mesa.- Porque você realmente me procurou?
- Preciso que os alerte, preciso que os protejam, que façam tudo que for possível para preservar a vida da Lilian... e da Alice.
- Hum. - Resmungou o Diretor parando próximo a mesa olhando para ele. - Você veio por causa dela, não é? - Acho que ele se referia a Lilian.- Imagino que se fosse só a Alice, você não se importaria.
Pois é.
Snape começou a derramar lágrimas em silêncio arregalando os olhos para o chão.
- Eu nunca quis essa merda! - Ele exclamou com os punho cerrados forçando fechar os olhos. - Eu nunca pedi pra entrar eu não sabia no que eu estava metendo, só sei que eles me respeitaram... - ele suspirou olhando para o diretor - eles me deram valor e as coisas começaram a mudar...
Dumbledore fez uma expressão triste.
- Talvez seja minha culpa - indagou o Diretor se sentando, ele parecia sincero - sei que eles buscam pessoas solitária, ingênuas, quanto maior a ambição e menor a família, mais interessante fica ao olhar deles e eu me aproximar de você...
- Eu poderia ter me negado!
- Talvez, Severo, Talvez. - Questionou Dumbledore com uma voz mais tranquila - Mas poderiam ter te matado. - E bufou - As vezes nos afeiçoamos a quem nos causa medo. E... É uma pena ter poucas pessoas boas na Sonserina, você só teve a chance de conhecer o pior das pessoas, não é mesmo? - E o diretor com lábios cerrados e olhar por trás do óculos meia lua concluiu - é culpa minha também, eu deveria ter sido melhor ou nem ter me aproximando, eu deveria ter previsto...
- Deveria me denunciar!
Eu também não estava entendendo essa compreensão toda do Dumbledore.
- Você sabe porque eu não fiquei muito tempo como Chefe da Suprema Corte de Bruxos? - Perguntou o diretor olhando para cima, refletindo ou lembrando de algo.
Snape ficou confuso, não entendeu a pergunta.
- Senhor? - Indagou desconfiado, mas o diretor esperava uma resposta. - O profeta diário especulou a sua idade e falta de habilidade social em lidar com tantas regras e reuniões...
- Especulações, é claro. - Interrompeu o diretor suspirando com um sorriso conformado. - Tive algumas divergência na forma de lidar com as leis, com as regras da magia, com a forma de conduzir as diversas investigações... Então... - E entrelaçou os dedos sobre o peito. - Não vou denuncia-lo.
- Então eu me entrego... - Falou Snape indo até a lareira.
- Pare! - Exclamou o Diretor se levantando. - Você não vai.
- O que?
- Eu ainda preciso de um professor de poções. - Ele falou calmamente, aparentemente com cinismo.
- Está louco?
Sempre foi, Snape. Sempre soubemos disso.
- Dumbledore? - Severo o chamou , já que o diretor parecia pensativo.
- Eu acredito - e tomou fôlego e postura - que você pode ser espião para mim.
- Para você?
- Para a Ordem. A Ordem da Fênix.
A partir daqui já sabemos em que fim deu.
Snape aceitou e Dumbledore prometeu proteger os Potter e Longbottom.
Severo soube que Lilian deu à luz no final de Julho daquele ano, e que escondida, tudo tinha dado certo, porém, Voldemort ainda os procurava.
Amargurado, Snape passou noites em claro preocupado. As aulas começaram e ele teve que aprender a conviver com esse medo o torturando a todo momento e ser um professor.
Ele queria ser o primeiro a saber de qualquer pista, se aproximando discimuladamente de Voldemort que se mantinha silencioso e ainda mais misterioso. Nenhum dos seus seguidores dizia uma única palavra sobre isso; a pista tinha que ser clara e absoluta estrita e individual, aquele monstro não compartilhava esse assunto em grupo, ele se tornou um assombro.
Snape ouviu um diálogo estranho entre alguns seguidores, o sobrenome Black foi mencionado e Snape questionou um grupo de Comensais, numa noite de reuniões na Mansão Lestrange.
- Vocês falaram sobre o Black? - Perguntou firme e inocentemente Snape.
Lastrange o encarou com censura e o levou a um canto da sala, para conversar em particular.
- Não falamos sobre isso, Severo. - Respondeu Rodolfo muito baixo. - Regulus foi morto pelo próprio Milord.
- Regulus?
- O irmão mais velho do Sirius. Milord o tinha como pupilo anos atrás, mas o jovem passou a questionar muito o plano do nosso mestre e infelizmente... teve que eliminá-lo.
- E você sabe se o irmão já foi visto aqui?
- Não. E se eu fosse você pararia de perguntar. Milord tem muitos seguidores que desconhecemos, não queremos aborrece-lo, certo?
Snape voltou diversas vezes para Hogsmead procurando por Sirius ou qualquer sinal dos demais da sua trupe.
Nada.
Foi um período sombrio que muitos desconfiavam o tempo todo de todos.
Procurando em registros, livros e jornais, Snape descobriu a cidade onde os Potter residia, e ele soube o bairro mas não o local. E todas as noites, após as aulas, Snape começou a ir na região procurar sinais ou o que quer que fosse.
Nas férias de 1980 , Voldemort chamou Snape novamente de canto.
De costas para Snape, contemplando a lareira, Voldemort falou:
- Conhece o encantamento Fidelis, Severo?
- Muito raro senhor e não é tão simples executar...
- Os Feitiços Primordiais são raros, complexos e de difícil compreensão. - Falou Voldemort pensativo. - Era esse que os protegia.
Hum, eu precisava conhecer mais sobre isso.
- Protegia quem, Senhor? - Perguntou Severo temeroso.
- Eu sei onde eles estão agora: em sua própria residência. - Ele falou com um rizinho discreto e maldoso. - Mas com a proteção do fiel segredo quebrada, fica mais fácil de destruir os encantamento de proteção.
- Senhor.. se refere... aos Potter.
- Sim, foi a minha primeira opção. - Respondeu Voldemort orgulhoso mas um sorriso enojado.
O coração de Snape quase parou.
- Então, senhor, - começou Severo a encontrar uma saída, ou ganhar tempo, ou achar mais informações - grato por confiar a mim
- Afinal, foi você que falou da profecia, é justo compartilhar com você esse achado. Agora eu sei a localização exata.
- Senhor - Snape quase gritou - Milord. - Se conteve para não se desequilibrar - Eu posso lhe pedir algo? Talvez uma recompensa?
Seu pensamento foi muito rápido.
- Claro, estou ouvindo.
- Deixa-a viva.
- Como disse?
- Lilian, senhor. A esposa do Potter.
- Humm , e porque esse interesse na sangue ruim? - Ingadou confuso.
- Senhor eu... - ele respirou profundamente - tenho interesse naquele... corpo.
Foi o termo mais absurdo que ele pensou, já que Voldemort era um monstro, sabia como conduzir de forma a ser convincente.
- Hum.. - Dessa vez Voldemort soltou um murmurio mais malicioso dando um leve sorriso. - Sei do que alguns de vocês gostam de brincar, acho um desperdício de tempo. Mas se assim deseja, Severo, vou tentar deixar-la viva para você brincar com o que restar dela.
Snape forçou um sorriso e uma reverência mas na verdade ele queira mata-lo.
Com uma magia nada convencional, Voldemort sumiu na sua frente deixando um rastro de névoa preta.
Snape tentou não deixar suspeitas ao sair e rapidamente dali, apenas pensou em ir para Hogwarts avisar Dumbledore, mas no meio do caminho ele sabia que poderia ser tarde, Voldemort era rápido e certeiro.
Ele fez melhor, o seguiu.
Sozinho ele foi para Godric's Hollow. E lá começou a procurar vertiginosamente pelas ruas da pequena cidade desaparatando e aparatando em diversos pontos buscando qualquer sinal que levasse a Voltdemort; mas levou tempo de mais. Segundos, minutos, Severo ouviu um som estranho rompendo a noite e o seguiu. Em uma rua calma, luzes estranhas começaram a surgir de uma casa, Snape deduziu ser de duelos. Eles estavam tentando se defender - foi o que ele pensou.
Da esquina, ele conjurou um patrono fôrma de corça - ele mumurou " Alguém revelou o fiel segredo dos Potter" - que tinha o rumo de chegar em Dumbledore.
Snape conseguiu entrar na pequena casa, ofegante e em pânico, não sabia o que iria encontrar, ele estava de cara limpa e todos ali o veriam. Talvez Voldemort acharia que estivesse ali para ajudar no plano - foi o que ele pensou - mas não foi bem isso.
Snape ouviu um grito ensurdecedor do andar se cima e estampido mais assustador ainda.
Silêncio.
Um bebê começou a chorar.
Snape subiu as escadas em busca dos sons e no meio do caminho ele viu um corpo: Thiago Potter, morto.
Aquilo pode não ter chocado tanto Snape, ele esperava que isso poderia acontecer, mas eu não esperava. Eu não queria ver as coisas que eu iria, mas sei que eram necessárias, já que eu estava ali eu tinha que arcar com as consequências.
Snape em choque e confuso saltou sobre o corpo falecido no chão e foi de encontro ao quarto onde o bebê chorava. Amedrontado, ele olhou vagarosamente para o chão, próximo a porta do lado de dentro outro corpo: Lord Voldemort.
Aquilo não fazia sentido.
Mas olhando mais para dentro, Snape teve a pior sensação do mundo e eu dentro da mente dele, o acompanhei. Lilian estava caida no chão , na frente do berço.
- NAAAAAOOOO! LILIAN!
Acho que não adiantava mais gritar.
Snape foi de encontro ao corpo e murmurou diversas vezes "não morra, não morra" quando pegava-a em seus braços.
O choro do bebê aumentava ainda mais e do Snape também: "não, não! Eu fiz isso com você, eu fiz isso com você! " - Ele murmurava inconsolávelmente segurando o rosto palido e visivelmente sem vida dela.
Foi outro choque pra mim.
- DESGRAÇADO! - Gritou Snape olhando o corpo morto de Voldemort.
O corpo dele estava cinza, com aspecto bem estranho e ao lado, sua varinha caida no chão.
Snape ouviu um som estranho e uma luz vinda do céu atravessar a janela do pequeno quarto, eu acho que parecia uma moto. Ele respirou profundamente engolindo sua dor e teve apenas um impulso: largar Lilian e ir embora.
Ser pego naquela cena iria o destruir ainda mais.
Severo deixou Lilian no chão e se levantou limpando os olhos, segurando todo ódio por si. Foi até o corpo do assassino e pegou sua varinha, ele queria se certificar de tudo, ter um objeto daquele momento, mesmo sem ter nada em mente, apenas dor.
Ele olhou para o bebê no berço, que tinha um estranho corte na testa, depois para Lilian, mumurou "eu te amo", e se foi...
Parece que ele levou muito tempo pra perceber, para dar um nome ao que sempre sentiu, e eu só podia lamentar...
Ele desaparatou direto para sua casa e lá ele chorou incontáveis horas, talvez um dia ou mais... Até que Dumbledore aparecesse em sua lareira e vê-lo deitado no chão, quase sem forças.
- Severo. - Murmurou o diretor agachando. Snape nada disse, estava apático e palido. Dumbledore conjurou um corpo com água para ele e o ajudou a se levantar e sentar na sua poltrona. Desolado e tremendo, ele pegou o copo e bebeu. - Não se entregue. - Prosseguiu o diretor. - Ainda há muito que lutar. Você não ouviu a profecia completa.
- O que!? - Ingadou roco.
- Temo que o que eu previ, aconteça. O corpo morto de Voltdemort foi um sinal.
- Do que está falando?
- Você já ouviu falar em Horcrux?
Na verdade não, Snape não sabia.
Dumbledore explicou superficialmete e começou a esclarecer outras coisas. A história do sumiço da varinha do Voldemort não repercutiu, todos achavam que ela havia sido destruída de alguma forma. Mas uma coisa foi bem difícil de ser engolida por mim quando ouvi Dumbledore concluir o que havia acontecido.
- Sirius Black, Severo. Ele era o fiel segredo.
- Como!?
- Confuso, eu sei. Mas para o Ministério não houve resultados da investigação sobre Maldição Imperiuns nele. Até porque ele mesmo parecia transtornado quando voltamos a casa, tudo na frente dela estava destruído e só um pedaço do Pedro Pettgrew foi achado - nessa hora Snape fez uma expressão de nojo - então ele mesmo disse que havia matado os Potter. - contou Dumbledore pensativo - confuso, muito confuso. - E suspirou - Foi para Askabam.
Snape acreditou por hora, Sirius era muito estranho e o histórico da família dava peso a essa tese.
- Agora vamos entregar você. - Mumurou Dumbledore tranquilamente andando na pequena sala.
- Eu, senhor!?
- Sim. Você foi visto diversas vezes em Godric's Hollow , os aurores do Ministério estão procurando por você, e eu estou disposto de testemunhar em sua defesa. - E ele colocou a mão no ombro do Snape. - Não se entregue, há muito que lutar contra as artes das trevas, Severo.
Aos poucos ele foi se recuperando com o apoio do Diretor, ele foi inocentado e eu vi numa cena muito bonita da sua lembrança a audiência onde meu pai estava lá, e o defendeu.
Ele voltou para Hogwarts e Dumbledore tinha sempre mais planos para Snape. Conformando-se com tudo, entre crises de choro eventuais e conversas longas com o Diretor. O superior sempre insistia que Snape deveria manter contato com os Comensais da Morte que não foram pegos, para futuras espionagens.
E o ano de 1991 chegou e eu e Potter estávamos lá.
E Snape, mais velho e mais armagurado, se sentindo obrigado a ser tudo que Dumbledore queria e esperava dele. Agora tudo fazia sentido pra mim.
- Mas qual seu plano? - Perguntou Snape a Dumbledore numa noite de reunião em seu diretório antes das aulas começarem.
Dumbledore tinha certeza que Voldemort retornaria.
- Hum...- Murmurou ele da sua poltrona - Estive conversando com Flamel e ele concorda em deixar a Pedra Filosofal aqui...
- Vai tirar do banco?
- Sim, Severo. Com certeza Voldemort tentará entrar em Hogwarts. E ela seria muito interessante e importante, principalmente se o garoto Potter souber dela, isso pode dar um gatilho de curiosidade no garoto. Acredito que no dia em que Hagrid for buscá-lo, ele pegue em Grigottes para mim.
- Você quer fazer o garoto de isca?
- Falando assim, Severo, parece até que é um plano maligno. - E não é não? Meu Deus!- Eu ficarei de olho nele o tempo todo e você também. - E sorriu orgulhso.- Vamos testar uma hipótese que a muito tempo eu reflito.
- Qual?
- Certa vez na reunião da Ordem, sugeri aos Potter ler sobre encantamentos de proteção milenares e me ocorreu deduzir o motivo da morte de Voldemort. - O Diretor ficou muito sério. - Talvez não haja nada de especial no garoto naquele dia, mas sim, Lilian com o Encantamento do Sacrifício de uma mãe...
Snape nunca tinha ouvido falar sobre mas ficou comovido, muitas lembranças vieram à mente.
- Mas ele pode se machucar. - Refletiu Severo, se referindo ao Harry.
- Bobagem, criança são fortes. - Respondeu Dumbledore com um sorriso sarcástico - E se de fato ele tiver esse Encantamento não importa como Voldemort irá se manifestar, ele vai morrer ... novamente. Você entendeu, Severo?
Dumbledore era muito loco. Ele tinha mesmo planos muito questionáveis.
MAS a partir daqui a história do Harry já não me era tão interessante, porque naquele ano eu me vi pequenininha, debochando do professor em minha primeira aula com ele.
Foi muito bom me ver em diversas situações incomodando ele, eu era fofa e perversa e eu nem percebia.
Fato é que Snape começou a notar uma semelhança absurda entre eu e minha mãe, nós tínhamos um tom de deboche e sinceridade muito particular e claro... o instinto de seduzir.
E ele sempre esteve certo.
Principalmente após meus 14 anos, foi breve essa visão mas as indiretas e sorrisos que eu dava a ele, começou a irritá-lo profundamente porque começou a chamar muito a sua atenção.
Eu cheguei a uma conclusão chocante e vergonhosa. Eu era muito parecida com a mulher que eu mais criticava: minha mãe.
Eu queria xeretar, eu quis ver mais 6 anos dessa intensa convivência que tive com ele, mas Snape começou a relutar. Eu estava em sua mente a muito tempo e comecei a sentir a fraqueza dele.
Eu consegui em tempo achar uma lembrança bem pesada e particular: o dia em que transamos pela primeira vez. Ok, eu já estava mais velha, mas isso não significava maturidade.
Aquela manhã foi a mais estranha que eu visualizei em sua mente. Eu me senti um lixo me vendo em um ato sexual com ele, tudo porque Snape não estava feliz com aquela relação, ele se sentia atraído sim, mas ele se flagelava por isso, eu era muito mais jovem e ele sentia que deveria me proteger... e não se entregar.
Já para mim, aquele dia foi inesquecível. Eu vi tudo diferente e comecei a enxergar tudo de forma mais intensa , ver Sophia com outros olhos e sentir meu corpo e liberdade se potencializar, mas para Snape não.
Ele sentou na borda da sua banheira e chorou naquela noite, de decepção de si mesmo: ele se sentia sujo.
Eu senti aquela cena , eu entrei nela, eu sentei ao seu lado na banheira comovida, me sentindo culpada.
A lembrança deixou de ser um lembrança. Snape olhou pra mim e com lágrimas nos olhos ele me disse algo que me deixou confusa :
- Me liberte.
- Mas você não está preso.
- Saia da minha mente.
Aos poucos as lágrimas do Severo se tornaram sangue, as paredes começaram a ficar vermelha e tudo parecia escorrer , derreter, até a água da banheira se tornou vermelho sangue.
Eu estava ferido ele. Eu havia me esquecido do que eu estava fazendo ali...
- Só mais uma memória, Severo, só mais uma ...
E derrepente eu fui jogada para uma batalha nos céus de Londres.
Snape voava.
Ao lado Voldemort e diversos Comensais que estavam mascarados, um duelo muito vertiginoso se fazia e Severo só tinha um pensamento: não matar ninguém.
Eu percebi que todas as vezes em que Snape estava em algum tipo de batalha em que ele precisava provar o quão Comensal era, ele ficarava em pânico e alerta constante para entregar uma batalha digna de não matar e na medida certa de uma Comensal.
Aquela noite dos Potter's não foi diferente.
Uma cena me chamou atenção no meio da bagunça. Alastor Moody estava numa vassoura com um Potter e lançou um feitiço em um comensal que perdeu a máscara, era meu pai.
Gustav estava numa vassoura e lançou um feitiço muito intenso nas costas do Auror que caiu da vassoura. Meu pai mergulhou ao solo atrás dele, e eu não sei mais o que aconteceu porque Snape estava com o foco em Arthur Weasley que provavelmente estava com o Jorge
Snape lançou vários feitiços com cautela , mas o Sectumsempra nunca foi um feitiço cauteloso. E sem querer, ele atingiu Jorge de raspão. Poderia ter sido muito pior...
Era só isso que eu precisava.
Mas eu optei por assistir o máximo da vida do Snape para entender suas personalidades e motivações.
Agora eu entendia tudo.
Voltei a realidade olhando para seus olhos castanhos, estavam cerrados e ele pálido. O cheiro de queimado persistia e já havia amanhecido, talvez estivesse passando mais de 6 horas e ele estava muito cansado, e eu não.
Snape praticamente caiu nos meus braços mas ele não conseguia o segurar. Cambaleante eu fui me agachando e caído no chão, coloquei sua cabeça em meu colo, ele harfava de cansaço, talvez só sono. Eu estava sentindo pena de tudo, me sentindo mal e só tive o impulso de dizer uma coisa enquanto acariciava seus cabelos pretos:
- Eu amo o seu cabelo.
Ninguém, até onde vi, nunca tinha elogiado o cabelo dele, tão pouco ele como um todo.
Ele sorriu. Sorriu fraco e meio sarcástico.
- Eu amo a sua voz, - continuei - amo os seus cílios finos e até seus ombros rústicos. E claro, o seu nariz é mais otomano que o meu.
Ele sorriu de leve, me olhou nos olhos e murmurou "queria ver as pontas dos seus cabelos azuis", piscou lento e dormiu.
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Em memória a Alan Rickman
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