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Vida e obra: Severo Snape - Parte 1

Capítulos Especiais
Em memória a Allan Rickman
e a todos que algum dia sofreram com abuso psicológico infantil.

Busque não julgar ou diminuir a dor das pessoas introspectivas, somos todos um emaranhado de experiências que muitas vezes são péssimas por anos, faz parte da nossa jornada. Não se culpe por sua personalidade, você é tão normal quanto eu 🥲❤️.

Busque ajuda, estamos aqui para nós unir, sermos uma sociedade melhor.

Até quem já sofreu se beneficia ajudando, isso preenche nosso vazio.

Você vai vencer a sua própria narrativa, custe o que custar.

______________________________________

- Mamãe

Murmúrios.

Um minar.

Um cantarolar doce e gentil de uma mãe acalmando o filho. "Nan , nan, nan..." Eu sentia isso. Uma sensação de segurança também me tomou, fiquei estranhamente feliz, e fazia apenas alguns segundos que meus pés haviam tocado aquele coração.

Um borrão de névoa foi se abrindo e um rosto jovem e cansado surgiu. Uma mulher pálida de aparente vinte anos olhou para o seu filho com orgulho. Cabelos quase pretos, mirrados e delicados, um vestido azul claro em um corpo magro. Apesar do sofrimento visível em seus olhos, o bebê que ali a fitava sentia um amor absoluto, encantado , vendo o rosto mais lindo de toda sua pequena vida.

- Que lindo! Chamou a mamãe!

E prontamente ela o pegou no colo.

Ele sorriu e ela também o levando para a janela do pequeno quarto de madeira, pelo que percebi na frágil lembrança.

- Mamãe. - Se repetiu o bebê.

- Isso mesmo, meu amor! - Elogiou ela novamente abrindo a cortina. - E aquele ali indo trabalhar é o papai. - Indicou com o dedo a moça . - Falar papai. Pa-pai.

- Mamãe. - Falou o bebê com um sorriso modesto e um olhar fixo e penetrante.

Ela ria como se não tivesse amanhã, era uma manhã bonita para ela.

- Muito novo pra aprender a falar. Seu pai achando que eu estava louca. Um bebê de um ano é totalmente capaz e você é especial sim! - Orgulhou se a mãe dando um beijinho na bochecha fofa do pequeno Severo. - Meu menino especial.

A névoa voltou e um grito masculino entre elas pude ouvir.

" Que se dane que ele fala! Pega a merda da minha cerveja e leve para o quarto! Hoje foi um inferno!"

"Amor, ele está dormindo."

" Foda-se e faça o que eu mandei!"

Eu não conseguia vê-los mas deduzi.

Não posso negar a sensação de aflição e medo, mas o silêncio se fez, o bebê nada resmungou, parece que ele não queria ver o pai. Sábio bebê. Seu silêncio era útil, afastava o homem.

A névoa foi se dissipando e agora o bebê um pouco mais velho estava no jardim reunindo várias pedrinhas. Agora eu conseguia ver melhor a casa antiga de madeira, parecia que havia sido da cor azul em tempos melhores.

- Um, dois, três. - Baubuciava ele enquanto sua mãe lia um jornal, aparentemente um exemplar trouxa. Ela estava sentada em um banco frágil de madeira no quintal.

- Onde aprendeu a contar? - Perguntou a mãe intrigada largando a leitura.

O bebê Snape tinha uma expressão mais séria e  apontou para um cercado baixo, provavelmente os vizinhos.

A mãe olhou curiosa para o lado, parecia não se convencer do que o bebê indicou. Ele não parecia ter nem 3 anos. Seu cabelos pretos já estavam finos e um pouco longo, abaixo da linha da orelha.

Desconfiada a mãe apenas sorriu olhando ao longe. O vento balançava seus mirrados cabelos liso enquanto ela observava pensativa o cercado do vizinho, nem notara quando o menino se levantou e pegou um galho do chão e foi andando até a mãe.

- Mamãe? - chamou o garoto.

A mãe logo o olhou com surpresa e eu consegui observá-la com mais clareza. Achei estranho a maçã do rosto esverdeada, parecia um ematoma cicatrizando, ela parecia mais magra.

- Obrigada, meu anjo. - Agradeceu a mãe pegando o galho que logo quando parou em sua mãos se transformou sutilmente em um pássaro ou inseto que voou, como se batesse asas em direção ao céu. - Mágia.. - murmurou a mãe emocionada. - Você é um bruxo, Severo, um bruxo muito gentil. - O elogiou com lágrimas nos olhos.

Ela o abraçou e dava para perceber que estava escondendo a lágrima de alegria, mas seu sorriso era triste e o sentimento do pequeno Severo, também.

A névoa voltou e em meio a várias cenas borradas, gritos graves e grosseiros se misturavam com o choro de uma mulher, provavelmente a mãe do Severo. Um bater de porta, e a imagem foi se tornando um ambiente mais nítido, eu estava em um banheiro apático e sem vida. O som de água enchendo uma banheira começou a ecoar e uma cena estranha surgiu: Severo agora parecia ter pelo menos 6 anos e estava nu, dentro de uma banheira, eu o via de cima. O som abafado de gritos por causa da imersão da água o dava uma sensação de segurança, ele estava chorando... chorando debaixo d'água, mas sua expressão estava séria.

Ouvia-se ao longe alguém bater a porta do banheiro com violência e uma voz alta gritando "Abra essa porta ou eu vou arrombar!!!"

Em resposta, a mãe também gritava: "Deixe ele em paz, ele apenas quer tomar..." - e o som de um tapa pude ouvir perfeitamente, abafado, mas muito expressivo. Eu olhei para a porta assustada, tensa.

Isso estava ficando insuportável pra mim, mas eu precisava prosseguir, eu só sabia que precisava.

A porta se abriu com violência e um homem de aparência péssima entrou cambaleando, de certo estava bêbado. Barba cerrada, queixo e nariz fino, olhar profundo e com olheiras, roupa social surrada.

"Tomara que esteja morto!" - Falou o homem com extrema estupidez olhando para a banheira.

Uma explosão estranha.

As águas da banheira explodiram para cima, mas atingiram o homem no peito o empurrando para o lado do vaso sanitário. O homem bateu a cabeça no objeto e desmaiou.

Severo se levantou da banheira como se nada tivesse acontecido mas seu olhar era triste, uma criança muito triste.

- Tobias! - Gritou a mulher indo verificar o homem no chão. - Ela o olhou com temor e pânico. Seu rosto no lado esquerdo tinha uma clara mancha vermelha de dedos, do tapa que levou. - Como ousa se voltar contra seu pai!? - Ela gritou com indignação no olhar.

A preocupação da mulher pela primeira vez fez eu e Snape sentir a mesma coisa, raiva, antes da frustração.

Uma mistura de desgosto e desinteresse tomou a nós dois. A mulher com o rosto arranhado e vermelho estava mais preocupada com o homem no chão, que seu filho nu, sentindo frio e tristeza ao lado.

A cena mudou lentamente e aos poucos roupas apareceram no corpo do pequeno Severo, sutilmente uma passagem de tempo me fez notar mais um salto de crescimento sútil. Eu pude ver pequenas cenas passar por mim, por nós, o garoto estava crescendo e com ele o desprazer e indiferença aos pais também. Ele apareceu algumas vezes num sótão escrevendo, outras vezes com um galho fazendo magia, sempre no escuro mas um dia ensolarado começou a se formar.

Olhei para o céu, estava perfeito, azul e sereno, poucas nuvens das quais formavam pequenos gomos incandescentes. Os sons de pássaros e belas borboletas sobrevoando uma grama alta me fez sentir paz.

Severo estava subindo um pequeno morro às margens de um bonito lago . Se sentou no chão de uma faia aconchegante. Ele parecia ter seus 10 anos, estava com uma pequena caderneta e um lápis que deduzi ser um carvão muito fino: ele desenhava o que parecia ser uma pedra. Nem eu , nem ele notamos a presença de uma outra criança se aproximando.

- O que está desenhando?

A curiosa criança estava meio agachada observando ele. Era uma menina ruiva de sardas sutis, olhos verdes quase azuis e uma palidez rosada.

- Nada! - Respondeu o pequeno timidamente, fechando o caderno e se levantando.

- Parece uma pedra. - Respondeu a garota descontraída, mas com uma postura confiante.

- Acho que é algo mais especial que isso. - Ele respondeu pensativo desviando o olhar para o lago.

- O que seria especial e semelhante a uma pedra? - Ela perguntou pensativa. - É uma charada ou uma metáfora?

- Não, não era nada. - Respondeu Severo pensativo, ele sabia que era mágico e que não poderia contar a qualquer um. - Mas a sua pergunta é muito boa.

- Você acha? Minha irmã acha que faço perguntas estúpidas, sem respostas. - Falou a jovem com singelo suspiro reflexivo, olhando para o chão. Ela não parecia tão melancólica em comparação a constante expressão do pequeno Severo, mas algo a afligia.

- Tudo tem uma resposta. - Falou o garoto com confiança, mas com uma postura insegura causada pela interação surpresa.

- Será? Porque estamos aqui? - Perguntou a ruiva séria , com olhar sereno olhando para o lago.

- Provavelmente porque é verão e moramos próximos, e claro - ele voltou a olhar para o lago - podemos estar fugindo de alguém.

- Boa resposta. - Afirmou ela, com um sorriso triste. - Acho que estou fugindo das perguntas sem respostas, mas o que eu quis dizer era sobre a vida, sabe? - E olhou para o céu. - Porque estamos vivos. Tudo isso tem um propósito?

- Alguém que você se importava morreu recentemente, não foi ? - Ele perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas olhando para ela.

- Pergunta interessante. - Indagou a jovem ainda com um sorriso triste olhando para um pássaro passando.- Talvez. - E suspirou voltando a olhar o garoto. - Eu sou Lilian, e você?

- Severo. - Ele respondeu ainda surpreso pelo interesse da menina.

- Então, Severo, meu avô morreu há alguns meses e ele sempre fazia minha mãe sorrir, faz tempo que ela não sorri.

- Eu sinto muito. - Ele lamentou com empatia.

- Obrigada. E você, tem avós?

- Devo ter, mas meus pais não se importam em me apresentar a eles. - E suspirou levemente tristonho.

- Oh, lamento. - Falou a garotas se balançando no eixo. - O que está desenhando? - Insistiu novamente, provavelmente "buscando sair de assuntos triste", Severo pensou.

- É algo estranho, mas é especial.

- Defina especial.

Severo olhou profundamente nos olhos da garota: ela era muito inteligente - ele a julgava - mas por um tempo ficou em silêncio decidindo se elogiaria ela, mas achou melhor não.

- Mágico. - Respondeu decidindo pela verdade.

- Legal! - Ela Exclamou sorrindo. O pequeno Severo ficou tímido e desejou ver ela sorrir novamente.

- Deve me achar maluco. - Ele falou temeroso e acanhado.

- E por quê?

- Não parece fantasia para você?

- Não. Sabe, eu posso te mostrar.- Falou Lilian indo atrás de alguma coisa entre os matos. - Eu vou achar uma parecida! - Gritou ela mais afastada.

Severo não fazia ideia do que ela estava falando, mas ficou curioso e a observou enquanto ele voltava a se sentar escorado na árvore. Ela pegou algo do chão e levou até ele, e mostrou uma pedra que mais parecia uma bola de barro.

A pedra aos poucos tomou forma e ficou semelhante ao que Snape havia desenhado. Ele bufou com um leve orgulho antes de dizer:

- Não sei se é o meu péssimo desenho ou sua falta de habilidade em lapidar, mas isso não tá legal, não. - Ele falou sorrindo.

Lilian riu , e ambos riram. Ela jogou a pedra no lago e sentou-se ao lado dele.

- Tem razão, não foi minha melhor escultura. - Ela falou sorrindo timidamente abraçando as pernas.

- Você é uma bruxa.

Ela olhou pra ele e pela primeira vez eu vi uma expressão diferente nele - sereno e sorridente. Talvez fosse a primeira vez que Snape tivesse dado risada na vida.

- Obrigada, Severo, eu não sabia o que eu era.

- Bom, você é muito especial...

Talvez eu estivesse sendo boba observando a cena mas eu quis me perder nessa alegria inocente, chorar e abraçar os dois e dizer que o futuro tudo iria ficar bem. Mas não... a pequena Lilian iria morrer muito jovem e tudo que o Snape queria protegê-la pelo resto da sua vida. Essa sensação de amor indescritível só superava ao que eu sentia pelo Jorge.

Acho que chorei me lembrando, tudo estava mudando de novo, a cena.

Algo estranho aconteceu, eu estava olhando para olhos azuis do Jorge em meia luz naquela sala do relógio novamente. Olhando para seus cabelos ruivos lisos sendo banhado pela pouca luz do sol que atravessava o vitral ornamentado.

A gente poderia viver aquele amor, mas não agora.

- Venha, vamos continuar. - Falou Snape ao meu lado fazendo-me retomar a consciência em uma estranha realidade dentro dos meus pensamentos, e evidentemente, dos dele.

Era óbvio. Minha mente e de Snape naquele momento estavam conectadas. Nossos sentimentos mais profundos e inocentes haviam se fundido em um só. Eu iria prosseguir com Severo pelas suas lembranças. Deixei Jorge ali, sorrindo pra mim, segundo antes de darmos nosso primeiro beijo.

A cena mudou pra o trem, o trem que levava a Hogwarts. De dentro de uma cabine, Severo agora estava com um livro nas mãos e olhava as pessoas passarem lá fora, ele estava apático, mas curioso. Sozinho estava, até que um jovem rapidamente parou na porta e o observou durante alguns segundos até Severo perceber que não estava só.

- Oi, posso me sentar com você? - Falou rapidamente o garoto na porta.

- Sim. - Responde Severo desviando o olhar para o livro, sem muito interesse no garoto.

O jovem estranho colocou uma mala pequena no bagageiro e se sentou. Durante alguns minutos Severo notou que ele o observava muito.

- Qual o problema? - Perguntou Severo desconfiado.

- Lamento pelos seus pais.

- Porque!? - Perguntou Snape desconfiado.

- Porque você está comparado seus pais aos dos outros lá fora. - Respondeu gentilmente o recém chegado . - Você queria que eles tivessem essa emoção com você, esse carinho da despedida, quê demonstrassem que irão sentir sua falta.

- Como você sabe disso? - Indagou ele fechando o livro e o repousando em seu colo com olhar triste.

- É inevitável, me perdoa. - Falou o garoto pensativo, olhando rapidamente para porta.

- Perdoar? - Indagou Severo desconfiado.

O garoto estranho - de pele caramelo e olhos azuis - não respondeu.

- Eu sou Gustav. - Estendeu a mão para Severo. - Gustav Gibbon.

Snape desconfiado o cumprimentou também e retribuiu o aperto de mão.

- Severo, Severo Snape.

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