O plano de Chloe
Sophia despejou as lembranças na penseira e logo adentrarmos nela.
Um local único e incomum para mim foi se moldando. Estávamos saindo de uma lareira estranha que adentrava um imenso sagão retangular com várias outras lareiras. Minha mãe estava a nossa frente e estávamos acompanhando ela em um trajeto que parecia matinal.
- Estamos no ministério da magia, certo? - Perguntou Sophia.
- Provavelmente. - respondi apontando para um imenso cartaz voador próximo a um teto abobado imenso. - aquele é o novo ministro. - Indiquei apontando.
- Não vou com a cara dele. - Falou Sophia séria, com olhar desconfiado.
- Nem eu, mas ele não vai ser por muito tempo.
Ela me encarou mas eu não disse mais nada, eu deduzia o pior pra ele, infelizmente.
Continuamos a observar minha mãe que estava elegantemente bem vestida, com uma saia preta justa e curta - para uma bruxa convencional - e um trailer do mesmo tom. Observei que o cabelo dela estava mais liso e uma maquiagem sutil que realçava as bochechas rosadas.
- Ela é tão bonita - Murmurou Sophia. - Esse jeito que ela anda chama muito atenção, eu não sei o que é...
- Pelo amor de Deus, Sophia! - Exclamei indignada.
- Ok, foco. - Respondeu ela bom deboche.
- Bom dia, Spinet. - Cumprimentou minha mãe uma senhora que a cruzava. - Jaguard, Lucca. - Continuou ela a cumprimentar seus colegas até chegar num elevador com as paredes douradas.
Entramos junto com ela e um moço baixo com uma expressão boba vestindo longa capa de camurça entrou logo atrás dela e ficou parado olhando-a com uma expressão de espanto.
- Bom dia, Maurício. - Cumprimentou ela jogando o cabelo de lado. - Eu amei o casaco novo. - Elogiou com uma voz agradável passando a mão no ombro do homem.
- Oi, Gibbon. - Cumprimentou timidamente o colega abaixando a cabeça. - Chegou cedo.
- Sim, eu acordei disposta hoje. Legal você notar. - Falou ela levantando uma das sobrancelhas.
- Ah. - Soltou de maneira acanhada e olhou para ela com atenção.- Eu noto o horário de todos.
- Você é um excelente arquivista. - Elogiou minha mãe quase sussurrando quando o elevador fechou.
Curiosamente o elevador foi para o lado e posteriormente para baixo. Eu acho que tinha cido minha primeira experiência com um.
- Você acha? Ju-jura? Obrigado. - Agradeceu surpreso.
- Ela tá flertando? - Perguntou retoricamente Sophia.
- Eu acho que sim, propositalmente. Conheço esse cinismo. - Respondi.
- Eu preciso mesmo ir ao departamento de registros bruxo. - Continuou Chloe. - Você me acompanha?
- É coisas do seu departamento? Desculpa, não devo saber. - Incluiu preocupado.
- Exatamente. - Prosseguiu ela com ainda com a mão no ombro do colega, e se aproximou de um jeito mais intimista. - É um mistério .
- Ah.- Riu o homem ainda com uma expressão boba. - Então você sabia que iria me encontrar essa hora e o destino... ah, você sabia. - Concluiu o homem sorrindo ao ver minha mãe assentir com a cabeça.
- E como está Matilda? - Perguntou ela.
- Se recuperando bem. Voltará a trabalhar na próxima semana.
- Verdade, ela é uma esposa tão esforçada. - Respondeu ela com um tom irônico.
- Sim. Não tive a sorte do Gustav mas estamos bem.
- Sorte, claro. - Murmurou ela com um sorriso maldoso. - Depois de muitos anos a rotina fica monótona, mas sorte tem você que não tem filhos, deve se sentir mais leve.
- Ah, não, eu sempre quis, mas a vida não foi muito generosa conosco.
- Talvez não tenha encontrado a madre certa ainda. - Sussurrou com malícia. Um soar apitou que havia chegado ao andar. - Vamos. Você poderia me levar ao banker?
- Claro. - Respondeu ele no susto, parecendo estar se distraindo com algo.
- Você é um doce. - Elogiou ela saindo do elevador.
Ela pegou em seu braço, como em uma marcha e ambos foram ou um imenso corredor cinza de paredes lisas. Minha mãe que estava com um sapato de salto alto fazia o corredor ecoar um som que não me parecia tão desagradável. O moço ficou tímido mas com um sorriso orgulhoso.
- Seus outros dois amigos não falam muito, não é?
- Eles tem medo, mas eu não tenho medo de nada.
- Bem que falam mesmo.
- Falam o que de mim?
- Que é muito audaciosa, corajosa gentil e amorosa.
- Vaca. - Xinguei com raiva.
- Ah, exageram sempre sobre mim, mas eu sei que o ideal - e começou a falar mais alto - é ser sempre amorosa com as pessoas, afinal , todos precisamos uns dos outros.
- Quanta demagogia. - Resmunguei.
- Pior que agora eu concordo com você, eu nunca vi sua mãe cumprir isso ai. - Falou a amiga.
- É, realmente, o trabalho fica mais leve...- Começou a falar o homem que não olhava para frente e sim para ela.
- E divertido. - Concluiu abraçando ainda mais o homem que parecia encantado.
Minha mãe soltou o homem ao se aproximar de um corredor mais amplo indo de encontro a um saguão.
- Olá, Margareth. - Cumprimentou minha mãe a funcionária que estava sentada atrás de um balcão que madeira muito antiga e bem talhada.
- Chloe, bom dia. Bom vê-la novamente. - Correspondeu a atendente muito branca que tinha cachos largos castanhos que iam até os ombros.
- Maurício veio me acompanhar para uma vistoria no bunker de registros bruxos. - Avisou ela gentilmente.
- Ah, certo. É que eu não recebi um aviso sobre isso, mas se está com ele, tudo bem. - Disse a jovem descontraída.
Ambos foram para um outro corredor mais largo onde havia uma única porta preta. O homem tocou com a varinha na porta e sibilou algo inaudível.
- Muito obrigada, querido. - Agradeceu minha mãe se aproximando dele, ajustando seu casaco como se estivesse desengonçado.- Você adiantou muito meu trabalho. Foi muito bom ver você.
- É... - Respondeu ele ainda bobo. - Eu queria tanto poder conversar mais com você.
- Humm. - Murmurou Chloe se aproximando ainda mais do seu rosto.- Talvez na quinta a gente tome um café juntos. - Sussurou com sedução.
- Onde? Você tem sala? Não podemos descer.
- Eu mando um recadinho pra você.
- Ah, ok, claro. Eu vou esperar. Mas agora eu... - e ele suspirou - infelizmente preciso ir.
- Justo, eu fico por aqui. A gente se encontra novamente, não é?
- Claro, com certeza. - Respondeu ele ainda mais bobo rindo sem motivo se afastando.
Ao sair de sua vista minha mãe mudou a expressão facial bruscamente para um tom severo e frio. Ela entrou pela porta - conosco a acompanhando - e bateu nela com sua varinha dua vezes.
O ambiente era definitivamente bonito com dezenas de prateleira de madeira ornamentada de tons de acaju. Havia lustres de velas no teto alto. Parecia uma catedral. Apesar de grande era possível ver o final dos corredores e janelas com vitrais foscos.
- Ouça bem - começou a falar aparentemente sozinha - essa sala está com todos os registros recentes de bruxos, aproximandamente há trezentos anos de de arquivos. A cada ciclo os arquivos se renovam e os antigos passam para um andar abaixo, mas eles não são importantes.- Ela foi andando mais para a esquerda segurando a varinha com ansiedade - mais ao fundo aquelas colunas são os registros mais antigos, e mais ao longe seus pais e assim sucessivamente. - Ela parou entre duas imensas colunas. - Esse corredor são dos mestiços e esses, por algum motivo que eu acho asqueroso são dos nascidos trouxa, não há necessidade de repartir bruxos em sub grupos, mas essa bagunça de certa forma existe. - Ela continuou a andar ate o final do longo corredor e apontou para um objeto estranho.- Essa máquina todo ano no dia 1 de janeiro faz o balanço do ano anterior de nascidos bruxos, mestiços, abortos etc. Você precisa vir aqui.- Falou indo até o final da última coluna se afastando da máquina e indo até a outra extremidade do ambiente - e colocar um artefato aqui, - e apontou para o chão - outro lá no fundo e outro mais ao canto. - Apontou com a mão. - Os quatro prontos da sala. É impossível destruir tudo que já saiu daqui. Pensei em fazer um encantamento de rastreio mas é perigoso alguém pode se machucar então foque em destruir os registros antes do golpe.
- Jenna! - Exclamou Sophia.
- Xiu! Continue ouvindo! - Repondi.
- Irei pegar uma licença de um mês, então no exato dia anterior ao casamento da Fleur Delacour você precisa vir aqui assim como eu as 7:13. Antes do Maurício e da Margareth. Ambos estarão de caso na sala dele e por isso não vão estar no horário aqui, você terá exatos 10 minutos para entrar e sair. Farei ele se interessar por ela, vai ser fácil , ele é muito carente. Você precisa fazer exatamente o trajeto que eu fiz hoje porque não pode haver falhas, se vir alguém, tente despistar sem magia, ok? Fique atenta a minha personalidade, dissimule para que não haja uma vistoria em você. Se alguém desconfiar de mim não tem problema porque o que virá depois irá anular tudo que vai acontecer, mas se você for identificada, todo plano irá se desmoronar e eu não vou conseguir te ajudar mais. Quanto menos informações sobre trouxas mestiços e qualquer um nascido melhor. Ouça Jenna: - Falou ela andando de um lado ao outro olhando as prateleiras- Pegue meu cabelo que está em uma escova debaixo da sua cama. Na mala você vai achar os quatro artefatos e como arma-los. É extremamente delicado, leia as instruções. Sophia vai entender melhor e ela tem polissuco, você vai precisar. Não recomendo ela te acompanhar, mas acho difícil vocês me ouvirem nesse momento, você está muito arrasada e eu não posso fazer nada. Mas eu estou bem, ok, não perca tempo comigo. Estude o plano , é o único que consigo no momento ajudar. As 7:13 na lareira, diga : Ministério da Magia, simples assim. Você estará como eu. Tente despistar seu pai, ele não pode saber que é você que está fazendo isso, ele precisa achar que sou eu caso alguém dê conta. Adeus, Jenna. - Ela parou na frente da porta com a cabeça baixa. - Me perdoa, eu te amo. - Concluiu com a voz baixa.
A lembrança de desfez e eu e Sophia voltamos novamente para o meu quarto. Me sentei na cama com ela me acompanhando, minha mente começará a doer novamente, era muita informação e ansiedade.
- Não quer ver o que tem de baixo da cama? - Me perguntou ela me vendo olhar para o chão.
Toc
Toc
Toc
- Meninas, vocês estão bem? - Perguntou meu pai do outro lado da porta.
Eu fui até ela porque ainda estava com feitiço antiruido, não dava para eu responder gritando.
- Estamos transando, o que você quer? - Falei após abrir a porta.
- Ah!? Eu fiz uma berliner pro chá da tarde.
- Tá. - Respondi batendo a porta na cara dele
- Quem me dera estar transando com você. - Respondeu Sophia se levantando. - Vamos ver o que tem debaixo da cama.
- Tá bom. Eu não tenho escolha mesmo.
Ela se agachou, levantou a manta e puxou uma grande mala preta.
- Uau, isso está pesado. - Falou puxando e desfivelando o fecho- O que será que ela quis dizer com artefa... puta merda!
- O que é isso? - Perguntei olhando quatro objetos cilindros com fios interligando uma pequena tela preta, eu não me baixei.
- Isso parece bombas. - Respondeu a amiga se ajoelhando no chão.- E tem um tipo de relógio ou sensor nelas.
- É o que está escrito ali?- Perguntei apontando para o bilhete.
- "Aperte o botão das ojiva após colocar nos locais indicados, uma luz irá piscar na cor vermelha. Vá até o Saguão das Lareiras e aperte o botão do aparelho pequeno antes de voltar para casa. Tome muito cuidado com o botão."
- Estranho, ela sabe que eu explodo coisas. - Falei cruzando os braços.
- A resposta é óbvia, Jenna. - Falou ela olhando para mim. - Se você usar magia e depois tentar sair da sala, provavelmente não vai conseguir, fora que os Espíritos Protetores do Ministério são autorizado a combater qualquer ato contra o prédio, tanto ataques, brigas e terrorismo.
- Uau. Isso é sofisticado, admito.
- Isso é tecnologia trouxa. Parece muito moderno. - Falou largando o bilhete e pegando a escova de cabelo. - E isso é o cabelo dela. Engenhosa. Ela planejou bem.
- É. Parece que vou ter que fazer algo que ela mesma poderia ter feito.
- Será? Não tem como saber agora. Bom, eu gostaria de te acompanhar.
- Hum. Você tem cabelo de quem?
- Não preciso da polissuco, eu posso mudar de gênero. Vou pesquisar sobre algum bruxo irrelevante para despistar.
- Ah, verdade.
- Jamais alguém iria me reconhecer.
- Hum... inteligente, mas vamos decidir isso depois. Eu não aguento mais essas coisas, preciso de paz.
Ele me lançou uma piscadela orgulhosa fechando a mala e a devolvendo para debaixo da cama.
- Agora a gente pode transar. - Murmurou ela ainda de joelhos com um olhar de súplica.
- Não. Me fala só o que achou da memória da minha tia.
- Ah, verdade. bom, ela te deu um vestido certo? Ela te deu outra coisa?
- Não.
- Ela disse que a música também é usada como encantamento élfico e que eles escondem coisas em objetos. Bom, o vestido é elfico, é bem óbvio essa parte.
- Tem algo nele que ela quer que eu descubra.
- Exatamente. Sabe Jenna, elas podem se odiar mas unidas elas seriam incríveis.
- É verdade. - Tive que concordar.
- Até distantes elas fazem algo pelo futuro e por você.
- Hum. Eu tenho tempo para aprender a música e memorizar o caminho no ministério. Não há nada difícil nisso.
- Verdade, mas o Ministério é muito arriscado. O que vai acontecer no dia do casamento da Fleur ou depois?
- Deve ser o tal golpe.
- Faz sentido.
- Quer ir ao casamento? Fleur me convidou.
- Tá maluca?
- Sei lá, você pode pedir desculpas ao Fred.
- O que!? Eu não pensei em me desculpar.
- Pois é, imaginei, mas acho que você se sentiria melhor.
- Não. Se o golpe vai acontecer nesse dia acho melhor não se distrair com festas. Eu vou pensar em algo até lá. - Falei olhando pela janela o céu.
- Hum. Justo. Me mantenha atualizada, estou com nosso duplo.
- Faça um pra mim e para o Neville? - Pedi a ela.
- Bom, você é capaz de fazer também... - e me olhou torto com um sorriso maldoso.
- Você parece estar querendo sutilmente sabotar nossa relação.
- Talvez... - Falou ela do chão com uma voz melosa. - ...eu só queria você toda pra mim.
- Hum. - Murmurei de braços cruzados.
- A gente tem sorte de ter uma gota da sua atenção. - Prosseguiu ela com uma voz estranha, mais grave se sedutora , ficando estranhamente de quatro. - Tem algo realmente tentador no seu jeito. - Ela olhou para minha saia. - Adorei o rasgo. - E pegou na minha panturrilha e começou a beija-la.
Ela sabia como me deixar arrepiada, conseguia tudo que queria de mim.
- Tem certeza? - Perguntei arfando. - Essa quarto é tão pequeno e sem graça.
- Você não é de se intimidar, quase transou no trem. Você é uma delícia em qualquer lugar.
- É, eu não tenho problema com ambiente algum. - Falei sem pensar muito, eu só queria sentir, tentar fazer minha dor de cabeça sumir.
- Não podemos ser ouvidas, não é? - Me perguntou subindo seus beijos pela minha perna me fazendo ficar ainda mais arrepiada e molhada. - Pena que minhas poções estão lá em baixo, se não...
- Eu quero você assim.- Falei segurando com firmeza seu rosto voltado para mim - Agora eu vou devorar você.
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