Zyra, o Djinn
- Me desculpa pela minha tia, ela está cada vez pior.
- Tudo bem. Não é a primeira louca a falar essas merdas para mim. Eu estou cada vez mais equilibrada diante desses absurdo... Onde está Njal?
Sophia me levou para ver os jardins dos fundos e definitivamente, era do tamanho de um bairro. Soho perdia vergonhosamente para aquele equitar de jardim.
- Só aparece quando é chamada. Minha tia acha ela feia.
- A Sedna até que fica bem de veludo.
- Pois é, eles são muito inferiorizados e não podemos dar roupas melhores a eles.
Adentramos cada vez mais pelos chafarizes e moitas bem cuidadas, mais ao fundo uma grande clareira me fez questionar aquele campo vazio.
- Vai me dizer que vocês têm um cemitério particular?
- Tínhamos. Quando o tio Maurício morreu minha tia limpou todo terreno, levou muito tempo mesmo porque não é tão simples retirar ossos de bruxo, entende? Muito burocrático. Toda família Avery estava aqui.
- Nossa. É estranho. - E nojento. - Seu tio te tratava bem?
- Olha, não é como ter um pai, mas era melhor que nada. Ele me dava muitos vestidos de criancinha, estilo vitoriano, era irritante mas sei que não fazia por mal, era da educação dele. Mas a morte dele foi estanha, ainda acho que foi o irmão que o matou envenenado.
- Sério?
- Minha tia foi investidaga, até a Njal foi, mas não descobriram a origem. O irmão dele é um dos Comensais hoje, você deve ter lido no Profeta Diário.
- Credo. - Murmurei pensativa.
- Triste demais.
- Se formos retratar toda essas merdas que eles fazem levaria centenas de anos de trabalho para repararmos os erros deles e ainda não conseguiríamos atingir metade dos injustiçados. - Falei com amargurada.
- Sua avó esta certa, não temos culpa, mas alguma coisa a gente pode fazer para amenizar o sofrimento dos inocentes.
Sophia parou diante de um pequeno banco se madeira e se sentou, eu a acompanhei.
- Você está sendo muito sensível, às vezes esqueço desse seu lado amoroso e humano.
- É assim, é? - Retrucou ela aproximando o seu rosto do meu com um sorriso sarcástico. - Pareço insensível?
- Ah, Soph, às vezes você é sim.
- Sou as vezes sim, mas não é de graça. Tem pessoas que merecem minha estupidez.
- Sua tia não questionou sobre essas saídas que daremos? Ela nunca gosta que você saia, principalmente para o mundo trouxa.
- Bom, hoje como vamos ao Beco, ela não criou caso mas amanhã a gente não pode vacilar, a gente precisa chamar a Njal para nos orientar e nos buscar no centro de Londres.
- Ela tem permissão do ministério pra isso?
- Sim. Donos de Elfos tem total poder sobre sua magia, mas também tem responsabilidades.
- Njal é mais leal a você?
- Conquistei a confiança dela... Zyan me abriu os olhos. - Disse ela me evitando olhar nos olhos.
O dia ensolarado dava a ela um ar de inocência quando refletia o brilho dos seus lábios vermelhos e cabelos loiros claros, e quando me encarava com seus gentis olhos azuis fazia eu sentir que a vida valia muito, fazia eu me sentir completa. Não entendia o poder que a Sophia tinha sobre mim e o medo de perde-la era quase sempre presente.
- Olha só, admitiu um erro.
- Não foi um erro! - Disse ela me encarando com aquela típica careta fofa. - Ele só me fez estudar o assunto.
- Wooon, você admitiu que ele estava certo por um segundo, ele não é um inútil completo.
- Jenna, se eu pudesse te jogaria nessa grama e faria você calar a boca de um jeito que eu amo fazer, mas minha tia ainda não saiu.
Ela virou-se para trás, para olhar a mansão que estava distante, suas sombrancelha franzidas expressava irritação mas ao voltar seu olhos para mim ela sorriu com desejo, pensativa.
- Ela não fica pro almoço?
- Não, ela está saindo com alguém, almoçando em algum clube ou sei lá.
Voltamos para casa em passos lentos com Sophia me mostrando o jardim e seu interesse em ter uma estufa para estudar mais Herbologia e ter suas próprias plantas para poções.
Na hora do almoço sua tia realmente não estava em casa. Njal não apareceu mas fez surgir um almoço muito saboroso, assim como surgia nas mesas do Grande Salão em Hogwarts.
- Beco Diagonal, certo? - Disse a amiga entre uma garfada e outra com aqueles talheres que eu tinha certeza que eram de ouro e prata.
- Na verdade, eu não queria dizer agora, mas preciso.
- E... Lá vem.- E escorou na cadeia limpando os lábios.
Eu estava ao seu lado a observando comer. Ali, em sua casa ela tinha uma postura mais elegante, mesmo com a tia ausente.
- Não menti, vamos ao Beco sim! Mas Snape pediu para irmos com nossas capas se encontrar com ele na Travessa do Tranco.
- Ah, que delícia, vamos morrer. - Disse ela tomando um copo de suco numa taça de cristal. Tudo tinha sabor de luxo, no fundo eu até que gostava da fotografia. - Pode até ser romântico estar ao seu lado mas como vamos chegar nesse lugar na Dinamarca? Nunca viajei tão longe...
- Não sei, provavelmente uma chave de portal, não acho que ele queira desaparatar com nós duas.
- Que seja, já decidi que iria contigo mesmo. Se acontecer alguma coisa eu chamo a Njal, ela aparece em qualquer lugar do mundo.
- Perfeito. - Disse para ela tocando em suas maos. - Eu te amo muito, você sabe, nunca vou conseguir agradecer.
- Vai me agradecer na cama .
- Hum!?
- Tô brincando! Não tô não. - Brincou Sophia lambendo uma colher após se senvir de sobremesa. Ela sabia que aquele ato me despertava o desejo.
- Colher de sorte.
Ela riu com uma certa timidez, talvez por estar na sala de jantar achava fora de contexto, mas eu achei hilário.
Ficamos um tempo conversando na cozinha e antes de nos arrumarmos, Sophia me levou para conhecer todos os cômodos. Fiquei tão cansada quanto os dias que passei na Toca subindo e descendo escadas.
Quando deu o horário eu entrei na lareira primeiro e cheguei no Penas de Escritório um pouco antes das 15 horas. A loja era praticamente vazia mas pelo menos tinha a entrada pela lareira aberta para os Avery.
A dona da loja que estava sentada apenas levantou a cabeça ao me ver e voltou seus olhos para o pergaminho em sua mesa. Era uma loja com uma variedade infinita de penas, era até angustiante estar ali dentro.
Sophia chegou atrás se abanando. Provavelmente andar com capas no verão era desconfortável para ela.
- Nossa sorte é que Madame Vicent quase não encherga e não dá a mínima para os clientes. - Disse ela ao lado de fora.
- Ótimo. Não precisamos chamar atenção.
- Como se duas garotas com imensas capas no verão não fosse o suficiente.
- O importante é ninguém nos ver.
Andamos pela rua apertada do Beco com tranquilidade. Estava praticamente vazia, ainda não era dia de comprar materiais.
- Olha ali . - Disse ela apontando para uma pequena escadaria . - A tal Travessa fica alí em baixo.
Descemos com desconforto, as escadas eram tortas e estranhas. Tudo ali era, e os bruxos que passavam também estavam com longas capas, pareciam querer se esconder também.
- Ah. Que merda, estamos iguais aos bandidos daqui. - Disse a amiga olhando para os lados com preocupação.
- Relaxa , Sophia.
- Tem certeza que isso vai dar certo?
- Não tenho. - Disse parando numa esquina. - Ainda não tive nenhuma visão confirmando mas vou falar igual você na Sala dos Diários: na visão que tive do futuro, estavamos vivas.
- Com todos os pedaços do corpo?
- Acho que sim.
- Tem certeza?
- Não.
Nessa hora notei a silhueta de um bruxo alto com uma capa azul escuro se aproximando e revelando o rosto por trás do campus, era Adolfo Grooth.
- Aí meu Deus, você não.
- Quem é ele, Jenna. - Disse Sophia desconfiada tentando esconder o rosto.
- Adolfo Grooth.
- Hum... - Disse ele com um sorriso e olhar que me era famíliar.
Consegui notar algo estanho no conjunto que estava na minha frente. Aquela bendita sombra que eu não sabia o que significava o cercava completamente e eu consegui notar do que se tratava.
- Ele era colega de quarto dos gêmeos. - Informei.
- Ah, o cara que você paquerou na frente do Fred.
- Come é que é!? - Exclamei cruzando os braços. - Como pode dizer isso?
- Olha o cara, é gatão, você contou uma história super confusa, agora tudo faz sentido.
- Não e não. - Resmunguei indignada.
- Vão ficar discutindo? - Perguntou ele com uma voz rouca que misturava o tom do Severo com o do Adolfo.
- Hey, cara, o que é que você quer?
- Não, Sophia, é óbvio que é o Snape.
- O que!? O professor? Não é óbvio pra mim. Eca!
- É, é estanho. Como conseguiu, professor? Pegou que parte do corpo do Grooth?
- O deixei de detenção - respondeu ele com expressão de nojo - com seus amigos Pucey e Towler uma vez, notei que ele tinha você em seus pensamentos.
- AFF, que absurdo.
- Professor, você tem cabelo meu também? Você é um psicopata?
- Oportunista. - Respondeu ele lentamente.
- Sei. - Falou a amiga desconfiada.
- Sem discussão, Sophia.- Pedi ficando impaciente. - Onde vamos agora?
- Me acompanhem. - Disse ele friamente.
- Me diz uma coisa professor. - Disse Sophia atrás dele, ao meu lado.- Quando você fica temporariamente com o corpo de alguém, toda a aparência física se transforma junto? Até às mais íntimas...?
- Sophia...
- Humm. - Murmurou o professor a frente. - Quer saber se passo a ter o membro... - e ele pigarreou - sexual do jovem aqui?
- Ah não, Sophia... - Eu não sabia onde enfiar a minha cara.
- Exatamente.
- Sim. - Ele respondeu rapidamente.
- Legal! Eu posso ser um homem por uma hora, então?
- Sim.
- Legal!
- Mas é muito doloroso mudar de sexo. - Informou olhando para trás.
Nós estávamos entrando mais a fundo na tal Travessa, estava ficando cada vez mais apertada as vielas e mais escuro os prédios.
- Adoro.
- Ah... posso escolher o cara não posso, Soph? - Disse pensando alto e deduzindo o pior.
- Gostou né, safada!?
- Já chega! - Exclamou ele se virando com irritação, parando em frente a uma porta de madeira muito velha.
Eu estava achando graça.
- Mas só teremos essa aula no último ano.
- Caladas! Estou a ponto de ir embora...
- Não, Severo. - Falei pegando em sua mão, mas logo largando quando ele me olhou atravessando. Não era o Grooth que eu queria ver. - Desculpa. Vamos prosseguir.
Ele me mediu com arrogância. Infelizmente Grooth era um bruxo muito bonito e misturar seu olhar com o do Snape me causava ainda mais calor com aquela capa.
Ele abriu a porta e apontou para dentro, fazendo um gesto para nós entrarmos. Uma pequena escada nos levava ao patamar superior em um pequeno prédio abandonado e Sophia tomou a frente e subiu e eu o professor logo atrás.
Nos deparamos com uma sala vazia com um pequeno livro velho sobre uma mesa de cozinha de madeira escura.
- Quando? - Perguntei.
- Em um minuto. - Disse o professor.
Fiquei nervosa, eu não sabia o que eu ia ver ou se iria dar certo. Eu estava com uma baixa expectativa para não me decepcionar com o meu plano absurdo. Não sei como meti Snape e Sophia nisso, mas me arrependi naquele momento, eu era muito louca.
Tocamos no livro no momento em que ele se mexeu e nós fomos lançados a uma pequena clareira na pequena orla da praia de Stentårne strand.
- Nossa! Que lugar estranho. - Disse Sophia após se pondo de pé, pois havia se desequilibrado.
- É lindo. - Falei olhando com curiosidade a paisagem.
- Isso são ruínas?
- Sim. - Disse Snape olhando ao redor. - São ruínas de uma antiga civilização Vikings.
- Uau! Vikings?! - Exclamou Sophia rindo. - Jenna, você é mais interessante do que eu pensei.
- Sou, não sou? Mas na visão que tive esse lugar tinha mais árvores.
- Já foi bem abastado. - Informou Snape. - Tem uma pequena comunidade por aqui, mais ao Sul.
- Tem bruxos aqui?- Perguntei.
- Não, mas consegui identificar um rastro de magia vindo do lago.
- Humm. Interessante. - Disse Sophia com a mão na cintura.- E porque tem um monte de pedras empilhadas?
- Isso também não tinha na minha visão.
- Uma técnica de meditação, busca pelo equilíbrio e sorte também. Misticismo trouxa. E existe uma lenda sobre um gigante...
- Não, professor, sem aulas aqui. - Disse Sophia tirando a capa e os sapatos. - Quero sentir a textura.
Como era linda Sophia se divertindo com algo diferente, novo. Parecia uma criança encanta. Infelizmente minha visões matavam empolgação da novidade, pouca coisa me surpreendia, infelizmente eu sentia tédio de saber das coisas antes.
Passado alguns minutos vendo Sophia pegar algumas pedras o professor tossiu de um jeito estranho, ele estava voltando a sua forma natural, o longo cabelo escuro não mudou muito, mas os olhos orientais de Grooth sumiram e deram espaço ao solitário olhar do professor.
Abracei Snape com carinho, era muito melhor abraçar ele do que o outro corpo. Eu estava com saudades, admito. Apesar das minha angústias, Severo me confotava, e meu desejo por ele era capaz de oprimir aqueles pensamentos medonhos causados por minhas visões.
Eu dei um pequeno beijo nele, eu queira mais mas ele se afastou com preocupação, olhando para Sophia.
- Que foi? - Disse ela com deboche, segurando duas pedras marrom, muito lustrosa. - Acha que não sei? Se eu fosse a Jenna, teria beijado o outro corpo.
- Não teria, não.
- É, eu não teria, mas você sim. Mas depois a gente brinca de Poção Polissuco. - Snape lançou a ela um olhar recriminador, que a fez bufar com sarcasmo. - O que? Tente me barrar, então. - Concluiu ela em tom de ameaça.
- Sophia, hoje não.
- Ok! - E voltou a pegar algumas pedras.
- Não podemos demorar muito. - Disse o professor, a ignorando. - Ainda há trouxas pela região correndo.
- Correndo?
-Sim.
Gostei.
Me voltei para o lago com medo, eu não sabia exatamente o que fazer. Eu tive que contar com a minha intuição e pequenas orientações que Snape havia me dado no último dia em Hogwarts logo quando acordei ao seu lado após aquela noite bizarra.
Encostei meus pés no lago e uma pequenina onda veio me cumprimentar, lembrei do Jorge. Me perguntei se eu estava fazendo isso para o meu futuro ou talvez o nosso. Sophia queira saber loucamente os pedidos que eu iria fazer a ele, mas decidi que só seriam 3, por respeito a ele a minha bisavó.
- Faça o pentagrama no lago, o quanto antes melhor.
- Pentagrama? Na água?
- Sim. Eu preciso conjurar um pentagrama de fogo sobre a água. Eu já conjurei fogo sem a varinha, posso fazer de novo.
- Tenso, muito tenso. - Disse Sophia guardando as pedras nos bolsos das calças.
- O senhor está com o receptáculo?
- Sim, mas o prenda primeiro.
Sophia estava aflita, ficou olhando para mim e para o mar com assombro no olhar, ela estava com medo.
Eu me voltei para o mar com os braços e mãos meio abertos, visualizei em minha mente um pentagrama, como havia feito nos dias anteriores em um exercício que o professor me orientou. Pensei em fogo e me senti muito bem, tinha algo entre eu o fogo que me saciava, me dava prazer em conjurar.
Sutilmente um pentagrama submergiu das água e entrei ainda mais no mar molhando até meu joelho, era frio mas gostoso.
- Diga seu nome três vezes e o chame para superfície, como te orientei.
Suspirei com medo, mas assim o fiz:
- Zyra, Zyra, Zyra, venha até a superfície, Jenna Gibbon o envoca.
Nada aconteceu. Por um minuto o som do mar era o único audível. Alguns pássaros mais distante também cortavam o vento.
- Era pra ser demorado? - Perguntou Sophia.
- É simples invocar quando sabe seu nome, mas é quase impossível achá-los. - Disse Snape atrás de mim.
Eu senti que não iria funcionar apenas chamando-o, eu precisava despertar ele, talvez estive dormindo.
- Eu preciso me cortar.
- O que!? Enlouqueceu. - Disse amiga incorfomada.
- Confia em mim, precisa de sangue.
- Nunca ouvi falar nisso. - Disse o professor.
- Procure uma pedra cortante.
- Não, Jenna! - Continuou Sophia aflita.
- Não é necessário, Jenna.
- Me corte, Snape, agora!
Mostrei a mão para ele, a que havia uma sútil cicatriz do último corte em Hogwarts, o corte que eu não quis que fosse tratado.
Snape me olhou pensativo, mas tirou a varinha do bolso e sibilou um feitiço fazendo um pequeno corte na parte de cima da minha mão, próximo ao pulso.
- Você está louco!? - Disse Sophia nervosa, pegando sua varinha.
- Não, Soph. Guarde isso, vai assustar o Zyra ainda mais.
Eu sabia que tinha que me aproximar do pentagrama e mergulhar minhas mãos na água. O chamei novamente, e por um instante eu senti um puxão no braço, como se alguém tivesse pego mas logo me soltou. Senti sono e cansaço, foi uma sensação muito estranha.
Lentamente bolhas foram surgindo na superfície da água e um rosto no centro do pentagrama começou a submergir. Com um cabelo loiro escuro e cacheado, como eu havia visto uma vez, se levantou lentamente um rosto com os olhos fechados depois, ombros, peito e tórax, suas pernas ficaram mais ao fundo do mar. Ele abrius os olhos negros com cuidados, parecia que o sol o incomodava. Sua pele era sutilmente esverdeada, de fato, seu rosto era realmente jovial e muito bonito, mas com certeza, ele era muito mais alto do que eu havia previsto.
- Quem você pensa que é? - Disse ele serenamente mas com um tom de voz raivoso.
- Você sabe quem eu sou.
- Amaldiçoada bisneta de Hannah! - Vociferou entre dentes, derrepente ele parecia uma fera furiosa.
- Não tanto quanto você agora. Você é bem maior do que eu pensei...
- Não... Vocês vermes que são pequenos.
- Aposto que pode ficar de um tamanho menor, vai preferir colaborar.
- Bruxinha maldita! - Disse ele com selvageria tentando não me olhar nos olhos. - Ela confiou em você.
- Exatamente, talvez fosse o plano o tempo todo.
- JAMAIS! - Gritou furioso o djinn, mas inerte no lugar. Ele era medonho mas tinha um charme nele, uma energia que era muito positiva.
Olhei para trás e vi Snape com a varinha em mão extremamente chocado, a minha ainda escoria um pouco de sangue, mas não me incomodava. Pedi em silencio para ele baixar a varinha, e ele me atendeu. Sophia estava com as duas mãos sobre a boca abismada.
- Seja educado.- Disse ao Zyra.
- Isso é um pedido?
- Não, mas acho que deve te incomodar ficar preso, certo?
- Obviamente... - Sibilou quase que num sussuro. Sua voz lembrava de um homem jovem, que acabara que ter toda voz modificada pela puberdade.
- Então, temos que fazer um acordo, é melhor você ser gentil.
- Sua voz me incomoda. - Falou ele mostrando os dentes e suas presas marcantes.
- Lamento, mas provavelmente vai me ouvir muito ainda.
- Jenna!? - Respingou Sophia.
- Me dê o receptáculo, Severo. - Disse para Snape que pegou de seu casaco um pequeno frasco ornamentado com muitos simbolos que me lembrou runas quando peguei.
- Não! Eu a abomino!
- É mesmo? Olha pra isso. - Disse mostrando o frasco aberto.
- NÃO! - Ele tentou não olhar, mas o algo puxava.
- Sobre as leis que rege esse mundo. - Disse para ele mostrando o receptaculo com o pentagrama gravado dele. - Você, Zyra o Djinn, está preso a mim...
- Não! - Disse ele com um olhar triste.
- Sim, e faço um pacto com você de te libertar após meu terceiro desejo.
- O que!? - Disse ele incrédulo. - Apenas três!?
- Está achamos ruim?
- Não, mas isso nunca acontece.
- Não minta, com minha bisavó foi assim.
- Você é muito estúpida! - Ele sorriu com malícia, mas ele era uma criatura que não poderia afirmar com exatidão suas expressões já que ele não era humano. - Em algum momento ela disse que me capturou!?
- Ahm... - De fato, ela não tinha dito nada disso. - Não.
- Bisneta tola! Ela me resgatou do primo Sooth!
- Ah... - Fiquei surpresa e até alegre.
- Ela seduziu Cristopher Sooth, o primo monstruoso do esposo dela Nikolai Sooth para ele me entregar a ela. Eu a concedi três desejos. Hannah nunca me prendeu, ela me libertou!
- Uau! Faz todo sentido seu amor por ela agora.
- Peça logo seus miseráveis desejos e me liberte!
- Poxa, vou fazer o primeiro agora, mas lamento, não vou te libertar hoje.
- Jenna! Porque!?
- Cala a boca, Sophia. - E suspirei.- Eu pensei muito sobre isso e acho que o primeiro é o mais importante para o nosso delicado momento atual.
- Eu desprezo o seu mundo!
E eu desprezava as reclamações dele.
- Zyra, meu primeiro desejo é que nenhum bruxo das trevas se utilize dos dons de uma vidente para seus planos malignos.
- HUM... - Suspirou ele com alívio. - Você até parece menos egoísta que a Hannah. - Elogiou o Zyra com arrogância.
Ele fez um movimento com as mãos, unindo-as, e assoprou as abrindo para mim, fazendo uma imensa onda de vento passar pelo meu corpo, o de Sophia e Snape e a tudo que estava no caminho até a imensidão do mar a suas costas.
- Feito.
O djinn ainda estava com as pernas submersas e com o fogo do pentagrama envolta do seu corpo.
- Zyra, infelizmente você ainda seguirá um longo caminho ao meu lado até eu decidir meus outros dois desejos, entre no receptáculo! Agora, você é meu!
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