Um breve desabafo com Ronald Weasley
Eu acho que as alunas da Sonserina ficaram sem respirar.
Não sei se ficou claro há 6 anos atrás no dia do Encantamento Primordial, mas nenhuma aluna da Sonserina perdia ponto por causa dele. Aquela foi a primeira vez em mil anos.
Mas meu ódio foi para Snape aquele dia, eu não vi o final da cena do Lótus com a Orquídea. No jantar Lótus já estava com a Chang. Cadela! Snape ria de mim, com certeza ele riu e muito por me sabotar, mas antes de eu dormir eu ri também e finalizei a cena sozinha na minha cabeça, acabei até sonhando!
Sophia que me perdoa, mas Lótus e Orquídea copularam e tiveram uma loquideazinha muito fofa, e sim, eu vi Loquidea colhendo morangos em um pomar com um vestido de pétalas rosas. Acordei assustada e nem foi por causa do orgasmo.
A influência dos pensamentos do Neville era notável, eu estava ficando imaginativa igual a ele. Muito se justificava agora. Neville era avoado a maior parte do tempo e isso era compreensível, ele vivia no mundo dele enquanto o caos reinava em sua volta.
- Ainda não está boa em oclumência.
- É mesmo!?- Disse eu cruzando os braços de frente o Snape na "detenção" de sexta.
- Mas em legilimência você realmente é fabulosa.
- Tá no meu sangue, não é? Não é mérito.
- Não se desmereça.
- Hum... Agora entendo seu interesse no Neville.
- Ele realmente é interessante. - Disse Snape rindo para si.
Snape nunca elogiou Neville, se um dia sequer ele tivesse feito isso, talvez melhorasse sua auto estima.
- Deve ser sua única fonte de entretenimento.
- As cruzadas-magicas do Profeta Diário também são. - Eu ri e ele ficou um tempo me observando até eu voltar a ficar séria. - Semana que vem vamos ter exercício de aparatação...
- Sim, estou sabendo. E porque está jogando papo fora comigo? Ganhando tempo?
- Não podemos mais ter uma conversa descontraída?
Tá bom, eu estava arredia com ele ainda, mas eu não estava com vontade de mudar minhas condições.
- Me deixa...
Eu poderia não ler seus pensamentos, mas ele não estava feliz com meu afastamento, eu podia sentir sutilmente sua solidão - não conseguia ler seus pensamentos mas eu poderia sentir.
- Venha tomar um chá comigo amanhã? - Me convidou sério.
Chá de quê?
- Não.
Eu demorei um tempo para perceber que eu estava me tornando uma mulher controladora. Ou era do meu jeito ou não era nada, aprendi inconscientemente com a minha mãe. Mas não é porque eu estava me conhecendo que eu iria mudar.
Os exercícios de aparatação foram bem interessantes no Salão Principal. Não achei difícil me concentrar neles, mas Sophia sim.
- Droga, droga, droga! Nem um fio de cabelo meu se mexeu! Eu nunca fui tão incompetente! - Disse ela a caminho do dormitório.
- Que tal parar de fazer suas experiências com poções!?
- Tá de brincadeira COMIGO, JENNA!?
- Hey, relaxa, você está muito na defensiva. Mas eu não estou brincando, você está ficando estranha.
- Ah, eu não tô tomando nada, mas vou tomar a da Paz ou a do Louco que eu fiz recentemente. Aliás, você viu como Potter está evoluindo nas aulas? Impossível. Estou desconfiada do livro que ele está usando, notei que ele tem várias anotações, é velho, eu vou ver se consigo...
- Não!
- O que?
- Não interfira.
- O que quer dizer?
Eu suspirei fundo e sentei na "nossa" cama.
- Senta, Sophia.
- Ah, não. Lá vem segredinho.
- Sophia. Aquele livro é do Snape. Pedi a ele para deixar com o Potter.
- E porque!?
- Eu não sei! Mas deve ser importante.
- O que mais você sabe e não me diz?
- Ah... Acho que as balas viciantes que o Fred criou com uma mistura da poção do Louco que o Jorge tinha sugerido, e arrisco dizer que deve ter misturado com Veritasserun, mas minha mãe interceptou, nem sei se deveria pegá-las de volta.
- Hum. - Resmungou ela se levantando e andando pela sala.
- Ah, não pira mais não. Eu sei que você tem tantos segredinhos também e nem fico...
- Eu amo você, Jenna! Para de esconder as coisas de mim!
É, a conversa acabou. Eu não estava com muita paciência para tolerar Sophia e deixei ela sozinha, fui para Sala Comunal ver se estava tudo em ordem, afinal eu ainda era - infelizmente - a monitora.
Zyan parece que ficou um tanto mais popular e simpático, estava conversador, sorridente com seus amigos. Júlio também, acho que fez dois amigos. Draco, não via a cara dele a muito tempo.
- Jenna. - Me chamou Medellín, com uma expressão extranha se aproximando de mim.
Sophia também apareceu um pouco triste na sala.
- Sim, Med.
- O Weasley. - Ela estava tensa falando baixo.- Quase morreu envenenado com um hidromel dado por Slughorn. Está na ala hospitalar. Potter o salvou.
Medellín tinha respeito pelo carinho que eu tinha por eles. Eu fiquei arrasada.
- Vai lá ver ele, Jenna. - Apoiou Sophia colocando a mão no meu ombro.
Eu realmente não sabia o que fazer, mas eu fui até lá. No corredor vi Dumbledore consolando Slughorn junto a Snape que olhou para trás e me lançou um olhar preocupado, supirando profundamente.
Subi as escadas da ala e Madame Polfrey me barrou.
- O que quer, Gibbon?
- Ah, eu gostaria de ver o Ronald.
- E porque!? - Perguntou ela levantando a sobrancelhas.
- Porque... Bom... Eu sou vidente.
- Se não sabe quem fez uma atrocidade dessa, então não tem porque estar aqui.
- Só consigo descobrir se eu me aproximar dele. Eu preciso observar todas as situações de perto para sentir rastros de energia e intenção.
- Provavelmente alguém tentando matar Dumbledore novamente usando Slughorn.
- Eu sei. - Não, eu não sabia exatamente o que tinha acontecido mas comecei a juntar as peças. - Eu preciso de espaço.
- Seja breve. - Disse ela se afastando.
Eu deveria ter dado a carteirada de vidente a muito tempo atrás, mas graças aquele dia eu pude entrar livremente onde e quando eu quisesse em qualquer lugar, em qualquer situação.
Quando entrei na ala, Rony estava de olhos fechados respirando profundamente. Pra mim estava dormindo.
- Eu sinto muito. - Disse pra ele me apoiando um pouco na maca. - Eu deveria ter feito meu melhor. Jorge pediu para eu ficar de olho em vocês. Não que eu seja uma força da natureza heróica e relevante , mas agora eu sei do que ele estava falando. Eu deveria ter ficado atenta ao futuro. Não que alguém tenha se importado com o que eu já vi ou o que eu já tenha falado, eu nunca sei o que eu devo ou não interferir.
- Mio-ne? - Murmurou ele com os olhos fechados.
- Não, ela deve ter ido jantar, mas com certeza ela vai voltar ficar ao seu lado. Você tem sorte de estar vivo, mas não sei como Potter salvou você...
- benzoar...
- Ah, perspicaz. Ele usou isso numa aula recentemente, poxa eu não sei da onde ele tirou essa informação. Enfim, eu quero te pedir perdão. Não posso negar que não sabia que algo poderia acontecer no Castelo, eu fui negligente. - Eu olhei os vitrais pensativas, o sol lá fora estava se pondo. - Eu deveria ter ajudado, ouvido Dumbledore, ter lido os pensamentos do Draco de alguma forma ou ter previsto seus movimentos. Eu... - Eu tentei não derramar uma lágrima. - Sua mãe foi maravilhosa comigo, todos são tão amáveis. Eu falhei.
- não...
- Eu sei que não fui responsável diretamente, mas com certeza eu poderia ter tentado e eu não tentei. Tenho medo de todos duvidarem de mim agora e se duvidarem, vão estar com razão, entende? Eu não sei mais se sou capaz...
- Jenna?
- É, a doida que namorou o Fred. Poxa será que ele vai me escrever? Ele deve estar ainda mais decepcionado comigo. - E outra lágrima caiu. - Agora ele tem muito o que se decepcionar mesmo. Acho que todos vão desconfiar das minhas intenções, mais do que sempre foi. Eu não estou fazendo direito, eu preciso mudar essa situação de algum jeito. Draco precisa parar.
- Draco?
- Aquele desgraçado. E olha que eu consigo ter pena dele. Bom, ele esta sobre controle do Lord, tentando fazer pelos pais, mas claramente está sendo forçado por isso erra tanto. Não é porque ele é um boçal que quer ser assassino.
- Mione...
- Não é ela! Mas ela vai ficar bem! Mas agora eu preciso tentar ver o futuro se vocês, eu não quero que ninguém morra porque eu não tentei. Estou começando a entender o medo de algumas pessoas comigo e admiração proporcionalmente. Eu posso sim tentar acabar com isso, eu tenho que tentar e não vai ser por Dumbledore ou pelo Potter.
- Harry...
- Não, Rony, nem por ele. Por vocês! Ele pode atingir a todos que eu amo. Não que eu ame você, mas também não te odeio entende?
- O que faz aqui? - Indagou Granger aparecendo de surpresa.
- Não foi jantar?
- Eu... Comi rapidamente. - Respondeu ela olhando para ele com emoção.
- Eu estava tentando entender o que aconteceu.
- E porque você tem interesse!?
Outra pessoa que não entendia e não acreditava em vidência. Granger tinha uma antipatia por Trelawney e era óbvio que conversar com ela era perda de tempo. Não foi muito difícil ver a mente dela, ela estava a ponto de explodir de tristeza por ver Rony naquela situação.
- Ele não para de chamar por você.
Ela ficou mais emocionada. Era tudo que ela precisava para se sentir um pouco melhor.
Eu sai, não precisava dizer nada a ela. Eu precisava conversar com o Draco. Depois do jantar eu fiquei na Sala Comunal até tarde, nem sinal do pálido sonserino. Eu estava ficando nervosa. Zyan antes de ir para seu dormitório veio até mim.
- Está tudo bem? É o caso do menino Weasley que está te aborrecendo?
Eu estava na poltrona do monitor.
- Preciso falar com Draco. Sabe se ele está no dormitório dele?
- Posso verificar.
- Por favor.
Ele foi... desaparatando. Que raiva eu sentia daquilo. Pelo o que soube, pouquíssimos alunos sabiam disso e outros tantos morriam de medo de tentar e acabar morrendo.
- Ele esta sim. - Respondeu Zyan, aparecendo novamente. - Disse que não iria sair da cama.
- Me leve até ele.
- O que!?
- Acredito que posso ir até o dormitório dos meninos. - Disse me levantando.
- Ok.
Zyan começou a fazer um sorrisinho malicioso, e eu pude jurar que tinha ainda esperança de ir dormir com ele em seu dormitório. Ideia interessante, mas eu não podia me distrair com bobagens. Percebi que Zyan era muito bom em oclumência quando tentei ler o que ele estava pensando.
Ele me levou do outro lado da sala em uma entrada totalmente diferente das meninas. Era uma escadaria para baixo, ao contrário da nossa que era para cima. No subsolo havia um grande corredor, grandes portas levavam aos dormitórios, Zyan me encarando de canto me levou até o dormitório do sexto ano.
- Quer que eu entre com você? Pode não ser tão legal o que você vai ver.
- Não, eu estou bem.
Logo eu temer? Zyan parecia ter esquecido de quem eu era, mas logo ficou um pouco claro do motivo dele querer me acompanhar.
Quando eu entrei no quarto, Goyle e Crabbe estavam num canto fumando charutos sem camisa, murmurando alguma coisa vendo uma revista. Zabini deixou parte da sua cama sem cortina, ele dormia só de bermuda. Achei estranho o calor que era ali dentro e tinha roupas e meias espalhadas por todo canto. Tinha um cheiro estranho de tabaco no ar que me incomodou profundamente. Pedro babava de bruços de pijama, e provavelmente a cama do Cássio e do Draco estavam totalmente fechadas pelas cortinas, uma delas era dele.
Entrei sem pensar muito. Os gorilas fumantes me olharam em silêncio quando abri a primeira cortina, Cássio dormia nu. Ele era excepcionalmente agradável de se ver, até seu corpo tinha uma postura elegante dormindo, parabéns por ele, meu primo deve estar muito feliz.
Abri a outra cortina e Draco estava apenas com a calça de cetim verde do seu pijama. Se assustou se lançando contra a cabeceira da sua cama .
- O que..!? - Indagou ele passando a mão na cabeça.
- Tá pensando que eu tenho a noite toda, imbecil! Ou você vem comigo agora ou a gente conversa aqui mesmo! - Gritei.
- Tá bom, tá bom. - Disse ele se levantando e colocando a camisa.
Eu cheguei numa conclusão rápida naqueles segundos alí dentro, eu precisava transar.
Sai do dormitório e agradeci Zyan, que fez uma gentil reverência de "boa noite". Logo eu e Draco fomos para a Sala Comunal com o loiro de braços cruzados.
- O que foi agora? - Perguntou Draco se virando para lareira.
- Tá brincando comigo!? - Exclamei me aproximando dele para encarar seus olhos caídos com olheiras. - Vai dizer que não sabe o que aconteceu!?
- Ah... Fiquei sabendo que deu errado... - e ele suspirou com tédio - de novo.
- Foi inteligente da sua parte, mas essa execução foi uma merda.
- Pois é, o otário do Slughorn abre garrafas o tempo todo. Eu deveria ter previsto que ele não iria dar a garrafa etiquetada para o diretor. Minha mãe faz uma poção de enveno perfeita...
Eu agarrei os cabelos do Draco em um ato total de ódio.
- Desgraçado! Você não pensou que ele poderia ter oferecido aquele hidromel pra qual qualquer um!?
- Caramba... Jenna. - Balbuciou ele segurando a minha mão que estava agarrando sua nuca.- Esqueci da sua simpatia pelos... Weasley, foi um erro de cálculo...
- Cálculo!? E se Snape tivesse tomado!? Ou eu!? Porra Draco, você não sabe fazer nada direito!
- Então você queria que Dumbledore também moresse? - Perguntou ele desconfortável. - Porque não me ajuda!?
- Ajudar!?
- Estou pedindo a sua ajuda dês do ano passado!
- Sabe o que mais me irrita em você!? - E passei os olhos por todo seu corpo envergado, devido seu desconforto da minha mão em sua nuca. - É ver que você está na merda, ferrado e preste a tomar uma surra e está instigado!
Sim, dava pra ver perfeitamente o volume na calça de cetim.
- É uma situação bem atraente, não acha? Você está muito perto e é inevitável. - Respondeu ele em tom de malícia fitando meus lábios.
Draco adorava uma atenção masoquista , e eu sempre me esquecia disto.
- Mas é claro que posso te ajudar. - Respondi soltando ele com violência fazendo o cambalear quase caindo na lareira. - De agora em diante vamos planejar essa merda juntos! E se quiser sobreviver é melhor você colaborar e fazer o que eu mandar.
- Meus pais vão conseguir também!? - Ele perguntou se recompondo.
- Depende. Você é bom em legilimência, não é?
- Sim.
- E eles?
- Também. Mas o que tem haver?
- Draco, é melhor você se preparar porque a partir de hoje, você vai mudar de lado.
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