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O sacrifício de Njal

Quando abri os olhos ainda estava me sentindo exausta. Capturar um Djinn esgotou todas as minhas forças, nem os beijos carinhosos com paixão de Sophia me estabilizaram, mas dormir ao lado dela naquela cama enorme foi maravilhoso.

- Ainda tá cansadinha? - Disse ela de bruços, vendo que eu acordei.

- Tô sim.

- Te fiz uma poção revigorante, está em cima da mesinha ao lado.

Ela pensava em tudo. Eu olhei para pesa e vi um copo de vidro muito bonito com um líquido azulado dentro. Peguei e bebi um pouco encostando em alguns travesseiros da cama me sentando. A poção tinha um sabor muito bom, era semelhante a que tomei na Ala Hospitalar uma vez mas não lembrava de ser azul.

- O que mais tem nessa poção?

- Eu só coloquei mertilo para ficar mais simpática, mas é a mesma de sempre.

Ela era incrível, eu não sei o que eu seria sem ela.

- Eu te amo tanto.

- Wooon, que lindinha. Deixa eu morder você?

- Claro. - Não estava acreditando.

Sophia estava com uma camisola se seda verde, com alças bem finas levemente transparente, sem roupa de baixo. Imaginei que era assim que preferia ficar no verão. Ela me ofereceu uma dela para vestir, mas com certeza ficou pequena e apertada em mim.

Infelizmente na noite passada eu não pude aproveitar ela como eu queria, eu estava exausta e Snape pediu para eu ficar deitada o tempo todo, a noite Sophia me ofereceu até sopa na cama.

Snape também me deu uma bolsa muito simpática com um feitiço de proteção para eu guardar o receptáculo, ele também pensava em tudo.

Sophia realmente me mordeu nas coxas, me fazendo rir e quase engasgar com o final da poção. Aquelas cócegas nem me incomodavam, era gostoso sentir a boca dela me tocando em qualquer lugar, era muito mágico mesmo. A poção realmente estava fazendo efeito, me senti aos poucos mais animada e excitada com suas mordidas que se transformaram em beijos.

- Amo essas coxas. - Disse ela encima das minhas pernas. - Olha as minhas. - E tirou o edredom verde de cima da gente. - A sua é duas vezes mais grossa que as minhas.

- Mas você é toda desenhada, Soph, nunca vi tão perfeita.

- Ahhhh, tá falando isso só porque estou no meio das sua pernas.

- Claro que não. - Disse eu rindo. - Eu sempre reparei em você. É um encanto... diferente.

- Só em mim, de mulher?

- Eu acho que sim.

- Acha é? - E me mordeu de novo.

- Aí! Assim dói!

- É que você é muito gostosa!

- Humm... - Fiquei sem graça. - Então, onde você fez a poção? - Disse largando o copo na pequena mesa ao lado.

- Ah, eu tenho uma sala de poções atrás do cloused, Njal fez pra mim.

- Isso é interessante, essa eu quero conhecer.

- Claro que vai. Posso continuar?

Sophia abriu lentamente minhas pernas, senti um leve rubor crescer pelo meu rosto, ela nunca tinha feito isso, tão pouco eu nela.

- Você quem está fazendo aniversário hoje... - Infelizmente eu copiei a frase do meu último aniversário junto com Fred. Era muito instigante lembrar dele mas me causava tristeza também.

- Humm... Exatamente.

É, ela fez uma coisa que eu já conhecia mas com certeza feito por ela tudo era diferente. Era essa horas que me faziam querer ficar com ela pra sempre, e nem me incomodava em pensar assim, pena que não nos casaríamos, porque vontade era algo que eu nunca iria passar.

- Sabe...- Disse eu depois de um orgasmo sufocante. - Existe escalas de prazer. - Pelo menos eu ainda conseguia falar.

- Humm... - Murmurou ela ainda passando a língua na minha barriga.

- Eu nem tenho bagagem de experiência para falar mas com certeza exite o básico, o bom, o ótimo e o nível Sophia.

Ela riu de um jeito malévolo, mas fiquei preocupada, eu não chegava aos pés dela no sexo com uma mulher.

- Eu não faço ideia de como te dar prazer, por mais que eu tenha meus desejos...

- Como não? Você não precisa nem abrir a boca. Não, corrigindo, você só precisa abrir a boca: Gemer... - Disse sussurrando nos meus ouvidos. - Isso é excitante pra cacete. Aliás, no dia do banheiro dos monitores você só precisou passar a língua no meu peito e... pescoço... eu deveria ter agradecido melhor ao invés de ter ficado preocupada... - Concluiu pensativa em tom sarcástico.

- Ah, então aconteceu..?

- É que eu sou péssima para gemidos e expressar isso... Tímida...Gostou da camisola? - Disse Sophia mudando de assunto.- Pode ser sua.

- Já paguei na cama hoje por ela?

- Para de ser besta! - Disse Sophia rindo. - Eu estava brincando.

Que pena.

- Acha que tenho quadril de parideira?

- Da onde saiu ele termo bizarro?

- A trouxa da loja de roupas esportivas, falou um monte de coisa estranha mas eu gostei dela, me chamou de tanta coisa, disse que estava me elogiando.

- Deve ser coisa do pessoal trouxa do interior, mas você é linda.Você nunca duvidou da sua beleza...

- Até alguém dizer que tenho o nariz otomano.

- Claro que não. Se bem que eu não sei como era o nariz deles. - Concluiu a amiga pensativa.

- Meninas, café da manhã!

- Ela sempre avisa?

- Não. Deve ser porque você está aqui. Mas ela é metódica, sempre na mesma rotina. Queria ficar aqui no meio das suas pernas o dia inteiro! Que merda!

- Tem certeza que quer ir ao centro de Londres?

- Mas é claro. Poxa, eu fui no centro uma vez só e minha tia ficou irritada a semana inteira, ela nunca entende como isso é um presente pra mim.

Nos arrumamos para o café como se nada tivesse acontecido, talvez minha experiência na Toca tenha me deixado mais livre e entregue para esse tipo de aventura em casa. Mas acho que transar na minha casa seria impossível.

Sophia vestiu um pijama mais infantil para irmos tomar café, e eu decidi fazer o mesmo.

Após o café da manhã silencioso e desagradável nós subimos novamente. Laura não falou nada, talvez estivesse chateada pela sobrinha querer ir ao centro de comércios trouxas comigo.

Voltando para o quarto olhei com aflição para a pequena bolsa com o djinn dentro, eu não tinha parado para pensar que iria carregar uma criatura extraordinária dentro de um tipo de lâmpada mágica, isso me tornava uma bruxa perigosa. Eu tinha tanto poder em mãos que comecei a achar que não iria conseguir fazer nada.

- Jenna, está tudo bem? - Disse Sophia me abraçando por trás passando suas mãos na minha cintura, me vendo encarar a bolsa.

- Tem um deva dentro dessa bolsa, e ele não está nada feliz por estar ai, preso. Eu sinto uma coisa estranha sobre isso, ele parece tão humano.

- É, Snape está certo, você hoje é a bruxa mais poderosa do nosso mundo e de todos, provavelmente. Precisa de cautela para não enlouquecer e eu quero ajudar, não vou te julgar por seus pedidos, mas o quanto antes se decidir para liberta-lo será melhor, você está ligada a ele e ele a você agora.

- Sei que sou impulsiva, mas espero não enlouquecer. Se isso acontecer você sabe o que fazer... - Disse a ela me virando e olhando seus olhos. -  Mas eu estou confusa com que vou fazer com ele.

- Já que ele só pode ser visto por quem você quiser, deveria soltá-lo um pouco. Se ele for agressivo, você o manda pra dentro, é simples, talvez te ajude a não se sentir culpada.

- Ele é tão bonito... - Tinha uma coisa que me encantava naquela bolsa, uma energia de paz e sedução eu acho, eu podia sentir.

- Ele é uma criatura muito única, não sabia que era possível ver um etério. Sério Jenna, o mundo iria enlouquecer se soubessem da existência deles. Não sei como o Snape não tentou alguma coisa...

- Ninguém pode saber...- Ri de nervoso ao pegar bolsa. No fundo eu tinha que enfrentar o medo da coisa. Sophia sentou-se em sua cama e abraçou um travesseiro.

Peguei o receptáculo e me sentei na cadeira da penteadeira da Sophia ao lado da cama, e o abri. Tive receio dele aparecer em algum lugar estranho ou num tamanho gigante ou até com outra aparência.

Uma névoa sútil direcionada pairou na minha frente e revelou aos poucos a silhueta de Zyra, de braços cruzados, semi nu, assim como eu tinha capturado no lago.

- Você só veste isso? - Perguntei. - Eu não sei o que é isso. - Era uma folha? Eu não fazia ideia do nome da coisa que ele usava no quadril para esconder seja lá o que fosse.

- Eu gosto dessa aparência quase humana, e você também gosta. - Disse ele com um tom sedutor. Se ele estava tentando me conquistar, ele falhou fortemente.

- Eu não gosto. - Gostava sim, ele era lindo. - Poderia colocar uma roupa pelo menos?

- Isso é um pedido?

- Não! É uma pergunta.

- Me peça, eu faço o que você quiser. - Disse ele se aproximando fazendo eu me afastar ainda sentada na cadeira.

- Não. Você não vai me convencer.

Ele bufou e começou a andar pelo quarto com expressão de tédio.

- Casa vitoriana... - Disse ele olhando para o teto depois para Sophia com malícia e nojo. - Construída pelas mãos de não bruxos e elfos, tudo que a escória europeia gosta: escravos!

- Eu não sei de nada. - Disse Sophia o observando com temor.

- Você é tão conivente quanto eles que moravam aqui! - Disse ele entredentes se aproximando dela na cama.

- Hey, fala baixo!

- É um pedido? - Disse ele com um sorriso de curiosidade.

- Isso é insuportável! - Peguei a lambada e mostrei para ele, que se assustou.

- Não! Tudo bem! - Disse ele mostrando as mãos como se quisesse me acalmar. - Não me deixa aí dentro, por favor, é muito solitário, eu não vou discutir com vocês sobre isso, sabem muito bem o que estão fazendo.

- Achei que você seria mais hostil. - Disse bufando, colocando o receptáculo em cima da mesa.

- E qual seria a vantagem? Minha vida está totalmente em suas mãos.

- Totalmente?

- Você não é muito inteligente. - Disse ele se dirigindo a porta francesa espiando por de trás das cortinas para ver o céu lá fora.- Hannah ficaria desapontada. Bom, provavelmente já está.

- Você pode ver os mortos? - Perguntou Sophia olhando para ele.

- Eu posso ver o que eu quiser, quando eu quiser, mas claro, quando estou livre...

Sophia me olhou com um semblante pensativo, eu não sabia ao certo se ela estava tentando me passar uma mensagem ou planejando alguma coisa.

- O tempo está mudando...- Disse ele olhando através do vidro. - A magia das trevas está cada vez mais tomando os céus...

- O que quer dizer? - Perguntei.

- O falso Lord está reunindo mais apoiadores. - Disse ele me olhando incrédulo, como se fosse óbvio.

- Hum... - Resmungou a amiga. - Você é mais útil do que pensei.

- Não é novidade para vocês. - Disse ele voltando o olhar para o quarto observando cada detalhe.

De fato, era óbvio, dado aos fatos que ocorriam e que eu me esforçava para ignorar.

Ele parou para encarar Sophia novamente e sentou-se ao seu lado, fazendo ela se afastar um pouco.

- Hannah também era chegada numa fêmea. - Disse ele a medindo.

- Ah... Não preciso saber da intimidade dela.

- Essa daí é uma mestiça muito estranha. - Não entendi porque ele a chamou de mestiça. - Tem muito sangue em seu sangue, é conflituosa sua alma híbrida.

- Como assim híbrida? Eu sou puro sangue bruxo.

- De fato não há sangue de não mágico em você. - Ele parecia estar tentando sentir seu cheiro, a analisou visualmente com atenção. - As criaturas que vocês chamas de Veelas, as ninfas kupalas, elas são fortes, inteligentes mas hostis também, você neta da Hannah, consegue sentir o poder delas. Tem sorte de conseguir uma aliada com esse poder. Uma vidente desequilibrada ao lado de uma semi-veela, é quase uma união sagrada.

- Você deu o dom da vidência a Hannah, e por sua causa que sou assim.

- É por causa dela.- Disse ele com deboche. - Mas se você quiser, eu tiro de você. Tiro suas dores, medos, essa conexão com o bruxo ruivo, dou a você o coração daquele sujeito mais velho...

- Já chega! Se eu quisesse escolher eu não faria nada disso! Eu sou o que sou por causa deles e de tudo que vivo com eles. Eu jamais iria querer... - Desdazer a conexão com Jorge? Não sei, não sei mesmo.

- Será?

- Tem que ser algo mais profundo, menos egoísta. Você é muita coisa pra desperdiçar com meus problemas.

- Uau. Quanto altruísmo. - Disse ele com ironia se deitando na cama fazendo Sophia analisar seu corpo com mais atenção.

- Eu posso tocar em você? - Perguntou a amiga confusa.

- Você pode tudo, se ela quiser. - Disse ele apontando para mim.

- Você é real?

- Depende do que você acha que é a realidade.

- Sempre com respostas indiretas. - Disse Sophia com impaciência.

- Quem criou você!?- Perguntei me levantando e indo até a cama.

- O mesmo que criou tudo. A Força Maior.

- O que é isso?

- Vocês o chamam de Deus.

- Ele existe? - Perguntei.

- Ele é mais do que algo que existe, mais do que a própria existência , é tudo que vocês jamais serão capazes de entender.

- E vocês morrem? - Perguntou Sophia.

- Não.

- E você pode se relacionar com uma bruxa? - Perguntei me sentando ao lado da Sophia.

- Quer saber se posso transar com você?- Disse ele se levantando.

- Comigo não!

- Eu sei o que você quer, sinto seu cheiro. Eu até posso fazer isso, mas seria uma ilusão porque eu não pertenso a esse mundo. Mas não seria uma má ideia, pode pedir se quiser.

- Jenna, agora entendi, ele está tentando te manipular, você é fraca.

- Cala a boca Sophia, eu não preciso disso.

- Você precisa do outro...

- Ah! - Me levantei da cama irritada. - Você Poderia calar mais a boca também!

- Isso foi um pedido?


- Esconde a varinha.

- Eu sei tia.

- Essa roupa está inadequada.

- Você não tem tanta certeza.

- As duas estão inadequadas. Está esfriando, o clima está estanho.

- Vamos com nossas capas.

- As capas bruxas não são apropriadas para...

- Chega tia! Vamos, Jenna.

Estavamos nos aprontando para entrarmos na lareira e sair no Caldeirão Furado. Sophia estava extremamente empolgada.

Não dava para eu deixar Zyra do lado de fora, eu tinha que levá-lo em seu receptáculo, era mais seguro.

- E você, menina Gibbon, precisa mesmo dassa bolsinha? Tem muitos ladrões em Londres.

- Está tudo bem. É só por estilo.

Laura riu tentando ser discreta, colocando a mão na boca, provavelmente acha meu estilo ridículo.

- Ok. - Disse Laura se recompondo. - Se o pior acontecer, chame por Njal.

- OK, Tia! - Disse Sophia mais uma vez com impaciência me empurrando para lareira.

Eu entrei e joguei o pó de flu dizendo " Caldeirão furado."
Quando saí da lareira um clima nostálgico me tomou. Me lembrei do dia que vi Jorge com sua família hospedados ali. Foi um dia simples mas que eu tinha bastante carrinho.

- Então. - Disse Sophia chegando logo atrás. - Isso aqui não é tão ruim. O mundo bruxo não é muito moderno, não é?

- Também não vejo problema nisso, mas uma loja trouxa com certeza é mais agradável aos olhos e as narinas.

- Ah! Vamos às lojas então, mas antes vamos na livraria que te falei.

Alguns bruxos nas mesas nos observaram com atenção, outros com tanta curiosidade que se ajeitaram para olhar para trás de um jeito exagerado. Não estávamos tão ruins, mas de fato, havia esfriando. Minha roupa social dada por minha mãe não era um estilo comum entre os bruxos mas o estilo mais formal da Sophia sim, ela ainda encomendava da Chanel escondida, mas aquele dia ela decidiu usar roupas novas sem dar desculpas a tia do porque.

- Era para eles nos encarar assim? - Perguntou a amiga olhando torto para todos no bar.

- Não.

Não nos demoramos a sair e ignoramos o interesse do dono do bar, o Tom, em nos cumprimentar.

- Espero que não nos perdemos. - Disse a amiga andando pela estranha rua.

- Vou contar com a minha memória fraca, já viemos de carro aqui, eu moro próximo.

- Sério!?

- Um bairro a frente.

- Aqui é muito pequeno. Mas qualquer dúvida, podemos pedir informações.

- E o que você sabe?

- Eu trouxe algumas anotações, eu só perguntar.

- Hum, boa.

- Eu me lembro da Foyles ser por aqui.

- Como sua memória pode se então boa, você só veio uma vez aqui?

- Sei lá, mas achomqie ter sangue de veela me da alguma vantagem, olha a Fleur, não foi escolhida pelo Cálice atoa.- Disse ela me olhando pensativa.

- Acha que um mestiço desse nível adquire mais habilidade?

- Talvez. - Ela parou bruscamente e olhou para o céu. -Vou colocar o capuz, realmente está estranho o tempo.

Também achei, tinha um cheiro de magia no ar. Estava muito calor no começo do mês e não era típico do verão aquele clima escuro, frio e com ventania.

- Veja, a loja é ali. - Apontou Sophia.

Era muito próxima mesmo. O bom do centro era as lojas serem tudo próximas. A livraria era imensa, diversas mesas ficavam no centro para compradores ou leitores interagirem ou apenas curtir uma leitura. Havia mais de dois patamares, estilo mezanino, ou eram  andares, eu não sabia ao certo, mas era muito grande, bonita e elegante.

- Encantadora. - Elogiei.

- Eles são melhores do que a gente. - Disse Sophia sorridente. - Vamos para a sessão de psicologia. Eu quero mais livros sobre a mente e comportamento. Eu vou tentar encontrar um livro sobre doenças mentais e ver se alguma se encaixa ao sintomas dos pais do Neville.

- E como poderia? - Perguntei a seguindo pelas rampas laterais. - Seja lá o que eles tenham, foi causado por magia.

- Mas temos que considerar que eles foram torturados. A dor tem um papel específico no cérebro, e eu posso tentar encontrar um paralelo com alguma doença sou sidrome pós traumática.

- Isso parece muito sofisticado.

- Não é tanto. Queria fazer medicina trouxa e estudar neurociência.

- Não faço ideia do que está dizendo mas deduzo que seja muito complicado. Você teria que estudar todas as matérias deles e ainda passar nos exames das faculdades.

- Ou universidades... Estou a uma vida de atraso. - Disse ela rindo de nervoso.

- Você acha que alguém já fez isso?

- Desconheço qualquer informação do tipo, mas não acho impossível.

Ela parou e entrou em uma das salas laterais onde havia grandes prateleira.

- Meu irmão acha que pode existir bruxos que trabalham no mundo trouxa.

- Eu também acho. Não parece ruim ser uma garçonete. Elas são lindas.

- O que tem uma coisa haver com a outra?

- Não tem. Eu apenas me lembrei de uma lanchonete em que eu fui.

Sophia e sua queda por trouxas, eu a achava muito complexa e a cada dia eu tinha que me adaptar e aceitar a evolução misteriosa dela. Sentia que ela estava desabrochando e esse ciclo parecia sem fim, talvez até o fim das nossas vidas Sophia ainda teria muita coisa para me apresentar.

A amiga pegou três livros das prateleiras, eu só a observei, nada ali era mais interessante para mim do que a alegria dela. Ela parecia muito confiante sobre o que fazia.

- Tem dinheiro trouxa?

- Njal consegui trocar no Gringotes galeões por libras, estou cheia de papéis engraçados. Minha tia não toca em dinheiro trouxa.

- Meu Deus.

Em partes eu entendia a personalidade da Laura, mas ela era insuportável. Se eu brigo com a minha mãe constantemente, com ela, talvez eu já estivesse matado.

Descemos para pagar pelos livros e avistei uma lanchonete na praça de alimentação e leitura. Eu achei interessante algumas coisas diferentes que alí vendiam.

- Tem sorvete de café. Vamos pegar um potinho!? - Disse pra ela voltando a fila de pagamento.

- Ah, deve ser estranho. Prefiro de creme. - Respondeu a amiga pensativa.

- Deve ser sem graça esse, tem de chocolate.

- É tudo leite com açúcar, não muda muito.

Sophia olhava para a maioria das trouxas com um certo temor, tive a impressão dela estar procurando alguém.

- Está procurando alguém ?!

- Ah... - Resmungou olhando para uma bolsa de pano com dinheiro dentro. - Não, é que parece que estão olhando para mim.

- Você é uma mulher loira de quase dois metros usando uma capa preta. Com certeza você chama atenção.

- Merda. - Disse ela sorrindo com timidez sem me olhar.

Chegamos no caixa e Sophia parecia um pouco perdida. Eu já tinha uma experiência básica e poderia ajudar.

- Deixa, eu ajudo. - Disse para ela pegando a bolsa de suas mãos.

- Porque esses papeis são tão coloridos? Isso confunde meus olhos.

- Meu primo é dislexo. - Disse a moça do caixa. - Eu entendo.

Sophia ficou vermelha e aparentemente chateada. Eu fiz o pagamento por ela e fomos para a lanchonete comprar sorvete.

- Dislexia é uma doença, não é?

- Acho que é um tipo de dificuldade no aprendizado.

- Poxa... - Disse a amiga triste . Ela não gostava de não saber sobre algo, de se sentir incapaz intelectualmente.

- Relaxa, vou explicar a você sobre esse dinheiro. Não tem segredo, se lembra das aulas do Snape de matemática? Então, é diferente mas é muito mais fácil que aquilo.

- É nessas horas que nasce um ódio absurdo contra minha tia.

- Esquece isso. - Disse eu para ela me aproximando.

Se tinha um lugar que eu não fazia ideia se era crime beijar uma mulher, era alí. Eu não sei como a sociedade trouxa via um relacionamento entre duas mulheres, mas eu senti vontade de abraçar Sophia de um jeito mais íntimo.

- O que está fazendo? - Disse ela quando a peguei pela cintura.

- O que parece?

- Achei que não gostasse da gente assim em público. É só porque eles são trouxas?

- Não! Eu estou sendo carinhosa!

Não era comum eu me aborrecer com Sophia, mas resolvi soltar ela e seguir escolhendo meu sorteve junto a atendente.

A amiga também estava estranha, provavelmente chateada por ter sido rebaixada intelectualmente.

Nos sentamos em uma das grandes mesas centrais com ela ainda chateada com alguma coisa.

- Pelo menos o sorvete é bom. - Disse ela aborrecida.

- É, o de café é bem interessante. Experimenta. - E ofereci a ela uma colherada do meu.

Sophia me olhou com timidez mas experimentou, ela sorriu fazendo careta e puxou num beijo em que eu pude sentir até o sabor.

- Eu odiei. - Disse ela me soltando rindo. - Desculpa, eu não quis deixar nosso clima estranho.

- Hum. - Disse me escorando em seus ombros. - Da próxima vez que você falar comigo daquele jeito a gente não dorme mais junta, talvez... Para sempre.

- Mentira, você precisa de mim.

- Você quer apostar!?

- Não!

- Oi! - Disse uma moça se aproximando. - Você é a Jenna Gibbon, não é?

Era Keilah. Eu não sabia muito bem se isso era bom ou péssimo.

- Ah, sim. Olá Keilah.

- Quem é ela, Jenna? - Perguntou Sophia desconfiada.

- A moça que disse que eu tenho o quadril de parideira.

- Cretina. - Disse Sophia sem cerimônia.

- Ah, desculpa, não quis ser rude. - Disse Keilah se sentando do outro lado da grande mesa que até lembrava as mesas do Grande Salão. - Eu vim comprar um livros mais antigo de sociologia com meu primeiro salário! Bom, eu tinha que vir te agradecer, já que te vi. Que bom que está namorando.

- Namorando!? - Disse para ela.

- É? Não é? Ou é tipo um relacionamento aberto?

- Aberto? Nunca parei pra pensar em um nome pro nosso relacionamento.

- Eu até que gostei, mas é fraco. - Disse Sophia terminando seu sorvete.

- Acho que somos mais do que isso. - Disse eu descontraída.

- Talvez, porque eu espero ter sua amizade para sempre.

- Que intrigante. - Disse Keilah. - Vocês têm uma aparência clássica mas com uma mente mais moderna. Fiquei dias procurando sobre vocês, lamento pelo seu avô. - Concluiu Keilah com os trejeitos meigos dela.

- Não entendi.

- Seu avô foi um militar que morreu na guerra, não foi?

- Ah... - Eu não sabia bem o que dizer.

- Depende do que você chama de guerra. - Dizer Sophia com sarcasmo.

- Desculpa, conversa triste denovo. É inevitável. Enfim, você deve ser amiga grandona da Jenna, não é?

- Como é? Ela falou de mim?

- Foi só uma leve observação. - Disse pra ela entediada.

- Parece que foi uma longa conversa. - Disse Sophia desconfiada.

- É que ela fala demais...

- Então, estão de férias ainda do tal colégio interno?

Sophia olhou para ela incrédula, parecia não estar entendendo como a trouxa chegou a essas deduções.

- É aniversário da Sophia.

- Uau! Uma leonina, gênio forte.

- Bom, agora vamos a um shopping ou a uma loja. Eu quero um vestido novo. - Disse eu para Keilah.

Sophia ficou balbuciando confusa, com a voz baixa "leonina" por várias vezes.

- Tem sim algumas aqui perto. Eu estava passando esses dias em uma loja e lembrei de você. Lembra que eu falei do estilo pin up? Tudo bem que reforça o estereótipo de beleza feminina, objetificando a mulher mas com o tempo virou símbolo de força e resistência, e eu acho você super forte...

- Deve ser por causa do meu nariz otomano. - Disse eu com sarcasmo me arrumando no banco, eu já estava querendo ir embora.

Apesar da minha má vontade e o desinteresse estranho da Sophia, Keilah se mantida sorridente e com olhar gentil, parecia sempre ver graça na minha personalidade.

- Onde fica? - Disse Sophia friamente.

- Levo vocês lá, eu preciso comprar um cinto. Agora eu tenho dinheiro. - Disse ela sorridente levantando a sacola com o livro.

Sophia me encarou com dúvida, mas eu decidi aceitar.

- Vamos. - Disse ao me levar.

Claro que a minha amiga não estava confiante mas ainda sim saímos da loja.

- Depois você poderia nos deixar de volta nessa rua? - Disse Sophia insegura.

- Ué, não sabem voltar aqui? - Perguntou Keilah saltitante pela calçada.

- Não tenho mais certeza. - Disse ela cabisbaixa.

- Não fica insegura, a gente consegue se virar. - Disse pegando a mão da Sophia. Acho que era a primeira vez que eu andava de mãos dadas em público. Ela sorriu olhando para nossas mãos e depois para mim, com ternura.

- Jenna, você não mora por aqui? - Perguntou Keilah nos observando.

- Sim, mas estou hospedada na casa da Sophia.

- Que legal! E onde é?

- Em Gales.

- Gales!? - Disse ela parando para nos olhar intrigada. - Isso fica a horas de distância.

- É por isso que temos que voltar aqui... Ah... alguém vai nos levar até lá.

- Nossa... Acho que entendi. Tem bastante gente rica em Galês que tem motorista particular.

- Jenna, é melhor dispensar ela, ela está desconfiando muito. - Disse Sophia em voz baixa. - Se quiser eu... - E arregalou os olhos sem concluir o raciocínio.

- Não, não precisa mandar Njal apagar a mente dela ou algo do tipo. Eu acho ela inofensiva.

Andamos por umas ruas chamando um pouco de atenção. Minha capa fazia muitos olharem com curiosidade. Keilah nos olhava intrigada mas nunca sem sorrir.

- Chegamos! Aqui é a Blackout II , cheio de roupas vintages, eu amo isso! Eu até pensei na Crest London, mas não tem muitas variedades. Me acompanhem! - Disse ela abrindo a porta da loja , toda contente.

- Isso lembra um pouco a Madame Malkis. - Disse eu.

- É verdade. - Disse Sophia.

- Bom, então é famíliar. Depois me conta onde fica essa loja.

- Hum. - Resmungou Sophia com indiferença olhando para todos os cabides.

Keilah me pegou pelo braço e me levou até uma série de cabides com vestido, Sophia nos acompanhau logo atrás, ela parecia encantada por algumas peças loja.

- Olha esses vestidos, imagino que iria caber em você com perfeição. - Disse Keilah empolgada.

- Vocês prefem algo mais ousado? - Disse uma vendedora ao se aproximar.

- Oi, Marlene! - Disse Keilah cumprimentando uma moça branca com cabelos bem pretos com um coque acima da cabeça, com um vestido vermelho com bolinhas brancas.

- Keilah, trouxe amigas.

- Ah, quem me dera. - Disse ela se sentando em um pequeno sofá vermelho. - Eu queria ter mais amigas, mas sabe como é, eu sou muito estranha.

- Bobagem. E elas estudam na universidade?

- Não, são conhecidas da loja em que trabalho.

- Que interessante. - A vendedora olhou para mim intrigada.- Essa capa deve ser do século 20, deduzo. - Disse ela apontando pra mim - Eu achei ela incrível, super confortável até na chuva.

- Ah, eu não sabia. - Respondi.

- Uau, que moça exótica. - Disse a vendedora ao fitar Sophia.

- É galesa! - Respondeu Keilah.

- Não, eu nasci na França, mas eu moro lá.

- Você nasceu na França!? - Eu não sabia. Talvez eu não fosse uma amiga tão boa, mas sabia que Sophia era extremamente cautelosa com o passado.

- Isso nem é relevante.

- Ah, bom... - Disse a vendedora tentando desviar o assunto. - Eu acho que esses novos vão combinar com você.

- Não é para mim. - Disse Keilah. - São para ela, a Jenna. Não ficaria bem em mim, eu sou muito sem graça.

- Não se menospreze, você está ótima! Queria voltar nos meus 18 anos e dar uns tapas na minha cara, eu não sabia que era tão bonita. Um dia vai rever suas fotos e dar valor no passado que subjulgou.

- Por isso você é maravilhosa, obrigada Marlene.

- Disponha. Vou buscar todos os modelos que tenho parecidos.

A vendedora foi mais a fundo na loja. Era um ambiente muito apertado. Eu e Sophia nos sentamos também.

- Você parece entediada.

- É, eu ainda estou chateada com o lance do dinheiro. Eu não sou doente.

- Não fale assim, não tem nada haver com doença... Eu acho.

- Jenna, como vai o seu irmão? - Perguntou inesperadamente Keilah.

- Ah... Eu acho que bem.

- Você o conheceu também? - Perguntou Sophia.

- Ela o conheceu, desculpa, não tive tempo de contar tudo, aconteceu muita coisa de ontem para hoje.

- É, definitivamente. - Disse Sophia cruzando os braços. - Vou olhar mais a loja.

- Claro.

Sophia se levantantou e ficou entre as as dezenas de cabides por meio de diversas peças de roupas.

- Ela parece chateada.

- Pode ser por muitos motivos. Está um pouco brigada com a tia.

- Poxa, família é complicado. E seus pais?

- Morreram.

- Aí meu Deus! Eu lamento muito. - Disse Keilah visivelmente chateada.- Isso pesa tanto no nosso aniversário, deve ser um dia angustiante.

- É. Eu posso imaginar a dor dela. Mas ela é forte sabe, está sempre tentando se reerguer e mudar o clima das situações.

- Superação. Ela deve ter um coração muito forte. Até aceita uma relação poliamorosa isso é muito mais força do que desapego, as pessoas temem o poliamor por achar uma forma de desapego, mas na verdade é um ideal contra o sistema patriarcal que prega a monogâmia de forma romantizada, isso cria diversas expectativas nega...

- Poli o que?

- Poliamor. É uma pratica de relacionamento em que uma pessoa ama e se relaciona harmonicamente com mais de duas pessoas pelo menos, claro que com o consentimento de todos envolvidos.

- É, parece algo que eu vivo... Só que sem harmonia.

- Pronto lindinha, prove todo! - Disse a vendedora ao aparecer com quase dez vestidos no cabide.

- Jenna. - Espirou Sophia sobre uma gôndola. - Pegue o mais curto.

Foi engraçado provar os vestidos, tive um pouco de dificuldade em alguns que eram extremamente justo, mas Sophia me ajudou com malícia a vesti-los.

- Não sabia que ficava tão bem mostrando os joelhos. - Disse ela ao me ver olhando para o espelho.

- Uau. - Disse Keilah. - Seu ombros são magníficos.

- Lembra a mãe do Phillip.- Comentei. - No Bar Mitzvah ela estava com um aparecido.

- Mas que atrevida. - Disse Sophia.

- Ela é uma cigana linda.

- Cigana judia?

- Sim. - E bruxa.

- Uau! Sua comidade deve ser bem interessante mesmo!

- Ah, não... - E noovamente começa a tocar a música que me lembrava do sonho com Jorge. - A música do Tylenol.

- Que música? - Perguntou Sophia.

- A música do seu amor? Ah, desculpa, sei que está com ela agora...

- Jenna?

- Sonhei com Jorge e ele me apresentou essa música. - Disse para Sophia com a voz baixa. - Desculpa... muita coisa pra contar.

- Certo...

- Sabe Sophia, acho que você iria gostar das roupas masculinas. - Disse Keilah apontando para um outro ambiente da loja.

Sophia a olhou com carinho pensativa sem saber bem o que dizer, ficou um pouco vermelha e sorriu.

- Obrigada. - Disse ela com a voz baixa. - Vou ver se acho algo para mim lá.

A amiga se afastou timidamente para a repartição masculina. Tinha sempre algo nela que me encantava, mesmo com seu temor em expressar seus gostos, Sophia às vezes era relutante em se assumir.

- Essa questão de identidade é algo muito profundo. - Disse Keilah também observando Sophia.

- Você é muito empática.

- É, quando se conversa pouco é melhor observar, tem muita coisa nos olhares discretos das pessoas.

- Como assim? Você fala tanto.

- Mas ninguém quer me ouvir, Jenna. As pessoas correm de mim.

- Lamento muito.

- Sabe, conhecer você e seu irmão foi bem interessante, eu até sonhei com ele. Achei bem intrigante, fui até pesquisar sobre o assunto, tipo num livros dos sonhos, coisas esotéricas...

- Como é que é?

- É, sabe como é, a gente sonha e fica buscando nos livros de sonhos os detalhes, tentando entender...?

- Como foi o sonho!?

- Ah, você gosta também de interpretação...?

- Como foi o sonho!?

- Ah... Ele me disse que estava com medo de uma guerra. Estávamos sozinhos em uma sala de aulas, eu sabia que tinha rolado uma aula de história, sabe, tipo na faculdade...

- O que mais!?

- Eu olhei pela janela, estava tudo sombrio lá fora. Foi antes do nosso clima mudar, sabe, uns três dias depois de conhecer vocês... Seu irmão parecia mais velho, tinha até uma cicatriz no braço...

- Sophia! - Fiquei assustada porque eu não estava preparada para isso.

- O que foi!? Eu falei besteira? - Disse Keilah se levantando.

- O que!?- Disse a amiga vindo ao meu encontro.

- Já escolheu?

- Mais ou menos, tem coisas bem antigas aqui...

- Pegue aquele corpete estilo medieval e a calça azul e vamos embora. - Eu sabia que era o que eu vi na visão, sentia que aquele lugar tinha um propósito.

- Como sabe que eu gostei deles? Jenna...?

- Ela acabou de dizer que sonhou com meu irmão. - Sussurei próximo de seu rosto.

- E o que tem!? Ah... Nossa. - Uma sombra de ideias passou pelo olhar de Sophia e ela encarou Keilah com espanto.

- O que eu faço!?

- Eu não sei.

- Aí meu Deus! - Disse a vendedora olhando para uma televisão pequena que estava pendurada na parede ao lado do caixa. Ela estava a chocada com as mãos na boca. - Mais um acidente, a ponte de Brockdale está ruindo...

Eu e Sophia olhamos para televisão assustadas.

- Me diz uma coisa moça. - E me aproximei do balcão. - É normal isso?

- Mas é claro que não! Isso é negligência do governo.

- Ou não. - Disse Keilah chocada também, olhando o televisor. - Isso pode ser ataque terrorista. Vem acontecendo muitas coisas estanhas...

- Ataque terrorista? - Perguntei.

- Sim. Não sabem o que é? Um prupo perigoso tentando derrubar o governo matando inocentes.

- Isso é teoria conspiratória. - Disse a vendedora.

- Mas tem muita coisa que o governo não nos conta.

- Sophia, isso pode ser obra de Comensais, temos que sair daqui. - Sussurei novamente para a ela.

- Vamos pagar por tudo isso e vamos embora. Você não quer passar na sua casa?

- Não, eu quero ficar ao seu lado. Meus pais sabem se defender e a gente tem uma festa amanhã...

- Festa!?

- Acha que se tivermos sobre ataque os Lammont vão se preocupar? A noite mando uma carta pela lareira para meus pais para saber como estão.

- E a trouxa? - Depois essa observação da Sophia eu fiquei pensativa. Olhei para ela e senti medo temi por sua vida e segurança.- Jenna... Se ela for a soulmate do seu irmão ela está em risco tanto qualquer trouxa.

- Ela não vai morrer. Eu não admito! Já basta eu não viver com o Jorge, ela não tem que passar por isso.

- Oi, desculpa. Mas está tudo bem? - Disse Keilah interrompendo meus cochichos com Sophia. - Sabe, essa ponte fica bem longe daqui, de qualquer forma, as coisas estanhas ainda não chegaram aqui no centro...

- Exatamente, ainda não. - Disse a ela com preocupação.

- O que quer dizer?

Encarei Sophia e suspirei de nervoso. Coloquei minha roupa e pagamos rapidamente as peças que gostamos. Keilah nos olhava com desconfiança e desconforto, ela estava confusa e provavelmente com medo.

- Vamos voltar para o Caldeirão...

- Não quero deixa-la sem proteção. - Disse parando na calçada olhando para Sophia e para Keilah.

- Do que estão falando?

- Jenna, não podemos fazer nada aqui.

- Mas a Njal pode...

- Eu não sei se ela pode.

- Minha mãe me disse que podem, ela pode ajudar de alguma forma.

- Mas ela não vai suportar ver o que somos.

- O que vocês são?

- Ela já está envolvida nisso, o sonho dela já revelou.

- Merda! Isso é muito estranho.

- Por favor, Sophia, eu só posso contar com você.

- Eu sei, também estou preocupada agora, ela não merece sofrer com a nossa guerra.

- Se algo der errado eu a mando para os meus pai.

- Você acha que a sua mãe vai se preocupar com ela?

- Vai se preocupar com meu irmão, ela vai fazer o que for necessário por ele e consequentemente por ela.

- Meu Deus! O que estão dizendo!?

- Procure um beco vazio e chame a Njal.

- Mas e a lareira do bar...

- Não podemos ir ao bar decidir isso...

Entramos numa rua silenciosa e sem ninguém, e tive que dar uma notícia a Keilah, sem saber se ela estava preparada.

- Keilah, você precisa ser forte.

- O que foi?

- Você é especial... E nós, somos bruxas.

- Eu também?

- Não, mas existe algo importante em você. Precisamos te proteger, uma guerra realmente está se aproximando e temo pela sua vida.

- Eileen estava certa, vocês existem mesmo.

- Exatamente. Seja lá o que foi que ela escreveu, ela está certa. Mas nosso mundo também tem guerras e às vezes é contra o seu mundo.

- Ai, não...

- Não conte a ninguém.

- Já me acham louca só porque eu falo do patriarcado...

- As vezes não é importante falar sobre isso.

- Mas é quem eu sou, Jenna, eu não consigo ser menos.

Ela me emocionou, eu sabia o que era ser diferente. Ela tinha muito amor e vontade de mudar o mundo, e eu sabia que apesar das diferenças expressivas entre eu e ela, nós não éramos tão diferentes lá no fundo.

- Então continue. Vamos monitorar você de alguma forma, mas vou pedir para uma criatura te proteger, seja aonde estiver.

- Que tipo de criatura?

Sophia se afastou um pouco e olhou ao redor, sibilou o nome de Njal de um jeito diferente, e em segundos ela apareceu ao seu lado.

Keilah colou as mais na boca e ficou chocada com a pequenina elfa se aproximando. Njal ficou preocupada, mas parecia curiosa também.

- Que criaturinha é essa?

- Essa é Njal, uma elfa doméstica.

- Como assim doméstica? - Disse Keilah em tom de revolta.

Achei incrível a perspicácia dela, em um segundo ela analisou uma palavra.

- Ela serve a minha família, e lealmente a mim. - Disse Sophia séria, parecia muito preocupada.

- Serve?

- Sim, menina não bruxa, eu sou quase uma escrava.

- O que!? - Disse ela se ajoelhando na frente de Njal. - Como podem escravisar um ser tão lindinho e pequeno!? Isso é um absurdo.

- Ela é muito poderosa. - Disse eu.

- E não fui eu quem fez isso com ela... - Disse Sophia.

- Mas você está sendo conivente com isso!

- Não se preocupa, criança, eu já me acostumei, eu não sei ser diferente.

- Mas é claro que não, nunca viu a verdadeira luz da liberdade.

- No fundo, ninguém está livre do sistema. - Disse Njal pensativa.

- Não me venha com convivências porquê eu sei que rejeitar isso pode te acusar prejuízos físicos, mas isso esta errado, deveria ser crime!

- Concordo. - Disse a elfa esboçando um sorriso sutil.

- Não temos muito tempo, queremos que a Njal a proteja até o fim da guerra.

- Você pode fazer isso? - Perguntou Sophia.

- Colocarei feitiços de proteção nos locais onde ela pisa, mas tenho que fazer vigílias periódicas.

- Isso é sacrificante. - Disse Keilah com tristeza. - E porque ela veste isso? Não existe roupas para vocês?

- As roupas me liberta, criança, é a magia que nos prende a essa tradição.

- Ah, porque vão fazer isso por mim?
Isso não é justo com ela.

- Keilah, aceite por favor. - Pedi.

- Ela parece estar se sacrificando.

- Quando a guerra acabar eu a liberto.

- Sophia!?

- Ela está certa Jenna, eu estou sendo cúmplice dessa tradição escravista, mas não posso negar que preciso de você Njal , estamos passando mais uma vez por tempos difíceis.

- Eu compreendo senhorita, e confesso que a proteção é mútua nesse momento. Se me libertar agora é um risco e eu não sei o que fazer livre em tempos de caos.

- Ok. - Disse Leilah ofegante, ainda de joelhos. - Eu aceito, mas quero poder estar junto de você no dia em que você receber sua primeira roupa, e eu quero poder ver pessoalmente e curtir a sua liberdade.

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