A esperança está no futuro
- Como o Gui está?
- Ele foi pro Sant Mungus para uma avaliação, ele vai ficar bem.
Uma noite conturbada como um sonho tranquilo. Eu estava de volta a nossa praia, fazia meses que não conversava com o Jorge. Sepois do Natal eu tinha até medo de recordar daquele dia, me sentia culpada sem saber o que fazer.
- E você, Jenna? - Me perguntou Jorge com desânimo e tristeza sentado num tronco de uma árvore seco à beira mar.
De pé na sua frente, eu conseguia ouvir o som suave das ondas e sentir a brisa leve vinda de algum lugar fazendo eu ter a sensação de estar levitando - eu não sentia isso com ninguém.
- Eu não sei onde estou, eu desmaiei quando voltei pro Castelo, - falei com tranquilidade - foi horrível.
- Eu sinto muito, soubemos do ataque só depois que os aurores tomaram o controle.
- Tudo bem. Quantos menos de vocês no meio disso, melhor. - E passei a mão carinhosamente em seus cabelos lisos.
- Você preveu isso? - Me perguntou pegando minha mão e a beijando.
- Não! - Exclamei me pondo de joelhos na areia. - Merda. Eu me distrai demais..!
- Você não tem culpa.
- Eu acho que tenho. - Tentei me justificar. - É que eu tenho medo de saber demais.
- Não é sua obrigação saber o futuro e não tem como alterar...
- Tenho, Jorge, eu sei que tenho.
- Mas ainda assim não é sua responsabilidade.
- Não... Não é. - E olhei para minhas mãos sobre a coxa, pensando se era possível eu viver alí para sempre.- Como está o Fred?- Perguntei sem olhar em seus olhos.
- Contei tudo pra ele.
- Aí, Deus...
- Ele foi resistente, sabe? Acha que você me amaldiçoou, que sua família é marcada com alguma maldição.
Eu o encarei chocada. Era uma interpretação terrível com uma gota de verdade.
- E o que você acha?
- Faz sentido. - Brincou ele com um sorriso triste me olhando no chão. Mesmo em meio a tudo que tinha acontecido ele parecia forte e se mantinha brincalhão.
- Eu deveria ter acabado com isso. Me perdoa. - Pedi segurando sua mão. - Eu ainda posso achar um jeito...
- Jenna.- Falou também se lançando ao chão arenoso, passando a mão no meu rosto.- Não faça nada. Você é o mistério mágico mais incrível que eu tenho, esse nosso elo me trás um pouco de alegria, harmonia e paz. Eu não preciso tocar em você pra sentir que viver vale a pena. Você me mostra que amar vai além do óbvio, do tradicional, do que todo mundo acredita ser normal. Eu me sinto preenchido por você, mesmo estando... distante.
Quando eu abri os olhos cheio de lágrimas, uma luz irritante ofuscava a umidade deles, me dei conta que estava na ala hospitalar. Um grupo de bruxos estávam reunidos na porta e pareciam cochichar algo, uma reunião, de início eu não sabia quem eram.
- Somente os aurores e professores.- Uma voz falou antes de adentrar no ambiente.
Madame Polfrey estava com uma expressão de terror, no mínimo. Carregava consigo uma bandeja com alguns copos, provavelmente poções reparadoras, que ela colocou entre eu e uma outra maca onde havia alguém que não enxerguei de início. Eu sentia um pouco de dor nos joelhos e cotovelos e imaginei que vinha do tombo do feitiço da Sophia.
Logo em seguida o grupo entrou. Reconheci a tal Tonks, mais dois aurores itinerantes e um grandão, negro, que eu já havia visto em algum lugar. McGonagall também apareceu, ela foi em direção a outro aluno que estava do meu lado: era o Colin Greevey. De certo ela era responsável por dar apoio aos alunos da Grifinoria. Passando os olhos na sala eu pude ver mais dois alunos em duas outras camas a frente.
- Eu disse apenas professores e aurores! - Gritou Madame Polfrey novamente olhando para porta. Sophia se preparava para entrar com Neville ao seu lado.
- A senhora é tão linda, minha inspiração, pena que a vejo pouco. - Disse a amiga ao lado do batente, eu só conseguia ver parte dela.
- Não me venha com sentimentalismo, Srta. Rosier, você não deveria estar aqui. - Disse a curandeira se aproximando da entrada.
- Mas é verdade, fora que eu tenho informações a oferecer, a senhora se opõe a isso?
- Garota, o que você realmente quer?
- Preciso ver a Jenna.
- Ah, sim eu já iria dar a ela...
- Poção Gênesis, eu sei , eu dou a ela, não se preocupa.
- Mas...
- 75ml para as medidas padrões da Jenna, mais que isso ela sentirá sono. Obrigada, - disse ela se convidando atrevidamente ao ambiente passando a mão no braço da curandeira com carinho em gratidão - a senhora é tão atraente, que bom estar viva e ter a oportunidade de te dizer isso.
- Ãh... Ok? - Respondeu Madame Polfrey desconcertada. - Então seja breve. - Concluiu entregando os pontos.
- Jenna! Jenna, Jenna. - Gritou Sophia correndo pra mim. - Eu te amo ,eu te amo! Me desculpa, me perdoa! - Se desculpou me puxando para um beijo na boca.
- Sophia... - Murmurei me afastando após corresponder a seu longo beijo notando que vários da sala se voltou para nós.
- Ata. - Disse ela se recompondo colocando poção no pote padrão de doses. - Beba, vai se sentir melhor.- E me entregou o copo. Essa poção era um pouco mais avançada e eu nunca tinha experimentado.
- Essa não se parece com a revigorante que já tomei algumas vezes.
- É que essa é mais adequada pra sua idade.
- E tem isso?
- Tem sim. - Me orientou com um jeito carinhoso me olhando com ternura e preocupação, mas sua expressão foi mudando drasticamente ao se lembrar de ontem a noite após ouvir uma conversa sobre os Comensais. - Aquela vadia maldita de merda te obrigou a me atacar! Odeio aquela cadela, ela é irmã da Narcisa, sabia? Outra imunda!
Agora entendi porque Draco a chamou de tia, ela não lembrava em nada a mãe do sonserino.
- Rosier! - Exclamou McGonagall do meio do grupo que estava parado no centro da ala. - Não use esse vocabulário!
- É verdade, professora. - Disse Neville escorando a mão na borda da maca olhando para ela. - Bellatrix obrigou a Jenna a nos atacar.
Eu o olhei com admiração, Neville estava pleno e seguro e parecia que tinha alcançado um nível de respeito considerável. Ele me olhou com um sorriso discreto, tinha tristeza e olheiras em seus olhos.
Antes de qualquer um responder o auror negro se aproximou de mim com um assobro nos olhos.
- O que sabe sobre o envolvimento do seu pai e do Snape ao Comensais? Soube que são amigos.
- Como é que é? - A pergunta era ambígua mas de nenhum lado valia a resposta.
- Sim, Srta Gibbon. - Disse a professora de transfiguração se aproximando com uma voz chorosa. - Gostariamos de entender a partir do seu ponto de vista. Soube que falou com Dumbledore ontem a tarde. Foi uma tragédia inimaginável, é de extrema importância sabermos seu relato do dia.
- Sra. McGonagall, com todo respeito: Vai se foder!
- Oh! - Exclamou ela chocada. - O que foi que você disse?
- Você tem a obrigação... - Prosseguiu o auror ao meu lado com autoridade.
- E quem é você!? - Gritei.
- Eu sou Kingsley Shacklebolt. - Me respondeu com orgulho.
- Tanto faz, eu não lhe devo nada. - Respondi com desprezo.
- Sim, Gibbon, você deve esclarecimentos.
- Com qual autoridade? - Perguntou Sophia com veemência se debruçando na cama comigo entre eles.
- Ela já é de maior, responde por ela. - Falou Sophia com confiança.
- Esperem! - Interrompeu Tonks se aproximando de mim . - Ela está em estado de choque, poderiam ter mais sensibilidade? Ela viu o tio e o pai no meio daquele ataque, Snape também foi importante pra ela, será que vocês podem dar um tempo para ela digerir o que aconteceu?
Eu quase chorei. Agora fazia sentido a importância e o discernimento dela como auror. Comecei a observá-la com mais atenção, pois na noite passava a escuridão não me deixou ver seus traços delicados e olheiras intensas, parecia não ter nem 30 anos. Ela era muito bonita, mas seu estilo cansado estava escondendo sua beleza, fora que também ela tinha aquela aura estranha de "rastro de magia" ou seja lá qual fosse o real nome. Sua aura estava dubia e parecia que ela era muito maior, tinha algo nela, e era bom.
- Obrigada, - agradeci a ela - eu realmente preciso descansar e pensar sobre o que aconteceu.
- Entendem!? - Proferiu a auror olhando para todos como se quisessem que eles se afastassem , e assim foi acontecendo aos poucos até ela se virar para mim com uma expressão estranha. - Se conseguir se levantar, gostaria que me acompanhasse até o final da sala para que possamos conversar com mais segurança. - Concluiu quase sussurrando.
Eu concordei deixando Sophia com Neville e fui com ela até o fundo, onde sentamos numa maca de costa para todos.
- Eu não pude mentir sobre ver o seu pai, quase todos viram. - Se justificou desanimada.
- Tudo bem. - Respondi de cabeça baixa.
- Mas não se preocupa, sobre o que você disse eu entendi e sei como me posicionar agora, mas é arriscado.
- Eu acho que você não precisa se arriscar por nós.
- Em tempos como esse, Jenna, todo cuidado é pouco, ninguém pode saber desse tipo de deslealdade de ambos os lados, tudo pode ruir e seu pai deve ter mil motivos para isso.
- É... Centenas de milhares imagino. - Respondi pensando no holocausto e o paralelo com a situação que vivíamos.
- Compreendo, eu lamento.
- O que tem em você?
- O que? Eu não entendi a pergunta. - Falou com um olhar nervoso mas curioso.
- Tem alguma coisa em você. É algo novo porque geralmente eu sinto rastro de magia , encatamento ou aura estranha. Consigo saber quando alguém está usando polissuco mas esse também não é o seu caso.
- Você sabe tudo isso, mesmo?
- Sim. Eu ajudei Snape e Dumbledore no que pude com minhas visões.
- Nossa, isso é incrível e preocupante porque você é só uma menina e...
- E tem algo em você. - Insisti.
Ela me olhou com os olhos levemente arregalados e do nada uma palavra brotou da minha boca:
- Você está grávida.
Ela soltou um suspiro de susto colocando a mão na boca.
- Você é boa. - Falou com a voz abafada.
- Não deveria estar aqui, eu poderia ter ferido você! Imagina o que pode ter acontecido.
- Eu ... - falou olhando para o próprio corpo e depois para mim com temor. - estou protegida pela materna.
- Materna?
- É um encanamento primordial.
Mais um? Eu não sabia que existia mais.
- E com se faz isso?
- É um feitiço perigoso, milenar, e é um risco porque fere as leis mágicas. - ela olhou pra trás procurando saber se mais alguém ouvia, depois voltou-se para mim com uma expressão tensa. - mas eu sinto que posso confiar em você.
- Porque é contra a lei?
- Porque usa o poder mágico do bebê pra proteger a nós dois, é um elo muito forte, nada nos fere.
- Isso é incrível. E porque está fazendo isso, você não precisa estar aqui.
- É minha missão, aqui eu posso ser útil, eu sou ... - e engoliu a seco - Estranha, distraída, ninguém me vê sabe, eu preciso lutar por todos pra fazer valer o meu nome, a minha história e é pelo futuro dessa criança.. que eu nem sei se vai ser... - ela piscou longo e arfou - normal.
- O que quer dizer?
- É que ... é complicado. - Ela evitou me olhar nos olhos. - O pai é... um lobisomem.
- Tipo o Grayback?
- Não! O Remo é controlado. Remo Lupin.
Ora ora ora. Mais uma maluca que se encantou por um homem mais velho e esse ainda vinha de brinde uma maldição perigosa.
- Ah, o esquisito pálido que nos deu aula.
Ela baixou a cabeça e soltou um sorriso triste.
- É.
- Desculpa, eu não quis ser insensível. Ele tem todo direito de ser amado e ter uma família.
- Exato... - Disse ela com um sorriso orgulhoso voltando a me olhar. - Mas não sei como nosso bebê vai nascer.
- Você está de quantos meses ?
- Dois. Cedo de mais pra prever qualquer coisa.
- Será?
- O que quer dizer?
- Quer que eu preveja alguma coisa?
Agi por impulso porquê fiquei curiosa. Eu estava entrando numa onda de interesse sobre a vida alheia e acabava por usar o meu dom para facilitar as coisas. Às vezes até parecia caridade ou gentileza mas no fundo eu preciso assumir: pura bisbilhotagem.
- Mas... Você pode? Assim, simples?
- É. Eu vejo quando eu quero e até quando não quero, as vezes é objetivo e as vezes é misterioso. Mas se quiser... - eu sendo gentilmente cínica - eu posso fazer isso sim, será um prazer poder te ajudar e te dar informações caso precise.
Ajudar, claro.
- Aí meu Deus, isso é incrível! - Torceu de alegria , e se contendo ao mesmo tempo. - E como acontece?
- Me dê sua mão.
Ela sorriu e estendeu a frágil mão esguia e eu a segurei e fui muito mais longe do que eu pude imaginar.
- Helenaaaaaa! - Gritava eu, uma Jenna mais velha, em meio há uma grande plantação de lavanda.
O sol estava se pondo em um céu claro e rosado, uma brisa leve cobria tranquilamente as flores, e nela, dois pontos corriam alegremente para além do campo.
A criança a frente ria como se não houvesse amanhã numa alegria sublime e arrebatadora - eu assistia a mim correndo atrás da menina, aquela do pomar de morangos. Seus longos cabelos lisos pretos balançavam contra o vento como ondas. Eu estava com os cabelos soltos, estava imensos pintados de verde nas pontas, trajava vestido curto preto com alguns pontos vermelhos que acho que eram flores, eu não tive uma visão tão lúcida mas era bonita.
- Helena, para! - Gritou novamente a Jenna do futuro, para a garotinha que agora estava fora dos limites da plantação.
A criança parecia ter seus 7 ou 8 anos. Com um olhar atrevido ela parou e se virou e aos poucos sua aparência foi mudando para a de um menino branco de cabelos castanhos desgrenhados com olhos caramelos - ele parecia ter 10 anos e sua risada era de puro deboche.
- Ted Lupin! - Gritei afoita com as mãos na cintura. - Você não pode ficar se transformando nela, garoto! O que ela está aprontando? Cadê a Helena!?
- Eu não sei, tia. - Respondeu o garoto clinicamente.
Tia?
- Pare com isso ou eu vou ter que usar magia em você!
- Dúvido conseguir me pegar.- Respondeu afrontosamente com um sorriso genuíno de alegria.
Ele começou a se transformar num felino - uma onça pintada mais especificamente - e voltou a correr em direção ao campo aberto. Eu ria de nervoso coçando a testa e surpreendente eu me transformei em uma onça. A Jenna mais velha também era um animago! Sophia tinha razão quando disse que era mais fácil se transformar no seu animal de Patrono. A última cena da visão foi contemplar os dois felinos correndo de maneira selvagem pelo longo pasto iluminado por fendas de luz vinda do céu de maneira vertiginosa. Não faço ideia se eu consegui pegar o garoto porque ele era muito bom.
Quando voltei ao presente eu senti uma paz indescritível e me emocionei, foi uma cena rápida muito bonita.
- O que foi? - Perguntou Tonks curiosa com uma expressão de e medo olhando meus olhos marejados.
- Tudo bem, ele será perfeito. Eu acho que ele tem uma habilidade estranha pra idade dele, ele se transformou em um felino e...
- Ele também será um metamorfo. - Falou pensativa.
- Metamorfo?
- É, como eu sou.
- Uau , isso é uma habilidade extraordinária! Eu nunca vi um.
- Então será um menino. - Murmurou ela sorrindo olhando para o nada.
- Sim, um Lupin muito forte e esperto, eu só não entendi...
Eu ia dizer que não entendia o porquê de eu estar lá, mas não consegui. Ela começou a chorar e escondeu o rosto aos soluços correndo para fora da sala.
- De nada..? - Conclui sozinha sem jeito vendo-a sumir entre os aurores na porta.
Percebi que meu irmão estava mais distante assistido a cena estranha, ele se aproximou de mim e eu dele, no meio da ala.
- Jenna, porque ela saiu chorando?
- Bom dia pra você também eu estou ótima, obrigada por perguntar. É eu tenho o dom de fazer os outros chorarem. - Debochei entediada.
- Era a Ninfadora Tonks, não é?
- Ninfadora? Que nome absurdo.
Ele não parecia nem um pouco preocupado comigo.
- Pois é, eu vi uma foto dela uma vez no jornal, papai contou que ela é bem interessante, sabe?
- Ihhhh, começou o galanteio de novo.
- Não é só isso, ela é metaforfica. Tem noção do quão útil para um auror fora que ela é linda.- Concluiu olhando para trás esperando vê-la lá fora.
- Eu posso imaginar. - Respondi lembrando do garoto fujão. Deduzi que não seria fácil cuidar desse menino e até mesmo da tal Helena, mas me ver na visão e não ver a Tonks, me deixou preocupada.
- Ela é prima da Larissa que saiu com a Sophia, se lembra? - Perguntou ele descontraído.
- Você está muito tranquilo pra quem está vendo as consequências de um ataque. Porque não participou?
- Tive medo, achei que veria algumas coisas mesmo. - Respondeu ele pensativo. - Estão dizendo que nosso pai...
- Como se fosse novidade. - Resmunguei cruzando os braços sentindo mais uma onda de tristeza. - Ele falou que a mamãe deixou ele.
- É, ela me mandou uma carta semana passada.
- Como é que é!? Aquela desgraçada avisou você!?
- Jenna, não diga isso, ela é nossa mãe.
- Porque ela se importa mais com você do que comigo!?
- Deve ser porque você é vidente e ia ver isso de qualquer jeito.
- Ah, vai a merda você também, seu egoísta! - Exclamei largando ele sozinho voltando a me aproximar da cama olhando a capa preta do Colin que estava sobre a mesa ao lado, eu ainda estava de pijama e comecei a me incomodar com isso.
Sophia e Neville estavam falando com um auror que eu não sabia o nome e meu irmão foi se juntar a eles, então decidi entregar de volta a roupa do Grifinorio que já estava acordado e me observava em silêncio de sua cama.
- Desculpa. Precisei dela. - disse entregando-a a ele.
- Tudo bem. - Respondeu ele com um sorriso tímido.
- Não deveria te ido Colin, você não sabe com quem esta lidando.
- Snape me estuporou. - Me contou com um olhar temeroso.
- Então agradeça a ele por isso quando o ver.
- Porque? Não faz sentido.
- Você iria ser morto. Os Comensais que estavam aqui atacaram de verdade com a intenção de matar, fora que teve um tal de lobo que quase... comeu o Gui. - Concluí com aflição.
Ele arregalou os olhos e assentiu com cabeça, parecia enojado, e eu continuei.
- Nem você pode vir o ano que vem aqui para Hogwarts, você entende? - Orientei.
- E porque? Hogwarts não é mais segura agora que está sem Dumbledore?
Eu ri, eu precisei soltar meu som de deboche com a observação.
- Ts, ts... Hogwarts nunca foi segura com Dumbledore aqui, isso não passou de uma lenda, você quase morreu no seu primeiro ano, acorda. Só não me apareça aqui, entendeu? Vou me certificar que não haja nascidos trouxas ou mestiços o ano que vem, a gente se fala novamente em outro momento.
- Você viu alguma coisa, não foi?
Eu assenti com a cabeça em silêncio e ele me olhou de volta como se estivesse entendido e eu suspirei pegando em sua mão.
- Não conte nada a ninguém, Colin, eu ainda estou planejando, ok?
Ele também assentiu em resposta e me despedi dele ali.
Me neguei a dar depoimento, eles não podiam me obrigar, a não ser que o ministro me obrigasse, mas duvido muito que fariam.
Após a longa conversa dos meus amigos com os aurores, Sophia e Neville saíram comigo os acompanhando em direção ao Grande Salão para tentarmos fazer nosso café da manhã. Meu irmão ficou com os aurores, mal me importei se ele iria falar besteira ou não, fiquei muito chateada com ele e com a minha mãe.
Nos corredores antes de irmos para nossas mesas, abracei Neville com força, eu precisava ouvir o som do seu coração dele também. Não havia muito o que dizer , eu estava mal, digerindo o peso de tudo e ele me olhou em silêncio correspondendo com carinho e compreensão.
Me despedi dele e fui para meu lugar no banco tentando não pensar na noite anterior.
- Você precisa comer algo. - Falou Sophia assistindo minha introspecção diante de um pedaço de bolo.
- Vamos ter um velório hoje, eu não sei bem como pensar ou sentir sobre tudo isso.
- Relaxa, ele era um velho bizarro, Hogwarts ficará bem sem ele.
- Não, Sophia, não ficará. - Falei encarando seus grandes olhos azuis.
Ela me olhou séria e terminou seu café da manhã em silêncio. Tomei apenas suco e voltei aos dormitórios para me vestir. Optei por um vestido preto básico, válido para uma cerimônia.
Os preparativos ocorreram de forma respeitosa. Até eu que não gostava de pensar sobre isso, senti uma emoção vendo todos os rostos diante de mim no pátio, no momento em que Hagrid passou com o corpo do diretor no colo eu me virei para não ver essa entrega ao túmulo, preferi contemplar o Lago Negro e observar a grama verde.
Após o velório acompanhei Sophia na Sala dos Diários, ela estava finalizando algumas poções já que o fim das aulas estava próximo. Vê-la sorrindo realizada com seus experimentos me causava uma satisfação reconfortante. Eu estava precisando de um pouco de alegria.
Sentei no chão observando-a com carinho, eu não estava com humor para nada mas para observá-la resmungando pra si sorridente, era muito bom.
- O que você fez depois que eu sai? - Perguntei.
- Eu disse a verdade. - Me respondeu com orgulho com um sorriso maldoso.- Avisei a todos para irem dormir se não você iria explodir eles. - Eu ri um pouco e ela prosseguiu. - Vigiei os corredores aqui de baixo e não havia sinal de que alguém viesse para cá. Fui subindo até achar o grupo da Grifinoria nos corredores, não entendi o que o Roni e a Hermione fizeram, parece que o Snape tinha mandado eles ficarem de olho em alguém, aí subi com Neville e a Luna e vi você com a maluca. Eu sinto muito, talvez eu devesse ter ficado aqui em baixo.
- Não, fez bem, você se posicionou de um jeito incrível, coerente com o seu caráter.
- Pois é. - Disse ela se sentando ao meu lado no chão após desligar o fogo dos caldeirões. - Eu sinto muito não compartilhar dos mesmo planos que você.
- Mas isso está sendo útil, é interessante, e mostra muita coragem sua.
- Obrigada. Eu acho que nossa família não tem que definir nossas escolhas e nem determinar nossa reputação.
- Por isso você é incrível. Não sei o que seria de mim todos esses anos sem você.
- Ah, cala a boca, você seria incrível do mesmo jeito, você é petulante e corajosa, impois respeito e mudanças esse ano. Você não precisa se desmerecer, muito pelo contrário, seus planos são incríveis, você capturou um djinn e fez todas as videntes serem protegidas, desfez da maldição dos Lammont, saltou a minha vida estúpida.
- Para... - mumurei de cabeça baixa.
- Para você. Você é maravilhosa, tem uma história importante aqui, e amo fazer parte dela.
- Você merece mais, sabe? - Falei pensativa olhando para o chão.
- O que?
- Eu tenho que começar a me posicionar. Não posso dar a você o que realmente quer, eu sou instável e com certeza não sou o que você e nem ninguém procura. Eu tô arruinando o relacionamento do Jorge de certa forma, e acho que Fred está certo.
- Não sei do que está falando.
- Eu sonhei com Jorge essa noite, Fred acha que eu carrego uma maldição.
- Ah, manda ele ir a merda, qualquer um teria sorte de ter você como vínculo mágico! - Respondeu ela cruzando as pernas ficando de lado para mim.- Você não faz ideia de como eu seria feliz se tivesse ele com você.
- A gente não precisa.
- Exatamente! É isso, você é minha família, meu exemplo de amor e amizade, eu jamais vou largar você. Olha, Jorge até pode ser essa babaquice de primeiro amor seu, mas amor verdadeiro é bem diferente, eu te amo de verdade e se alguém mais atravessar o seu caminho você precisa entender que é sobre isso, é sobre aceitar você, sua história, quem você é, eu sim não seria nada sem você.
- Você busca outro tipo de relacionamento, eu sei quem você é e o que merece.
- Tá maluca? Em alguma visão do futuro você me vê longe de você?
- Bom, as vezes não é sobre nós, mas com certeza eu sinto você lá.
- Eu nunca vou te abandonar, nem se você quiser... Eu vou te assombrar pra sempre! - Brincou me dando cócegas.
- Eu sei... - Resmunguei afastando os beliscos dela. - Hey, eu senti a gravidez da Tonks.
- Ela está grávida? - Me perguntou chocada. - Que maluca.
- Ela está protegida, parece que existe mais encantamentos primordiais.
- Uau. Deve ser os primeiros a serem criados pela primeira linhagem bruxa.
- Nossa, verdade. Eu tinha uma visão com o filho dela, ele será um metamorfo também.
- Wow, que fofinha você se importar.
Aham.
- É estranho, a garotinha apareceu de novo, parece que ela e o tal Ted Lupin serão amigos, ou será que são mais que isso? - Me perguntei.
- Perai, ela tá grávida de quem eu estou pensando?
- Pois é.
- Uau, vocês podem dar as mãos, se interessam por velhos fracassados. - Debochou ela rindo escorando seus cotovelos nos joelhos. - Mas .. que garotinha? - Perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas.
- Não te contei?
- Não, Jenna.
- Ela aparece as vezes nas minhas visões do futuro, ela é morena de cabelo liso.
- Jenna? - Murmurou me encarando profundamente.
- Hum?
- Será que não é sua filha?
- E porque eu teria? Com quem?
- Eu te mostrei ontem a noite um jeito de ter.
- Ah, verdade, e foi muito bom. - Agradeci aos céus por ter uma boa lembrança nesse momento.
- É... Nossa, não posso pensar sobre isso agora. - Disse ela mordendo os lábios pensativa. - Eu acho...
- Você acha que pode ter um filho como homem?
- Olha , seria legal fazer uma ressonância pra saber realmente o que muda em mim.
- Ressonância? Isso é coisa de trouxa?
- Exatamente, conciliar os nossos exames com a tecnologia não bruxa seria uma fusão maravilhosa, uma evolução e benefícios para os dois lados. Você já pensou sobre isso?
- Meu Deus, - respondi impressionada - você consegue me deixar instigada até quando estou mal. Mas não vamos fazer nada. - Conclui desanimada.
- Desculpa ter distraído você, talvez se você fosse até o tal armário com o Draco, isso não teria acontecido.
- É, mas aqueles monstros fariam isso de um jeito ou de outro. - Conclui desanimada, dando um pequeno beijo em seus lábios e me levantando.
Minha introspecção naquele fim de tarde poderia ter sido maior se não fosse a minha ia ao jardim do Castelo. Sophia respeitou meu momento quando disse pra ela que eu iria ficar um tempo só, rodeando os arredores. Até ignorei a investida do meu irmão em conversar sobre nossos pais quando o vi nos corredores, eu precisava pensar sozinha e planejar o próximo passo.
Fiquei um tempo olhando para a árvore do pátio no fim da tarde, eu queria muito me aventurar e ver mais, saber como seria o desfecho de tudo, saber como orientar Snape e como me planejar, mas eu realmente tive medo de ver mortes e sofrimento, eu não estava preparada.
- Jenna?
- Humm? - Murmurei olhando para trás.
- Porque olha tanto para essa árvore? - Pergulntou Neville. Ele estava com uma calça social preta e uma camisa também, ele conseguia me encantar com muito pouco.
- Minha conexão com o futuro, - respondi me aproximando mais da árvore - é bem interessante como consigo ter visões quando toco nela.
- Que interessante. - Falou se aproximando de mim. - Sabia que essa é a primeira árvore plantada em Hogwarts?
- Não, não sabia.
- Talvez ela fique aí conectada até o final dos tempos. - Falou olhando para o tronco.
- Interessante pensar assim. Ela provavelmente é a conexão com o passado, sem dúvidas, com o futuro.
- Provavelmente. - Murmurou ele tranquilamente.
Eu toquei na árvore para sentir o rústico tronco e de certa forma, acaricia-lo, era meu jeito de agradecer.
Neville também tocou nela, e me olhou com orgulho.
- Você respeita a vida, Jenna, então eu acho que as vidas também respeitam você.
- Obrigada, muito carinhoso da sua parte.
Foi olhando para expressão dele distraída que eu senti um solavanco para dentro do tronco e claro eu entrei numa visão. Neville ao meu lado parecia não se dar conta do que tinha me acontecido e achei intrigante ele estar nessa visão também, geralmente eu não"levava" ninguém por perto. Eu decidi experimentar abrir minha mente e trazer ele pra visão e quando ele voltou a me encarar ele notou a mudança.
- Ué? Onde estamos? - Perguntou olhando para o pátio , notando a mudança de cor do céu e do clima.
- Você está na minha mente, em uma visão.
- Uau! Isso é incrível! É assim que você então?
- É sim.
- E o que estamos vendo?
- Não é óbvio: Hogwarts no futuro. Só não tire a mão da árvore, ok?
Ele assentiu impressionado olhando ao redor.
Em um corredor ao longe dois pontos apareceram conversando, era uma tarde como a nossa no presente mas os tons estavam bem diferentes, parecia outono ou inverno. As pessoas vindo ao longe eram eu e ele, só que num futuro distante.
Nossa roupa e aparência estava muito diferente:
Eu estava com uma calça toda em coro, talvez de jacaré ou cobra, não sei dizer mas era preto escamoso, ela era muito justa e revelava minhas curvas sem medo, eu estava mais encorpada. Eu também vestia uma blusa justa marrom, um tecido mais medieval, com alguns cintos pretos trançados na cintura, do tipo que a Sophia usaria no futuro também, me destacava exóticamente com uma bota preta de cano alto de salto médio. A cada passo que eu dava, uma longa trança presa no topo da cabeça balançava de um lado para outro e os brincos de pedras verdes combinavam com as pontas dos cabelos que estavam com o mesmo tom. Uma maquiagem escura, olhos bem contornados e lábios com um tom vinho escuro, fazendo eu parecer mais velha.
Então eu me encontrei num estilo? E eu amei!
- Então, foi um dia como esse não foi? - Falou a Jenna mais velha olhando para a árvore.
- Talvez tenha sido hoje. - Respondeu Neville mais imponente, forte e com um blazer e calça social pretas com bordados luxuosos com linhas vermelhas e douradas, envolto de um cachecol estiloso de tecido lustroso, com as cores da Grifinoria.
- Verdade. E o que pensou quando me viu? - Perguntou a minha "eu" do futuro com uma expressão muito estranha, um sorriso malicioso, uma postura de falsa timidez.
- Ah, por dentro eu surtei, você estava assim... muito incrível. - Respondeu o Neville mais velho com um olhar temeroso.
- Ahhh, Nev, melhora esse elogio ai, você consegue fazer melhor. - Brinquei com carinho.
- Ta bom. - Respondeu ele tomando fôlego, ele parecia desconcertado . - Bom, eu acho que senti algo, sabe? - Indagou coçando a nuca.
- Hum. - Murmurei com um sorriso ainda mais malicioso. - Continua.
- Lembro que pensei " nossa, como ela está bonita". - E começou a rir pra si mesmo.
- Bonita? - Debochei rindo, quase gargalhando.- Você realmente era muito lerdo.
- Ta bom, eu confesso que achei nos dois elegantes e atraentes.
- Melhorou. - Falei sorrindo, negando com a cabeça.
- Ah, eu fiquei doido de início mas ai... Eu ouvi o recado.
- Essa árvore fez tudo fazer sentido. - Murmurou a velha Jenna abandonando o olhar de malícia para contemplar a árvore.
- Sim, uniu ainda mais a gente. A primeira árvore de Hogwarts. Só você mesmo para me dar tamanho orgulho.
- Para, muito paternal isso. - Voltei a olhar para ele com deboche .- Você já me fez elogios melhores.
- Verdade. Eu comecei a te venerar depois disso, eu acho.
- Huummm... Faz isso até hoje. - Falei com orgulho o medindo dos pés a cabeça.
- É difícil parar depois que começa. - Ele riu com um olhar discreto mas um sorriso malicioso.
Ao olhar para o Neville do presente preso a árvore, ele estava com a boca levemente aberta, chocado com a cena. Eu também estava me sentindo estranha, aquela relação que se mostrava era muito íntima, como se algo mais estivesse acontecendo com esses dois.
- Só porque te ensinei a ser safado.
- Nãaaao... - Exclamou ele rindo com mais timidez, mas com o olhar ainda lascivo umedecendo os lábios.- E o que pensou quando me viu vestido assim..? - Perguntou se recompondo.
- Ahhh eu já estava com uma quedinha por você, eu senti vontade de te abraçar, só isso. - Respondeu com visível cinismo e dissimulação.
- E ainda está? - Perguntou o amigo com um sorriso estranho.
Eu voltei a olhar pro atual Neville que sorria bobamente avaliando a si mesmo. Eu nem sei se ele estava prestando atenção no jeito dele falar e nos detalhes daquela estranha conversa.
- Para. - Murmurei com dengo, ato esse que eu sabia que tinha.- Dê o recado, já brincamos muito.
- Bom, eu lembro que eu falei do Harry.
- AFF. - Soltei colocando as mãos na cintura. - Tanta coisa interessante aconteceu em todos esses anos e você pensando no Harry.
- Mas eu falei, você lembra?
- Uhum. - Murmurei com indiferença.
- Eu lembro que contei que o Harry não iria morrer, que iria conseguir sobreviver ao primeiro ataque de você-sabe-quem, as chances estavam ao nosso lado e você... estava do meu.
- Uau, que delícia!
Ele riu timidamente abaixando a cabeça.
- É , e também falei da mamãe. - Falou pensativo olhando para o chão.
- Verdade, você ficou impressionado.
- Neville! - Gritei para ele ao notar que o Grifinorio iria se afastar da árvore. - Não tire a mão da árvore.
- Ok, ok, mas eu quero ouvir melhor.
- A lasanha que ela fez no jantar de ontem estava incrível. - A Jenna do futuro falou mais alto olhando para árvore com um olhar estranho , como se soubesse que estávamos alí, e de fato eu sabia.
Notei que nas nossas mãos tinham aliança de casado, elas eram iguais e isso me deixou intrigada, principalmente pro que a minha "eu" do futuro não parava de rodar ela em seu dedo.
- Mas não é sobre a lasanha, - continuou o Neville do futuro - eu lembro que eu disse que mamãe estava bem, que saiu do hospital e que bom, papai também esta cada dia melhor.
- Minha mãe!? Como assim? - Falou o Neville do presente.
- Não o tire a mão, só ouça!
- Mas, Jenna...
- Você ficou chocado! - Exclamou a Jenna mais velha rindo.
- Sim, me deu uma felicidade tão grande que eu não acreditei.
- Mamãe, mas como? - Continuou Neville do presente atormentado.
- Xiiu! Só ouve! - Falei perdendo a paciência.
- Se quiser passe mais uma mensagem. - Falou a "eu" do futuro.
- Bom, você passou alguma pra você? Não lembro.
- Não, eu tava bem. - Bem? Eu não estou bem e eu sabia disso, mas aquele olhar debochado para a árvore foi de propósito , eu queria me causar algum desconforto. - Eu estava chateada com o ataque dos Comensais, mas eu estava segura com o futuro.
Isso é verdade.
- Sim, eu me lembro disso e de ...
- Não, não fala mais, deixa eu ter uma surpresa. - Falei com um sorriso orgulhoso colocando o dedo indicador no meio dos lábios dele.
- Verdade, foi bem legal. - Respondeu Neville suspirando profundamente olhando para minha mão se afastar dos seus lábios.
"Mamãe" , sussurava o Grifinorio na minha frente.
- Jenna. - Falou a "eu" do futuro se aproximando ainda mais da árvore. - Não importa o quanto você chorar e surtar nos próximos anos e dos absurdos que irá descobrir e fazer, no futuro você vai gozar bastante.
O Neville mais velho tentou conter uma gargalhada e ficou muito vermelho colocando a mão na boca, acanhado com o que tinha ouvido.
- É verdade, você disse isso, eu não me lembrava. - Respondeu o maduro Neville envergonhado.
- Aproveita e fala que você também vai ter muitos.
- Nãaaaaaooo... - Ecou a voz dele entre risos , sumindo no espaço tempo em uma névoa bonita.
E voltamos ao presente.
Dei um grande suspiro, porque eu estava ficando desconcertada com essa relação estranha que se mostrou, mais confusa do que o normal me lembrando do casamento da Sophia e de estar grávida nele. Me afastei da árvore alguns passos e fiquei olhando pro espaço no chão onde estávamos, eu queria saber e ao mesmo tempo não. Neville se aproximou de mim com um sorriso encantado, parou e ficou de frente a mim, provavelmente buscando respostas.
- Minha mãe, Jenna, ela vai melhorar. Como?
- Eu não sei , mas você notou a aliança? Acho que estávamos comprometidos.
- Mas como minha mãe vai melhorar? - Perguntou ele pensativo.
- Ah, não sei , mas eu já sabia.
- Sabia? - Ele estava muito impressionado.
- Ahhhh, tem coisas que eu só sei entende? Mas aquelas alianças eram iguais, você viu?
- Jenna, pessoas podem ter anéis iguais, mas a minha mãe... - Ele queria respostas que eu não estava afim de dar. - Como o estado dela pode melhorar? Como ela pode fazer lasanha? - Se perguntou rindonde perplexidade.
- Ah, claro, estou sendo boba, - bufei impaciente - eu jamais me casaria com alguém lerdo como você. - Opa, escapou, e coloquei a mão na boca vendo a expressão dele de espanto.
- Você me acha lerdo? - Perguntou ele voltando a si.
- Perdão, é que eu também fiquei nervosa, eu sempre fico...
E ele se aproximou e me beijou.
Neville Longbottom não se ofendeu, ele se motivou. Ele puxou minha cintura para perto do seu corpo colando meu quadril no dele. Seu primeiro toque de lábios foi intenso e foi ficando ainda mais com minha entrega, entrelaçar minha língua na dele me causou arrepios que subiam pelas pernas e seus dedos inexperientes tremiam apoiando sobre meu quadril. Para alguém inseguro, seus jeito de beijar era muito gostoso. Ele até soltou um suspiro que mais parecia gemido que me fizeram perder o ar e o agarrar ainda mais. Com minhas duas mãos acariciei sua nuca e ele se afastou um pouco tomando ar, olhando para os nossos corpos.
- Quedinha por mim? - Me perguntou com voz estranhamente maliciosa, algo que vindo dele era totalmente inesperado.
Então ele prestou atenção na conversa.
- É. Bem pequenininha - Respondi com cinismo olhando para os seus olhos.
- Hum. - Murmurou ele se aproximando de mim novamente. Mas um bater de asas de pássaro cima de nós me chamou atenção.
Dois corvos passaram sobrevoando nossas cabeças, de certo, Fobos com alguma companheira.
Voltei a olhar para ele que estava próximo do meu rosto olhando meus lábios suspirando profundamente.
- Quer que eu pare? - Sussurou perguntou tão próximo de mim que eu não conseguia olhar mais seus olhos apenas seus lábios.
- Não. - Murmurei sorrindo. - Vou te ensinar a ser safado.
........................ Fim ........................
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