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O início dos Jogos

- E o que foi aquele beijinho, hein...? - Debochou Sophia do beijo que dei no rosto do monitor.

- Zyan tem o poder de me fazer isso, mesmo que eu não queira. - Talvez eu quisesse sim.

Estávamos deitadas em nossa cama no dormitório olhando para o teto. As meninas tinham ido lançar o Feitiço Primordial nas novatas e contar as regras a elas, eu e Sophia nos negamos a lançar o feitiço, mais um ano. Era o momento de mais privacidade naquele dia. Eu quase não pude contar nada a Soph no trem por causa do Zyan.

- Acho que o contrato que você disse, - continuei - faz todo sentido. Eu não consigo me livrar dele.

- Eu lamento. Eu acho que nunca vai conseguir se continuar a conversar com ele. As coisas foram virando uma bola de neve de co-dependência. - Disse a amiga séria. - Ele começou a te dar coisas, você acredita que ele é seu amigo. E você é apaixonada por outro cara e vai torturar Malfoy. - Disse debochadamente, jogando ideias, nos fazendo rir. - Isso é ser da Sonserina.

- Nunca disse que eu estava apaixonada.

- Eu disse , eu tô sempre certa.

Sophia estava certa em alguns momentos, mas não sempre.

Muitas novidades naquele começo de ano letivo: Copa, Marca Negra, beijo, Torneio, Baile . E algo que eu não havia notado até ali, meus pensamentos sobre Snape estavam escondidos em um emaranhado de coisas, ele estava quase sumido da minha mente caótica.

O professor havia me dado a missão de procurar um contra-feitiço para barrar o encantamento "O Segredo", em que eu não fiz a menor questão de providenciar pesquisa até aquele momento. Ele ainda queria que eu tentasse entender quem era o Espectro escondido nas paredes da Sonserina, eu não estava com cabeça para aquilo aquele ano.

Na primeira aula com Snape aquele semestre me despertou novamente meu interesse nele, eu vivia com curiosidade de saber sobre ele, o fato dele ser misterioso me distraía muito em suas aulas.

- 10 pontos a menos para Grifinória, Sr. Finnigan por sua conversa paralela, atrapalhando a aula. - Disse Snape.

- Estava demorando. - Ironizou Sophia. - Levou 5 minutos, Snape está atrasado. Grifinória vai estar com 100 pontos negativos até o final do dia.

Snape nos ouviu conversar mas só nos lançou um olhar de reprovação. No final da aula, como era de costume, fui incômoda-lo.

- Como foi suas férias, professor? - Ele estava observando uns frascos sobre a mesa e apenas me olhou de canto.

- Intrigantes.

- Então você soube dos Comensais na Copa não foi? O senhor não foi nos jogos?

- Não.

- "Não" para qual pergunta?

Snape piscou longo e me encarou.

- Não vou a eventos.

- Uma pena, eu gostaria de ter visto o senhor. Porque eu sinto que toda vez que o senhor avança na nossa relação você fica mais gentil, ai o senhor volta a me tratar com frieza depois de um tempo. Já notou? - A pergunta era mais uma alfinetada que me fazia rir por dentro, esse era o comportamento típico do professor desde quando entrei em Hogwarts. - O senhor não gosta de ter um relacionamento saudável, professor?

Snape suspirou, puxou o canto dos lábios o máximo que pode, se ajeitou na cadeira e abandonou com raiva os frascos que estava analisando.

- Você tem razão. - Afirmou fazendo esforço para me olhar. Eu fiquei surpresa. - Vá para sua aula de Defesa. Passe aqui antes do seu almoço.

Eu não sabia exatamente porque , só respondi com um "ok".

Fiquei feliz? Muito!

- Interessante. - Disse Sophia quando contei o papo. - Mas provavelmente ele vai te cobrar coisas, acho que seria legal você falar com Dumbledore, Jenna. Sobre a taça e a coisa com o Harry Potter.

- Nossa, verdade. Havia me esquecido do pedido do diretor.

A aula com o tal Olho-tonto-Moody foi uma tragédia. Ele era no mínimo maluco. A teoria que rolava era que muitos feitiços de auror teriam deixado ele gagá. Eu senti que tinha algo confuso nele e não era na atitude, era na sua sombra. Algo nele não estava certo, assim como algo não estava certo no Lupin, quando o observei melhor, mas imaginei que fosse do excesso de mágica maluca que ele usará na vida, ou alguma alma penada dos homicídios dele.

Antes do almoço fui até a sala do Snape, o sexto ano estava saindo, avistei Fred.

- Poderia me esperar aqui fora, - falei para o Fred já que o Jorge estava estranho comigo - preciso te contar uma coisa, mas antes preciso levar uma bronca do professor.

- Ah, Jenna, duvido muito que ele vá te dar, olha essas bochechas .- Respondeu Fred debochando com um sorriso imenso, e surpreso também , por eu aborda-lo. - Ta certo, te espero.

Evitei olhar para a cara de qualquer outro aluno. Snape observou aquela minha atitude intrigado, e pareceu incomodado de me ver antes da sala esvaziar.

- Eu estive trocando cartas com seu pai e ele me contou que suas visões vem evoluindo.- Disse ele da sua mesa.- Avisei Dumbledore. E sobre o que eu te pedi, em que estado estamos?

- O senhor nem sabe o que me pediu, não é mesmo? - Ele suspirou. Me sentei em uma cadeira perto dele. - Pois é. Eu acho muito difícil procurar por algo que está muito acima da minha responsabilidade. Mas eu planejo aos poucos descobrir, observar detalhes, fazer um diário de visões, sei lá, algo assim. Eu sei que eu consigo o que eu quiser, como você mesmo disse. - Me adiantei vendo seu olhar. - Mas o que o senhor pediu, é extremamente delicado. Esse ano vai ser uma bagunça com esse tal Torneio.

Snape bufou e balançou a cabeça em afirmação. Tentei ser mais discreta com as palavras para não esbarrar no Encantamento Primordial.

- Muito cuidado com o que for escrever e onde for escrever. Coloque um feitiço cadeado nele.

- Ah, uma boa ideia. Senhor, já que você foi importunar Dumbledore falando das minhas visões, e me dando uma responsabilidade desagradável... - Snape cruzou os braços, bufou e escorou na cadeia.- Eu tenho que pedir para você primeiro, toda vez que eu tiver que contar algo a ele? Preciso marcar horário...? - Perguntei com deboche.

- Me avise antes.

- Ok , está avisado. Preciso contar algo para ele.

- O que foi que viu?

- Não sei se devo te contar. -  Respondi a ele com cinismo. O professor piscou fundo e evitou me olhar com raiva.

- Certo. Como quiser. E quais assuntos você teria com os Weasley?

- Hmmm. - Percebendo sua curiosidade, decidi ainda mais incomodar Snape com um sorriso maldoso. - Não sei se somos amigos, professor. - falei sarcasticamente. - Eu não devo satisfação ao senhor.

Snape corou, se levantou e disse muito irritado "Saia!". Eu não quis irritá-lo ainda mais. Já tinha me divertindo o suficiente.

- Você gosta mesmo de aborrecer o Snape, não é? Gosto disso em você. - Disse Fred brincando, já que provavelmente tinha ouvido o grito do professor.

- Ele merece. - Respondi rindo.

Fred parou no corredor de frente e escorou em uma das paredes para me ouvir.

- E qual é o plano?

- Ainda não usei as jujubas... Quero fazer Draco de cobaia, se você tiver novas ideias e sabores, coisas, sei lá, vamos usar tudo nele e nos capangas dele.

- Uau. - E riu olhando para os lados preocupado se alguém estava ouvindo. - Compartilhamos do mesmo ódio, então. Eu gosto da ideia.

- Sabe se dá para diluir as balas em chás ou sucos?

- Sim, até que dá, mas às vezes potencializa os efeitos.

- Ótimo, desse ano ele não passa vivo.- E rimos bastante.

Fred estava com as mãos segurando as alças da mochila e eu estava estranhamente confortável com ele, não tímida.

- Você estava sabendo do torneio, não estava? - Ele indagou, provavelmente puxando papo.

- Ah, é. Eu vi uma coisa...

- Caramba, eu tenho medo do que você pode ver. Acho difícil esconder alguma uma coisa de você, então. - Disse encolhendo os ombros.

- Não é bem assim. Às vezes eu vejo eventos relevantes, não são exatamente segredos ou coisas simples do cotidiano. - E parei para refletir.

- Ufa, que bom.

- Mas o que você tem de segredo para esconder de mim?

- Falei com Jorge, sabe...? - E ficou sério e eu ainda mais.- Ele me contou o que aconteceu.

- Ah não... - Murmurei escondendo o rosto. O pior é que ele fez exatamente o que eu pedi.

- Ah, não fica assim. Não tem com que se envergonhar. - Disse ele dando um toque no meus ombros.

- Não, não, não. Isso não é legal. - Ainda com o rosto escondido. Aquilo não era legal de ouvir, não tinha parado para pensar nas consequências dele saber. - Não era pra ter acontecido.

- Você não tem com que se acanhar! - Disse ele com firmeza. - Olha pra mim.

E eu não me atreveria a não obedecer, ele me fazia sorrir.

- Ele se importa com você. - Achei estranho o que ele disse. - Não sei se ele julgou certo mas ELE que ficou com vergonha do que aconteceu, achou que passou do ponto com você. Depois do dia do pergaminho ele viu Lammont beijando seu rosto no Salão e imaginou que você tinha alguma coisa com ele, ele ficou estranho. Tanto que ele nem quis me dizer na época o que tinha acontecido. Até hoje achamos que você tem um lance com esse tal Lammont, vocês namoram?

- Como é que é? Por causa do Zyan!? - Perguntei incrédula sentindo meu rosto esquentar.

- É, o cara não sai do seu pé.

- DESGRAÇADO! - E gritei de ódio. Fred tomou um susto. O máximo que consegui fazer foi me virar e murmurar todo tipo de palavrão que eu sabia. Como eu era burra. - Aquele maldito! - Fred me olhava sem sabe o que fazer. - Não, não há o que fazer! A intenção daquele desgraçado é sempre essa! Sempre afastando as pessoas do meu lado! Ok, eu fui ingênua, mas não, eu não tenho um namoro com ele!

E comecei a derramar algumas lágrimas de raiva. Se havia uma gota de interesse do Jorge em mim, ela tinha se apagado por causa do Zyan. Mas eu precisava ser sensata, eu sabia disso. Achava Zyan atraente mas não era como se eu quisesse ter um relacionamento.

- Perdão, Jenna. - Fred parecia desolado.

Bufei e fiquei uns segundos andando em círculos. Uns alunos mais novos da Corvinal estavam passando na hora e observou a cena com curiosidade.

- Desapareçam daqui! - Gritei para eles que preferiram apertar o passo.

- Respira, tá bom. - Disse ele segurando meus ombros. - Vai ficar tudo bem. - E limpou parte das minhas lágrimas com as próprias mãos. - Ele te faz algum mal?

- Você tem alguma dúvida? - Nesse instante Fred ficou muito sério. Nunca havia visto ele assim. - Não, não fica assim . Não quero afetar você! Não deixe ele te fazer mal também. É que ele não se afasta, sabe, eu não sei o que fazer, acho que sou muito boba.

Fred me abraçou e eu retribuí o abraço.

- Tem situações que logros e brincadeiras não podem resolver. - Disse ele com uma voz muito séria. Aquilo me fez chorar ainda mais, um choro mais silencioso.

- Ele machuca você?

- Não. Não é esse tipo de mal. - Se é que existe um mal bom. - Ele só é insistente.

- Mas você é inteligente, Jenna. Vai conseguir contornar essa situação.

- Verdade. Tão inteligente que não consigo me livrar dele. - Fred tinha um cheiro que me lembrava orquídeas. Seu abraço me acalmou. Não sei quanto tempo ficamos abraçados. Mas me senti confortável, até esqueci do fato por uns segundos.

- Vai conseguir. Talvez não agora. - Disse me soltando. Seu olhar estava sereno e triste. Decidi ser forte, ver ele mal daquele jeito não valia o surto, não valia a pena externar a raiva e vê-lo esmorecer daquele jeito. Ele limpou novamente meu rosto e beijou minha bochecha. - A gente vai superar isso.

Eu não havia notado... Eu não havia notado...

- Jorge já superou muito bem , ele está com Angelina. - Um sorriso gentil passou por seu rosto ao ouvir isso.

- Então, - Disse olhando para o chão pensativo e lentamente voltando seu olhar para mim. - Você gosta dele.

- Não é como se eu odiasse, mas esse clima constrangedor vai sempre existir, é irritante. Eu me arrependo, só preciso superar.

- Não conheço ninguém mais forte que você. Não, pera. Talvez o Harry. - Ele falou sorrindo, mas estava falando sério. - Acho que isso vocês têm em comum, superar essas adversidades, principalmente por causa da sua vidência. Viver é difícil às vezes, e dependendo do que você prevê...

Ele estava mais descontraído. Achei melhor encerrar alí, porque ele não merecia se aborrecer com os meus problemas.

- Obrigada. Você é incrível. - Falei para ele olhando seus olhos azuis, o que fez contrastar bastante com as bochechas ruborizadas, e o cabelo acobreado.

- Ah, que nada. - Ele respondeu brincando. - Sou um palhaço.

- Hmm, na vida você me parece o espetáculo.

Não consegui comer nada naquele dia. Após contar a Sophia o ocorrido ela só sabia dizer :"Hummm... Que climão,hein! Sinto cheiro de paixonite no ar." E eu só sabia responder : " Que nada".

Não havia nada de romântico no Fred em me ajudar com o assunto, era humilhante e eu seguia com pena de mim mesma. 

Evitei os gêmeos e Zyan durante dias, passaram até semanas. Certa noite, após pegar cinco livros sobre "feitiço proibido" na biblioteca, esbarrei com Lammont todo descabelado e revoltado na Sala Comunal.

- Qual o problema dos seus amiguinhos ruivos? - Perguntou ele em voz alta fazendo muitos alunos nos observarem com curiosidade. - Todo dia uma piada diferente, uma brincadeira contra mim, eu não aguento mais isso, eu não revido por sua causa! Eu sou Monitor agora, Jenna, não tenho tempo para piadinhas.

- Se vira! Depois do "vomitasso" , isso é o mínimo que eles estão fazendo, tem sorte de não ser a Grifinória inteira. - Respondi me dirigindo para os dormitórios das meninas, fazendo ele me seguir aos tropeços. - Seu irmão tinha mais autoridade que você! Dá seu jeito, você não é "o cara"?

- O que foi que eu te fiz? - Perguntou gritando, muito indignado.

Mas não respondi e segui meu caminho. Cheguei no quarto e Sophia estava lendo um livro sobre cuidados femininos.

- Tá querendo fazer maquiagem, Sophia?

- Não, quero cortar meu cabelo.

- Mas isso é fácil. - Falei colocando os livros na cabeceira e me adiantando para me arrumar para dormir.

- Fácil é, mas fazer crescer é difícil. Jenna... - E começou a me observar em súplica. - Você precisa falar com Zyan, ele está enlouquecendo, parece estar sentindo sua falta ou algo do tipo. Mas porque estou dizendo isso? Eu andei pensando, ele contrabandeava cerveja amanteigada e outras bebidas com a tal fênix dele, se eu quiser fazer meu cabelo crescer, vou ter que fazer aquela poção do crescimento e não temos os ingredientes livres aqui pra isso. - E abaixo um pouco a voz ao notar Thayla e Madellin entrarem no quarto. - Só ele consegue trazer de fora, ele vai fazer o que você mandar.

- Tá brincando? Qual o problema do seu cabelo?

- Minha tia , Jenna, ALOU! Ela me obriga a ter essa aparência. Eu quero um corte menor esse ano, pro baile! - Concluiu entre os dentes.

- Era só o que me faltava.

- Os Búlgaros vem semana que vem, ouvi dizer que Krun também vem. - Disse Med muito empolgada. Fazendo Thayla abrir a boca de emoção.

- Tá brincando!? Que delícia! - Exclamou Thay rindo de nervoso. Sophia piscou longo e fez cara de nojo.

Não era fácil pra mim encarar Zyan naquele momento e ainda mais pedir um favor. Sophia me deu uma lista com ingredientes muito estranho, que pouco eu entendia.

Decidi chegar cedo na Sala Comunal, na sexta, antes da chegada das outras turmas. Avistei Malfoy fazendo piadinhas com Crabbe e Goyle. Me aproximei descaradamente. Aquele era um bom momento para acabar com a noite dele, ele estava tomando um chá antes de dormir em uma das mesas que Zyan deixava bolos e doces da sua cultura.

- Sai, vocês dois. - Disse eu para Crabbe e Goyle. Eles encararam a mim e ao amigo, não sabiam se eu estava falando sério .

- Vai! - Gritou Draco aos seus capangas imbecis, eles seguiam fácil suas ordens, mas sairam desconfiados.

Draco ficou em silêncio esperando eu falar primeiro.

- Acho que Dumbledore errou em nomear o Zyan como monitor. - Não menti. Malfoy soltou um "uff" de orgulho.

- Aquele velhote SEMPRE erra. Meu pai acha que ele está variando, não faz nada direito.

- Concordo.

- Brigou com Lammont? Há boatos de que você está tramando algo com os Weasley.

Meu ódio por Malfoy se intensificou e minha vontade de jogar tudo que eu tinha nos bolsos nele cresceu.

- Boatos, sempre boatos. - Me debrucei sobre a mesa. - Disse ao Snape que você é muito mais qualificado para ser monitor. Ninguém merece mais um Lammont nesse cargo, ele é muito fraco. - Concluí falando para o Draco, que corou e sorriu.

- Loucura esse novo professor, Moody, não é? - Perguntou ele sem jeito. Pelo jeito ele não sabia lidar com meus elogios; nunca tinha visto Draco ficar daquele jeito, mesmo rodeado de interesseiras e seus capangas bobocas, ele não sabia como reagir a um elogio vindo de alguém que não gostava dele.

- Pois é, mais uma escolha patética de Dumbledore.

- Foi o que eu disse pro meu pai. - Respondeu Draco se aproximando mais em minha direção. - Essa escola está cada vez pior por causa dele, e ninguém faz nada. O Ministério parece conivente, deixar um gagá no cargo, e pra piorar, eles deixam ele fazer o que ele quer.

- Isso está pra acabar, ninguém vive para sempre, ele é velho.

- Tem razão, tomara que morra logo. - Disse Malfoy sem cerimônia.

Encorajar Draco a falar besteira era torturante. Eu não achava Dumbledore tão ruim, estava apenas tentando ganhar confiança do colega.

- Sabe Draco, Snape está confiscando minha varinha, - Menti. - você poderia pegar para mim aquele livro sobre maldições, aquele que está lá em cima. - E apontei para uma das enormes prateleiras com livros da Sala. Malfoy pareceu curioso. Pegou sua varinha, se levantou e com o feitiço " Accio Livro Maldições" . No momento que ele ficou de costas, joguei 2 jujubas verdes em seu chá. Não sabia o efeito daquelas mas sabia que ele não teria uma boa noite. Também me servi de chá para o acompanhar.

- Também tenho que estudar esse livro. - Disse ele pegando nas mãos e me entregando. - Seus pais não compraram um para você?

- Não. - Menti. - Esquecemos.

- Entendo. - Disse Draco descontraído.

- Te vi no camarote do ministro na copa, que entradas incríveis! Invejei você.

Draco corou um pouco mais. E bebeu um pouco do seu chá visivelmente encabulado. Eu o acompanhei na bebida, eu estava me divertindo tanto quanto era prazeroso irritar Snape.

- Papai sempre tem um grande privilégio no Ministério.

- Ele já pensou em ser Ministro da Magia? Seria um grande feito para os puros-sangue. - O meu papo estava me enojando. Torci para aquelas balas fazerem efeito imediato. Draco se aprumou na cadeira inquieto.

- Sabe que eu não sei, Jenna. - Ele respondeu ficando sério, mas com um sorriso no olhar. Parecia até um ser humano normal conversando. - É uma boa pergunta. Eu fico impressionado de você ter notado nossa impor... - e algo o fez gaguejar. - Importância. - E colocou o mão na barriga. - você acha seguro essas porcarias que Lammont deixa aqui para nós comermos?

- Sinceramente ,eu não confio nele. - Respondi maliciosamente.

A manipulação que eu estava fazendo contra Draco estava começando a me assustar, anos de convivência com Zyan tinha me feito mal, de verdade, ou eu tinha um outro dom além da vidência que eu precisava investir.

Ele se levantou e tentou dizer algo mas saiu correndo para o dormitório. Eu apenas sorri discretamente segurando o riso, não queria que ninguém notasse. Dei uma leve folheada no livro. O livro pertenceu a algum antigo aluno de Sonserina, mas não estava nomeado.

- Jenna? - A voz do Zyan me assustou. - Desculpa. Eu não quis ser desagradável. - Disse ele com sinceridade.

- Posso me sentar? - Pediu ele calmante. Hoje ele não estava descabelado.

- Sim. - Respondi.

- Será que posso saber o que eu fiz de errado? - Perguntou ele com medo.

- Esquece. - Respondi cansada, eu não tinha emocional para discutir com ele. - Não vale a pena.

- Eu vou tentar entender, porque isso não está fazendo sentido pra mim. Foi alguma coisa na apresentação que fiz como monitor?

- Não. Você foi ótimo. Mas você pode fazer um favor pra mim? - Não estava nem um pouco afim de fazer cena com ele.

- Mas é claro. - Respondeu prestativo. E tirei do bolso a lista de Sophia.

- Consegue esses ingredientes para mim? Sua fênix pode entregar discretamente a você?

Ele observou a lista com as sobrancelhas arqueadas.

- Sim, consigo. - Respondeu com firmeza. - E não vou perguntar para que precisa, não quero você chateada comigo de novo.

Zyan conseguia me despertar sentimentos diversos, inclusive, pena.

Na manhã de sábado, logo após o café Snape me chamou no corredor.

- As 14 horas na sala do diretor. Senha " urso polar". - Disse o professor de má vontade.

Havia tempo que ele dizia que iria marcar um horário com o diretor. Respondi apenas com um "ok". Aquela manhã a dor de cabeça havia voltado.

No corredor avistei Fred com Cátia Bell fazendo suas piadinhas e fingindo dançar com ela. Imaginei que ele havia a chamado para acompanhar no Baile de Gala que haveria no inverno. Não sei quantos minutos fiquei observando eles, mas foi tempo o suficiente para ele me notar e dizer para Cátia " um momento, é rápido" e deixou ela com as mãos na cintura com cara de descontente.

- A quanto tempo está aí?

- Não faço ideia.- Respondi com esforço.

- Você está bem?

- Um pouco de dor de cabeça.

- Vá a Ala Hospitalar, certeza que Madame Pomfrey pode ajudar.

- É. Talvez eu vá.

- Soube que Malfoy teve disenteria durante a noite toda. Ele foi para lá, um aluno da lufa-lufa que o viu que contou para o Lino.

- Dei duas jujubas verdes para ele. Ele com certeza acha que foi uma comida que tinha lá na Sala Comunal.

- Legal. Então ele nem desconfiou de você?

- Ainda não. - Consegui esboçar um pouco de riso.

- Hey Fred, vai demorar? - Perguntou Cátia de braços cruzados.

Ele olhou para trás rindo e disse " eu acho que vai" fazendo ela bufar e ir embora pisando firme.

- Não precisa fazer isso com ela. - Respondi pra ele. - Eu tenho mais o que fazer, eu já vou.

- Hoje chega às duas escolas. - Disse ele jogando papo fora. - Pensamos em arrumar um jeito de trazer uns ingredientes novos para nossos testes, sabe. Vão estar todos distraídos com o torneio, e com o entra e sai de muitos alunos...

Antes dele concluir o chamei para sentar nas escadas que levava ao pátio. Eu estava ficando estranhamente cansada. "Vem cá". O chamei, e sentamos na escadaria.

- Sabe o Zyan?

- Hum? - Disse ele com desdém.

- Acho que consigo com ele qualquer coisa. Ele tem uma fênix.

- Caramba, é mesmo. Ouvi falar.

- Ela entra e sai de Hogwarts quando quer e quando ele manda. É um tipo de aparatação , ou sei lá o que.

- Poderia até ser uma possibilidade. Mas você não precisa conversar com esse imbecil por nós, principalmente porque ele é muito deslumbrado por você.

- Vi ele enlouquecido esses dias, ele disse que vocês estão pregando peça nele todos os dias. - Perguntei a Fred,e ele deu risada.

- Realmente. - Ele respondeu rindo. - Ele é muito otário. -

- Vocês não têm medo dele?

- É claro que não. Ele não é como o Rachid. Aquele cara era maquiavélico, coisas realmente más aconteciam quando ele e o irmão estavam por perto. Mas o Zyan é fraco, ele não tem a mesma coragem que o irmão.

- Sabe, não confia muito nessa falta de coragem dele, sempre acho que a qualquer momento ele vai fazer algo terrível. Mas ele tá surtando como monitor.

- Deixe ele surtar, ele merece. Não dê muita atenção aos dramas dele, tenta focar em seus estudos sem a interferência dele. Essas coisas fazem a gente se distrair e sair das nossas metas.

Era um ótimo conselho.

Faria um dia quente, me deitei no chão, do último degrau da escadaria. Fred me acompanhou, mas deitou sua cabeça sobre as mãos

- Faço aniversário dia 30. - Contei a ele.

-Tá brincando!? Que legal, vou te presentear com uma poção do amor, estamos trabalhando em um protótipo, até lá já vai estar pronta...

- Que nojo. Pra quê eu iria querer isso ?

- Uau... Acho que você é uma das poucas garotas que não vê utilidade nisso. Nunca pensou em pregar uma peça ou conquistar alguém à força? - perguntou rindo com uma certa malícia.

- Não, mesmo. Já passo humilhação o suficiente.

- Humilhação com que!? Conheço uns caras afim de você, não é meia dúzia não. - Ele respondeu um pouco irritado. - Mas, você já deve ter sentido algo por alguém. - Perguntou ele virando o rosto para olhar na minha cara.

- Não tenho muita certeza.

- Garota difícil. - Disse ele. - Nossa poção vai durar só algumas horas. Queremos fazer o mais minimalista possível. Nem chega perto da poção original que pode, levar anos o efeito.

- Engenhoso. Sempre vai ter uma maluca corajosa querendo passar esse tipo vergonha.

- Bom, podemos fazer Malfoy e Goyle se apaixonarem ... - E nos encaramos

- Depois você diz que os Lammont que são maquiavélicos.

- Acha que ele combina mais com Crabbe?

E rimos tanto, até doer a barriga.

"Urso polar". Falei na frente da Gárgula que levava a Sala do Diretor.

A sala dele estava impecável como sempre, e os curiosos olhares dos quadros, pomposos e indiferentes, se mantinham inalterados.

- Já devem estar chegando. - Disse o diretor olhando pela janela.

- Quem? - Perguntei.

- A comissão do Torneio... Durmstrang... Beauxbatons.

Apenas levantei o ombro com indiferença.

- Então, Srta. Gibbon, voltamos a nos ver. - Prosseguiu o diretor andando até o centro, onde ficava sua mesa. - Snape me contactou faz uns dias, mas confesso que havia me esquecido. - Não fiquei surpresa. - Há algo importante a me dizer?

- Eu soube do Torneio por uma visão. O senhor ao lado da taça com um papel em suas mãos escrito "Harry Potter."

O diretor ficou pensativo e coçou o queixo, olhando a um ponto do chão resmungando " não, talvez, impossível, claro que não. "

- Sei, sei. - Começou a dizer ele. - Acho improvável, mas não impossível. Não conte a ninguém sobre isso. ok?

- Hum. Ok. Não vejo como isso é relevante para alguém, mas ...

- Vamos aguardar o tempo. - Disse ele com uma voz sonhadora. - Eu desejo que você tenha uma noite muito agradável com a chegada dos nossos convidados.

- Obrigada, Diretor.

- Será que teremos mais algum evento devastador envolvendo a Srta. esse ano? - Perguntou sorrindo com simpatia batendo os dedos nas vestes compridas

- Espero que não, Senhor. - Respondi com sinceridade, sem querer me alongar.Ele apenas fez uma reverência e indicou a porta.

Fui para o Salão Principal, a cerimônia iria começar mais cedo e eu não estava com vontade de voltar ao dormitório. Fui uma das primeiras a chegar no Salão e pude ver ele sendo adaptado para mais alunos representantes. Os professores estavam colocando novas mesas. Voava bancos e cadeiras também, para vários lados.

- Tão cedo, Srta. Gibbon? - Dizia a Professora Minerva com irritação.

Não respondi a ela, dei de ombros.

Logo chegaram alguns alunos que eu sabia que eram novatos, do primeiro ano. Uma garotinha muito fofa de cabelo castanho lisos, acima dos ombros ficou um tempo me encarando.

- Falam que você é namorada do Monitor Lammont, é verdade?

- Não, e não sei com quem você está falando, mas deveria parar. - Me causava graça ver a garotinha confusa.

- Você não tem medo de conversar com ela? - Perguntou um baixinho gordinho, que sentou do lado dela.- Ela matou um bicho-papão. - E tentou contar baixinho para a colega que abriu a boca de espanto.

- Isso é verdade. Matei mesmo. - Respondi em tom de afronta, o que fez eles ficarem quietos se encarando e indo aos poucos para o lado, se afastando até pararem a 5 metros de distância.

- Rindo sozinha aqui, Sophia. - Disse quando ela apareceu no Salão.

- Poxa, porque não me chamou? Eu estava na biblioteca.

- Então, eu não sabia que você estava lá. Depois de sair da sala do diretor eu não tive mais ânimo. Eu me sinto cansada, não sei porque.

- Hum, aposto que essa história Zyan/Jorge está tirando seu sono.

- É. Talvez. Por isso é melhor eu ficar distante deles.

- É mesmo? - Disse Soph com sarcasmo. - Padma disse que viu você deitada no chão com um dos gêmeos.

- Ata, hoje cedo. Eu estava falando com o Fred.

- Agora ele? Poxa, essa gente tira você do eixo.

- Qualquer um tira, Sophia. Quando você me viu em paz? Ah, pelo o Fred é um fofo comigo, me faz rir bastante.

- Ora, ora, ora. - Debochou Sophia sorrindo. - Deitada com um homem sorrindo. Isso é tão adulto.

- Ah, não zomba, não. Fazia tempo que eu não dava risada.

Sophia sorriu e não zombou mais, ela beliscos meu ombro com carinho.

- Você perdeu o melhor do dia... A chegada dos convidados. Durmstrang chegou pelo Lago Negro em um barco que se esconde debaixo d'água, e Beauxbatons em uma caruagem com cavalos alados! - Disse empolgada .

- Legal. - Respondi friamente. Soph se incomodou com o meu jeito indiferente, ela queria conversar mais.

Avistei Zyan se aproximando e sentando do meu lado. Ele parecia muito sério.

- Boa noite. - Disse ele secamente.

A conversa de ontem a noite com certeza não fez a menor diferença. Não sabia se ele iria realmente conseguir os ingredientes que Sophia havia pedido, mas achei melhor nem tocar no assunto.

- Hey. - Resmungou a amiga do meu lado. - Falou com ele?

- Sim... Dei a lista. Vamos aguardar.

- Hum, ele tá estranho. Deve tá se fazendo de difícil para chamar sua atenção.

- É, é uma boa teoria.

Dumbledore anunciou a entrada das alunas de Beauxbatons. Sua diretora entrou na frente, ela era incrivelmente alta, tão alta quanto Hagrid, mas imensamente mais pomposa e elegante. As alunas dessa escola vestiam um vestido azul acetinado muito elegante e um pouco atraente, fazendo dezenas de alunos se levantar para ver elas melhor.

- Fleur...- Disse Sophia, aparentemente para si mesma.

- Quem? - Perguntei.

- Fleur Delacour. Aquela loirinha ali. - E apontou sem muito interesse para uma jovem extremamente bonita - Ela está sempre nos jantares promovidos pela alta sociedade francesa. Acompanho minha tia nesses jantares. É um horror.

- Caramba, ela é muito bonita.

- É. Ela é. A avó dela era uma Veela.

- É mesmo? - Perguntou Zyan, que revelou estar ouvindo nossa conversa. - Como um homem pode ter coragem de se deitar com uma coisa daquelas...?

- Pois é Zyan, tem gente que se deita com coisa muito pior, fazem um filho escroto... - Tentou retrucar Sophia com raiva.

- Hey, hey, hey! Não, não tô afim de suportar vocês brigando.

Zyan nada respondeu, mas sorriu ironicamente, ele estava estranho.

Durmstrang entrou confiante. O diretor era alto e sisudo, ao seu lado Viktor Krun, fazendo um monte de alunas gritarem e balbuciar por ele.

Sophia parecia estar diante de uma tragédia, se recusava a olhar e colocou as mãos nos ouvidos.

Após a apresentação os alunos foram se enturmando. Alguns alunos Búlgaros decidiram sentar em nossa mesa, Krun ficou perto de Malfoy, que imaginei que já se conheciam. As alunas francesas ficaram parte na mesa da Corvinal, parte na mesa ao lado das dos professores.

A aluna Delacour avistou Sophia e deu um aceno modesto com a cabeça, foi o que eu deduzi.

O jantar tinha várias comidas típicas dos países convidados. O salão levou um tempo para se acalmar e Dumbledore anunciou o início do torneio e apresentou as regras.

- Se apenas alunos maiores de idade pode representar, imagino que você possa se candidatar Zyan. - Perguntei a ele.

- Eu não represento Hogwarts. - Respondeu ele sério.

De fato.

Ele não se sentia parte da escola desde quando o conheci. Ele odiava os métodos de ensino, os professores , o diretor e seu novo cargo de Monitor. Mas me fez me perguntar se ele tinha potencial de passar pelas etapas. Pelo o que dizia nos corredores, o torneio era extremamente perigoso e a taxa de mortalidade alta.

Lembrei da visão que tive. Até onde sabia, Potter tinha apenas dois anos a menos que a idade adulta. Não entendi como ele poderia fazer parte disso. A taça era muito linda, ela ficaria por 15 dias nos centro do salão para que os alunos com maior de idade fossem colocando seu nome nela.

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