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O adeus que ninguém pode dar

- Impressionante como as pessoas que duvidam de mim sempre estão certas. - Disse à noite, quando voltei para Hogwarts do mesmo jeito que sai, com uma chave de portal. Estávamos no dormitório, Sophia não foi jantar, iria petiscar a mesa do Zyan, então aproveitamos que estávamos só conversando.

- Você não sabe esconder , não é, Jenna? - Disse Sophia na cama dela. - Não sei como tiveram a coragem de liberar adolescente numa festa a fazerem magia.

- O importante é que ninguém sabe que foi eu.

- Mas desconfiam...

- Eu salvei o meu irmão de uma queda, eu sou uma heroína. - Disse com total sarcasmo me sentando na cama. - Mas me arrependi quando vi minha avó chorar, ela achou que estávamos sobre ataque.

- E não estavam? - disse ela com ironia.

- Não, Sophia! Eu só queria ver, um pouquinho de fogo.

- Você deveria conversar com alguém. Snape talvez. - Disse ela parecendo preocupada.

- E porque?

- Jenna, você fez fogo que não queima, já começa por aí, isso não é normal.

- Acha que sou das trevas?

- Não fala besteira. Não é sobre isso, é sobre a intenção. Você quis, foi lá, e fez.

- Mas não é tão incomum.

- Mas não é fácil. Acha que é fácil fazer magia de fogo com a varinha? Passamos anos fazendo a de água até chegarmos a esse nível avançado. Imagina fazer isso sem varinha.

- Sou péssima na aula de feitiços.

- Com certeza, não é. Você é péssima com a sua varinha... será que ela tem algum problema? Você poderia conversar com Olivaras um dia.

- Vou falar com Snape, mas tenho medo dele falar com meus pais.

- Acha que ele conta tudo pra eles?

- Com certeza... não. Como você está com a Alice? - Sophia estava aparentemente preocupada e chateada, sabia que tinha acontecido alguma coisa.

- A gente ficou estranha depois que... ela disse que todos deveriam saber de nós, inclusive minha tia. Achou problemático, eu quero discrição. Acha que é porque ela é da lufa-lufa...

- Óbvio que não, que boba. Você vive agarrada com ela pelos corredores.

- Pois é.

- Queria um namoro assim, talvez isso me deixasse mais focada, sei lá, ou iria piorar tudo? - Disse sem pensar muito. - Moore disse que essa seria a última vez que iriamos nos beijar.

- E como ele sabe?

- Ele não me contou, mas deve ter alguma haver com a mãe dele e a Patil, a Padma, sabe? Disse que existia alguma coisa com ela. Eu acho, eu estava um pouco alterada.

- Pouco? Entendo. Acho que você lembra um pouco as gêmeas só que você é mais bonita, mais mulher, elas são estranhas mesmo.

- Nunca reparei nelas. Mas, já você repara bem em mulheres...

- Sim.

- Seu aniversário está chegando e dos gêmeos também. Gostava da época em que eu não me preocupava com isso.

- Eu nunca te dei um presente legal, não é? - perguntou Sophia suspirando.

- Você me dá uma amizade que eu nunca esperava. Eu não previ você na minha vida. É um privilégio...

- Wooow, que coisa linda , Jenna. - Disse ela saindo da cama dela e vindo me abraçar se jogando em cima de mim. - Também acho que um namoro vai acalmar seus ânimos, mas nada de ir atrás do cara da sua visão, ou a mulher. vai que sou eu. - Disse ela fingindo me que ia me beijar na boca mas beijou meu rosto rapidamente.

- Infelizmente... não é você. - Disse eu rindo das cócegas que ela começou a me fazer. - Para com isso!

- E como sabe que não sou eu? - disse a amiga brincando.

- Porque eu senti que era um homem.

- Uhuuulll... você sentiu.. - repetiu a amiga debochadamente. - um negócio.

- Ah, cala a boca! - disse sem jeito.

Sophia me despertou a vontade de conversar com Snape. Eu ia tentar entender o que aconteceu, ele era o professor que tinha mais inteligência para me dizer.

Naquela semana eu tentei ficar alguns segundos com ele após as aulas mas não era o suficiente. Ele ficou intrigado do tanto de vezes que o encarei e não disse nada. Lembrei que no domingo às 15 horas ele me disse que ficava em sua sala, era uma lembrança do meu primeiro ano.

No sábado eu quis dar uma palavrinha com Fred, jogar papo fora, falar da festa e do livro que ele me deu, mas não o vi nem nas refeições.

- Devem estar fazendo as coisas deles lá, das gemialidades. - Disse sophia, entre uma garfada e outra

A ausência deles me incomodava.

Sophia começou a fazer a poção pra mim, a que bloqueava visões. Eu gostava de ficar na Sala dos Diários lendo alguns e fiquei curiosa para encontrar de algumas ex-alunas conhecidas, Narcisa Black, por exemplo. Mas deve estar em uma das prateleiras que era impossível eu alcançar. Talvez com uma vassoura eu conseguisse.

- Agora, destruir a vassoura que o Zyan te deu parece uma má ideia, não é? - Disse a amiga após eu comentar sobre a curiosidade de procurar mais diários com a vassoura.

- Porque você sempre me alfineta com essas coisas? - Disse fechando o diário de Joanna Burke, que estava ficando interessante seu namoro com Eustáquio Lestrange.

- Ah, sei lá. Tô entediada, não posso perder uma piada. - Disse sophia na mesa do caldeirão analisando sua poção. Eu estava na mesa de leitura.

- Então, nada com Alice?

- Nada. ela está fingindo que não existo. Odeio isso - Disse coçando a cabeça. - Eu estava viciada na atenção dela.

- Agora você consegue entender meu caso com Zyan?

Sophia me encarou e balançou a cabeça de leve, em afirmação. De fato, os mimos de Zyan estavam me fazendo falta, ele me elogiava o tempo todo e até me ajudava nas matérias, já que ele estava um ano à frente.

Impressionante como as pessoas fazem falta. Engraçado que da minha mãe, eu não sentia falta mas do papai, sim. Ele queria me ensinar qualquer coisa trouxa, o tempo todo, era bonito e bondoso comigo. Era não: é. Eu queria ter coragem de dizer a ele que meus pensamentos e sentimentos eram confusos. Mas o pouco que eu me abria era com Snape, ele me ajudava um pouco. Ele sim estava no domingo em sua sala às 15 horas, distraído olhando mais uma vez aqueles ingredientes escritos na lousa.

- Severo? - Quando eu entrei ele não percebeu, estava imerso em seus pensamentos. - Porque o senhor acha que pétalas de alfazema faz sentido se misturadas com seiva de traézio? - não conseguia deixar de dizer "senhor", me era agradável.

O professor olhou para trás sem muita expressão, parecia que me esperava. Eu não pensei muito, já que sua mesa estava livre, exceto por um bule e uma xícara, achei confortável me sentar em cima dela. O professor apenas deu o sorriso de desprezo dele, típico, e voltou a olhar para o quadro batendo sua varinha na cabeça.

- Não estou surpreso que não saiba o benefício dessa combinação. Na aula em que eu falei de suas propriedades você estava olhando o pouco de sol que entrava pela porta.

- O senhor tem memória de hipogrifo. não lembro quando foi isso.

- 15 de fevereiro do ano passado. Eu sempre me lembro quando um aluno me despreza. - Disse ele me olhando de canto. Achei muito sentimental. - O que você quer?

- Não quero atrapalhar o seu trabalho.

- Eu já concluí, só estou revisando antes de enviar os detalhes ao St. Mungus.

- É sobre o que?

- Poção de cura. Contra o alcoolismo.

- Existem muitos bruxos alcoólatras?

- Não só bruxos, qualquer criatura mágica com autonomia, do tipo... humana, pode desenvolver essa doença.

- Que incrível, Severo.

- Mas não sei se funcionaria com trouxas.- Disse ele olhando para o chão, reflexivo.

- O senhor pensou nisso por causa do seu pai?

- Sim. - Disse com segurança e preocupação. - Será testada.

- Eu bebi uma bebida alcoólica na festa do meu irmão.

- E presumo que tenha ateado fogo nas cortinas da festa.

- Snape! - Disse de impulso me lembrando da cena. O professor olhou para trás com irritação. - Foi incrível! Foi lindo! O senhor deveria ter visto, um fogo lindo que não queimava!

- Você não parece saber o que fez. - disse ele escorado na mesa, cruzando os braços.

- É. Eu não sou boa com a varinha. Será que a minha varinha não gosta de mim? Eu sou péssima na aula de feitiços mas a força da minha intenção é tão violenta.

Snape me mediu com um olhar preocupado. Não sei se minhas pernas paralelas a lateral da mesa balançando estava incomodando ele, mas a mim , não estava.

- É só intenção, como você mesmo disse: você precisa querer. - Disse Snape me encarando.

- Mas e se eu não precisar usar a varinha?

- Um dia você perde o controle. Usamos para obter um equilíbrio.

- Porque minha mãe não me ensina essas coisas? Ela não disse nada depois da festa. Não o trocou nenhuma palavra comigo.

- Ela tem medo. Acha que você faz para chamar atenção dela.

Será que ela está certa? O tempo todo não era por mim? Não era a minha vontade, ou minha raiva ou curiosidade querendo explodir? Era só a porcaria da carência pela atenção da minha mãe!?

- Que merda. - Disse com raiva, porque talvez ela estivesse certa. - Medo? E porque?

- A intenção é extremamente perigosa. Por isso conjuramos magia com as varinhas. Pode imaginar se a cada vontade ou interesse que você tiver a coisa se realizar? - Disse Snape indo até uma gaveta e pegando o que parecia ser um livro fino.

Era lógico e tão simples a explicação e eu ali ouvindo, passando vergonha, deixando claro a minha mediocridade. É por isso que meus pais pouco me ensinavam. Era simples e com certeza o Júnior notou isso bem mais cedo do que eu.

- Tão óbvio que sinto vontade de me agredir. - Snape me olhou preocupado. - mas não vou! Agora me diz, porque você responde perguntas tão primitivas minhas e faz um escândalo quando Neville te pergunta qualquer coisa ou erra? Sabe que Moody está sendo muito mais professor para ele esses meses, do que você foi em anos.

Snape ficou irritado mas suspirou e mudou para uma expressão de dúvida. Ele estava acostumado com minha sinceridade, não se aborrecia mais comigo.

- É muito estranho, ele. - Disse olhando o interior do livro. - Nunca soube de Moody gostar de adolescentes, tão pouco um tão desajeitado. Sai de cima da minha mesa! - Concluiu ele irritado. O professor queria se sentar. - Preciso terminar essas observações.

- Moody tem algo estranho mesmo, aquela sombra estranha perseguindo ele, parece o Lupin...

- Que sombra? - perguntou o professor sem muita curiosidade.

Desci da mesa e peguei uma cadeira para me sentar à sua frente. Snape não gostou , ele parecia querer ficar sozinho.

- Acho que te falei que eu via uma sombra atrás do professor Remo, deduzi que era por causa dele ser um lobisomem. Às vezes vejo coisas estranhas, aura ou sei lá o quê. Acredito que Moody deve ter um encosto, já que matou tantos bruxos.

- Não só bruxos. - Disse o professor sem me olhar nos olhos mas levantando uma das sombras. - Você quer mais alguma coisa?

- Eu quero tanta coisa. - Disse rindo, mas o professor ficou mais sério. - Tem uma coisa que não contei do dia que dormi na Grifinoria.

O professor se sentiu na obrigação de levantar a cabeça, era visível o incômodo.

- Fale.

- Então, depois que eu dormi, eu acho que me vi fora do corpo.

- Explique.

- Eu me vi dormindo, e os outros conversando, mas parecia que eu estava dentro da água, sabe, um som abafado. eu... podia voar e atravessar paredes. achei que eu estava morta mas ao mesmo tempo eu me sentia viva, me senti feliz. Via os fantasmas mas eles não me viam, sabia que eles tem cores? Bom, eu vi o tom da roupa deles e o sangue...

- Humm... - o professor começou a refletir de má vontade.

- Eu fui até seu quarto.

- O que!? - disse arregalando os olhos.

- Sim. fiquei curiosa para saber se poderia ver o senhor. E fui. você dorme sem cobertor e com um pijama preto, mas não sei se posso afirmar...

- Você teve uma projeção. - Disse ele bufando cruzando os braços. - Geralmente um bruxo tem uma vez ou outra na vida. É extremamente raro. Não deveria ter ido ao meu dormitório...

- O senhor sorri... bastante antes de dormir.

Snape não corou, não bufou, não suspirou, apenas murchou.

- Não há muito o que sonhar dormindo.

Eu entendi o que ele quis dizer. Ele tinha bons pensamentos antes de dormir. Se aquilo o nutria, não fazia mal eu tentar também.

- Você não deveria ter feito isso, - continuou o professor. - além de ser uma invasão você poderia ter visto algo... inadequado, você não iria gostar.

- O senhor não sabe se eu não iria gostar. - Snape ficou sem jeito, pareceu ter pausado a respiração. - E sinceramente, esse Castelo ninguém tem privacidade. Tem muita coisa escondida nas paredes, e fantasmas com certeza nos ouvem. - Ele não sabia até então, mas a Espectro estava com certeza vigiando a todos. - Bom. Obrigada pela ajuda novamente. Espero que o senhor tenha muito sucesso e ajude muita gente.

- Desejo o mesmo para você. - respondeu ele entredente.

Mas antes de sair , quis dar a alfinetada final em snape.

- Severo... já superou as "manifestações incomuns de intimidade" ?

O professor fechou os olhos e colocou as mãos na cabeça. Eu ri e sai da sala satisfeita. Imagino que ele queria gritar mas se conteve. Engraçado como ele às vezes se controlava quando eu o irritava.

Naquela noite Sophia me deu a poção para suprimir visões. Fiquei pensando se tomava ou não, preferi guardar, tive medo. E como era de praxe eu tive insônia e dessa vez eu fui a sala comunal comum. Estava vazia, fiquei pensando se Zyan ainda ficava me esperando para , talvez, me tatear, ou só jogar papo fora.

Me lembrei da projeção, de ver a tal espectro. Ela era bonita e estava ali em algum lugar, provavelmente sabia de tudo que acontecia no Castelo. Era assustador e curioso ao mesmo tempo, queria saber tudo que ela sabia.

- Está esperando alguém? - Draco me assustou novamente.

Provavelmente estava xeretando a possibilidade de ver um casal, mas aquele dia estava sombrio, um silêncio quase que absoluto, se não fosse o som das chamas da lareira e alguns ruidos do lago negro.

Ele estava com seu pijama verde escuro de cetim, sem o cabelo oleoso, era quase um garoto observável.

- Não. Só essa maldita insônia que me assolou esse ano, não aguento mais isso.

-Então somos dois. - Disse ele entediado se jogando no sofá e deitando, ele estava com um lembrol na mão, jogando pra cima. - Desde que vim para Hogwarts eu não consigo dormir bem, é um inferno todas as noites.

Me aproximei e deitei no sofá de frente, fiquei observando o todo. Era absurda a diferença a Sala Comunal da Sonserina e da Grifinoria. Aqui a distância entre os sofás, o clima de solidão e individualidade eram enormes, triste.

- Confesso que a noite que mais me senti feliz foi quando dormi na Grifinoria.

- Viu, que merda.- Disse Draco, olhando para o teto. - Acho que esse lugar é azarado também. Quando tem um casal ou outro é a única coisa que me entretém. - Draco estava triste e reflexivo, estava sendo sincero. - Nem sei porque estou dizendo isso pra você. Mas você é estranhamente confiável.

- É. Então me diz, porque o Potter? Porque sente prazer em debochar de um cara órfão que vive com trouxas? Ele deve ser tão infeliz...

- Mas não é. Sobre isso, - começou Draco a olhar o lembrol pensativo - eu acho que ele é feliz, vive rindo com os amigos e não debocha com ninguém. Ronald tem irmãos, deve ser legal ter irmãos. A Granger é medonha, como uma sangue-ruim pode ser tão inteligente, ela nasceu de trouxas. - Draco estava desabafando.

- Você tem inveja.

Draco não respondeu, tão pouco fez drama ou expressão de contrariedade. ele no fundo sabia o que sentia.

- Acho que só meus pais gostam de mim. - Aquilo não deveria me comover, mas comoveu. Me levantei e me sentei no mesmo sofá que ele, na ponta. Ele não se mexeu, mas me seguiu com os olhos. - Snape gosta de você, o duque gosta de você, e acho que Blásio e Cássio discutiram uma vez por sua causa. Você tem sorte.

- Tem inveja de mim também? - Não o sabia dessa história do Cássio.

- Não sei como não se aproveita melhor da sua vidência.

- Eu não gosto muito disso.

- Se eu fosse você, já teria a escola toda aos meus pés.

- E para quê? Para me provar? Poder? Você não tem noção da responsabilidade.
Olha o Zyan, você acha que ele gosta...?

- Eu gostaria de ter poder. Seria mais um entretenimento para eu suportar esse lugar. Não entendo seu lance com o Lammont e o que vê naqueles gêmeos? O que eles te oferecem? Poderia jurar que pelo jeito que você e Zyan estavam naquela noite, iriam se casar logo mais saindo daqui, mas me intriga um nobre com uma plebeia como você.

- Eu não fico com nenhum dos gêmeos. - Mas gostaria, eu acho. - Mas o Zyan é estranho, tem algo estranho nele, deve ser algum tipo de maldição porque parece que ele não fica com mais ninguém.

- Não duvido. Patrícia vivia aos amassos com Rachid e ela pisava nele dia e noite e mesmo assim ele não saía do pé dela.  Também gostava do lance deles, mas claramente ela não gostava dele, pelo menos, não amorosamente. Deve ser mesmo uma maldição de família, tem dinheiro mas não tem a mulher que gosta. Ora, que piada. - Disse ele rindo , mas parecia de nervoso.

Nunca tinha notado isso. Era algo para eu investigar, talvez mandar uma carta para Patrícia nas férias questionando sobre seu relacionamento com Rachid.

Draco, pela primeira vez, conversava comigo como um bruxo normal, sem deboche, sem piada, sem estupidez ou infantilidade. Nem parecia ser ele. Na real, Draco era diferente quando não estava em público.

- Porque está conversando comigo assim? Você costuma ser um babaca.

- Eu tenho talento para parecer um. - Draco se sentou no sofá com as pernas cruzadas e ficou jogando a bola de uma mão para outra. - Mas não sou sempre, eu só quero rir, sabe, melhor do que chorar. - Draco me encarava com uma expressão triste e vazia. Me causava uma angústia muito estranha. - Você tem um cheiro bom, deve ser o teu feitiço.

- Nunca percebi que tenho cheiro. Como sabe? Não uso perfume.

- Não precisa, é natural. Pele, Jenna. Sua pele. - A seriedade dele era tal como a seriedade do dia em que me viu com Zyan na poltrona, acho que ele estava sentindo alguma coisa porque eu podia ouvir sua respiração.

- Não acho legal o jeito que você age com as pessoas.

- Percebo.

Draco parou de jogar a bolinha e ficou segurando ela com força. Aquilo estava me incomodando e me intrigando ao mesmo tempo.

- Devo agradecer por sua sinceridade e confiança?

- Faça o que achar mais interessante. - disse ele do jeito lento e estranhamente sedutor. Aquilo combinava com ele, mas era muito estranho. Claramente era o jeito dele "jogar", mas era um jogo que eu não estava afim de participar.

Ouvi passos, era impossível não ouvir naquele silêncio. Estranho era que não escutei Draco se aproximar, provavelmente tinha experiência em ser sorrateiro.

- Espero não ter atrapalhado nada. - Disse Zyan sério. Era óbvio que ele queria atrapalhar qualquer coisa.

- Talvez. - Disse com aquela minha singela estratégia de ludibriar Draco, já que várias vezes eu sentia vontade de arremessar ele pela escada quando fazia as maldades dele. O problema era que atingir Zyan, também não era uma boa ideia, mas pensar me fazia bem.

Fui pro dormitório pensativa. Deixei os dois sem me despedir. Acho que tinha sorte, tinha pessoas que gostavam de mim mesmo eu sendo estranha, estourada e nem um pouco inteligente nos estudos. Mas eu estava tentando focar neles, em algum momento eu tinha que atingir minha expectativas no mundo acadêmico.

Mais uma semana se passou e eu tentei mesmo focar nos estudos. Tinha esquecido da poção que Sophia me deu , até sentir aquelas malditas dores de cabeça, que poderiam ser por causa da vidência. Eram bem insuportáveis.

Não consegui ver os gêmeos novamente. aquilo estava me deixando em pânico. Até pedi ao Neville para eles me mandarem alguma mensagem, já que tinham sumido. O aniversário deles era no sábado e eu ainda não tinha nada pra dar.

- Dá sua presença, ou um beijinho. O que acha? - Disse Sophia debochando de mim na sexta.

- Vou dar meu livro de magia em desuso para o Fred, ou ao Jorge eu não sei, tanto faz.

- Adoro aquele livro.

- Falo pro papai que perdi, ele me dá outro.

- Caramba, Jenna. As vezes falar a verdade é mais simples.

- Não é tão simples assim. Ele vai me perguntar se estou namorando, interessadas no Fred e essas bobagens que eu não tenho emocional pra conversar.

Sophia ficou um pouco inconformada, e foi dormir, ela estava amuada ainda por causa da Alice. Eu decidi tomar aquela poção para ver se aquela maldita dor de cabeça sumia. Na hora não sumiu mas pelo menos eu não tive insônia naquela noite.

Acordei sem dificuldade, me senti alegre, exceto ao ver Sophia, que estava muito séria a caminho do Grande Salão. Deu vontade de socar a Alice por isso, mas eu sabia que minha amiga era forte.

- Neville não respondeu sobre os gêmeos. Ele parou um pouco de escrever. Acho que está estudando com o Simas e o Dino na biblioteca. - Disse a amiga apática.

- Tudo muito suspeito, não acha? - Respondi pra Sophia no café da manhã.

- Sabe, não sei dizer. Minha intuição é boa, mas hoje começo a considerar que você está um pouco paranóica.

Agora era eu que estava desconfiada. Sophia vai de zero a cem muito fácil, mas ela estava em zero por tempo insuficiente para eu estranhar.

Vi um dos gêmeos em sua mesa de costa ao lado do Lino. Estava sem o irmão. Decidi que iria fazer uma surpresa boba e avisar que iria dar o presente mais tarde. Provavelmente era o Fred, Jorge vivia com Angelina e Fred ficava mais com o Jordan.

Me levantei e fui de besta, empolgada, até a mesa da Grifinoria. Fazia um dia tão lindo, ensolarado. Cheguei por de trás e fechei os olhos dele com as minhas mãos e disse: " adivinha quem é, Fred? ". percebi que ele riu tateando minha mão em seu rosto.

- Jenna, não é fred. É o Jorge. - Disse ele olhando para trás rindo. - Ora, veja, errou pela primeira vez. Não te culpo , eu estava de costa...

Jorge ia dizer mais alguma coisa mas ao ver a minha expressão de pânico ele se calou preocupado. Acho que fiz um som estranho, quase um grito, porque muitos alunos me olharam assustado.

- Tá tudo bem, Jenna? - Disse ele se levantando.

Claramente tinha algo muito errado. Eu não reconheci Jorge. Ele era comum demais, não parecia com nada que eu me lembrava.

- SOPHIA! - Eu só tinha a ela a recorrer. Gritei tão alto que alguns professores que ainda estavam na mesa se levantaram. Sophia cuspiu o que estava comendo e passou por cima da mesa da Sonserina fazendo alguns pratos e copos caírem. Entendi ali naquele momento que ela com certeza tinha o dom para ser curandeira, St. Mungus ganharia uma ótima profissional.

- O que!? - Perguntou ela muito assustada. Jorge também estava afônico, Lino se levantou assustado e ao ver Sophia ele arrumou as veste sem necessidade.

- Me leva ao Snape, agora!

Eu só tinha a ele recorrer. Ele poderia me ajudar com uma poção antídoto, como a que usou para anular a Poção do Amor. Um antídoto levava um tempo para ficar pronto mas isso eu sei que ele tinha. Eu até poderia ir a Ala Hospitalar mas com certeza Madame Pomfrey iria me denunciar ao Dumbledore.

Eu estava sentindo que iria desmaiar. Jorge quis me acompanhar mas não deixei. Os professores ficaram olhando a gente atravessar o salão com preocupação. Snape estava na sala de aula no sábado de manhã. Ao ver a minha cara ele ficou surpreso, mas só bufou.

- O que foi dessa vez? - Disse ele cansado. Sophia não sabia o que dizer. Me debrucei na mesa dele, eu estava em pânico. Comecei a perceber que tudo parecia meio diferente, até o tom de ruivo do Jorge notei que estava acinzentado, a paleta de cores do mundo estava diferente, Snape parecia mais pálido.

- Preciso de um antídoto, por favor, eu imploro! - Snape estava com um livro nas mãos e jogou em cima da mesa com raiva.

- Para quê!?

- Eu tomei uma poção... pra suprimir minhas visões...

Snape riu. Sophia se assustou ainda mais. Era a segunda vez que eu via ele rir de verdade.

- Qual delas?

Olhei pra Sophia que começou a ficar com as orelhas vermelhas. O tom azul acinzentado dos seus olhos estava mais para um branco opaco, e suas pupilas estavam tão dilatadas que eu senti medo dela.

- Ah... - começou a amiga gaguejando. - é uma....com casca de adélia.

- Humm.- Disse ele levantando as sobrancelhas e se sentando. - É uma das mais marginalizadas. Tem sempre um efeito colateral estranho, mas não me admiro que tenha conseguido fazer ela com excelência, Rosier. - O professor parecia estar se divertindo.

- Por favor, professor, eu preciso de um antídoto. - Implorei mais uma vez. Snape me olhava com júbilo.

- Não.

- O que!? - Disse eu Sophia ao mesmo tempo.

- Você vai viver com as consequências. - disse ele tentando não sorrir. - Essa poção leva em média uma semana para sair do organismo. Mas...- Continuo a ver eu tentando não esmurrar a mesa. - Vou deixar você viver com ela até amanhã às 15 horas. E me traga um relatório sobre os seus efeitos diversos, vai me ajudar muito. Isso se não quiser que eu diga ao seu pai. - E se virou para sophia. - ou para sua tia. Jenna, não fique de joelhos! - Concluiu o professor irritado. Eu estava disposta a fazer qualquer coisa e, por Sophia em risco, seria o fim para mim.

Saímos da sala com olhar de fracassadas, e eu chorando, claro, mas em silêncio.

- É sério que é tão ruim assim? - Perguntou Sophia, quando me debrucei em uma das janelas para o pátio.

- É tudo tão bucólico. Eu até me sinto mais viva, mas é uma vida morta. - Aquilo pra mim foi profundo. Não saber quem era Fred e Jorge foi um soco mais forte que os tapas que Medellín me deu.

- Um dos ruivos vem aí. E eu vou dar uma andada. Sei que, seja quem ele for, você vai se sentir melhor. A gente se vê no almoço. - Sophia ia me deixar por um tempo, eu na época não sabia que era pro meu próprio bem, mas ela sim.

Tentei fingir que não vi ele na minha direção e fui pro pátio sentar embaixo de uma das árvores. Comecei a notar que o céu estava com uma cor diferente.

- Não corra de mim.

- Se eu ao menos soubesse quem é você...

- Isso é um problema para os meus pais, mas acho que não precisa ser pra você. Fred está estranho se quer saber. Recebi sua mensagem pelo Neville essa manhã, ele disse que tinha se esquecido de dar antes.

- Ta tudo muito estranho essa semana. - Disse me sentando no chão, Jorge me acompanhou.

- Não só essa semana, faz mais de uma semana que estou notando um comportamento atípico no Fred. Ele está muito junto com a Cátia, eu não me lembro dele gostar tanto dela assim.

Aquele papo me incomodou bastante, mas eu estava com a mente muito vazia para qualquer reação.

- Acha que ela está fazendo alguma coisa?

- Não acho que ela tenha coragem e nem potencial, mas é estranho. Comecei a achar que fizemos algo errado quando estávamos tentando criar algumas azarações mas talvez não, não sei.

- Nunca se sabe... talvez uma coisa ou outra.

- E você? O que tem? - perguntou Jorge preocupado. Expliquei da poção. - Sinto muito. Não concordo e nem discordo do Snape, acho que ele quer ajudar.

Era estranho alguém dizer isso. Geralmente os alunos abominavam o professor, mas Jorge não estava errado.

- É muito solitário ser eu. - Desabafei olhando para o gramado levemente seco. - Eu vejo algumas coisas e sinto, às vezes sinto o que as pessoas estão sentindo...

- Toda vidente também é empata.

Havia ne esquecido que minha mãe tinha me dito isso...

- Não tinha notado isso.

- Pois é. Por isso você é o que é. Imagino que deve ser complicado, não julgo você em nada, sempre gostei do seu lado hostil, meio instável.

Não sei bem se era um elogio ou uma crítica velada, mas tanto faz para mim naquela hora, aquele dia eu sentia que não tinha muito pelo que brigar.

- Você tem algum antídoto contra poções?

- Para você?

- Não, para o seu irmão. - Não estava sendo irônica.

- Ah. - Jorge sorriu. - O nosso estoque acabou mas acho que realmente devo começar a fazer mais. Não tenho certeza do que Fred tem, então é bom pensar sobre. - Jorge suspirou. - Até quando você tá mal você pensa em ajudar alguém. Não me parece coisa de gente da Sonserina.

- Na verdade, somos muito mais do que mostramos. Somos profundos , mas muitos preferem expor o vazio com coisas infrutíferas. - Eu me lembrei de Draco, das meninas e até do Uniário.

- Porque preferem isso?

- Minha teoria é que todos querem mostrar uma força que não existe. O Chapéu Seletor deve colocar um monte de pirralhos infelizes juntos para assistir eles se matarem.

Jorge riu. Pigarreou e tentou não rir na verdade. Eu nunca tinha visto ele tão diferente, parecia mais velho , mais cansado, e com olheiras também. Naquele meu estado eu não tinha certeza de nada.

- Você está infeliz? - Perguntei sem o menor compromisso com a realidade. Estava jogando papo fora para não começar a chorar de novo.

- Estamos preocupados. Nos importamos com Harry. Eu me importo com meu irmão estranho do jeito que está. Todo ano algo muito perigoso acontece e a gente só pode assistir, Roni foi parar no fundo do Lago Negro, aquilo foi insano. Eu não sei porque eu e Fred achamos que seria interessante participar do torneio.

- Todo ano a gente cresce um pouco, não é, Jorge?

Jorge me encarou do jeito que eu acho que era normal, mas nas minhas lembranças era sempre com um ar de surpresa.

- Você não faz ideia do quão poderosa você é.

- Já ouvi isso. Mas sabia que sou a pior aluna da Sonserina? Acho que ganhei pontos para casa umas três vezes em quatro anos, todos do Snape, claro. Mamãe disse que não vai mais pensar nas minhas notas, que eu era uma perda de tempo. Disse que eu tinha que arrumar um bom marido, algo do tipo. Ela não vê futuro em mim , e olha que ela é uma vidente também.

- Jamais será como você. - Disse ele muito sério e demonstrando um pouco de irritação. - Talvez ela inveje você. Não é porque é sua mãe, que é perfeita.

É, infelizmente. Imagino que Molly Weasley deveria ser uma mulher extraordinária, tal como minha avó, amorosa. Nem todo mundo tem essa sorte ou pior, azar como: Sophia, Potter e Neville, que não puderam crescer com os pais. Aquilo pra mim era inimaginável mas eu sentia algo sobre isso, sentia tristeza quando pensava.

- O que foi que aconteceu com a gente? Você se afastou de um jeito tão estranho. Fred disse que foi por causa do Zyan...

- Ele disse isso, foi? - disse Jorge rindo.

- É não é?

Ele ficou observando o pátio como se estivesse escondendo algo, pensando numa resposta.

- Posso te dar um conselho? - Disse ele me olhando com um certo orgulho. Respondi que "sim" com a cabeça. - Quando você conseguir se amar, conseguir aceitar quem você é , vai passar a ver o potencial do seu dom como um aliado, vai ter todas as respostas. Não sei se vai gostar delas, mas com certeza você vai ver o que estava na sua frente o tempo inteiro. Onde há amor, sempre crescerá mais amor.

- O que... - Pensei em perguntar pra ele o que quis dizer. Mas preferi ficar refletindo. Jorge estava sorrindo. Aquele sorriso peralta típico dos gêmeos. Ainda bem que eu conseguia ver com clareza o tom azul do seus olhos, tinha algo nele diferente, mesmo eu não o reconhecendo.

- Lembra o que você mesma me disse sobre a data do meu aniversário? - Eu me lembro mas não consegui ver conexão com a minha dúvida. Jorge se aproximou de mim e sussurrou. - A resposta sempre esteve com você.

- Vamos, Jorge! - Disse Angelina. Ela apareceu no pátio saltitante, acho que eles iriam para Hogsmead . Jorge apenas deu um "tchau" com os olhos e se foi. Me deixando ali com mais dúvidas ainda.

Será que alguém estava mentindo pra mim? Foi a única coisa que me veio à mente. Fora a preocupação em escrever um relatório para Snape. Será que eu deveria incluir aquele diálogo com o Jorge? Nossa, a minha mente era um caos infinito até quando eu oprimia as minhas visões.

Fui pra frente do Lago Negro, parecia uma boa opção para refletir. O barco da Durmstrang estava lá com vários alunos nadando no lago. Não estava tão tranquilo ali. Havia uma turma de garotas assistindo eles pulando no lago apenas com uma vestimenta que se parecia com bermudas.

- É sempre assim, não é? - Disse Neville ao me ver e notar que eu estava olhando a gritaria das meninas. Ele estava colhendo o que parecia pequenas conchas na margem do lago, descalço. - Os mais bonitos sempre tem vantagens. - Ele parecia descontraído com sua atividade.

- Acho que nem todo o mundo pensa assim. - Respondi me sentando à margem.

- Me desculpa por só falar com Jorge hoje, não sei porque não vi muito eles essa semana. - Se ele que era da Grifinória notou isso, então eu fiquei mais tranquila. - O que aconteceu com você hoje?

- Sophia te explica depois. Não estou legal.

- Sinto muito mesmo. - Neville se desculpava de algo que nem ele estava envolvido, era bem estranha sua personalidade.

- Vejo quase sempre você sozinho. Não sei como aguenta.

- Com o tempo eu peguei o jeito. Ninguém gosta muito de um aluno ruim, feio ou desengonçado, não tenho muito a oferecer.

- Pelo menos você é excelente em herbologia. Eu não sou boa em nada.

- Tá de brincadeira? Você matou um bicho-papão, tem umas visões , se eu fosse metade de quem você é eu iria tentar ao máximo ser útil para as pessoas. Você pode até salvar vidas.

- Você acha?

- Mas é claro. Imagina... - Começou ele saindo do lago e sentando ao meu lado com as pernas cruzadas vendo as conchas. - Você tem uma visão que um trem explode e sabe quando é. Aí você avisa as pessoas e elas não pegam esse trem. Parece bem legal, não é?

Não sei se ele estava falando sobre mim ou sobre o que ele estava vendo mas mãos.

- É. Parece incrível.

- Mas vou te contar que a amizade com a Sophia me fez notar que eu não sou tão ruim assim, as pessoas que são. Um dia vou conseguir provar meu potencial.

Neville não tinha uma autoestima impecável, mas sua força de vontade de se provar era outro soco na minha cara. Ele era feliz focado naquilo que gostava, aquilo bastava para ele. Estar ali me deixou estranhamente mais confortável no meu dia estranho, consegui me acalmar e relaxar mesmo com a gritaria das meninas ao lado. Elas começaram a dar notas para os caras fazendo escrevendo no ar com um feitiço, aquilo era até engraçado.

Ficamos ali assistindo aquela vergonha durante um tempo até irmos almoçar. Nem a comida tinha o mesmo sabor. Sophia tentou me animar mesmo estando chateada. Fofa como sempre.

Depois do almoço eu fui buscar o livro no dormitório. Senti aquela vergonha típica de quem parecia estar se arrastando para agradar alguém. Como era possível superar a mim mesma e minhas indiferenças contra meu dom? Acho que Jorge estava certo, eu não me amava.

Fiquei um bom tempo andando pelos corredores com o livro, e Sophia do meu lado tentando se lembrar de todas as piadas que ouvira na vida.

- Sabe, eu tenho que te dar uma missão. Dizia ela mudando de assunto. -  Da próxima vez que você notar eu me apaixonando, você tenta acabar com o meu sentimento, ok? - Disse Sophia.

- Não.

Sophia riu e eu também. Eu sabia que era importante sentir, que era um processo de aprendizado mesmo que muito chato e doloroso, eu tive muitas experiência interessante naquele ano, e todas estavam concentrada na minha cabeça aquele dia.

Vi Fred com a Cátia de longe. Só podia ser ele. Estavam de mão dadas. Morri de medo de me aproximar, eu nunca tinha visto ele com ela daquele jeito. Mas ele parecia muito apático para um dia de aniversário. Sophia fez um sinal para eu ir até ele. Parecia que eu estava indo para uma inquisição.

- Fred? - Fred me olhou sério. Levou alguns segundos pra ele responder.

- Oi.

- Feliz aniversário. - Disse mais pra dentro que pra fora. Dei a ele o livro, que estava embalado por um pergaminho e cordão de jutá.

- Obrigado. - Disse ele pegando o livro e voltando a falar com Cátia, como se nada muito interessante tivesse acontecido.

- Tchau. - Respondi. e ele só deu um tchauzinho com um sorriso forçado.

- Jenna! - Disse sophia me puxando para um canto. - Tem alguma coisa muito errada com ele.

- E eu não notei? Jorge disse a mesma coisa. Muito estranho.

- Não sei se é poção ou algum tipo de encantamento, azaração, sei lá Jenna, ele mal olhou pra você! Eu já vi Fred de joelhos na sua frente beijando suas mãos, garota!

- Não lembro disso.

- No baile! Claro que não lembra. - Disse ela com a mão na cintura, cismada.

O final daquele sábado foi eu na sala Comunal feminina escrevendo meu relatório de sintomas. Não foi difícil, foi um dia intrigante e inspirador mesmo. Pensei em mais coisas nele do que em todo ano letivo. Snape era muito esperto, ele não iria perder a oportunidade de me ver amadurecer um centímetro na minha história.

A manhã seguinte também tinha sido interessante, após horas de reflexão assistindo os alunos da Sala Comunal Comum se relacionarem.

Às 15 horas eu estava lá entregando a ele o pergaminho e ele me entregando o antídoto que era bem doce, lembrava um caramelo transparente.

Aos poucos a paleta de cores começou a mudar e eu pude ver o sorriso malicioso do Snape de um jeito mais corado.

- Bem jogado, Severo. Bem jogado. - Disse pra ele que parecia muito satisfeito. Eu saí sem conversar, não havia muito o que dizer já que tinha alguns detalhes pessoais do dia de ontem que eu não pude esconder no relatório.

As semanas subsequentes nada havia mudado muito, apenas o bom humor de Sophia. Os gêmeos se afastaram, mas Zyan estava tentando chamar mais, minha atenção, como sempre. A senha da primeira quinzena de junho era " estou com saudade" causando uma série de piadas. Imaginei Snape tendo que usar ela, no mínimo, muito cômica sendo falado por sua voz grave . Tive que suportar a série de "hummm, saudades, Jenna", nas "salas comunais".

Melhorei em feitiços. Ganhei dois pontos para Sonserina após conseguir aumentar uma maletinha em uma mala maior. O que não facilitou meu lado, virei piada de novo. Dois pontos era pior que nada, Flitwick estava cheio de graça naquele final de semestre.

Os preparativos para a última tarefa foram grandes. Uma região nos terrenos de Hogwarts onde havia um jardim com sebes ficou escondida e proibida de ser visitada por 3 dias. Foi feita uma imensa arquibancada para todos os alunos de hogwarts e as outras duas escolas para assistirem.

Aquele último três dias eu tive uma sensação ruim. Não dormi bem e fiquei muito chateada com isso. Até perguntei ao Snape se eu poderia "tomar algo" para dormir. Ele apenas me olhou com incredulidade, negando com a cabeça. Poxa , eu não estava conseguindo estudar, mas tive que me virar.

- Zyan. - Eu não tinha opção, era ele ou nada. Ele estava estudando na sala Comunal por volta das 11 da noite.- Preciso da sua ajuda.

- Eu esperei tanto por isso. - Disse ele com simpatia sorrindo tímido.

Mostrei pra ele o livro, havia uma descrição sobre um feitiço que eu não conseguia fazer. Era para conjurar um objeto específico a 10 metros de distância, no mínimo, máximo 3 quilômetros. Treinamos na sala Comunal que com certeza, tinha mais de 30 metros  da porta ao fundo.

Estava tranquilo para estudar aquele horário. O Monitor me ajudou tranquilamente. Me mostrou o que pensar, o que fazer e até como executar o feitiço em silêncio, mas com a varinha em punho.

- Então, accio é diferente porque locomove o objeto, flutuando até você, apparetu você faz ele sumir de um lugar e aparecer em outro, ponerit você manda de volta, para o mesmo local. - Dizia ele com muita atenção.

Zyan estava sendo fofo porque aquilo tudo estava escrito no livro, é óbvio que o professor explicou com profundidade as propriedades e eu pouco prestei atenção.

- Espero conseguir na prova.

- Se não conseguir, apenas deseje que o feitiço se realize. Você é boa nisso.

Era uma técnica que eu tinha medo de tentar. Era trapaça, mas poderia funcionar. O amigo estava de braços cruzados encostado em uma das prateleiras com livros antigos, me observando. Aquela encarada desconfortável me causava uma curiosidade típica. Eu precisava tentar algo para dormir aquela semana...

No dia posterior teríamos a última tarefa do Torneio, e aquilo também me causava ansiedade.

- Não estou conseguindo dormir e preciso estudar. Você tem alguma dica? Feitiço? Poção? - Desespero pede por medidas desesperadas.

Zyan sorriu um pouco triste, suspirou e foi se aproximando.

- Eu tenho uma sugestão. - Disse ele soltando os braços e fazendo um leve carinho nos meus, começando pelos meus pulsos e subindo aos poucos até chegar aos ombros e por fim no meu pescoço. Acho que era uma massagem. um arrepio me tomou das pernas à cabeça. Seja lá o que foi que ele fez, foi bom.

Ficamos cara a cara por um tempo, pude notar o cheiro dele. Acho que eu não tinha percebido ainda mas era bom, e ao contrário do Fred que eu conseguia comparar a uma flor, o do Zyan não, não era comparado com nada, era apenas, envolvente.

Ele me beijou devagar, parecia ter aprendido algo novo porque estava muito mais carinhoso que o normal. Pude sentir a barriga dele na minha, como no baile mas com uma sensação diferente, melhor.

- Eu posso fazer carinho em você até você relaxar, a noite toda. A gente não precisa beijar... - Opa, interessante. Proposta aceita.

A sala já estava vazia mas tive certeza que Draco iria aparecer. Aceitei me deitar no sofá por alguns minutos e receber, seja lá o que fosse, do Zyan.

Ele tirou meus sapatos e minha meia. Eu fiquei preocupada. Aquilo era bem incomum, mas confesso que já tinha visto Eva fazer massagens em Buppah, então, ok. Eu tinha que me entregar.

Ele não fez exatamente uma massagem, ele apertou alguns pontos do meu pé e cantarolou alguma coisa. Tive até medo que fosse um encantamento, mas se fosse pra eu relaxar eu estava aceitando. Eu estava com uma saia longa preta, que ele nem deu atenção, apenas focou em fazer carinho.

Caramba, senti sono mas tive medo de dormir alí. Incrível como as coisas eram diferentes na Grifinória, eu me senti tão segura lá, mas alí, na minha "casa" eu não me sentia. Que absurdo. Aquela sensação de insegurança constante com Zyan e com a Sonserina era a face sombria que me angustiava, e não era só a mim. Não à toa uma moça que deduzo ter sentido o mesmo que eu, criou uma Sala Comunal só para garotas.

- Obrigada. Já me sinto com sono. - Disse com carinho para Zyan. Me sentei no sofá, mas ele ficou de joelhos colocando minhas meias e sapatos. Notei que Draco apareceu de um jeito inesperado e silencioso, atrás do outro sofá, ele estava debruçado nos observando sério mas com um sutil sorriso.

Zyan ao notar tomou um leve susto e suspirou tentando não ficar com raiva.

- Que cena interessante. - disse Draco com sarcasmo. - Parece que suas senhas surtem efeito, Lammont. Jeito incomum de se comunicar.

Dei um beijo na boca de Zyan que ainda estava de joelhos e sai. Sentia uma sensação boa ao fazer isso na frente do Malfoy, e mesmo encarando ele com desdém após isso, era estranho, ele parecia gostar. OK, aos poucos eu tinha que assumir seus sentimentos e desejos, eu estava exercitando, mesmo não sendo da forma ideal.

Eu realmente dormi bem, o problema foi ter novamente aquele sonho em que eu estava beijando alguém, mas dessa vez eu senti que estava vestida e suando. O beijo foi ficando tão intenso que eu não sabia bem o que estava sentindo, uma mão extremamente forte na minha nuca e outra na minha coxa esquerda, e uma mordida no pescoço, totalmente nova aquela sensação. Ao abrir os olhos, tive certeza novamente, não era o Zyan.

Uma dor de cabeça me acometeu naquela manhã, estava fazendo meus olhos doerem também. A escola estava em êxtase com o último dia do Torneio, O Cálice de fogo estava no meio da mesa dos professores. Era lindo, brilhante. Ele seria colocado na tarefa, era o prêmio para quem vencesse.

- Estão dizendo que é um labirinto, e cheio de animais mágicos. - disse Sophia empolada.

- Coitado dos animais. - Disse eu sem pensar muito. Sophia parece ter ficado preocupada.

- Verdade. Espero que seja mentira.

Havia tantos boatos sobre o último dia que eu estava pensando em nem aparecer mas Sophia estava empolgada. Seria de noite e havia muito tempo para eu descansar. Decidi ir à Ala Hospitalar pedir algo para Madame Pomfrey mas ela respondeu " sua mãe nos proibiu de dar algo para sua dor de cabeça, ela disse que é bom para seu desenvolvimento. " Era um ótimo dia para eu sentir raiva da minha mãe. Não foi fácil suportar .

Optei por ficar deitada no dormitório. Não seria ruim receber mais carinho do Zyan, mas não existia privacidade em Hogwarts. Acordei com Sophia coçando minha cabeça.

- Melhorou? - Perguntou a amiga, vestida com uma capa, já prepara para a noite. - Vamos jantar.

O jantar seria antes da disputa. Hogwarts estava lotada de bruxos para assistir a final. Havia mais mesas e convidados com jornalistas e fotógrafos do Profeta Diário, familiares dos alunos do torneio e convidados.

E lá fomos após o jantar atrás do Castelo, onde estava as arquibancadas. Sophia foi conversar com as meninas do 6° ano enquanto eu observava de longe os Weasley gritando. De onde eu estava, Fred parecia normal. Zyan estava guiando uma turma de alunos mais novos. Ele se dedicou aquele ano letivo para ser um bom monitor, e conseguiu ser muito admirado e respeitado, como o nobre que era.

Eu, Sophia e muitas alunas da Sonserina estavam juntas em uma das laterais das arquibancadas. Foi possível ver a imensa coluna de sebe que dava entrada a um labirinto que não parecia ter fim. Aquilo parecia terrível.

- O Potter deve ter algum problema mental, não faz sentido nada disso. - disse uma garota que eu não me lembrava o nome. - Acho que Rita Skeeter estava certa.

- Ou é amaldiçoado, como dizem. - disse sua amiga ao lado. - Deve estar tentando se matar.

Aqueles assuntos eram típicos mas muito irritantes. Ruim mesmo foi assistir a abertura com a narração do Bagman. Após a entrada dos escolhidos, houve uma grande euforia e gritaria seguida por um silêncio medonho dada a longa demora para se ter o primeiro sinal de desistência.

Parece que era a Fleur a primeira a sair. Sophia murchou mas estava aliviada, a prima estava bem. Mais de 15 muito se passaram e outro fiapo de luz mostrava outra desistência, Krun saiu, ele não estava bem. Foi enviado à Ala Hospitalar. O clima foi ficando tenso e silencioso, e eu estava cada minuto mais nervosa.

Eu não tinha talento para aquele tipo de situação, se eu pudesse torcer por algo era para que tudo acabasse logo, e com todos vivos. Pude ver a família Weasley muito preocupada com Harry, Gina parecia estar chorando.

Mas é claro que eu tive a uma visão novamente com o Lord, só que de um ângulo diferente. Eu estava atrás de um muro, havia muitos Comensais assistindo um caldeirão muito grande borbulhas em uma clareira em um lugar que parecia um cemitério.

- Jenna? - Tomei um susto quando ouvi alguém me chamar e segurar minha mão. Era Sophia, e provavelmente eu estava de pé na arquibancada. Mas decidi me manter firme naquela visão, queria ver os detalhes, entender o que estava acontecendo.

Tentei não temer, apenas assistir. Achei que eu poderia ser vista mesmo não estando ali. Em um canto eu pude ver o Cálice, o troféu no chão brilhando. Não fazia sentido. Eu ouvia um grito, uma voz que eu sabia de quem era, Harry Potter, ele chamava por Cedrico.

Decidi voltar, eu descobri que eu podia controlar isso. Sophia também estava de pé me olhando com muita preocupação pra mim.

- Acho que eles não estão aqui. - disse pra Sophia.

- Eles quem, Jenna?

Não sabia se dava tempo de eu avisar alguém do que estava acontecendo, eu tive medo de ficar "assistindo" , tentando descobrir o local. Snape e Dumbledore estavam muito longe para eu tentar contato. Eu só podia contemplar o som da incapacidade, e ver onde iria dar.

Não tive coragem de dizer a Sophia, mas aquela angústia da semana era uma premonição. E quando não era? Todo ano isso, na iminência de uma situação estranha, eu me sentia mal também. Eu olhei para o Sr. Diggory lá embaixo e a família Weasley novamente, e eu não podia fazer nada, não era minha história, não era o meu destino, eu só podia segurar a emoção.

Se Voldemort iria realmente retornar, eu temi pelo meu pai, e por todos da minha família. Meu pai não dizia, mas eu sabia que não foi fácil pra ele se afastar do irmão, nem estar em sua posição de promotor, e toda aqueles problemas estava para voltar.

- Está me assustando, Jenna, fala...

E de repente os dois alunos restante retornam, aparecendo no chão com o Cálice na frente da entrada do labirinto. Apesar das gritarias e aplausos, claramente tinha algo de errado. Cedrico estava estático, parecia petrificado, mas não estava... A euforia dos alunos das arquibancadas, aos poucos se tornaram choros e gritos.

Snape olhou para Zyan e fez um movimento com a cabeça, ele entendeu que tinha que retornar com os alunos mais novos para a Sala Comunal. Eu decidi seguir o exemplo, nada ali iria nos agregar. Potter gritando com o corpo falecido de Cedrico era traumatico o suficiente, e aquilo era só o começo.

- Vamos! Todas para a sala comunal, agora! - Gritei com uma autoridade que não me cabia, mas o interessante é que todas da Sonserina no entorno se levantaram e aos poucos, foram saindo.

- Estava demorando pra uma tragédia dessas acontecer. - Disse Sophia com os olhos vermelhos, cruzando os braços.

- Você que pensa. Todo ano acontece uma tragédia diferente em Hogwarts, é só uma questão de tempo para nos atingir. - Sophia me encarou com preocupação. - Vamos, ninguém precisa ver mais isso.

- Não faz sentido isso, Diggory era puro sangue. - Disse minha amiga a caminho das masmorras. Sophia estava vermelha e ofegante.

- Exatamente, ele não tem mais critério! - disse preocupada. - Sabe o que é pior, Sophia? Nossos sobrenomes carregam sangue de muitos inocentes, não duvido que em breve alguma coisa vai esbarrar na gente.

Dumbledore deu um dia de luto a Hogwarts. Cedrico foi homenageado, teve um funeral de respeito. O que se dizia era que Voldemort havia matado ele, mas eu sabia que ele já estava morto antes do Lord acender. Com certeza algum Comensal a mando dele já tinha feito o serviço, mas aquilo não importava mais.

A Sala Comunal da Sonserina estava mais silenciosa, ninguém sabia ao certo se acreditava ou não em Potter. Mas muitos alunos ali não eram bobos. Me lembro de encarar Draco uma noite de estudos, na semana de prova, ele me encarava também como se tivesse muita coisa pra dizer, e não era sobre minhas intimidades com Zyan. Ele sabia que eu sabia, e eu sabia que ele sabia.

Passamos o resto do semestre em luto. Sophia parecia sentir por Alice ao ponto delas terem se aproximando. A morte de um aluno teve impactos diferentes nas pessoas. Rita Skeeter batia o martelo dizendo que Potter estava louco, o Ministério parecia concordar pelas palavras do Profeta Diário.

Queria conversar com Snape mas o que eu tinha a dizer? Confirmar o óbvio mais uma vez só iria abrir novamente a ferida do medo. O professor se absteve de dar broncas, de se irritar ou de ser o típico professor hostil, ele ficou silencioso e distante nas últimas aulas.

Eu não tive vontade de conversar com ninguém além da Sophia. Certa noite ela pediu para eu dormir com ela em sua cama, era um fato diferente, mas ela se sentia tão só e eu também. Nos abraçamos e dormimos em paz, seguras. Não tinha pensado que seria gratificante aquilo, o luto mudou a gente.

Na volta para casa ficamos na cabine do Monitor, Sophia não parecia querer ver a cara de ninguém além das típicas que éramos obrigadas, eu tão pouco iria ficar pensando em coisas fúteis do tipo " qual cabine vou ficar?". Tem um momento da vida que a gente para de pensar em bobagens desse tipo.

- Vou aparatar quando chegar na estação, e se precisar de mim, é só chamar. - Disse Zyan quando nos levantamos para sairmos.

Fiquei um pouco intrigada: como eu iria chamar ele? Acho que ele tinha telefone, mas nem quis questionar. O amigo me deu um beijo na cabeça e saiu na frente, parecia com pressa. Logo após eu peguei a mão de Sophia, e um sentimento estranho de medo nos tomou, talvez de perder ela.

Mamãe ao me ver, me abraçou. A tia da Sophia estava com ela, Laura Avery.

- Sophia, sorria. - Disse Avery com um sorriso forçado. - Que bom que não foi a Fleur, meu bem.

Sophia me encarou incomodada, e eu entendi. A falta de empatia da sua tia era visível mesmo. Ela estava com um vestido sem alças preto, muito justo até o joelho, poderia jurar que era em respeito e luto, mas pelos sinais da personalidade dela, era só para chamar atenção dos bruxos ou trouxas.

- Até breve, Avery. - Disse minha mãe fingindo um sorriso também.

Esperamos meu irmão sair do trem em silêncio, parecia que mamãe não sabia o que dizer. Os Weasley foram saindo aos poucos e se juntando em um ponto da plataforma. Os observei com tristeza, eles estavam super chateados também.

Quando Júnior apareceu, mamãe também abraçou ele, ele não sorriu, não esboçou muita afeição. Papai não veio novamente nos buscar. Imagino o caos que estava o Ministério.

Quando fomos nos dirigindo à passagem, notei que os gêmeos estavam mais à frente. Eu não iria deixar de me despedir, era quase uma tradição eu ver , pelo menos o Jorge, nos corredores.

- Fred? - disse tocando em seu ombro. mamãe e meu irmão estavam mais atrás. Ele apenas olhou para trás sem esboçar muita curiosidade. - Me escreva. - Disse em voz alta, o suficiente para Jorge ouvir.

Jorge olhou para trás e entendeu o meu olhar. Fred apenas disse "ok".

***
Fim

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