Coisas estranhas, bagulhos sinistros
Aquela manhã eu não podia acordar triste. Apesar do pânico estranho do meu aniversário, tive um final de noite incrível. Snape tinha o poder de me fazer esquecer tudo.
- Vamos! Hoje é o primeiro desafio. Até o Profeta Diário está aí. - Como sempre Sophia me acordando. - Agora me diz!? Cadê o Uniário?
- QUÊ? - Sim , eu também havia me esquecido. Onde será que ele aparecia mesmo? - Eu não sei, eu não notei.
- Levanta, sai da cama. Vamos procurar.
Me levantei e Sophia simplesmente puxou toda "roupa de cama" e a jogou no chão. Não entendi muito bem o porquê dela fazer isso, e ao puxar o travesseiro havia um pergaminho básico mas rígido, sem nada escrito.
- É só isso? - Disse sem muita expectativa.
- Sim! Se me acompanhasse na Sala das meninas, saberia!
Não sabia ao certo o que fazer, mas fiquei um tempo olhando para o vazio dele.
- Fala com ele, ou escreve algo!
- Como assim? Falar com um pedaço de pergaminho?
- Jenna, eu amo você mas às vezes você me tenta a te agredir.
Sophia me fazia rir até quando estava nervosa comigo.
- Bom, se vira.- Disse ela sem esperar minha resposta.- Vamos pro café, já deve estar no final. Me conta no caminho como foi com Snape.
Dobrei o Uniário e coloquei dentro do bolso do casaco. Iria dar atenção a ele depois. Sinceramente eu tinha medo daquela magia. Eu ainda não tinha achado muitas informações sobre o feitiço primordial que tinham colocado na gente. Um contra feitiços ao feitiço O Segredo não estava nos livros de Hogwarts, ele era literalmente um segredo.
No caminho para o Grande Salão contei a Sophia o que tinha acontecido.
- Tá, mas rolou algo que você tem vergonha de contar? Sabe... - Esclareceu vendo minha cara de espanto. - Como rolou com o Jorge. Tem coisas que você não conta.
- Ah, Sophia, por favor. - Bufei. - O que teria de mais entre eu o professor?
- Eu não sei, eu não sei mais de nada. Ah, me mostra o colar depois , e falando nisso, Phillip veio perguntar de você no jantar mas você ainda estava dormindo, eu não soube o que dizer.
-Nossa, me esqueci dele. Não sei o que vou dizer.
- Que tal a verdade? Não gostou de ficar com ele?
- Eu não me lembro de ter ficado com ele. Aquilo tudo que senti era com outra pessoa.
- Ai , Jenna , francamente! Você deveria, ou esquecer todos esses caras, sentimentalmente falando, ou namorar alguém logo.
- Queria que fosse fácil.
- E porque não é? Você gosta de quantos atualmente? Vamos lá, vamos fazer uma lista.
- Para com isso , por favor! Acho que estou amaldiçoada.
- Não fala besteira.
- Devo estar azarada sim! Olha , eu não sei decidir , eu não sei ao certo o que eu sinto.
- Precisa de ajuda profissional. Uns tapas na sua cara devem resolve isso.
- Eu estou falando sério, Soph. Eu não sei o que está acontecendo.
Sophia parou, estávamos próxima da entrada do Grande Salão.
- Será que Zyan azarou você?
- Eu não sei, mas por alguns minutos penso sobre isso.
- Ou...
- Ou...?
- Você está com medo de estar gostando de alguém.
- Falou a profissional. - Debochei.
- É sério. Tem alguém aí. - Disse ela dando dedada no meu peito na altura do coração. - Não tenha medo nem vergonha, deixa sair, Jenna. Se for pelo Zyan, eu não vou julgar. Até se for pelo Snape, coloca isso pra fora.
Sophia podia não ser profissional, mas acho que ela tinha razão.
Os alunos já estavam saindo para irem ao pátio aguardar a grande revelação da primeira tarefa do torneio quando Fred e Jorge estavam em caravana por Potter. Jorge me viu primeiro e cutucou Fred. Nunca entendi essa mania que Jorge tinha de mandar Fred conversar comigo, ele definitivamente se afastou de mim.
- Jenna, está melhor?
Sophia suspirou um "ela precisa tomar café, vou ter que fazer um lanche pra ela!" ao se afastar. Ela preferiu nos deixar sozinhos.
- Ah. Eu estou sim. Muito melhor.
- Ele te fez algum mal? - Perguntou Fred preocupado mas com os olhos cerrados como se estivesse procurando Moore.
- Não, é claro que não. Foi só mais uma daquelas visões.
- Foi sobre você-sabe-quem, de novo?
- Não, dessa vez foi... Boa. - Concluí sussurrando.
Fred franziu a testa e olhou para trás para ver o final da caravana dele partir.
- Boa, como...? - Perguntou com um olhar curioso.
- Sabe de uma coisa Fred? - Disse segurando seus braços, fazendo ele arregalar os olhos. - Vou te contar, mas não hoje. Hoje é o dia do seu amigo, vai torcer por ele e se possível , o ajude, tá bom?
- Ah. Hum... - E começou a falar olhando para meus braços, me encorajando a soltar os seus. - Claro. A gente vai conversar na semana. E não suma de mim! - Disse ele apontando o dedo pra mim e saindo de ré, mas correu logo atrás do seu grupo.
Fiquei observando ele andando, pulando e vibrando pelo caminho. Ao olhar para a porta Phillip Moore estava escorado nela, com as mãos nos bolsos me olhando sério, eu levei um super susto.
- Ahhh! Oi. - Disse sem jeito me aproximando. - Está aqui assim a muito tempo?
- Estou esperando você aparecer desde o início do café. Fui a Ala Hospitalar bem cedo ver se você estava lá e...
- Me desculpa, me desculpa por não ter avisado. Eu pirei mesmo.
Phillip deu risada. Provavelmente porque eu não tinha deixado ele terminar a frase. Mas ele ficou uns segundos observando o grupo da Grifinória passar.
- Você é bem amiga dele, não é? Daquele gêmeo.
- Ah, o Fred!? - Tentei disfarçar alguma coisa, pois não era a primeira vez que Moore transparecia ciúmes. - Ele é estranho, às vezes conversa comigo. Engraçado, né, um Grifinório falar comigo, alguém da Sonserina.
- Jenna, não precisa ficar nervosa com isso. Eu vejo que são amigos, não há o que se envergonhar.
E mais uma vez Phillip estava falando algo que me incomodava. De repente os olhos esverdeados deve me pareceu menos atraente.
- Não tenho vergonha do Fred, ele é incrível comigo. - Acho que eu falei muito séria. Phillip ficou um pouco inquieto e até se afastou da porta. - Você tem ideia do quanto é difícil alguém da Grifinória, Lufa-lufa ou da Corvinal falar com a gente da Sonserina? Meu próprio irmão me evita.
- Desculpa Jenna, mas seu irmão é um babaca. E eu entendi o seu ponto de vista.
- O que eu não suporto, Phillip, é alguém como você querer que eu dê satisfação das minhas amizades, você mal fala comigo.
Moore perdeu a cor. Ficou visivelmente triste.
- Nossa. Eu não tive a intenção.
- Você teve. Primeiro, seja meu amigo. Entende?
- A gente se beijou...
- Eu nem me lembro disso.
- Ok, então eu vou indo. - Ele ficou visivelmente chateado e se foi em passos largos a dentro do Castelo. E daquela vez , eu não senti remorso por ter sigo grossa.
- Que merda hein. - Disse Sophia na arquibancada. - Acho que você está azarada mesmo.
- Ou não. Você mesmo disse para eu colocar pra fora. E eu fiz isso. Acho Phillip muito gato, muito atraente, mas não vale o meu stress. Eu vou descartar um por um do meu caminho, se não for para me fazer feliz ou agregar eu vou dispensar.
- Uau! - Disse a amiga surpresa. - Cacete, do nada você ficou boa em absorver conselhos. Deveria ter me ouvido sobre o Zyan.
- Verdade. Eu deveria ter ouvido mas eu acho que eu estava carente.
- Também acho. Você é fraquinha, né? - Disse ela enchendo a boca com um lanche que pegou do café da manhã, lanche esse que era pra mim. Dei um tapa no ombro dela.- Era eu que era pra ser assim , quem não tem família sou eu.
- Eu poderia postar que você vive de namorinho com as meninas da Sonserina por aí, só não me conta.
- Ahhh. Só dá Sonserina...? -. E engoliu outro pedaço de pão. - Coisa superficial eu não conto. Um beijinho, uma passada de mão, nada de mais.
- Como é que é? - Indaguei pegando a amiga pelo braço. - Repete! Que hipocrisia! Me chamou de "danada" por beijar o Zyan e disse que escondo coisas de você!
Sophia riu gostosamente.
- Tô brincando, Jenna. Eu sou a rainha da safadeza, mal sabe você. - Disse ironicamente, e riu ainda mais. Fiquei confusa se ela estava dizendo a verdade. - É que você leva pro lado sentimental, eu só curto.
- Porque nunca me conta essas coisas?
- Porque não sabia se você iria me respeitar, me aceitar... Com certeza a minha tia não respeitaria uma "não hétero" - disse debochando - dentro da casa dela.
- Ah , sinto muito. - Falei sinceridade fazendo um breve carinho em seus ombros.
- Não acho nada seguro esses dragões. - Disse ela olhando Krun derrotar o dragão e pegar um ovo de ouro.
- Que tarefa mais agressiva. - Afirmei olhando o búlgaro todo machucado.
- Muito. - Respondeu Sophia comendo mais um pouco de pão. Ela estava ansiosa por Fleur. Compreendia seu medo. - Mas o intuito é esse, testar o potencial do bruxo de se defender de tudo.
- Tudo mesmo.
- Oi Jenna, bom dia, Sophia! - Era Cássio Arnoldhy, sentando do meu lado na arquibancada. - Você está melhor? - Ele perguntou para mim.
- Acho que nunca estive melhor. - Respondi em tom sarcástico, mas ele só sorriu.
Sophia deu de ombro, ela não tirava os olhos do campo. Fleur era a próxima.
- Você entende de Dragões? - Perguntei para Arnoldhy.
- Não, mas conheço uma das espécies. Meu pai tem um empalhado.
- Oi? - Disse Sophia, sem conseguir fingir estar ouvindo.
- Sim. Um exemplar que custou toda a economia dele, encomenda da China. Esse que o Krun derrotou, o Meteoro-Chines.
- Ele é tão lindo. - Disse ,Sophia. - Mataram ele? - Perguntou ela para Cássio.
- Não. É extremamente difícil matar um, mas provavelmente morreu de algum problema de saúde.
Sophia não se convenceu, nem eu.
- Esse da Delacour, é um Verde-Galês fêmea. - Disse Cássio orgulhoso.
Cássio era um garoto branco, tinha um cabelo bem curto, loiro escuro, olhos castanhos claros, esguio. Sempre achei que ele não deveria estar na Sonserina. Era calmo, contido, educado, gentil. Nada haver com a maioria dos Sonserinos.
- Como sabe? - Perguntei.
- Não estão prestando atenção na narração do Croush?
- Não estamos dando a mínima para esse torneio. - Disse Sophia debruçada nos joelhos.
- Estamos fofocando qualquer coisa, não me agrada esse torneio, também. - Respondi entendida.- Tem alguma coisa muito errada aqui.
- Também acho. A escolha de Potter é um insulto, e manter um jovem de menor no torneio não me parece uma jogada séria, o Ministério deve estar corrompido.
- Será? - Perguntei sem pensar muito.
- Eu não duvido. - Começou Sophia, e ao ver Fleur cair no chão ela se levantou para torcer pela prima. - ALLEZ FLEUR!
- O que você disse? - Perguntei para Soph.
- Ah, é francês. - Desse a amiga de má vontade se sentando.- Minha tia fala um pouco, eu aprendi.
- Tem uma galera fazendo campanha contra o Potter. - Disse Cássio.
- Como se ele já não tivesse problemas o suficiente. - Resmunguei.
Cássio me olhou com admiração. Poucos da Sonserina tinha bom senso com esse assunto.
- É. Eu tenho pena dele, mas os professores estão sempre cuidando dele. - Concluiu o amigo.
- Ele parece se cuidar melhor sozinho. - Disse Sophia com sarcasmo. De fato, achávamos que ele se envolvia em problemas demais e ninguém parecia fazer algo a respeito.
Fleur conseguiu pegar o ovo. Ela criou uma ilusão com um falso filhote de dragão. Foi até fácil.
- Só uma fêmea para conhecer o ponto fraco de outra. - Disse Sophia com orgulho.
Cedrico era desajeitado mas muito inteligente, com um jeito calmo e estratégico ele conseguiu pegar o ovo sem se machucar.
- CEDRICO! CEDRICO! - Aproximadamente 30 garotas estavam gritando seu nome. Elas também tinham pintado na testa seu sobrenome.
- Todas dizem que ele é bonitão. - Disse Cássio com deboche e esperando uma resposta.
- É. Parece um padrãozinho comum. Não vejo nada de mais nele. - Respondi com indiferença.
- Não faz seu tipo, não é? - Disse ele sorridente. Não entendi onde ele queria chegar, mas talvez só tivesse jogando assunto fora.
- Não, a Jenna gosta de problema. - Disse Sophia. E dei um tapinha na cabeça dela, e rimos um pouco. - Agora vamos embora. - Disse ela ajeitando o cabelo.
- Ah , não! Vamos ver o Potter. - Disse o amigo.
Sinceramente eu não tinha o menor interesse em ver mas fiquei com preguiça de ir embora. Sophia tinha se levantado e vendo que não a acompanhei, voltou a se sentar com raiva. Ficou de braços cruzados até o final.
Potter conjurou a sua vassouras para se desvencilhar do seu dragão. O dragão era extremamente violento, quase que fomos atingido por seu rabo quando escapou das correntes que o prendia.
- Agora parece uma boa ideia ir embora! - Gritou Sophia irritada. Realmente as coisas pareciam estar fora de controle.
Vimos Potter "correr" com sua vassoura do dragão pelos jardim do castelo até mesmo em cima das torres ele chegou a passar, mas foi em uma das passarelas que levava a Floresta Negra que o dragão bateu e caiu. Potter conseguiu pegar o ovo e o dragão foi levado com vida para o grupo que o trouxera.
No caminho para o Castelo, Cássio nos acompanhou elogiando a última performance, Sophia parecia irritada com tudo isso.
- Eu acho que aquilo não foi improvisado, aquilo tem cara de planejamento. - Disse ela pensativa.
- É, pode ser também. - Disse o amigo. - Você acha que ainda dá tempo de te desejar "feliz aniversário" , Jenna?
- Ah, para, Cássio! - Exclamou Sophia. - No outro dia dá azar! Não precisa ser puxa saco!
- E você para de ser ciumenta! É sempre assim. - Comecei brincando. - Você fala que o Zyan me monopoliza, mas você não vê o quanto você despreza as pessoas que se aproximam de mim, Phillip me disse que você hostiliza ele. - A conclusão foi séria.
Sophia murchou e ficou pensativa coçando a cabeça. Consegui ouvir um leve "desculpa", bem baixinho, sem nem me olhar nos olhos.
- Cássio, cadê seus amigos? - Ele riu sem jeito a ouvir a pergunta.
- Foram namorar. Aproveitaram que a escola iria ficar vazia... - Disse ele corando.
- Caramba. Que inteligente. Acho que foram fazer um "negócio" , Jenna. - Disse Soph, com sarcasmo.
Não pude conter o riso. "Negócio" virou eufemismo para beijar ou até mesmo dar uns amassos.
Cássio se despediu na Sala Comunal. Quando entramos vi que Zyan não tinha ido ao evento, ele estava solitário em uma poltrona na frente da lareira com um livro no colo, apenas cumprimentou os alunos com muita educação ao entrarem.
Nós nos encaramos sutilmente. Zyan estava vestindo uma vestimenta preta, típica do seu país, que eu particularmente achava linda.
Aquela noite fomos novamente para Sala Comunal das meninas, caçar livros que estavam fora da grade curricular de Hogwarts, livros proibidos ou até objetivos antigos que lá existiam.
- Sabe o Pasquim que sua mãe deu, eu dei uma folheada e encontrei o corte de cabelo que eu quero, depois você faz a magia pra mim?
- Mas é claro. - Respondi pegando um livro sobre "azarações dos primórdios".
- Vou começar a fazer a poção para crescer cabelo. - Sophia estava empolgada, mas estava aguardando a data certa.
A poção levava 10 dias para ficar pronta e 5 para ser tomada, ela iria fazer em dois caldeirões,
- Jenna. - Continuou a amiga, agora estávamos sentadas perto da prateleira da Sala dos Diários. - Eu quero fazer a poção do Louco Feliz.
- E por quê?
- Porque eu quero sentir ódio!? - Debochou ela com cinismo.- Hey, é para ficar feliz, certo? E eu quero testar as poções daquele livro. Tem uma poção que eu acho que ajudaria você. A poção para inibir visões.
- Sophia! Há quanto tempo você guarda essa informação!? Você sabia que eu queria uma...
- Exatamente. Fui checar outros livros de poções e ela ainda existe, e as vezes é usada no St. Mungus quando tem pacientes com estado de loucura causada por visões, seja ela do futuro ou do passado.
- É possível ter visões do passado?
- É possível ter vários tipos de vidência, de visões. Você passou pelo Vislumbre, pela Visão e agora a Imersão. Isso só tende a piorar se você não evoluir, não aceitar ou não estudar. - Disse ela com preocupação.
Nunca tinha pensado em ler um livro de medicina bruxa, alí estaria as respostas que eu queria.
- Poderia me emprestar o livro que você pegou essas informações?
- Com certeza. Foi aquela minha amiga da Copa que me emprestou, mas você precisa ler sobre isso também. Aquele tipo de livro não tem aqui em Hogwarts.
Antes de irmos para o quarto, passei os olhos no Uniário. Sophia me ensinou que era tanto possível conversar com ele, que as palavras simplesmente surgiam ou eu podia escrever.
- Que criativo. Então, o que eu posso perguntar?
- Jenna, você está com sono? Pergunta qualquer coisa.
- Tem mensagem para mim, Uniário?
E aos poucos uma mensagem começou a aparecer:
" A filha que tanto amo, que me orgulho, parabéns pelos seus 17 anos. Parabéns pela sua jornada como vidente e aluna de Hogwarts, parabéns pelo Uniário. Sua mãe, Chloe Gibbon"
Minha mãe "em público" era muito gentil, pessoalmente duvidei que falaria isso.
- Ah, Jenna, que lindo. Queria ter uma mãe.
Aquela semana a produção da poção estava a todo vapor, e a empolgação para o Baile de Inverno também. Os alunos estavam em pânico procurando parceiras, parecia que se alguém não tinha, era considerado uma "persona non grata".
- Já sabe se vai com o Zyan? - Perguntou Sophia em uma das aulas de Snape.
- Não me decidi. E a frieza dele está novamente me intrigando, mas agora eu estou me sentindo melhor, sabe?
- Não, não sei. - Disse Soph, secamente.
- Sei lá, parece que esse negócio de me deixar livre, eu realmente me sinto livre e me sinto muito melhor, emocionalmente falando.
- Resume isso daí.
- Quero dizer que se eu quiser eu vou até a mesa do Phillip. - Que estava duas fileiras ao lado. - E dou um beijo nele. Ou pergunto pro Cássio se ele não quer matar uma aula comigo. Me sinto bem, sem me preocupar com ele.
- Mentira. Você está jogando comigo.
- Ah, sem essa de jogo, Sophia. Mas acho que vou com Zyan. Tenho que falar com ele.
E Sophia não conseguiu conter a risada e murmurar " você não toma jeito." Snape se levantou da sua mesa e se aproximou da gente.
- Triste não poder tirar o Quadribol de você esse ano. - Disse o professor de má vontade me olhando. - Presumo que , nem uma detenção vai fazer vocês CALAREM A BOCA! - Snape parecia estar se contendo. - Mas eu tenho um trunfo. Posso banir vocês do Baile.
Sophia mordeu os lábios e bufou com deboche e com um sorriso sarcástico. Snape arregalou os olhos para ela e disse "saia".
Ela ficou intrigada. Sophia nunca tinha sido expulsa de uma aula.
- SAIA, agora. - Persistiu o professor.
Sophia arregalou os olhos chocada, saiu da sala inconformada pisando firme. Snape não me olhou nos olhos. O "bufar" de Sophia com certeza mexeu com o ego dele.
- Imbecil. - Disse ela a noite no dormitório. - Jenna. Você tem pretensão de usar aquela poção do amor? - E do nada ela parecia ter mudado de assunto enquanto colocava seu pijama.
- Não pensei ainda, - Respondi me arrumando também. - mas acho que Fred disse que era para eu testar a qualidade dela, sabe, tipo em uma cobaia.
- Já pensou em dar ao Snape?
A pergunta era absurda. As meninas ainda não estavam no quarto, então era poucos minutos alí, que tínhamos privacidade.
- O que tem em mente? - Perguntei antes de julgar a amiga pelo absurdo.
- Sabe a bibliotecária?
- Sei.
- Então. - Começou Sophia pensativa. - Ela andou se correspondendo com minha tia.
- Sério?
- Pois bem, eu já desconfiava. Minha tia estava me questionando sobre algumas coisas. E hoje a tarde a Pince se irritou de eu estar com as pernas na cadeira e disse que achava estranho eu estar de calças, já que minha tia gostava de me ver como uma "senhorita comportada e com bons modos". - Sophia estava falando sorrateiramente irritada. Ela tinha um plano e estava com ódio.- Não é querendo ver o seu amiguinho Snape passando vergonha, mas acho que ele deveria começar a pensar em uma vida para cuidar. E a Pince que se dane.
- A ideia é ótima, mas o motivo da execução, não. - Disse me sentando na cama. - Você quer se vingar do Snape e da Pince usando uma poção do amor, é muito doido. - Ai eu parei um segundo para imaginar Snape apaixonado. - Acho que no fundo seria interessante, como será que Snape reagiria?
Sophia ficou em silêncio mordendo os lábios, parecia remoer a raiva. Acho que estava planejando coisa pior. Eu achava que uma poção boba do amor nunca iria funcionar em Snape. Principalmente nele; infeliz e introspectivo do jeito que ele era, capaz de não ter efeito. Mas se tivesse efeito nele, teria em qualquer um.
Já que minha humilde insônia não passava, fiquei curiosa em saber se Zyan estava na Sala Comunal, ele andava dormindo bem tarde pelo o que ouvia os boatos.
- Zyan? - Ele estava firme e forte como quando via a tarde, sentado na maior poltrona da sala com um livro. Quando se virou eu notei que ele estava com uma caneca na mão tomando algo.
- Boa noite. - Disse ele tomando um gole da bebida, e parecendo surpreso.
- Acho que temos que conversar.
- Ok. Diga. - Disse ele friamente com um olhar de autoridade. Aquele distanciamento atípico realmente estava me incomodando. Me sentei de lado na frente dele no sofá coletivo. Ele não virou a poltrona para mim.
- A gente vai ao baile juntos?
- Me diga você, eu te convidei.
- Ah, eu gostaria de saber, porque depois de tudo...
- Está me convidando? - Disse ele com leve sorriso nos olhos.
Zyan era ardiloso. Definitivamente eu sentia algo por ele, mas não era amor...
- Não exatamente.
- Está com poucas opções!? - Perguntou ele tomando mais um gole.
- Zyan... Não quero brigar mais com você, não estou bem com esse nosso clima.
Parece que era isso que ele queria ouvir. Ele sorriu com sinceridade e mudou o olhar.
- Sim, vamos juntos. Eu sonho com isso a muito tempo. - Disse ele se levantando. - Acho que não preciso mais disso. - Disse olhando para o copo. - Faz algumas semanas que venho tomando essa poção para ficar acordado, eu fico até às 2 ou 3 horas da manhã na esperança de ver você e a gente se acertar.
O amigo jogou a caneca toda no fogo da lareira. Zyan estava usando um tipo de pijama de seda verde, bem escuro, com uma capa longa. Deu para perceber que ele emagreceu, mas ficou estranhamente mais musculoso, tinha evidentes olheiras.
- Nossa. - Me levantei sem jeito. - Me desculpa. Eu não queria que tudo isso tivesse acontecido.
- Eu que te devo mil desculpas. Eu intimidei você, ameacei Sophia. Eu mereço cada segundo desse sofrimento. Você nunca faltou com respeito comigo, Jenna. E além disso, o amor faz a gente fazer umas loucuras mesmo.
Zyan me fez pensar se eu já tinha feito alguma loucura por alguém.
- Preciso ir. Acho que agora vou dormir em paz. - Ele se aproximou de mim com um sorriso carinhoso, segurou meu rosto , achei que fosse me beijar. - Tenho muitas obrigações. Tenho que vigiar os corredores a noite, banheiros e ver se a Casa está em ordem... pregar memorandos.- Seus olhos começaram a demonstrar sono. - Posso te pedir uma coisa?
-Ah..? Pode... - Respondi sem muita certeza.
- Vá com seus cabelo solto. Seus cachos são incríveis... - ele olhou para meus lábios mas não se aproximou - boa noite, Jenna. Obrigado. - Concluiu ele soltando meu rosto mas fazendo um leve carinho.
Com as mãos nos bolsos, ele foi para os dormitórios dos meninos, e eu fiquei ali, observando.
Me senti meio bacaca. Eu realmente estava esperando um beijo? Depois de tudo que eu havia dito dele e até sentido? Sim, eu estava sendo uma babaca.
- Espectro...- E comecei a falar baixinho. - escreve lá no meu livro-diário: Jenna não teve vergonha de esperar um beijo, e agora se sente uma idiota.
Me dirigi ao dormitório, mas no meio do caminho pude jurar ter ouvido um sussurro sorridente dizendo " está bem" . Mas achei loucura, eu estava ficando com sono.
No café da manhã do outro dia, Sophia ficou radiante com um pedido que chegou.
- Meu traje de gala! - Disse ela pulando do banco e abraçando o pacote. - Não o que minha tia deu, mas o que eu consegui comprar com o dinheiro da aposta. AH! Que legal! No almoço vou provar, você vem comigo! - Disse a amiga radiante.
- Sophia, você já convidou alguém?
- Já. - Disse ela suspirando quando chegamos no quarto aquela tarde. - E ela aceitou.
A roupa da Sophia era realmente muito linda. Um terno bruxo verde escuro com detalhes prateado.
- E quem é a sortuda? - Indaguei deitando na cama na hora do almoço.
- Lembra do seu chilique no Cabeça de Javali? - Começou a falar se olhando no espelho do quarto, admirando sua roupa. - Então ela é de Beauxbatons. Amiga da Fleur. Ela falou comigo de um jeito diferente então resolvi convidá-la, não doeu nada. E ela aceitou tão rápido. Gabrielle Durand, morena, longos cabelos pretos, olhos azuis, chocada que ela aceitou.
- Não sei muito o que dizer, mas fico feliz.
- Suas "pazes" com Zyan não me deixa nada feliz. Mas é melhor paz do que guerra. - Concluiu conformada. - E é melhor fazer valer a pena esse vestido. Deve ter custado uma fortuna, uns 500 galeões.
- TUDO isso? Acho que não Soph.
- Hey. A poção do Louco está quase pronta. Mas está faltando um só ingrediente e eu não faço ideia como conseguir. Não me olhe assim, não quero que peça mais ao Zyan, ok?
- E qual é?
- Álcool. Apenas uma gotinha. É uma substância de fermentação e limpeza e bebi...
- Eu sei o que é, me lembro de ver na casa da minha avó... Humm - E fiquei pensativa. Onde eu ia conseguir? - Você não consegue com alguma aluna da Sonserina?
- Duvido muito que sejam confiáveis. - Disse Soph, se aproximando de mim na minha cama. - Levanta, tem aula de feitiços!
Passamos horas tentando pensar como conseguir essa substância. Provavelmente Snape tinha na sala de especiarias dele. Mas eu nunca iria me atrever a tentar, deve ser extremamente bem protegida. Não queríamos pedir a ninguém, a chance de expulsão era grande.
- Você gosta do desafio, né , Sophia? Morre de medo da sua tia saber de coisas básicas que você faz, imagina só, uma poção ilegal. - Indaguei no final da aula de herbologia, estavamos vendo uma espécie de flor dançante que se abre após o por do sol no começo do inverno.
- É, minha vida não é tão emocionante quanto a sua. E se a gente tentasse ir a Hogsmeade? - Disse Sophia encarando a flor.
- A sua amiga Chanel vai estar lá?
- Concordamos que era melhor não envolver ninguém. É melhor a gente produzir nosso próprio álcool.
- E se a Sala dos Diários nos der, ou a sala precisa...?
- Não acho que Hogwarts daria algo ilegal a um aluno.
- Álcool não está na lista de substâncias ilegais até onde sei. Podemos usar essa substância para fazermos poções a partir do 6° ano.
- Até onde sei, somos menores de idade.
- Podemos usar o encantamento primordial.
- Sacrificar um dia?
- É.
- Quando a gente decidiu usar isso você desistiu por causa de um beijo. - Disse ela encantada com o desabrochar da flor que, literalmente, parecia bocejar.
- Não precisa ser só eu. Não te contei, mas acho que ouvi uma voz ontem a noite na Sala Comunal Comum, depois de conversar com o Zyan.- E contei o que tinha acontecido.
- Você é gamada nesse cara.
- Preste atenção no detalhe principal. - Ignorando o julgamento de Sophia.
- Ela tem um rostinho tão bonito. É uma flor bem rara. - Disse Soph me ignorando.
- Mas eu vou tentar de novo. A primeira vez que tentei falar com a Espectro , ela nos mostrou a Sala dos Diários. Ontem parece que me respondeu, talvez ela nos dê, sei lá.
- Tudo que aparece em um lugar , foi tirado de algum outro lugar. - Respondeu a amiga ainda encantada com a flor.
- Não sujando as minhas mãos, tanto faz a origem. - Falei sem pensar.
Após a aula de herbologia, fomos jantar. Notei Phillip me observando na mesa dele. Eu raramente percebia essas coisas. Ele me deu um sorriso sem graça e Sophia pareceu perceber.
- Sabe, tem uma coisa que não te contei.
- Começou a fumar? - Indaguei rindo.
- Nãaaaao. - Disse a amiga sem me encarar mas batendo a colher na geleia de pêssego. - Tem uma garota muito estranha que parece estar me perseguindo. - Sophia escorou a cabeça as mãos ainda sem me encarar. - Na biblioteca ela vive passando por mim e sorrindo, outro dia no pátio jurei que ela me mandou um beijo, e no dia do desafio do torneio ela me deu um tchauzinho. Ela é do 5 ° ano, foi a Luna que me disse. Só que tem uma coisa estranha.
- O que pode ser mais estranho que isso?
- Ela é da lufa-lufa.
- Vixi. Pelo que me lembro eles causam asco em você.
- Ela não. - Respondeu a amiga olhando para a mesa da Lufa-lufa que ficava do outro lado do Grande Salão. - Eu tentei desprezar ela olhando torto, sei lá, mas ela dava risada. Olha lá. - Disse a amiga apontando com olhar.
Uma garota loira com cachos sobre os ombros sorria como se tivesse ganhado o brinquedo dos sonhos. Não tinha muito certeza se estava olhando para Sophia, mas ao ver ela imitando o jeito que Soph estava, segurando a cabeça, não tive dúvidas. Ela era muito meiga, parecia uma menininha.
- Me diz o que eu faço com uma coisa dessa?
- Ignora? Ela está jogando com você.
- Não tinha pensado nisso. - Dizia a amiga com tom de voz apático e olhando para a lufana que já estava de costas. - Sabe a Flor de Bequaertii, da aula de herbologia? Parece ela , não parece?
Sophia parecia estar alucinando. Ou era sintomas de quem tomou a poção do amor. Fiquei tentada a perguntar ao Snape sobre isso ou pior, ir a Ala Hospitalar.
- Você andou tomando ou comendo algo de desconhecido!?
- Mas é claro que não, eu estou bem! - Disse ela te recompondo. - Só estou curiosa.
Aquela noite ao entrarmos na Sala dos Diários Sophia foi verificar as poções e em cima da mesa dos caldeirões havia um bilhete e um minúsculo frasco. O bilhete dizia " Eu ouço vocês. Eu roubei para vocês, sejam mais felizes do que eu nunca fui. "
- É álcool. - Disse Sophia sentindo o cheiro.
- Acha confiável?
- Ela nos ouve por todo castelo. Deve ser uma fantasma. Agora, como ela pode fazer magia se ainda é "um tipo" de fantasma? Isso é o mistério.
- E parece que ela não era muito feliz. - Falei relendo o bilhete.
- Eu não vejo porque não confiar. O que temos a perder?
- A vida? E se essa poção der errado? - Perguntei preocupada.
- Você já viu eu errar? - Disse Sophia confiante.
Sinceramente, nunca vi Sophia errar nada. Ela era melhor do que eu em tudo, ou quase, ela não jogava quadribol.
Um dia antes do baile a escola estava em êxtase. Vários alunos empolgados por terem seu pares e estarem falando sobre suas roupas e expectativas e outros tanto implorando para ter um par.
Zyan pendurou no mural uma lista com os alunos que já tinham pares.
- Ou ele queria deixar claro que você é o par dele ou quer intimidar quem ainda não tem. - Afirmou Sophia irritada com o papel exposto. - Queria saber como o meu nome foi parar nessa lista.
- Vai me dizer que você só contou pra mim?
- Ah, não. Mas também entendo, eu não vou sozinha, não é, a Gabrielle também deve ter contado para alguém.
Não sabia quem era essa, e Sophia pouco parecia interessada em me apresentar.
Zyan apareceu sorridente na Sala Comunal, estava saindo de seus dormitórios quando me viu.
- Bom dia , Jenna! Sempre radiante. - Disse ele saindo para seu café da manhã.
- Não sei onde eu estou radiante, nem penteei os cabelos. - De fato, raramente eu penteava, por isso era mais fácil fazer tranças.
Aquele dia , qualquer aula foi um inferno, os professores estavam enlouquecendo com tanta falação. Quase quis incitar Snape a me dar uma detenção, mas naquela altura era mais fácil deixar a poeira baixar para planejar o uso da poção nele. Por minutos tentei imaginar Snape apaixonado, era impossível.
- A poção já está pronta. - Avisou Sophia. - As duas, estou pensando em espalhar a poção do Louco por aí e culpar alguém! - Disse Sophia rindo. Após uma aula de História super difícil, nós estávamos andando pela corredores de bobeira.
- Ou, se você avisar sobre a poção, vários alunos vão querer, é óbvio.
- Mas como eu posso fazer isso sem que ninguém saiba que fui eu..?
- Caramba, hein, é sempre esse embate.
- Fiquei sabendo que pode rolar um festão na Sala Comunal comum, mas é só um boato, não sabemos. - Disse Sophia.
- Um festão? Se é ilegal, eu posso estar nele. - E atrás de nós estava Jorge, provavelmente tentando puxar um assunto.
- Pode nada, já soube de algum Grifinório na Sonserina? - Respondeu Sophia
- Hummm, talvez. - Ele respondeu com um olhar maldoso.
- Dúvido. - Retruco Sophia. - Mais fácil eu entrar na Grifinória, aliás já fui convidada.
- Eu não duvido do seu potencial, Rosier. E como está o coração pra amanhã?
- Qual é Fred, vamos trocar figurinhas agora?
- É o Jorge, Sophia. - Disse ao lado dela.
- Ah, sim. Mesma coisa.
- Nunca será a mesma coisa. - Afirmei com confiança
Jorge ficou sério com a minha resposta mas voltou a expressão irônica de sempre.
- Ah, Jenna. Esqueci do seu presente. - Jorge parou no corredor e tirou dos livros uma revista. Na capa havia uma garota sorrindo com tranças, era uma revista ensinando feitiços para penteados diversos.
- Demorou bastante, não acha? - Indaguei sem graça para Jorge.
Sophia achou engraçado o título da revista.
- Você comprou uma revista? Para Jenna? - Perguntou Sophia incrédula.
- Não, eu afanei. - Disse ele tranquilamente. - Não levo jeito pra comprar coisas pra garota.
- Ah, obrigada, mas agora estou com um objeto de furto. - Falei com um sorriso nervoso, fazendo nos três rir. - Bom, o seu irmão me deu a Poção do Amor.
- Eu disse pra ele que era bobagem, você não tem que fazer o nosso trabalho de cobaia.
- Eu jamais usaria para meu benefício.
- Mas é claro que não, você não precisa disso. Tem gente o suficiente no seu pé...
- Nunca é suficiente para ela , Jorge, só esse semestre já foram dois... - Disse Sophia fazendo o dois com os dedos em tom de deboche.
- Cala a boca, Sophia! Tá maluca?
- Só dois? Que triste. - Disse Jorge com ironia.
Sophia estava gostando das piadas, mas estranhamente me irritou aquilo.
Eu decidi sair do assunto, dei as costas e fui para a biblioteca. Eu tinha livros para devolver, livros que não me serviram de nada. Achar qualquer conteúdo sobre aquele Encantamento Primordial ou até mesmo sobre o Uniário era impossível.
Fazia dias que eu não olhava o Uniário. Tinha medo. É evidente que a Espectro sabia que eu tinha interesse em acabar com aquela tradição do encantamento das meninas da Sonserina. Eu queria a gente livre, sem a necessidade de uma magia nos bloqueando.
- Olá, Jenna. - Era Moore. Phillip vivia na biblioteca. É bem provável que eu soubesse de muito mais coisas que eu. Ele estava colocando uma série de livros nas prateleiras, usando magia.
- Oi , Phillip. - O cumprimentei sem graça.
- Não precisa ficar acanhada comigo. Eu entendi o seu lado. Você não quer pressão. Já está traumatizada o suficiente com o maluco do Lammont.
E vendo a minha cara de descontento preferiu mudar de assunto.
- Revista legal. - Ele falou olhando para o exemplar que estava no meus braços.
- Eu ganhei.
- De quem?
- Não importa. - Falei escondendo entre um livro.
- Ah. - Ele murmurou. - Espero um dia ver você usando o colar, sei que amanhã não vai ser. - Disse ele torcendo os lábios. - Mas talvez no Bar Mitzvah...
- Você vai?
- Sim , seu irmão me convidou, eu sou judeus também.
- Você? Judeus?
- Hum, um Gypsy não pode ser judeus?
- Phillip, nem sei o que é um Gypsy.
- Perdão. Quem sabe um dia te conto sobre meus ancestrais. - Disse ele com um sorriso orgulhoso.
- Eu que te devo desculpa. Você é um fofo, eu não deveria ter sido grossa com você.
- Como eu disse, você tem uns probleminha aí com aquele cara. Mas sabe. - Disse ele parando para me dar mais atenção. - acho você tão interessante, já já o barco vira e você toma as rédeas da situação. Você é muito inteligente, você é vidente! Ninguém mais sabe como será o amanhã do que você.
- Obrigada. - E abaixei a cabeça. - Você está sendo muito doce comigo.
- E quem não é com você?
- Ahhh... Meu irmão, por exemplo.
- Ah, aquele bobo, deve ter ciúmes de você. Você é uma vidente.
Não tinha pensado sobre isso. Apesar das maluquices que aconteciam comigo, com certeza eu já fiz mais coisas relevantes e sou mais populares do que ele.
- A gente se vê amanhã... - Disse ele me olhando com um sorriso irônico. - Ouvi dizer que o vestido é lindo.
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