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A sala Comunal da Grifinória

- Sophia! - Gritei ela no corredor pro Grande Salão indo para o almoço. Ela estava com a Alice.

- Jenna? - Disse Sophia com um olhar de reprovação. Entendi que elas não estavam no momento para conversar.

- Olá , Alice Peterson.

- Essa é a Jenna Gibbon, Alice.

- Maravilhosa. - Saltou Alice de cima da Sophia para me cumprimentar pegando na minha mão. - Você é um ícone, uma lenda da bizarrice sonseriana. Eu respeito. - E soltou minha mão e colocou no meu ombro, me virando para continuar andando. - Agora me conta, como é conviver com essa maravilhosa? É uma deusa, não acha? Você tem muita sorte. Falando em sorte, soube que você tem visões e sabe de coisas do futuro. Por isso é uma lenda, tá no seu sangue.

Alice parecia ter dificuldade em ficar quieta. Não sei como Sophia aguentava.

- As vezes é muita lenda e pouca verdade.

- Mas e o vomitasso? O bicho-papão?

- Isso é outra coisa.

- Isso é muito interessante,sabe. - Alice pegou no ombro de Sophia também, então fomos nós três para o Salão unidas pelo apoio de Alice. - Às vezes as coisas não são por acaso. Você é bem vinda na minha Casa. O baile jamais seria o mesmo sem você e o Weasley gêmeo; foram muitas brincadeiras , piadas, a gente nunca foi tão bem recepcionado sabe, as outras pessoas tentam humilhar a gente, é humilhante.

Eu entendia as vezes o motivo das outras casas não ligar para os lufanos, eles eram estranhos.

- Mas esse ano.- Continuou Alice. - Temos Diggory. Ele é fantástico! Pensa comigo, vários alunos adultos em Hogwarts. Fizemos uma lista, mais de 45 alunos com mais de 19 anos e ele foi escolhido, você tem noção? - Eu tinha noção, mas não me atrevia a falar. - O potencial dele é muito superior ao do Potter. O Potter é uma criança, tem muita gente preocupada com isso. Eu não descartaria artes das trevas nesse torneio, mas com certeza Cedrico é o melhor. Ele é um amor de pessoa...

- Tchau Alice... - Me despedí quando entramos no Grande Salão. Não tinha mais emocional para continuar ouvi-la. Ela me deu um tchauzinho sorrindo com simpatia.

Fui pro meu lugar na mesa, muito atormentada. Olhei para a mesa dos professores e Dumbledore , Madame Pince e Snape não estavam. Não era bem isso que estava me incomodando. Sophia se despedia de Alice com um beijo cinematográfico sem o menor pudor. Era tão improvável aquele comportamento e aquela relação entre Sonserina e lufanos que se alguém me contasse isso no passado, eu não acreditaria.

- Só porque a cadela da Pince não estava na mesa...

- E deveria estar? Sophia, eu confio muito em você, eu vi você colando aquele fio de cabelo castanho no frasco, mas NÃO DEU CERTO! - Gritei baixo.

- Como não? Então vai falar com seus amiguinhos.

- Não, é sério. Eu acho que a poção teve um efeito muito estranho, Snape não parecia nem por um segundo interessado na Pince.

- Como não? Interesse em quem?

- Não sei se estou correta, mas tive a impressão que ele estava interessado em mim.

Sophia ficou impressionada de início e depois ficou pensando.

- Algo deu errado. - Sophia ficou pensando. Eu também tratei de fazer uma revisão dos nossos passos.

- Mas o que ele te disse?

- Sinceramente? Não vou te contar tudo. Snape falou da vida pessoal dele, ele estava... Diferente e, meio triste, meio feliz. Olha, de qualquer forma, a gente tem que conversar com os gêmeos.

- Digamos que, por hora, eu vou respeitar esse seu interesse em preservar o Snape. Mas você vai precisar contar mais para eles, para tentarmos entender os "sintomas" que essa poção causou nele.

Agora aquilo estava me intrigando. Olhei para a mesa da Grifinória procurando os gêmeos , eu raramente fazia isso e consegui ver o Fred, ele estava exatamente de frente para mim me encarando. Tomei até um susto quando notei. Ele levantou as sobrancelhas e sorriu, mas parecia preocupado. Poderia jurar que ele estava monitorando a minha conversa com Sophia. Eu não respondi nada, não sou do tipo que sabe mimica.

Tínhamos o resto da tarde livre e sabia o que deveríamos fazer.

- Sophia você anda com aquele pergaminho? Que você conversa com Neville?

- Ah , ando. Nunca se sabe , né. - Disse ela entre garfadas.

- Você acha que ele olha o tempo todo o pergaminho?

- Não sei. Quer testar?

- Não. De qualquer forma você precisa escrever nele com tinta, certo ?

- É bem complexo, posso escrever com qualquer coisa, o pergaminho absorve após ser lido.

- Jorge era tão jovem quando consegui criar isso. Hoje acho muito estranho ele ter conseguido.

- Eu concordo com você. Quanto tempo durou para ele concluir o encantamento?

- Acho que demorou uma hora ou mais.

- Hum. Não me parece tão difícil, só, não é muito comum, não é? - Disse ela tomando um suco. E eu ainda olhando para mesa de Grifinória notando Fred me oferecendo um brinde de longe. - Maluco ele. - Disse a amiga notando. - Mas andei lendo que é possível fazer um par de objetos gêmeos de vários materiais, não apenas dois, podem ser um matriz, entende? Por exemplo: espelho, quadro, livro e até diário. O pergaminho é o mais comum...

- Quero ir hoje à Sala Comunal deles. - Afirmei séria encarando Fred que estava fazendo careta pra mim, tentando me fazer sorrir.

- Melhor de dia mesmo, à noite os monitores e professores poderiam nos pegar.

- Só não sei como avisar ele daqui para me esperar...

- Aí Jenna, você às vezes é muito inexperiente em coisas tão simples. Faz assim - Sophia levantou e fez um super tchau para mesa da Grifinória, Fred olhou, e ela fez outro gesto com as duas mãos abertas como se estivesse empurrando algo no ar, tentando dizer "espera" em algum tipo de linguagem de sinais bizarra. Fred em resposta levantou os dois indicadores. - Viu. Fácil.

Sophia não era assim antes do baile. Algo mudou nela. Ela se sentia mais popular , mais aceita. Eu achei aquilo muito legal. Olhei pro Fred e rimos da loucura dela.

- O que foi? - Perguntou Fred com as mãos nos bolsos depois do almoço.

- Não deu certo.

- Espera. - Interrompeu Sophia. - Está entregando todo o clímax. Na real a gente adorou a ideia de vocês de nos convidarem no trem a visitar Grifinória. Neville já tinha me convidado. Temos que conversar sobre aquela poção.

- Aquela poção? - Perguntou Fred confuso.

- É, aquela poção! - Acho que ele não sabia ao certo qual era mas concordou.

Jorge nos alcançou.

- O que acha , Jorge? Levamos as duas para sala Comunal hoje? - Fred estava em tom de deboche.

- Se a gente quiser ter uma conversa séria eu recomendo irem a noite. - Disse ele prevendo alguma coisa.

- A noite é bem complicado. - Disse Sophia.

- O quão complicado é? - perguntou Jorge.

- Bom. Depois do jantar, às 21 horas temos que estar nos dormitórios.

- Mas e se não estiverem? - Perguntou Fred.

- O que quer dizer? Olha. Acho que se alguém ver a gente indo pra outro lado depois do jantar vai ter muita fofoca, certo?

- E se forem depois das 21 horas? Talvez não tenha ninguém lá?

- Na volta deve ter gente... Tipo monitores... Tipo professores... - Disse Sophia pensativa.

- E se não voltarem? - Perguntou Fred com malícia.

Eu e Sophia nos encaramos. Não fazia muito sentido dormir fora dos dormitórios, até porque a chance de alguma menina avisar que estávamos fora, para o Zyan, era grande.

- Vocês já fizeram isso? - Perguntou Soph.

- Humm. Uma vez. Mas porque estávamos entediados. - Disse Jorge.

- Vem cá, vocês duas. - Disse Fred nós levando a um canto mais reservado nos corredores.

- Existem dois feitiços nesse caso que podem ajudar vocês. - Disse Fred. - Primeiro o da falsa substituição. Vocês precisam criar um espelhado na cama de vocês. Feitiço Corpuns Duo. Depois do jantar , vá ao banheiro do quinto andar, vamos estar lá. Usaremos o feitiço face ilusión em vocês pra ninguém achar que é vocês quando passarem pelo retrato.

- Retrato?

- Sabe guardar segredo, Jenna?

O feitiço para criar uma imagem falsa nossa era ridiculamente fácil, tomei um susto até. Aquele feitiço era comum ser usado como feitiço espelhado, quando não há um espelho por perto. Eu me vi dormindo como eu normalmente não vejo. Fizemos isso um pouco depois do jantar, e claro, não voltamos. E decidimos levar uma muda de roupa,pijama também na caixinha de Sophia, o que era um absurdo mas valia a emoção.

- Cacete, eu tô ansiosíssima! - Disse Sophia no banheiro do quinto andar. - Será que eles entram aqui dentro?

- Não duvido. - Aquela altura eu não estava preocupada com o fim de Snape e sua confusão com a poção.

- Zyan pode ser um problema. - Disse a amiga se escorando na porta de um dos banheiros.

- Sabe, acho que eu posso dar um jeito nele. Ele raramente vê a gente entrando, pior, saindo não é?

- Se ele implicar é só você sentar de novo...

- Humm, sentar a onde? - Nesse momento saiu dos dois últimos banheiros duas alunas da Grifinória, uma morena e uma loira. Não fazíamos ideia de quem eram.

- Eu acho que é uma metáfora, Fred. - Disse a morena.

- Ou não. Talvez ela quis dizer sobre querer sentar sem querer na varinha dele, não é Jorge? - Disse a Loira.

Foi difícil eu entender o que estava acontecendo, mas acho que eles estavam usando um feitiço de ilusão que eu , que me achava muito vidente, não conseguia ver o erro naquele momento.

- As vezes é querendo. - Disse a morena. Ambas começaram a rir.

- Eu confesso que um planejamento seria melhor, mas tivemos que usar o nosso feitiço de ilusão na última hora. A polissuco tinha acabado.- Disse a loira.

Por um segundo fiquei com medo dos gêmeos, eles conseguiram tudo o que queriam.

- Ah... Quem são elas?

- Sétimo ano. Elas dormem cedo mas a Mulher Gorda tem memória de ratinho.

- Mulher Gorda? Que deselegante. - Disse Sophia.

- É o nome de um quadro, bobinha. - Disse aquela que acho que era o Jorge.

- Deixa eu te perguntar uma coisa.- Disse Sophia analítica. - O corpo de vocês , que vocês sentem, é o delas também?

- Não é como na poção polissuco, nesse caso a gente sente que está no nosso corpo real. - Disse quem eu acho que era o Fred.

- Mas vocês veem as garotas. Melhor a gente se adiantar. - Concluiu quem eu acho que era o Jorge.

Ambos apontaram as varinhas para nós e murmuraram um feitiço que nunca tínhamos ouvido. Eu não senti nada mas fiquei imaginando que funcionou pela expressão das "garotas".

- Agora vocês são duas alunas perdidas da Grifinória. O nome é irrelevante, estamos perto da Sala Comunal da Grifinória.

Eu ainda me via com uma roupa comum. Uma capa preta e saia. Mas quando olhei pra Sophia eu vi uma gordinha baixinha de cabelo curtinho, muito fofa.

- Sophia, nunca te vi tão baixa.

- Nem nunca te vi tão branca. Quantas vezes vocês usaram um truque tão simples desse?

- Dezenas de vezes. - Disse a Jorge.

- Mas é um feitiço com efeito fraco, fácil de ser notado, mas a noite temos vantagem. Vamos rápido. - Disse a Fred.

Do quinto andar subimos mais dois lances de escada para o sétimo andar, havia tantos quadros que Sophia ficou chocada. Entendo que não havia muitos nas masmorras provavelmente porque a chance de mofarem eram grande.

- Esses quadros. - Começou Sophia nos últimos lances de escadas. - Eles veem o quê?

- A gente espera que não veem, na verdade. - Disse Jorge.

- Eles ficam encarando a gente.

"Deve ser porque garotinhas como vocês deveriam estar dormindo essa horas". Disse a moça se um quadro que balançava um bebê.

- E dês de quando isso é da sua conta? - Respondeu Sophia revoltada.

- A gente não quer chamar atenção, não é mesmo, Kate, querida? - Disse Fred tentando parecer fofo.

Paramos na frente de um imenso quadro com uma mulher gordinha muito elegante. Ela parecia estar cochilando, mas não conseguiu fingir até Jorge gritar a senha " Gato preto". Elas suspirou de má vontade e resmungou "que absurdo" e o quadro foi para o lado revelando uma passagem estreita.

Sophia foi na frente com um cutucão meu. Ao entrarmos em uma sala muito aconchegante vimos Neville atrás de um grande livro de Herbologia. Ele nos olhou por cima do livro e preferiu se esconder. "Fred e a Jorge" se entreolharam com malícia, pareciam planejar algo.

- Oi, garotão. - Disse Jorge, parecendo ajustar os longos cabelos. Ali consegui notar a falha da ilusão. Ele não sabia ao certo como se comportar com os "atributos" femininos e ficava visualmente confuso.

- Ouvimos que você é um ótimo aluno. - Disse Fred de forma irônica, se aproximando.

Neville pareceu se encolher na cadeira. Jorge arrancou o livro das mãos dele , fechou e colocou sobre a mesa. Enquanto ele era intimidado pelos gêmeos, observamos que a sala Comunal da Grifinória era super pequena, acredito que dez vezes menor que a da Sonserina.

- Isso é menor que a sala da minha casa. - Disse Sophia.

- Isso é tudo que temos. - Disse Fred pegando Neville pelos braços de um jeito nada confortável, Jorge o ajudou do outro lado. Ambos levaram ele até o sofá mais próximo, de frente a uma lareira modesta.

- Vocês duas podem pedir qualquer coisa, não precisa ser assim. - Disse Neville com uma voz melindrosa. Fred e Jorge se largaram no sofá junto com ele, rindo bastante. Era uma risada confusa. A risada deles mesmo se confundia com risadas femininas.

- Sentem, garotas. - Disseram para nós em coro. Sophia ainda estava impressionada, olhando alguns quadros.

- Não temos quadros na nossa Sala. - Disse ela se sentando no sofá à frente.

Neville estava vermelho, parecia confuso.

- Que triste. - Disse Fred ironicamente..

- E como desfazer isso? - Perguntei me sentando ao lado da gordinha Sophia.

Fred e Jorge sacaram as varinhas e as empunharam para cima. Sibilaram a palavra "reverbere" e assopraram as varinhas. Em menos de 3 segundos nós voltamos a nossa aparência.

Neville ficou assustado e aliviado ao mesmo tempo.

- Ainda bem que são vocês, eu não saberia o que fazer...

- Pede dicas a Sophia, ela sabe o que fazer. - Disse Jorge sorrindo deboche.

Neville estava com um pijama listrado, em tons de azul , ele parecia bem acanhado com a situação. Sophia colocou os pés sobre o sofá e ficou olhando para a lareira.

- Aqui é aconchegante. Te força a ficar juntinho das pessoas. - Concluiu ela com sarcasmo. Mas seu semblante era de quem estava gostando.

- É lindinha. - Disse eu para os garotos.

- Dizem que a Casa da Sonserina é fria. - Disse o Fred.

- Verdade né, Jenna. Por isso os alunos são obrigados a se agarrarem, sentar no colo um dos outros.

Não pude deixar de rir. Sophia estava cheia de piadinhas com o que tinha acontecido comigo, mas aquilo não me incomodava, pelo contrário, comecei a fazer piada comigo mesma.

- Ela está brincando. - Disse eu sorrindo vendo o olhar pensativo dos gêmeos.

- Pero no mucho. - Respondeu ela. - Posso tomar um pouco de água?

- Mas é claro. - Disse Jorge usando sua varinha pra pegar um copo e encher de água da jarra que estava em cima de uma mesinha próximo de uma janelinha.

- Achei que ia demorar para vocês virem aqui. - Começou Neville encolhido no sofá entre os gêmeos. Ele pegou uma almofada e a agarrou. - Sei lá, planejamento.

- Com a gente não precisa de muito não, Neville. Adoramos improviso.- Disse fred.

- Somos mestre do improviso. - Concluiu Jorge.

- Uma maestria muito avançada, na minha opinião. - Disse Sophia desconfiada.

- Acha que os grifinórios não sabem ser inteligentes? - Perguntou Jorge.

- Acho que todos devem ser mas vocês são... diferentes... - Disse a amiga tomando um gole de água.

- Achávamos que éramos iguais. - Brincou Fred.

- Acho que demorei muito tempo para usar a poção do amor. - Comecei a introduzir o assunto.

- Sabia que até a água tem sabor diferente? Beba isso, Jenna. - Sugeriu a amiga.

- Não temos certeza do prazo de validade. Foi bom você ter demorado para usar. - Disse Fred.

- Usou em quem, Jenna?- Perguntou Fred sentando mais confortável no sofá com uma das pernas em cima dele.

- Snape. - Disse me servindo de água. Realmente, a água era mais saborosa.

Neville sorriu com surpresa e quase soltou um palavrão.

- Caramba. Vocês usaram o cabelo de quem? - perguntou Jorge.

- Pince, né, aquela mocreia.

- Sabe que isso seria um presente para ele, não sabe? - Disse Fred.

- De qualquer forma a gente quis ver onde isso ia dar. - Respondi. - Eu confundi a coruja da Pince para levar o hidromel...

- Nossa, Jenna, a gente nunca teve essa ideia. - Disse Fred coçando o queixo.

- É idiota, eu sei.

- O QUE? É genial. - Disse Jorge.

O elogio deles fez meu rosto esquentar.

- Mas isso não teve efeito. - Disse sem jeito.

- Cara, eu fiquei o dia inteiro na biblioteca cançando o cabelo daquela cretina, eu parecia uma boboca. Eu tinha que ser discreta e ao mesmo tempo ativa, foi muito desconfortável, porque qualquer mudança no meu comportamento, poderia levantar suspeitas.

- Nunca nos importamos com pontas soltas. - Disse Jorge também pegando um copo com água.

- Na nossa sala Comunal tem sempre banquetes e coquetéis, o tempo todo. - Disse Sophia em comparação. - Desculpa, mas aqui é tão modesto que meus olhos não estão aceitando.

- Vocês têm muitos ricos, na Sonserina. - Disse Fred.

- Vou continuar. - Interrompi. - Quando cheguei na sala do professor, só pra ver se ele tinha tomado, e veja só, tinha. Ele estava eufórico, não parava de escrever na lousa ingredientes de poções. Quando me viu ele ficou me contando mil coisas , sonhos que tinha, esperanças. Parecia que ele estava muito criativo, reflexivo, querendo criar poções de cura...

- São poucas que existem. - Interrompeu Jorge.

- Ele não parecia ele. Estava jovial, quase que alegre. Em momento algum ele falou sobre a Pince.

- Mas ele deve ter falado sobre amor em algum momento, ou não?

- Ahm... - Nesse momento eu tentei ao máximo não entrar em detalhes. - Falou. E me deu um conselho muito sério. Que eu não deveria falar minhas visões porque muitos bruxos das trevas usavam videntes ao seu favor.

- Errado ele não está, isso é muito verdade. - Disse Fred sério.

- Ele me confidenciou coisas, disse que era destino eu estar na sala dele naquele momento. Ele nem parecia a mesma pessoa que surtou comigo da última vez que conversamos.

- Bom. - Começou Fred falando sério. - Provavelmente ele estava interessado em você.

- E porque?

- Revisem o momento em que abriram a poção.

- Ahmm... - E olhei para Sophia. - Era de noite.

- Não me olhe assim. Eu fiz certinho a minha parte. Estava um pouco escuro no nosso dormitório mas me lembro bem de ter pego o fraco e tirado o fio do cabelo da Madame...

- Jenna estava perto? - Perguntou Fred.

- Mas é claro que eu estava, eu queria ver alguma coisa mudar na poção.

- Estava com os cabelos soltos? - Perguntou novamente Fred.

- Simmmm? - Respondi e afirmei ao mesmo tempo. Fred puxou o canto da boca.

- Acho que teve cruzamento de elementos. - Concluiu Fred com um tom de voz de preocupação.

- Tá bom, suponhamos que isso tenha acontecido. - Começou Sophia pensativa. - Um fio de cabelo da Jenna caiu junto. Quais as consequências? Porque Snape aparentemente estava inclinado a se interessar pela Jenna?

Fred e Jorge se encararam com preocupação.

- Afinidade. - Disse os dois juntos.

- É uma teoria. - Disse Jorge.

- Mas é uma hipótese descrita em alguns livros sobre o tema. - Disse Fred.- Tem pessoas que fazem essa poção para testar o coração.

- Testar? Como se não soubesse quem ama? - Perguntou Sophia.

- Exatamente, Sophia. - Respondeu Fred.

- Que doido. - Disse Sophia pensativa, batendo os dedos no copo.

- A poção revela o coração, também. - Disse Jorge.

- Jenna. - Começou Neville com muita insegurança. - Ele não tentou... - E quase se escondeu atrás da almofada. - Beijar você?

- Ahhh... Acho que não.

- Acha? - Perguntou Sophia.

- Porque? Isso é algum tipo de sintomas?

- Você acha que o amor é o que? - Perguntou Sophia com indignação. - Jenna, quando você está apaixonada por alguém é um dos impulsos primitivos. Gente, - disse ela olhando para os garotos - tenho que explicar tudo pra ela sobre essas coisas.

- E porque você "acha que não"? - Perguntou Fred.

- Teve um momento em que ele se aproximou mas ele teve um tipo de susto, como se tivesse caindo na real.

- Hum. É possível. - Disse Jorge coçando o queixo. - Vamos às análises. - Começou ele. - Essa primeira poção do amor que criamos foi reduzida. Ela dura aproximadamente 3 horas mas em uma pequena quantidade de bruxos têm efeitos diferentes.

- Testamos em nós muitas vezes. - Disse Fred.

- Cada amor é diferente também, eu não posso afirmar o motivo disso. - Disse Fred seriamente, coisa que era bem rara.- Mas variáveis do tipo, conhecer a pessoa, já gostar dela, não conhecer a pessoa, ela ser mais nova ou mais velha, ser homem ou mulher, isso tudo muda bastante os efeitos.

- Sabe o legal Fred, - Disse Jorge se animando.- Essa conversa vale uma aula sobre o assunto. Um debate até. Nós podemos agora chegar em um consenso do rótulo dela, e do relatório que podemos enviar ao Ministério para a regulamentação.

- Caramba... Vocês pensam em tudo. - Disse Sophia impressionada.

- Negócios , Sophia. - Disse Jorge. - A gente vai abrir um negócio grande, é sério isso. Nós sozinhos precisamos pensar em tudo, inclusive, nas consequências. Temos que mandar todo relatório para o ministério regularizar. Essa poção do amor, hoje, só é permitida a venda a maiores de 17 anos.

- Em outras palavras: nas letras miúdas. - Conclui Fred.

- Testaram em vocês? - Perguntei sabendo a resposta. - Testaram com quais garotas?

- Ou garotos...?- Disse Sophia.

- Siiiim. - Respondeu Jorge com um sorriso se transformando de sério a maquiavélico.

- E quem vocês escolheram?

- Eu testei também.- Disse Neville. - Foi legal.

- A maioria das pessoas não fazem ideia de como Neville é inteligente e leal. Ele nos ajudou várias vezes. - Disse Fred.

Neville deu um sorriso contido, mas era possível ver sua alegria nos olhos.

- Pegaram nossos cabelos? - Perguntei para o Fred.

Fred cerrou um pouco os olhos e se arrumou no sofá.

- A gente testou de TUDO, sabe?

- Isso não me responde...

- Sim, Jenna. Ele disse sim. Só que sem dizer sim. - Disse Sophia rindo.

- Pra mim, ele disse não.

- Nós usamos seu cabelo sim. - Disse Jorge sério. - Foi simples , quando você devolveu o terno pro Fred tinha vários fios seus.

- Eu mataria para ver as reações de vocês. - Disse Sophia ainda tomando água.

- É sigiloso. - Disse Fred levantando uma das sobrancelhas.

- Bom, vocês acham que serão pegas?

- Acho difícil, obliviei Jonas Moore, estando bem escondida, não acho que ele nos viu nem suspeitou...

- Você fez o que...? - Perguntou Jorge impressionado.

- Nem vem, menino gêmeo, duvido que vocês não saibam fazer isso também.

- Ninguém espera que uma garotinha de 14 anos faça isso. - Respondeu Fred..

-É dom, está no meu sangue. - Disse Sophia orgulhosa.

- O que quer dizer?- Perguntou Fred.

- Sophia tem uma ancestral Veela. - Quem respondeu foi Neville. Sophia deu de ombros incomodada por lembrar.

- Isso responde a muitas coisas. - Disse Jorge.

- Tipo...?

- Lino ainda tem uma queda por você. - Disse Fred.

- Uma queda? Ele tem um tombo. É meio estranho as vezes. - Disse Jorge.

- Não entendo essas coisas. - Respondeu Sophia chateada.

- Parece que Crabbe também, eu uns cara da Durmstrang. - Respondi.

- Nem é bem assim. - Disse ela incomodada.

- Mas cadê o Monitor de vocês? - Mudando de assunto.

- Demos um cházinho pra acalmar ele. - Disse Fred com um sorriso peralta.

- Vocês são doidos, gosto disso. - Disse a amiga observando mais o ambiente.

- Como vamos embora?

- Se quiser, fazemos um feitiço da ilusão novamente. - Disse Fred sacando a varinha.

- Você pode ser o Zyan. - Disse Jorge pra mim.

- E você o monitor boboca da Corvinal. - Disse Fred para Sophia.

- Doidos. - Sophia só respondeu isso, parecia muito aconchegante no sofá.

- Ou, dormem aqui. - Disse Neville levantando as sobrancelhas.

- Mas amanhã precisamos sair e todos vão ver. - Disse eu pensativa.

- Não é ilegal um aluno dormir em outra casa. - Disse Jorge.

- Desde que esteja seguro. - Concluiu Fred. - E olha ali no mural. - Apontou Fred. - Vocês têm moral agora.

Me levantei para ir até o mural, era uma tapeçaria velha muito simpática com vários memorandos, inclusive havia três fotografias. Uma que eu e Fred estávamos dançando abraçados, o que me fez ficar constrangida mas feliz, uma foto do Potter com a Patil e outra da Granger com o Krun.

- Pensa numa moral? - Disse Fred ao meu lado, olhando. - Você não se lembra de como foi nossa despedida, se lembra!?

- Não.

- Claro que não. - Disse ele rindo contido. - Quando se lembrar você vai ficar surpresa ou não, mas eu achei incrível.

Não duvidei. Mas me irritei dele saber e eu não.

- Jenna, está tarde. Se quiser dormir aqui eu busco meu cobertor pra você. - Disse ele baixinho. - Eu até levaria você ao nosso dormitório mas acho que Sophia não iria querer dormir com Lino, nem ele comigo. - Concluiu rindo.

- Parece interessante. Eu aceito.

- O banheiro é ali em cima, ao lado da entrada dos dormitórios femininos.

Sophia parecia empolgada de dormir na Grifinoria, parecia algo muito absurdo, contra as regras, porém, não era ilegal. O banheiro feminino da Grifinória era tão fofo quando o resto, pequeno, modesto e elegante.

- O que fazem aqui? - Gina Weasley apareceu quando estávamos nos olhando no espelho. Uma luz avermelhada dos candelabros deixavam meus cabelos ainda mais acobreado.

- Olha ela, a Weasley fêmea. - Disse Sophia.

- Vou avisar meu monitor, disse ela cruzando os braços.

- Aproveita e avisa o meu. - Disse eu com Deboche

- Surta não, bonitinha. Foi o irmão de vocês que nos colocou aqui.

- Fred e Jorge são muito malucos. Vou contar pra nossa mãe.

- Não vai. - Disse Sophia apanhando a varinha. Eu tive que segurar ela.

- Sophia, não! Lembra, ela é amiga do Neville.

- Ah, verdade. Vou te dar essa chance.

Gina ficou vermelha e saiu do banheiro batendo o pé.

- Como vocês têm coragem? - Disse ela pisando firme até a sala.

- Mas é claro que temos. - Disse Jorge já de pijama jogando xadrez de bruxo com Neville.

- No nosso currículo só faltava isso. - Disse Fred com uns livros na mão aparecendo de pijama também.

- Não, Fred, ainda falta mais. - Disse Jorge e os riram disso.

- Sophia é minha amiga, Gina. - Disse Neville.

Gina de braços cruzados parecia muito irritada, mas nada mais disse, bufou e saiu.

- Pudica ela. - Disse Jorge.

- Esses dois sofás são incríveis. - Apontou Fred.

Fred me deu um cobertor, que tinha o mesmo cheiro dele, orquídeas.

- Porque você sempre cheira a orquídeas? - Perguntei a ele que só deu um sorriso.

Fiquei aconchegada no sofá por uns minutos olhando para o teto estofado, era muito bonito. Sophia sentou no sofá com um dos cobertores de Neville e ficou lendo o livro de Herbologia dele.

- Esse livro não é um pouco avançado pra você?? - Perguntou Sophia.

- Acho que é mas o Moody acredita que tenho muito potencial.

- Ele não está errado, me lembrou um dos livros de medicina. Vou te emprestar alguns, acho que nosso trabalho combinado no futuro será bem interessante. - Disse Sophia bem séria.

Neville corou e sorriu com orgulho.

- Obrigada Sophia por acreditar em mim.

- Sabe que eu te amo, não sabe? - E olhando minha cara acrescentou.- Amo os dois, igualmente.

- Uau, Neville. Deve ser o primeiro "eu te amo" de uma garota. - Disse Jorge entre uma jogada.

- Ou o único. - Disse Neville muito vermelho.

- Olha esse, Jenna.- Disse Fred ao me entregar um pequeno livro. Fred deitou em cima de umas almofadas no chão do sofá que eu estava. - Jenna,- ele começou a falar baixinho ao meu lado. Eu tinha que ficar de bruços para ouvir ele melhor. - Sinto muito, te dei um presente ridículo e arriscado. Me desculpa.

Peguei o livro com o título " Maga natural, da manipulação da natureza às fadas".

- Esse livro era da minha mãe, agora é seu. Eu conversei sobre esse assunto com ela nas férias, disse que você conjurou um raio. Mamãe também sabe manipular a natureza como ninguém.

- Temos uma fazenda. - Começou Jorge. - Mamãe fornece muito milho e trigo para metade da Inglaterra. Claro, para os bruxos.

- Que interessante, não sabia disso. - Respondi impressionada. - E você não precisa se desculpar. - Disse olhando para Fred. - O que às fadas tem haver ?

- Provavelmente você pode se comunicar com elas naturalmente.- Disse Fred. Ele estava deitado sobre um dos braços olha para cima, pensativo também.

- Você tentou rasgar o vestido que o Zyan te deu ? Sempre quis saber se eram de verdade. - Disse Sophia.

- Não . Mamãe ficou com o vestido e as jóias. Na verdade tentamos entregar de volta pela fênix do Zyan, mas ele devolveu.

- Mas é claro que devolveu. Deve ser dinheiro de jujuba pra ele. - Criticou a amiga folheando o livro.

- Isso não me interessa. Mas estou tentada a rasgar ele pra saber agora.

- Sabe. - Começou Fred com uma expressão profunda e sorridente. - Esse ano era para termos aula de poções especiais, e a poção do amor era uma delas. Como Snape disse: é irrelevante amar , principalmente manipular o sentimento alheio. - Disse ele tentando imitar a voz do professor. - Então, ele não nos deu essa aula.

- Muito podre ele. - Disse Sophia.

- Foi então que eu e Jorge pensamos em fazer nossa própria poção. Primeiro fizemos a original, é extremamente complexa, levou quase um mês. - Fred olhou pra mim. - Sabia que cada pessoa sente um aroma diferente? Os aromas de coisas que você ama...

- Wow...que fofinho. - Disse Soph com sarcasmo mas sorrindo.

- É muito bonito isso... - Disse Neville refletindo.

- Ganhei! - Disse Jorge pra Neville. - Quase foi dessa vez, se não tivesse prestando atenção nelas. - Disse Jorge jogando a cabeça pro nosso lado.

- Fica pra próxima. Quero ver você ganhar do Roni.

- É, aquele bobão é bom mesmo nisso. Enfim. - E se levantou. - Vou me deitar.

- Eu também. - Disse Neville se levantando. Boa noite Sophia, boa noite Jenna.

- Boa noite. - Disse nós duas.

Fred nem se mexeu.

- Jenna. - Começou ele depois que o irmão e amigo subiram. - Quais aromas você acha que sentiria?

Sophia que parecia entretida com o livro levantou os olhos mas sem mexer a cabeça.

- Bom...- comecei a pensar, eu estava ficando sonolenta sem querer fiquei encarando os cabelos do Fred, estavam grandes, quase nos ombros.. - Meu pai faz um doce alemão chamado Berliner, é tipo um pão. Vovó também. Fico tão feliz quando sinto o cheiro de manhã...

- Hmmm... Você parece com sono. - Disse Fred.

- Estranho. - Começou Sophia com uma voz mais baixa. - Jenna vive com insônia.

- É, é estranho.

- O que mais você acha que iria sentir...? - Insistiu Fred olhando pra sim. Agora as velas da Sala Comunal estavam apagando lentamente, só a lareira ligada.

- Minha avó tem um pomar, cheio de narcisos, lírios, íris, dálias e uma espécie de orquídea, a orquídea-coco, ela tem cheiro de côco. Que é o cheiro desse cobertor.

Sophia suspirou e fechou o livro. Deitou e ficou pensativa.

- E você Fred? O que você sentiu? Já que vocês fizeram a poção...

- Me lembro bem... - Fred também estava com sono, piscava lento e ainda mirava o teto pensativo. - Cheiro de vento úmido... Provavelmente por causa do Quadribol e o cheiro do cabelo da mamãe, quando ela me abraça...

Mesmo com pouca luz pude ver uma lágrima descer dos olhos de Sophia. Ela não tinha lembranças amorosas de família, imaginei. Foi a última visão após adormecer.

Achei que tinha adormecido mas uma situação única me ocorreu, talvez entre no ranking das coisas bizarras que vivi em Hogwarts. Mas eu estava ali, sentada , vendo o meu corpo dormir, e sinceramente, que sensação incrível.
Ver o próprio corpo é encantador, a natureza é tão bela e só notamos quando estamos fora dela. Por um segundo eu achei que estivesse morta, mas acho que eu podia me sentir. Fred percebeu que eu dormi e passou a mão carinhosamente nos meus bagunçados cabelos soltos. Sophia e ele disseram algo mas não conseguia ouvir. Posso jurar que tive a sensação de estar debaixo d'água, o som estava muito abafado. Sophia limpou as lágrimas, Fred também foi consolá-la com um leve beijo em sua cabeça. Cena bonita. Fred voltou a deitar no chão e xeretar meus cabelos. Então decidi deixá-lo a sós. Afinal, se eu estava ali, com a minha "aura" assistindo tudo sem ser vista, algumas coisas a mais eu poderia explorar.

Eu acho que estava flutuando, arrisquei atravessar a parede do quadro, e não é que consegui? Eu poderia ouvir meu riso, mas aquela sensação era estranha. Eu me senti uma fantasma, só por um momento imaginei que fosse isso, sem dor, sem calor, sem frio, apenas flutuar. As escadarias para o Grande Salão não eram nada cansativas, eu apenas deslizava entre elas. Podia jurar que sentia o vento, arrisquei ir até o pátio central. Que céu mais lindo! Estava chovendo, e os raios entre as nuvens pareciam lentos em seus shows de brilho, eu pude ouvir as gotas caírem sobre no chão e ao longe o som abafado do trovão. Acho que toquei o chão.

Acho que vi alguns fantasmas, e sim, era Nick Quase Sem Cabeça com um de seus amigos sem cabeça. Eles tinham uma cor diferente, pareciam quase coloridos, nem notaram a minha presença. Passei pelo Grande Salão e pude ver aquele teto incrível cheio de falsas nuvens e falsos raios, acho que podia tocar neles. Aquele teto era tão lindo, eu até conseguia mergulhar até o chão voando. Será que um dia eu iria nadar assim? Ver o mar? Me deu vontade de conhecer o mar.

Mas nada foi mais interessante do que minha curiosidade de ver Snape. E lá fui. As masmorras eram tão escuras, como sempre foram, foi fácil invadir o dormitório do professor. A penseira dele estava sobre a mesa, linda e reluzente, parecia que eu podia ouvir vozes saindo dela, mas acho que não. Aquele quarto, aquele que eu nunca entrei, eu ia entrar. Atravessei a porta escura como se não fosse nada, um véu, um lenço, Snape estava acordado. Ele olhava o teto como se quisesse ver algo, será que estava pensando? Às vezes ele sorria, às vezes parecia preocupado. Acho que consegui sentar ao lado dele, mas meu corpo era estranho, não tenho certeza.

Seu pijama era tão preto que seu rosto parecia fantasmagórico, mas estava mais jovem pra mim. Não usava cobertores, estava deitado sobre os dois braços abaixo da cabeça com uma das pernas flexionada. Snape era bonito, mas ele se escondia. Ele suspirava constantemente como se estivesse procurando respostas, pensando alto. Fiquei tão curiosa. Não sei quanto tempo levou, mas como eu não sentia nada e nem sono , ali fiquei observando ele, até ele começar a piscar fundo e sorrir. Acho que ele sonhava de olhos abertos, pensando em coisas boas. Me arrisquei a murmurar " durma feliz, Severo". Mas ele nem percebeu. Tentei passar as mãos em seu cabelo, mas era impossível, não é? Snape adormeceu sorrindo. Que visão incrível, acho que pude me emocionar.

Eu decidi explorar a nossa Casa. A Sala Comunal da Sonserina era única, com certeza e valia a observação de um fantasma. Atravessei a parede de pedras tranquilamente. Não me surpreendi, eu estava na Sala Comum, não havia ninguém. Pelo menos eu achava isso até ver um pontinho de luz muito amigável flutuante, ia um lado a outro , parecia até feliz. O pontinho foi se aproximando, não senti medo, era fofinho. Mas aos poucos foi mudando de forma, era como se algo bem longe se aproximasse com foco, e aos poucos, uma silhueta feminina foi aparecendo. Era de uma mulher linda, com longos cabelos ondulados, um vestido medieval incrível. Acho que me passava tranquilidade e aos poucos pude ver seu rosto. Era retangular, olhos cansados mas um sorriso simpático. Então era ela, a Espectro. Achei estranho demais ela vir até mim, até que parou flutuante e disse. "Olá, Jenna Gibbon. "

- AAAH! - É claro que acordei assustada.

- Ai, Jenna, até aqui? - Sophia resmungando entre as almofadas.

Fred estava no chão com os olhos arregalados.

- Você está bem? - Disse ele preocupado.

- Sim... Foi um sonho estranho.

- Aqueles malditos sonhos com visões que a Jenna tem. - Disse Sophia se levantando descabelada. Já era de manhã. Dois alunos desceram as escadas arrumados para o café da manhã.

Pude ver Colin Creevey atrás do sofá da Sophia com a sua câmera em mãos.

- Foi uma fotografia muito bonita, Jenna.

- Bom dia , Greevey. Mas temos que conversar. Você precisa parar de expor minhas fotografias sem minha permissão.

- Perdão, Jenna. Vou me policiar. Perdão. - Disse ele com sinceridade e palidez.

- Estou bem, Fred. Foi só... Uma experiência estranha. - Disse me levantando e me espreguiçando

- É mesmo? - Disse ele se sentando me olhando de baixo pra cima. - Você está me devendo aquela visão lá.

Sophia levantou de má vontade e deu um tapinha no braço de Greevey dizendo "xô, garoto, vai estudar".

- Você está certo. - Disse pegando minhas vestes. Ainda estávamos de pijama. - Vamos Soph, estamos um pouco longe da Sonserina.

- Vocês nem deveriam estar aqui! - Disse Angelina aparecendo na Sala.

- Que absurdo! - Disse Cátia, em suas costas. Ao ver Fred fazendo massagem em seus próprios ombros ela disse. - Você se submete a cada porcaria, deixa que faço uma massagem em você.

- Eu não preciso que você me faça nada. - Disse Fred secamente fazendo até Sophia ficar surpresa. - Não vai se perder, não né? - Disse Fred pra mim.

- Que coisa mais patética! - Disse Angelina bufando.

- Você tem sorte da Jenna não deixar Medellin explodir a sua cabeça. - Disse Sophia bem irritada.

- Como se aquela vadia conseguisse. - Retrucou Angelina avançando em Sophia.

- Aquela vadia pode não conseguir, mas eu sim. - Respondi me aproximando.

Nessa hora muitos alunos param para ouvir a discussão.

- E aí você iria pra Azkaban, onde tem um monte de gente da sua laia.- Disse Cátia apontando o dedo pra mim.

- Aí sim eu ficaria viva e você morta. - Disse encarando ela.

- Você não tem medo de eu acabar com a sua cara como sua amiguinha fez? - Disse Cátia.

- Eu adoraria, ela quase perdeu as mãos por causa disso, com você seria a cara!

- HEY! Chega gente. - Disse Fred entrando no nosso meio. - Você não quer se trocar antes? - perguntou Fred olhando para mim.

- Não, não vamos! - Disse Sophia arrancando a gravata vermelha da Angelina a força, que tentou se defender sem conseguir muito bem, Sophia era muito maior e mais forte. - Vamos de pijama!

Sophia colocou na cabeça a gravata de forma que eu entendi como um símbolo de vitória. Eu decidi segui-la mas usando a magia. Peguei minha varinha e disse "Accio gravata". Automáticamente saiu do pescoço da aluna da Grifinória. Cátia ficou chocada e olhou para o Fred, que parecia se divertir .

- É melhor você ficar longe de mim. - Alertei Cátia. Coloquei a gravata pendurada no pescoço e lá fomos com uns alunos para fora, mas antes eu dei um tchauzinho para o Fred, beijando sua bochecha e cochichando em sei ouvido: "amei o livro". Larguei Fred com aquele olhar de como quando ganha a taça de Quadribol. Foi uma boa lembrança.

Viramos a sensação do castelo aquela manhã. Duas alunas de pijama com gravatas da Grifinória penduradas no corpo, era detenção na certa. Mas eu estava em júbilo e Sophia também. Dormimos bem e sabe-se lá porque sentíamos como se fossemos a dona do mundo.

- O que acham que estão fazendo? - Disse Snape ao nos ver indo para os corredores das masmorras.

- Indo para o nosso dormitório. - Disse eu cinicamente. Sophia ainda temia falar com ele.

- Era para estarem saindo dele. - Disse ele com desprezo.

- Mas, Severo,- disse me aproximando dele na cara de pau . - para a gente estar saindo, precisamos entrar. Você não quer que a gente entre? - Ela concliu com cinismo.

- Depois eu quero uma explicação. - Respondeu ele suspirando de raiva.

- Ah, sim, foi bem legal. Tenho novidades para você. - Falei pra ele que estava encarando as gravatas em nós. Ele parou e ficou confuso, corando um pouco.

Fomos para a entrada de pedra e no meio do caminho várias expressões, umas contras e outras a favor.

- Só me diz que vocês quebraram a cara delas?- Perguntou Eva, vendo nossas gravatas deduzindo alguma coisa.

- Infelizmente não foi dessa vez. - Respondeu Sophia debochada. - Bateu uma fome.

Entramos na sala das meninas rindo bastante. Tinha algumas alunas lá inclusive Cassandra Smith que ao nos ver abriu a boca de surpresa.

- Me digam que valeu pela transa!?

- Ninguém transou essa noite, Cassandra. - Disse Sophia.

- Ah não, Sophia, toda essa palhaçada pra roubar gravatas?

- Ganhamos a batalha contra Cátia Bell e Angelina Johnson , foi só isso.

- Já é alguma coisa. - Disse Cassandra com sarcasmo batendo nas pernas.- Boa semana para vocês. - e saiu.

Ao chegarmos no dormitório contei para Sophia do sonho ou sei lá o que dá noite.

- O QUE!? A Espectro viu você!?

- Sim, e eu a vi também.

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