⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Raya, sem nada melhor para fazer, se encontra dentro da casa de sua amiga, Haru, esta que estava sentada, descansando em seu quarto; coisas de uma pessoa velha, de idade, já era esperado ela estar fazendo isso.

Sua amiga querida ── e talvez amada ── tinha entrado sem permissão e isso não era novidade alguma.

Fez uma careta assim que entrou de vez na casa e viu o gato cinza deitado no sofá. Metido. Pensou.

Suspirou e colocou as mãos na cintura. Queria fazer algo em sua casa, mas acabou não podendo porque não tinha os materiais, e, exatamente por esse motivo foi até a casa de sua amiga, esta que, com toda certeza teria, certo?

Certo...?

Errado!

Raya fez uma bagunça enorme na sala e o gato cinza que estava deitado no sofá, se divertia com a bagunça que a amiga de sua mãe, fazia. Ele pulava nas almofadas, nas panelas, nas colheres plásticas, até mesmo encima da pia, para ter uma visão melhor do que ocorria dentro de sua casa.

Era uma tremenda bagunça; estava uma tremenda bagunça.

Potes de um lado, panelas do outro e tudo isso no chão da casa de Haru.

Todavia, entretanto, com toda aquela bagunça, Haru se levantou assustada. Estava cochilando, mas, para ser mais sincera, estava no quinto sono. Sonhava com aquele seu curso distante da faculdade, mas, ele estava tão perto...

Mas a barulheira que vinha de sua casa não estava lhe deixando dormir, e, justamente por isso, se levantou no susto: morava só, quem poderia estar dentro de sua casa?

É, tudo bem, talvez fosse apenas o seu gato mimado que estivesse fazendo uma bagunça, estava num país seguro, no entanto, não deixava de ser uma mulher e solteira. Poderia estar acontecendo algo... Por isso, pegou a vassoura que tinha em seu quarto ── ela estava limpando a casa e não aguentou ver a cama lá, toda arrumada e então se deitou para cochilar, ou seja, trabalho feito pela metade ── e deu passos leves até a cozinha, esta que ficava perto de seu quarto.

Assim que estava prestes a sair do quarto, ouviu o barulho da televisão. Que estranho...

Continuou com o que tinha planejado fazer: andar de leve e então pegar o marginal!

Assim que apareceu na cozinha, não viu nada demais, mas, assim que foi se aproximando, percebeu a imensa bagunça que tinha sido feita.

── Oh! Céus! Eu acabei de arrumar essa casa! ── reclamou, exatamente como uma criança fazendo chilique.

E então, quando foi ao fim da cozinha, viu uma cabeleira preta mexendo no controle da televisão, mas, antes que pudesse se aproximar, a pessoa em questão olhou para si, indagando:

── Ah! Você tava em casa? ── falou com desdém, como se não quisesse que a amiga estivesse ali.

── Que bagunça é essa, Raya?!

── Eu queria fazer pizza, mas você não tem as forminhas e muito menos eu, por isso vim pra sua casa... Mas como você não tem e eu só descobri depois de vasculhar tudo, não senti ânimo de guardar, até porque o Leo Leon Leonardo Leandro, mimado como sempre, ficou por cima dos materiais.

── Espera... O Leonardo ficou encima de todos?

── É, Haruzinha. De todos.

Olhou imediatamente para o gato cinza que estava agora, deitado encima da pia e só sentia vontade de gritar e, assim o fez:

── Leo Leoon Leonardo Leandrooooooooooo! ── assim exclamou, fazendo um chilique em seguida como uma criança: ── Eu lavei metade desses materiais hoje, o que custava você ter dó da sua mãe, hein, filho? Poxa! Eu faço tudo por você...

── Você mima demais esse gato, Haru. Ele tá é muito mal acostumado ── deu um sorriso, negando com a cabeça.

── Ó filho, eu... ── antes de ir para a sala, onde Raya estava, tinha um leve degrau para se deslocar.

Haru deslizou por conta dos materiais jogados ao redor do chão e machucou seu bumbum.

── Leo Leoooooooooooon!

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Não muito distante dali...

── Ué ── exclamou um rapaz devidamente baixo, coçando a cabeça levemente. ── Eu jurei que ouvi meu nome sendo chamado... Duas vezes! ── olhou para o grupo de amigos que estava em sua casa. ── Tô ouvindo coisa, pessoal?

Perguntou, mas não foi ouvido por seus amigos.

Yechan e Taehyun estavam muito ocupados vendo quem era melhor no Street Fighter 6. Estava numa luta arriscadíssima e muito centrada; claro que não ouviram o paspalho do seu amigo reclamar, claro! "Quem cursa música nem é gente", como eles mesmos falavam.

Mas estavam ali, aproveitando no PlayStation 4 do amigo, que conseguiu comprar com o curso que fazia... quem diria...

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Não muito distante dos dois lugares...

Um rapaz nem tão baixo quanto o outro, que tinha seus materiais sobre a própria escrivaninha, começou a coçar a cabeça, demonstrando confusão mental.

── Eu ouvi meu nome sendo chamado duas vezes ou estou maluco? ── imediatamente sorriu. ── Estou falando só e não quero ser taxado de maluco, é cômico ── riu mais uma vez para si. ── com toda certeza são apenas essas matérias ridículas que eu tenho que estudar agora nessa belíssima faculdade de ciências de tecnologia da Coreia...

Ele resmungou, por fim, olhando os livros.

Deu de ombros; talvez estivesse fora da casinha mesmo, ouvindo coisas... Pessoas que cursam ciências que envolvam tecnologia realmente são meio assim, fora de si.