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🌹↝🧸¹⁹

Oi, nenéns!
Eu estava morrendo de saudades 🥺

Me perdoem a demora :(

capítulo não revisado🤡

se gostarem, comentem o que acharam🎀🧸

•me perdoem pelos erros ortográficos•

Dancing in the Moonlight.

Boa Leitura

  Com os olhos apertados e a boca levemente aberta, Taehye concluía a última nota de sua parte solo no violino, sentindo todos os pelos de seu corpo arrepiados e uma pequena lágrima involuntária escapar de seu olho direito. A loira abriu os olhos e sorriu de maneira nervosa, se curvando diretamente ao seu reflexo no espelho a frente, puxando o ar para os pulmões com força, quase desabando ao escutar as palmas de seus colegas e seu professor.

  Tae sorriu e acompanhou as palmas dos colegas, sorrindo de forma tímida ao se virar, observando cada olhar alegre na sala, rindo sem graça com alguns assobios soltos aleatoriamente, notando como todos ali estavam tão felizes e satisfeitos quanto ela mesma. Suas bochechas se esquentavam com cada elogio ganho enquanto guardava seu instrumento e arrumava sua mochila, agradecendo de forma tímida a cada um dos amigos. Não era a primeira vez que acontecia, mas ela ainda se sentia tímida ao receber os aplausos, sabendo que dentro de um teatro receberia além deles, alguns olhares julgadores e avaliadores. Aquilo a deixava mais nervosa e ansiosa para a apresentação, não poderia errar uma nota sequer e estava dando o seu melhor para que não ocorresse durante o concerto.

  Há semanas vinha treinando e errando a mesma última nota, como se o violino escorregasse de seu ombro e todas as cordas estourassem, era agoniante. Claro que tinha um ótimo professor e quase um melhor amigo durante as aulas, mas era tão frustrante ao lembrar que não havia começado recentemente, era uma simples atividade iniciada na infância. Por que errava tantas vezes? Em uma sequência ridícula de se ver repetidamente? Em sua cabeça era como um loop infinito, a mesma nota se repetindo, tomando conta de cada parte de seu cérebro, quase impossibilitando que ela pensasse em qualquer outra coisa.

  Se lembrava dos dias quando era mais nova, quando tentou piano e as notas pareciam sempre as mesmas, achou melhor a flauta e cada sopro era como um grito desesperado, então tentou violão e as cordas pareciam se rasgarem cada vez que deslizava seus dedos por elas, e então o violino. Seus ouvidos eram preenchidos pelas melodias que seu pai a ensinava, sempre delicadas e ainda que houvessem dedos trêmulos, cada nota saía praticamente perfeita, sem ruído algum. Já havia feito aquilo quase que perfeitamente, por que agora errava uma nota tão simples? Tão pequena, era apenas uma conclusão, não deveria ser a mais fácil de todas na prática?

  Talvez Jungkook estivesse certo, estava tão cansada que sequer via pontos positivos e daqui a pouco desistiria da coisa pela qual era mais apaixonada nos momentos livres.

— Dessa vez eu quase chorei, blonde¹. – Tae ergueu os olhos e sorriu tímida ao escutar Olivier ao seu lado, como sempre portando um sorriso sedutor e convencido. – Descobri que você toca desde os nove anos… parece que nasceu sabendo, é incrível.

— Obrigada… você também toca muito bem, Olivíer. Eu disse certo? O senhor Min ficou um pouco assustado quando você reclamou sobre ele errar o seu nome, eu não gostaria de errar. – Tae sorriu, colocando a mochila nas costas enquanto acomodava o violino na maleta preta, olhando rapidamente para a tela do celular bem ao lado.

— É Olivier, não tem acento no segundo "I". Mas não me importo se você errar, quer dizer, todos erram, não é? É normal…

  Taehye ergueu as sobrancelhas e mordeu o lábio para segurar o riso, balançando a cabeça para disfarçar que sua boca desenhava um sorriso desesperado.

  Desde que havia voltado para as aulas, a loira recebe diferentes jogadas de seu novo admirador, que além do sotaque francês fortíssimo em um coreano quase perfeito, também possuía olhos azuis e fios tão escuros quanto ébano, estranhamente naturais e bem cuidados pelo francês. Olivier era gentil e estava sempre socializando com os amigos de orquestra, mas a garota notou seu interesse rapidamente quanto o moreno sugeriu um encontro ou um tipo de união além da dupla que fariam na apresentação. Era um bom garoto e sabia ser alguém interessante, mas era convencido demais, estava sempre se gabando por saber tocar desde os três anos e ter vindo de uma família de músicos, que sabia apreciar a arte e que a França tinha orgulho de ter mais um artista nos trilhos da fama ou algo assim.

  Eram incontáveis as vezes que elogiou a menina apenas pela sua existência, sem receio nenhum, a encarava como se sua vida dependesse da ação e era quase terrível para a loirinha, que sempre se assustava ao notar os olhos redondos sobre si. Nos dias que ficava por mais tempo no estúdio, para alinhar o violino ou ensaiar um pouco mais, Olivier arranjava as piores desculpas para estar ao lado da Kim, desculpas que iam desde o horário irregular do ônibus à um “esqueci o caminho de casa”, era cômico para a garota. Taehye não conseguia fazer nada além de concordar e deixar que o garoto ficasse por perto, não conseguia mandar a real e falar que já estava se envolvendo com alguém, por medo de deixá-lo magoado – ainda que fosse apenas a verdade – mas também não tinha a menor motivação para mentir e incentivar uma desculpas pior que as do francês. Mesmo com Jungkook aparecendo no estúdio às vezes, como na noite anterior, o garoto nunca o via justamente por ir embora de ônibus e os horários serem irregulares.

  Sem contar que o francês demonstrava seu interesse por palavras e presentes, a cada ensaio a loira saía do estúdio com uma caixa ou sacola diferente, carregando pedaços de tortas ou bolos, biscoitos caseiros e da última vez, um par de brincos feitos à mão. Talvez precisasse dizer que já tinha alguém rápido, antes que o garoto começasse a pensar demais e pensasse sobre algum tipo de reciprocidade.

— É, o seu nome é diferente, não é muito fácil para nós nativos. Principalmente para o professor, ele usa o dialeto, pode sair ainda mais diferente. – Tae sorriu, acenando para alguns colegas que já saíam da sala. – Eu mesma demorei um pouco para aprender, precisei ouvir bastante para ter certeza e ainda assim errei, não é?

— Sem problemas, v-você pode errar sem medo, e-eu não… não me importo. – o garoto sorriu nervoso, se apressando para colocar o violino dentro de sua maleta, seguindo a menina para fora da sala. – Sabe, Taehye-

— Ah! Você acertou o meu nome! Demorou também, não é? Ainda com o sotaque forte, mas acertou. – a loira ergueu as sobrancelhas, passando na frente do garoto para entrar no elevador bem na frente da porta da sala, apertando o botão para o primeiro andar. – Como têm ido as aulas de coreano? Eu sinto que mesmo sendo nativa, tenho muito a aprender também.

— Ah, ainda é muito difícil. Quer dizer, eu consigo me comunicar muito bem agora, minha maman d'accueil tãobém tem me ajudado bastante, mas eu aprendi muito mais conversando com os colegas da escola e vocês aqui no estúdio.

— Desculpa, o que é maman d'accil? – Tae encarou o garoto, que riu nasal e colocou a mão na testa.

Maman d'accueil. É o mesmo que host mom, mãe hospedeira ou anfitriã, entende? Quase uma mãe adotiva.

— Ah, sim, faz sentido. – ela riu, quase gritando que não fazia sentido nenhum e que o francês era bem mais difícil que o coreano. – Você tem irmãos adotivos ou um pai?

— Sim, tenho dois irmãos, eles têm a mesma idade que nós dois. Um deles é realmente adotado, é interessante, principalmente porque eu não tenho irmãos de verdade. – Olivier balançou a cabeça, erguendo os ombros rapidamente, recebendo o olhar da loira que até o momento olhava para o chão. – Você tem irmãos? Pai e mãe?

— Ok, é estranho ouvir alguém perguntar isso, desculpe. – a Kim sorriu, saindo do elevador ao lado do maior. – Tenho dois irmãos, um mais velho e um mais novo, e sim, tenho pai e mãe. Acredite em mim, você imploraria para ser filho único se tivesse mais de um irmão.

— Sério? São dois garotos tãobem?

— Sim! E eles são insuportáveis, o mais velho parece mais pai do que o meu próprio pai e o mais novo parece que nasceu com uma pulga nas extremidades. – Olivier riu e manteve seu olhar da garota, que focou em desbloquear a catraca da saída com a digital e manteve o olhar para frente. – É sério, eles não têm limites!

  O francês sorriu e passou a catraca, parando ao lado da loira ao sair do prédio, sentindo o nervosismo tomar conta de seu corpo aos poucos, procurando descontar ao batucar os dedos da mão direita na maleta do violino, mordendo a parte interna de sua boca. Era a primeira vez que conversava com a garota por tanto tempo, não sabia muito bem o que fazer, ela não era como as garotas francesas ou qualquer outra de seu país natal, menos ainda como as garotas de sua escola atual, tinha uma essência diferente e era quase impossível controlar a respiração quando ficava ao lado dela. Até mesmo esquecia como respirar, falhava no ato de disfarçar e quase tinha uma taquicardia ao receber o olhar felino da menina, que tinha olhos tão brilhantes e dourados, o garoto gostava de comparar com estrelas e as galáxias que gostava de estudar.

  Desde o primeiro dia em que viu a Kim, quando a viu tocar o violino gentil e delicadamente, mais parecida com uma uma fada ou qualquer ser místico, mágico e bonito demais para ser real, até tentou se aproximar nas primeiras semanas, mas parecia ser impossível receber atenção da garota que sempre saía apressada das aulas. Também podia culpar seu próprio horário, já que também saía apressado para pegar o ônibus que não esperava nem mesmo o motorista se acomodar para já sair na maior velocidade possível. Quando finalmente pôde conversar com a loira pela primeira vez, notou que não seria nada fácil conseguir algo além de um sorriso ou uma frase simples de despedida, então procurou demonstrar seu interesse da única forma que sabia e fora ensinado por seus pais: presentes! Desde então, passou a adorar o jeitinho tímido e meigo que a loira reagia ao ganhar uma caixa cheia de docinhos ou uma sacola com um presente mais caro – essa parte ainda não havia testado, não tinha certeza se ela gostaria de ganhar algum dos pares de jóias que conhecia pela sua mãe.

  Ah, ela parecia não se importar com presentes caros ou baratos, mas parecia gostar de ser mimada. Olivier gostava de tudo nela; seus olhos redondinhos mas puxadinhos, seu sorriso retangular, suas bochechas que estavam sempre rosadinhas, suas manchinhas conhecidas como sardas, sua mania de colocar o cabelo para trás da orelha quando parecia nervosa. Gostava de tudo nela e estava verdadeiramente interessado em ter algo com ela, mesmo que fossem apenas beijos no início, poderia conquistá-la de alguma forma e finalmente tê-la e dizer que era sua.

  Taehye era tão adorável, tão doce e gentil, Olivier quase gritava sempre que olhava para ela, quase explodia de nervosismo. E estava treinando para mudar.

— T-Taehye, v-você-

— A noite está bonita hoje, não está? Tem bastante estrelas no céu e são só seis horas ainda! – a menina disse animada enquanto encarava o céu, balançando o corpo para frente e para trás.

  O francês piscou os olhos rapidamente e se esforçou para lembrar algo que um de seus amigos da escola havia ensinado, engolindo a saliva para que não tivesse sua fala travada como todas as vezes que tinha assunto com a loira.

— A Lua também está linda… muito linda. – o moreno sorriu nervoso, olhando para a garota que manteve os olhos no céu.

  Confusa pela frase, a loira riu e se virou para encarar o garoto.

— Não tem nenhuma Lua hoje, Olivier. – ela sorriu, arregalando os olhos ao notar do que se tratava, procurando as palavras certas para o que estava para vir. – Você quer dizer… é… o que você está tentando fazer?

— Eu achei que você ia entender, pelo menos o meu amigo disse que você entenderia. Eu quis dizer que você está linda, Taehye, muito linda.

— Olha, Olivier, eu agradeço o elogio e-

— E-eu queria saber se você gostaria de sair comigo… quer dizer, se você quiser, nós podemos sair, dar um passeio e conhecer melhor um ao outro. Eu acho você muito legal e bonita, gosto de você, eu acho…

  Taehye observou com os olhos arregalados o garoto colocar uma das mãos na nuca e morder o lábio inferior, parecendo tão nervoso que poderia explodir. Imaginou que aquilo aconteceria em algum momento, mas não achou que seria tão rápido e “gostar”? Como ele podia dizer aquilo tão naturalmente? Se conheciam há tão pouco tempo, aliás, sequer se conheciam de verdade, sequer haviam conversado como pessoas de verdade, parecia tão irreal e superficial, tão estranho. Não fazia ideia de como reagir. Entre sair correndo e nunca mais aparecer nas aulas e menos ainda no concerto, preferia ir pelo caminho sincero, já que as duas maneiras poderiam machucar ou magoar, preferia usar de seu dom de ser verdadeira demais.

— Eu não posso.

  Ok, nem tão sincera e verdadeira assim.

— Q-quer dizer, eu não-

— Você é de uma família tradicional, não é? Ah, poxa, eu imaginei isso! Não achei que fosse, por isso fui mais direto. Posso falar com o seu pai, talvez assim seja mais fácil para você e eu não me incomodo, de verdade! Eu acho até mais certo e direito, você-

— Não, Olivier, não é isso! Eu não… eu… eu namoro! – ela mordeu o lábio, esperando que ele acreditasse e mais ainda que Jungkook não estivesse perto no momento.

  Olivier pareceu receber um soco no estômago, sendo visível, não apenas a sua surpresa, mas também o choque de realidade recebido. Seus olhos pareciam brilhar mais e os seus lábios se mostraram mais trêmulos, como se ele estivesse prestes a chorar e Taehye esperava sinceramente que aquilo não acontecesse, ficaria menos sem reação ainda. A loira soltou o ar pelo nariz e coçou a testa, mordendo seu lábio com força enquanto o silêncio se tornava ainda mais constrangedor do que já parecia ser.

— Escuta, Martin, não é isso. Eu não namoro, me desculpa, é uma desculpa idiota e clichê demais. O que acontece é que eu já tenho alguém, não um namorado, mas tenho algo quase sério com alguém, entende? – a garota se aproximou um pouco mais, tocando o rosto macio do moreno de olhos claros. – Você é um cara legal, eu admito que você é alguém muito interessante, mas não para mim agora, entende? E nós nem nos conhecemos direito, é tão estranho você dizer que gosta de mim assim.

  O garoto balançou a cabeça lentamente e sorriu sem graça, segurando a respiração com força ao notar a pequena distância entre seus corpos, verdadeiramente nervoso pelo contato inusitado da mão da loira em seu rosto.

— Eu gosto muito do seu jeito e você é realmente um cara legal, eu juro! Só não é para mim, entende? Eu adoro os seus presentes, não pense que não, você é bom com isso… eu agradeço, sério! – ela sorriu, se afastando ao ouvir o telefone tocar, quase gritando pelo nervosismo que corria em seu corpo. – Podemos ser amigos e assim nos conhecer melhor, se estiver tudo bem para você, mas vou entender se não gostar da ideia.

— Poxa, você é realmente diferente das garotas do meu país… normalmente elas me dariam um tapa na cara e usariam algum xingamento para me afastar… eu ficaria magoado. – ele encarou o chão por alguns segundos, sorrindo ainda sem graça para a menina ao erguer o olhar. – Eu espero que o garoto, ou garota, seja bom para você. Você merece alguém tão incrível quanto você.

  Tae sorriu boba e se curvou em agradecimento, sentindo o aroma familiar de um certo moreno bem próximo, rindo em puro nervosismo ao encarar Olivier novamente.

— Você é gentil, Olivier, aposto que têm outras garotas correndo atrás de você por aí, não é? – ela tentou parecer natural, sentindo o aroma tomar conta do círculo em que se encontravam.

— Elas não são você, Taehye… mas eu posso lidar com isso, já me acostumei com essas situações.

  Taehye sorriu ainda nervosa e mordeu o lábio ao notar que o garoto havia direcionado o olhar para algo atrás de si, se virando de forma lenta para não parecer mais estranha do que já estava aos olhos do moreno atrás de si há cerca de um minuto ou menos.

— Esqueceu o celular, gatinha? Te liguei várias vezes. – Jungkook sorriu pequeno, segurando o rosto da garota para deixar um beijo na testa dela. – Demorei muito?

— Não, eu estava conversando com o Olivier, estávamos vendo o céu. – a garota sorriu, notando o olhar de Jeon queimando sobre o francês que novamente parecia querer chorar. – Esse é o Jungoo, Martin.

— Olá! Sou amigo da Taehye, faço violino com ela. – o moreno esticou o braço para cumprimentar o garoto que parecia mais velho e estranhamente intimidador.

— Olá, Olivier.

  Taehye revirou os olhos e deixou o violino nas mãos do Jeon, o empurrando para se afastar, se aproximando de Olivier novamente apenas para se despedir do garoto. Abriu os braços e o puxou para um abraço, sorrindo tímida ao se afastar, deixando um beijo rápido na bochecha do garoto que mais parecia um tomate de tão vermelho que estava.

— Até amanhã, Olivier. Não esqueça que vamos ensaiar juntos, ok? – ela sorriu, acenando ao se afastar ao lado de Jungkook, que demonstrava todo o seu ciúmes com o olhar que queimava qualquer um naquele momento.

  Viu com o canto dos olhos quando Olivier encarou o chão e saiu andando lentamente na direção oposta da qual ela e Jungoo iam, sentindo seu peito apertar ao pensar em como ele devia estar desconfortável pela aparição de Jeon e ainda mais pela forma que fora encarado. Se lembraria de pedir desculpas por Jungkook na próxima aula, mas por enquanto cuidaria da fera silenciosa ao seu lado.

  Poxa vida, aquele gatinho sempre aparecia nos momentos estranhos!

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— Até quando vai ficar com essa cara, hein? Está bravo? – Tae quebrou o silêncio estranho quando apertou a mão livre do Jeon, procurando contato visual com o moreno que manteve seu olhar no caminho bem iluminado.

— Não, Taehye, não estou bravo. Não tenho esse direito, tenho? Ainda não coloquei uma aliança nesse anelar ou um colar nesse pescoço, coloquei? – o garoto sorriu cheio de ódio, virando numa direção diferente da qual costumavam ir quando iam andando.

— O que? Ah, faça o favor, Jungkook! Que culpa eu tenho se sou interessante, hm? Diga você mesmo, Jeon. Como acha que me sinto quando as garotas da primeira série aparecem na quadra para te verem sem camiseta? – a loira cruzou os braços, apertando os lábios em um biquinho, adorável na visão do moreno. – Eu gosto muito de você, Jungoo, mas é insuportável a forma que todas elas te encaram como se fosse um pedaço de carne. Não pode.

— Ah, é mesmo, Kim Taehye? Conte-me mais! – Jungkook parou de frente para a loira e cruzou os braços, abraçando um sorriso sarcástico nos lábios.

  Tae revirou os olhos e soltou o ar pela boca, caminhando de forma irritada pela calçada que sequer conhecia, apenas pensando em como aquele garoto podia ser tão insuportável e mesmo assim ela podia se apaixonar cada dia mais por ele. Mordeu o lábio inferior ao se lembrar da noite anterior, quando mesmo tendo visto o mais velho na escola diversas vezes e incontáveis em seu trabalho, ele ainda teve a cara de pau de aparecer em sua janela implorando por sua cama quente e, segundo ele mesmo, seus “beijos de princesa”. Aquela nova rotina era estranha, mas ela sequer se preocupava tanto ao escutar os tapinhas em sua janela quando eram onze horas da noite, a adrenalina de serem interrompidos por Taejoon tornava tudo melhor ainda, já que mesmo confiando que o Jeon era alguém educado e de índole boa, odiava a ideia de só imaginar os adolescentes sozinhos num quarto com a porta e as janelas fechadas. Todo e qualquer barulho que escutavam era assustador, mais ainda quando Jungkook já estava usando as mãos rápidas e atrevidas para conhecer o corpo de sua gatinha, ela parecia ter sido feita para estar nos braços dele e a própria sequer se negaria ao fato.
  Os braços do Jeon pareciam travesseiros, eram quentes, aconchegantes e confortáveis, tal qual uma cama da melhor qualidade possível. Ele tinha um colo tão bom, não conseguia segurar a vontade de se jogar nele e apenas ficar quietinha, recebendo o carinho meio bruto dele, já que desde as visitas à academia, Jungkook parecia ter esquecido como fazer um cafuné ou apenas acariciar a menina. E sobre isso, Taehye se sentia cada dia mais apertada quando estava sozinha com o moreno, ele estava maior, seus músculos haviam evoluído muito em pouco tempo, suas costas estavam pareciam ainda mais largas quanto antes e ela não conseguia se esconder no desejo de arranhar aquela área, independente de qual fosse a situação. Em um mês ou mais o garoto havia ficado enorme – tudo bem, ele já era bem construído, talvez tivesse apenas evoluído um pouquinho mais, mas ela ainda achava ele grandão.

  O garoto também estava deixando o cabelo crescer mais, nem mesmo as pontas que já ficavam sobre os olhos ele aparava, apenas colocava atrás da orelha ou passava o cabelo para um lado só, ficando ainda mais bonito no olhar de alguém apaixonado – pontuando: Kim Taehye.

  Ela estava tão nervosa, já era quinta-feira. Não que tivesse esquecido do dia anterior e do convite do garoto para saírem para jantar, mas raciocinando melhor estava tão, mas tão perto. Como se comportaria? Quer dizer, não seria como no primeiro encontro que tiveram, já se conheciam bastante e não havia nada que não soubessem um do outro, certo? Exceto por um ponto que Taehye ainda estava estudando, de forma sufocada e triste, não aguentava mais aquela agonia. Então tinha sim algo que ele ainda não sabia, o maior ponto de todos sobre a garota que ele gostava.

  Tae se arrepiava só de imaginar a reação do Jeon, nenhum de seus cenários eram positivos e ela estava odiando aquilo. Ardia demais.

— Tae? – Jungkook despertou a loira de seus pensamentos ao tocar as costas dela, procurando qualquer sinal de desconforto da menina, notando como seus olhos brilhavam. – Está tudo bem, amor?

  Kim mordeu seu lábio e balançou a cabeça, segurando o rosto do moreno, aproximando seus lábios rapidamente para beijá-lo de forma úmida, se afastando ainda com um sorriso. Sentiu o garoto abraçar sua cintura com um dos braços e deixou o corpo leve, recebendo um daqueles abraços que pareciam tornar tudo mais fácil, que deixavam tudo mais bonito e quentinho.

— Vamos dançar, o que acha? – Jeon puxou a garota pela mão, seguindo a calçada bem iluminada.

— O que? Como assim? – a menina riu sem saber o que fazer exatamente, se deixando levar pelo mais velho. – Jungoo! 'Pra onde você está me levando?

— Conheci um lugar há uns dias atrás quando eu estava voltando da academia, tem a sua vibe e é perfeito. – ele sorriu, levando vibrações ao corpo da menina.

  Ah, sim, aquela sensação, aquela sensação que se tem quando se está apaixonado. Os olhos brilhantes, tomados pelo desejo de estar vinte e quatro horas ao lado de sua paixão, mãos quentes e suadas, tomadas pelo nervosismo de ter um toque ansioso e novo a cada novo encontro, peles quentes que mesmo involuntariamente procurando o contato nu uma da outra. A sensação de ter borboletas no estômago, o pé da barriga trêmula e levemente dolorido por toda aquela ansiedade e todo aquele êxtase entre os dois corpos apaixonados. A sensação de sentir-se abraçado até mesmo por um sorriso como aquele que o seu Jeon carregava, tão inocente e genuíno quanto o de uma criança, bobo e brilhante.

  Taehye nunca achou que teria momentos como aquele, momentos verdadeiros e reais como aquele, que você precisa parar para pensar para ter certeza de que está acontecendo, de que não é apenas um sonho ou ponto de imaginação. Ter Jungkook daquela forma era tão gostoso, tão prazeroso, ser o motivo dos sorrisos mais sinceros que o garoto deixava em certos pontos, ter a segurança de estar ao seu lado e saber que é real e não apenas uma cena de um dos seus sonhos clichês. Não apenas um dos cenários que criava em sua cabeça antes de dormir.

  Taehye estava tão apaixonada que se alguém perguntasse, não teria de onde tirar coragem para dizer que não.

— Olha, é aqui. – Jungkook apontou para o letreiro colorido, cheio de animação em sua voz.

  Um bar da terceira idade, Jeon Jungkook havia carregado sua gatinha para um baile da terceira idade.

— Jungie? – a loira sorriu desacreditada, entrando no lugar logo atrás do moreno, sorrindo maravilhada ao ver os casais dançando ao som de “You're The One That I Want², tão dispostos fisicamente quanto ela estava todos os dias. – Como conheceu esse lugar? Aliás, por que você entrou aqui quando saiu da academia?

— Eu achei que era só um barzinho. Entrei para comprar uma garrafa de água e saí depois de dançar com algumas velhinhas, foi mais divertido do que você imagina. – ele sorriu largo e ajudou a menina a tirar a mochila das costas, colocando ela junto do violino dentro de um dos armários disponíveis para bagagem. – Agora é só fechar e ir rebolar a jaca.

— O que?

— Vem, princesa, vamos dançar junto com eles!

  Jungkook se colocou ao lado da fila de homens e empurrou Taehye para ficar ao lado de uma das mulheres com quem havia dançado da última vez que esteve no lugar, olhando para o chão para seguir os passos dados pelo seu grupo, rindo ao ver sua loirinha incerta do que fazer. Seus pés pareciam ser ambos esquerdos, mas ainda assim o garoto mantinha a graça ao dançar de sua forma desajeitada, mexendo os quadris de forma rápida, para frente e para trás, assim como os mais velhos em sua frente. Olhou para a Kim do outro lado e riu alto ao ver como ela se movia tão confusa, olhando para as mulheres mais velhas para ter certeza de que estava dançando certo, sem parecer estar dançando, mas sim afastando moscas e pisando em baratas.

  Jeon aproveitou os movimentos seguintes para entrelaçar seus dedos nos da menina, mexendo o corpo para frente e para trás junto dela, notando como ela mantinha o olhar no chão para ter certeza de seus passos, rindo nervosa quando o garoto segurou seu rosto com uma das mãos e a fez o encarar. O moreno aproximou seus corpos um pouco mais e manteve seus olhos nos da garota, guiando o balanço do corpo delineado, a empurrando com certa força e a fazendo girar antes de puxá-la para seu corpo novamente, anotando como o sorriso retangular dela fazia tanto efeito em seu corpo mesmo quando já sabia exatamente o que fazer. Tocou o quadril largo com uma das mãos e a fez movimentar ali também, quase como uma reboladinha, mas mais para um sacode no ritmo da música que já estava no fim.

  A frase “You better shape up cause I need a man” rodava na cabeça do garoto, que sentia seu sangue ferver só de imaginar sua garota ao lado de qualquer outro cara, e agora Olivier havia entrado para sua lista de pessoas que ficaria mais de olho ao lado de sua gatinha, mesmo sem sequer saber quais eram as intenções do garoto com sua loira. Enquanto sua mãe achava que era um pouco cedo para colocar um anel no anelar da menina, Jeon já não aguentava mais esperar tanto tempo para descobrir a reação da menina ao apresentar o anel que ele mesmo havia desenhado para dar ao fazer o pedido mais esperado por ele mesmo, os amigos e até mesmo o pai da garota. Tudo bem que Taehye estava mais para “You're the one that I want”, mas ainda assim, não arriscaria a chance perfeita, não é?

  Esperava que, assim como na letra da música, a garota só pensasse nele.

You're the one that I want… – a loirinha sussurrou, possuindo um sorriso ladino nos lábios e seus olhos mais felinos que nunca.

  Ele sorriu e apertou a cintura da loira, agora  com as duas mãos, sorrindo malicioso antes de aproximar seus rostos e finalmente colocar os lábios nos dela, ouvindo os aplausos dos mais velhos de fundo, comum sempre que uma música terminava de tocar. Sorriu durante o contato íntimo e mordeu o lábio quando a loira enfiou as mãos livres nos bolsos de sua calça, o puxando para mais perto – se era realmente possível se afundarem tanto. Afastou-se para deixar um beijo na bochecha dela e se posicionou como faria caso estivesse pronto para dançar uma valsa, sorrindo de forma boba ao receber um tapinha e logo em seguida o quase abraço da loira, que segurou sua mão esquerda e abraçou seu ombro direito, deitando a cabeça em seu peito, aconchegando o corpo para dançar a música leve e gostosinha que começava a tocar.

  Jungkook segurou a cintura alheia com possessão, se movendo lentamente no ritmo da música calma e de letra romântica, sem sair muito do lugar, apenas balançando a garota em seus braços, com calma e sem vontade alguma de se afastar daquele calor a qual já estava acostumado. Sentia o cheirinho de morango vindo dos fios loiros, um aroma tão doce quanto a própria garota, que estava totalmente entregue nos braços fortes que lhe apertavam mesmo sem a menor intenção. Era aquela sensação de novo, aquela sensação de estar ao lado da pessoa por quem se cultiva algum tipo de amor.

— Sabe, eu não me incomodo verdadeiramente com a sua amizade com garotos ou o desejo deles por você. O que me incomoda é a ideia de uma substituição, isso me incomoda profundamente. – Jeon disse em um sussurro gostoso, chamando a atenção da garota que apenas tirou a cabeça do peito quente, sorrindo com o canto dos lábios. – É sério! É normal que você seja desejada, você é bonita, tem uma personalidade única, é cheia de manias incomuns e hábitos curiosos, eu ficaria chocado se não tivesse tantos admiradores. Mas me assusto com apenas a ideia de ser substituído, não porque me acho melhor, e eu preciso dizer que sou – o garoto engasgou ao receber um tapinha, sorrindo de forma convencida a Kim. – É porque ficar sem alguém que você nutre fortes sentimentos é tão doloroso quanto receber uma facada.

— Eu não vou dizer que o meu ciúmes tem a mesma fonte porque não tem. Aquelas garotas são muito atrevidas, Googie. – Jungkook sorriu largo ao ouvir a loira manhosa, deixando um beijo na testa coberta pelos fios ondulados. – Precisamos conversar sobre ciúmes e limites, mesmo que já possamos ter noção, e nós realmente temos, é importante mantermos esse tipo de conversa se quisermos algo saudável.

— Acho válido, proponho uma matança. Podemos eliminar todos os garotos que gostam de você, o que acha? – o garoto riu alto, girando em seu lugar, carregando a loira consigo.

— Eu falo sério, Jungkook! – ela riu, voltando a deitar a cabeça no peito do moreno. – Não consigo pensar em um dia sem você agora, você faz questão de estar em absolutamente tudo.

— Acha que é fácil? Eu tenho meus horários, sabia? – Jeon ergueu a sobrancelha esquerda, sorrindo como um bobo. – Desde que tivemos o nosso primeiro encontro, eu só consigo pensar em você, gatinha. Você está em absolutamente tudo, ainda que eu pense em tudo e todos vinte e quatro horas por dia, meu hiperfoco sempre para em você.

— Preocupante. Romântico, mas ainda assim, preocupante.

  Jungkook riu baixinho e balançou a cabeça, tentando disfarçar a confusão em seu olhar. O que havia dito não era uma mentira, estava mais para um fato, era realmente preocupante? Ou Taehye estava apenas tímida como sempre ficava ao ouvir aquele tipo de declaração quando estavam juntos?

— Eu gosto tanto de você, Jungoogie. Eu estou ficando tão apaixonada por você, que dói imaginar você dizendo que está brincando e que tudo até agora não foi nada.

— O que? – Jeon afastou a loira minimamente, encarando os olhos brilhantes da amante, notando como estavam cheios de lágrimas e ela parecia preocupada, carregando angústia. – Taehye, porque pensa nisso? Digo, eu sou sim um idiota e sei que não posso negar minha ignorância as vezes, mas por que raios eu faria algo assim? – ele segurou o rosto da loira com as duas mãos, quase se afundando nos olhos dourados. – Escuta, você é a melhor coisa que me aconteceu até agora, é a melhor coisa que entrou na minha vida em todos esses dezenove anos. Eu nunca, mesmo que você cometa o maior e pior erro do mundo, eu nunca vou ignorar todos os nossos dias e noites, jamais. Esse seria o meu pior erro e de erros repetidos eu entendo muito bem.

  Taehye não conseguiu sustentar aquele olhar, então apenas abaixou a cabeça e deixou mais uma de suas lágrimas solitárias escapar, soluçando baixinho antes de sentir o calor de Jungkook novamente. Sentia seus pelos arrepiados como no dia que começou a compor seu solo de violino, todo inspirados nas insuportáveis borboletas que pareciam morar em seu estômago, borboletas essas que certamente morreriam quando contasse a Jungoo, quando ele soubesse e o mundinho que construíram juntinhos simplesmente explodisse.

  Mesmo que ainda tivesse a alucinação dele apenas sorrindo e dizendo que aquilo não mudaria nada.

— Seja lá o que tenha acontecido, vai ficar tudo bem, meu amor. Nós vamos ficar bem, eu vou cuidar de você. Eu prometo.

Obrigado por ler.

¹· Blonde: Na tradução literal do francês para o português, significa “loira”;

²· Música que faz parte da trilha sonora de “Grease: Nos Tempos da Brilhantina”.

O que vocês acharam do capítulo? Há alguma parte favorita?

Esse capítulo foi mais curtinho pra preparar vocês pra bomba que é o próximo :)

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@ktaehyeher para a Taehye e @jjungkookher para o Jungoo!

Não esqueçam de usar a tag #NothingislikeHer no Twitter, eu tô sempre vendo o que vocês postam!

Ah! Eu abri a minha conta no Instagram recentemente e gostaria muito que vocês fossem lá dar uma olhada, já tem post sobre NILH e estão um gracinha 🥺 É o mesmo user daqui @/ggukksdaisy! Tem um link na bio que leva vocês direto para lá ;)

O link da playlist com todas as músicas da fanfic está na minha bio, fiquem à vontade para irem até lá.

Até a próxima, nenéns.
Se cuidem e fiquem bem.

Amo vocês! 𔘓

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