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capítulo 04.

𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝖽𝗂𝗌𝗌𝖾 𝗊𝗎𝖾 𝗂𝖺 𝖼𝗋𝖾𝗌𝖼𝖾𝗋

𝘦 𝘥𝘦𝘱𝘰𝘪𝘴 𝘷𝘪𝘳𝘪𝘢 𝘮𝘦 𝘦𝘯𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳𝘢𝘳

. ˚ ⚘ CAPÍTULO 04
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O começo de algo novo
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Os meses que se seguiram para Elowen Malfoy em Hogwarts foram como uma névoa de dias cinzentos, pontuados por momentos de rara e fugaz luminosidade. Ela passava pela escola como um fantasma gentil e desconhecido, alguém que nunca parecia se importar verdadeiramente em ser notada, e, ao mesmo tempo, era impossível ignorar. Seu andar suave pelos corredores, o sorriso distante, e os pensamentos vagos que sempre pareciam levá-la para longe de qualquer tumulto deixavam uma sensação misteriosa entre os colegas. O frio do outono transformava Hogwarts num labirinto de ecos e correntes de vento gelado, e as janelas eram paisagens repletas de céus cinzas e folhagens de ouro e ferrugem. Era uma atmosfera que combinava com Elowen: melancólica, mas serena.

Nas aulas, Elowen rapidamente descobriu o que lhe despertava mais entusiasmo. Feitiços, com o Professor Flitwick, era uma de suas favoritas. Ele era paciente e gentil, e a magia sutil dos feitiços parecia transformar cada movimento da varinha em uma dança. Elowen se dedicava a aprender cada feitiço com um cuidado quase artístico, repetindo os movimentos no ar mesmo quando estava distraída durante as refeições ou no dormitório da Corvinal. A classe de Feitiços era pequena e mais acolhedora do que outras, e Elowen sentia que, ali, podia explorar a magia de um jeito único, quase pessoal.

Mas, para além dos Feitiços, Astronomia era a aula em que ela verdadeiramente sentia-se como em casa. À meia-noite, com as estrelas acima de todos, a magia de Hogwarts parecia mais forte e mais viva. A torre de Astronomia era um santuário de silêncio e fascinação, e Elowen ficava hipnotizada, os olhos claros voltados para o céu pontilhado. Ela gostava da ideia de que as estrelas já estavam mortas, e, ainda assim, brilhavam. Como tudo o que ela mais amava: bonito, mas com um desfecho inevitável, trágico. Talvez, inconscientemente, ela enxergasse a si mesma como uma dessas estrelas ─ fadada a uma trajetória que, por mais bela e distante que fosse, terminaria em escuridão. Mas ela aceitava isso. A aceitação de seu próprio destino dava-lhe um ar ainda mais etéreo e intangível.

As aulas conjuntas com os alunos da Grifinória, especialmente em Astronomia, não passavam, contudo, sem provocações. James Potter e Sirius Black pareciam especialmente interessados em perturbá-la. James achava divertidíssimo jogar comentários insolentes sobre como "uma Malfoy estranha assim só podia ser uma aberração" e, vez ou outra, lançava feitiços disfarçados para encher o cabelo de Elowen de faíscas coloridas ou fazê-la tropeçar levemente. Ela nunca reagia. Apenas os olhava com aqueles olhos cinzentos, serenos, quase como se já esperasse aquilo. Essa indiferença só incentivava James e Sirius ainda mais, já que, para eles, parecia que zombar da estranheza de Elowen era um jogo inofensivo. Remus, por outro lado, sentia-se desconfortável, e sempre tentava, de algum modo, dissuadir os amigos.

━━ Vamos, Sirius ━━ ele murmurava, tentando puxá-lo de lado quando as provocações se tornavam mais cruéis. ━━ Ela não fez nada para vocês.

━━ Exatamente ━━ respondia Sirius, com um sorriso presunçoso. ━━ Esse é o problema. Ela é completamente apática! É como brincar com uma árvore, Remus. Uma árvore esquisita, claro.

Peter Pettigrew, que sempre acompanhava o grupo, às vezes entrava nas brincadeiras com risadas nervosas e comentários tímidos. Mas depois, sozinho, ele sempre se desculpava com Elowen de forma envergonhada, incapaz de encará-la nos olhos. Elowen não se importava com as desculpas. Ela as aceitava com um aceno quase mecânico, e Peter sentia-se ainda pior, como se sua falta de coragem ao menos tivesse causado algum dano.

Lucius, seu primo, era quem ocasionalmente intervinha. Em uma dessas noites, ele apareceu de repente, com o distintivo de monitor brilhando na túnica da Sonserina, e lançou um olhar gélido para James e Sirius.

━━ Continuem, Potter e Black, e vou me certificar de que passem uma semana inteirinha limpando troféus na sala do zelador ━━ advertiu, o tom cortante e distante.

James revirou os olhos, e Sirius riu, mas pararam momentaneamente com as provocações. Elowen, porém, sabia que aquilo não duraria muito. Ela e Lucius trocavam poucas palavras além do necessário. Para ele, era uma decepção que a prima estivesse na Corvinal e, mesmo assim, ele ainda cuidava dela, de um jeito contido, mas que a fazia perceber que, de algum modo, era importante para ele.

E assim, as semanas passaram em Hogwarts, com Elowen caminhando como uma sombra graciosa pelos corredores. Os amigos da Corvinal a conheciam apenas superficialmente, sempre a descrevendo como excêntrica e distraída, alguém cujas risadas eram breves e os silêncios longos. Muitos viam nela uma criança estranha, até um pouco ingênua demais para a complexidade da casa que carregava no sobrenome. Era raro, porém, encontrar alguém que se incomodasse com a presença dela; Elowen nunca buscava conflitos e tinha uma calma quase desconcertante.

Então, chegou o Natal, e Elowen retornou para a casa da família Malfoy, uma mansão gelada e silenciosa, onde tudo parecia permeado de uma seriedade mortal. A neve cobria o vasto jardim, e cada canto daquele lugar parecia despido de vida. Havia algo de quase opressor no brilho dos candelabros e nas tapeçarias em tons escuros, um luxo antiquado que não combinava com a leveza de Elowen.

A mãe de Elowen, Seraphine, observou-a de forma crítica, os olhos frios de quem não se surpreendia, mas desaprovava. Ela não parecia interessada em saber sobre as aulas de Astronomia ou as dificuldades em Feitiços. Para ela, era uma decepção que a filha tivesse sido enviada à Corvinal e não à Sonserina. Mas, no fundo, conhecia Elowen o suficiente para entender que ela nunca se encaixaria lá, entre ambições calculistas e frieza.

━━ Elowen ━━ começou Seraphine, com um tom de desapontamento, enquanto ajustava uma das correntes douradas de seu vestido. ━━ Você sabe que Hogwarts é uma chance para aprimorar-se. E a Corvinal... ━━ ela hesitou, os olhos fixos nos da filha ━━, bem, vamos dizer que esperávamos mais. Mas suponho que sempre houve... peculiaridades em você.

Elowen apenas assentiu, a voz ausente, sem vontade de contrariar. No fundo, sabia que não adiantaria tentar explicar. A mãe nunca entenderia o que ela enxergava nas estrelas ou a paz silenciosa que sentia ao andar sozinha pelos corredores de Hogwarts. Para ela, sua filha era um espírito leve demais, desprovido da dureza e do orgulho que os Malfoy carregavam consigo como uma segunda pele.

As festividades de Natal foram silenciosas e formais, como sempre, e Elowen se sentiu como se estivesse observando a cena de longe, assistindo a própria família como se fossem estranhos. Ela sentia-se isolada mesmo no meio dos seus, a sensação de desconexão lhe parecendo estranhamente natural. Quando finalmente retornou a Hogwarts, seu coração ficou mais leve ao ver o castelo surgir no horizonte, envolto em neblina e neve.

Para Elowen, Hogwarts era como um porto seguro, mas não um refúgio qualquer. Era um lugar onde ela podia existir sem pertencer. Podia vagar pelo castelo à noite, de volta de suas aulas de Astronomia, e sentir a solidão como uma amiga silenciosa, que nunca exigia nada dela. Aquilo lhe bastava.

No final das contas, Elowen não tinha ilusões sobre o próprio destino. Havia algo nela que compreendia, ainda que vagamente, que sua história terminaria da mesma forma que começara: silenciosa e envolta em sombras. Essa aceitação fazia parte de quem era, como se ela pudesse ver o fim antes de cada início. Ela era uma estrela morta que ainda brilhava, não porque fosse necessário, mas porque aquilo era tudo o que ela conhecia. E assim, continuava, um passo após o outro, como uma chama fraca que resistia ao vento sem se importar com a chegada inevitável da escuridão.

Para Elowen, a melancolia não era um fardo, mas uma companheira; e a certeza de seu próprio desfecho era uma estranha forma de liberdade.

Naquela dia, a biblioteca de Hogwarts estava silenciosa, exceto pelo leve som de páginas viradas e sussurros ocasionais. Entre os corredores de prateleiras e fileiras de alunos compenetrados, Elowen Malfoy, com seus cabelos como fios de ouro, sentava-se ao lado de Lily Evans e Severus Snape. Era uma cena quase incomum: uma Malfoy, uma nascida-trouxa e um sonserino com o uniforme um tanto desleixado, reunidos em harmonia para estudar. E, mesmo assim, Elowen parecia perfeitamente natural naquele pequeno grupo de outsiders.

Enquanto a luz do final da manhã entrava pelas grandes janelas, Elowen fechou seu livro, os olhos claros vagueando até Severus e Lily. Eles estudavam em silêncio, e ela pensou que aquela era uma das poucas ocasiões em que sentia um tipo de pertença. Lily, com sua gentileza e paciência, fazia com que Elowen se sentisse à vontade para ser quem era: distraída, etérea, mas presente, ainda que à sua própria maneira. Severus, embora mais reservado, também nunca parecia incomodado com o jeito peculiar de Elowen.

━━ Acho que vou precisar revisar mais alguns feitiços antes dos exames ━━ sussurrou Lily, fechando seu próprio livro e ajeitando os cabelos ruivos. ━━ Mas já está na hora de Transfiguração. Está pronta, Elowen?

Elowen assentiu, com um leve sorriso. Severus deu uma rápida olhada em direção à porta e, sem muito mais palavras, despediu-se de ambas.

━━ Até mais, Elowen ━━ ele disse, lançando-lhe um olhar que parecia distante e intenso ao mesmo tempo. ━━ Tenho História da Magia agora. Nos vemos depois, Lily.

As duas garotas caminharam lado a lado pelos corredores até a sala de Transfiguração, onde o burburinho dos alunos da Grifinória e Corvinal já preenchia o ambiente. Lily sentou-se perto de uma amiga da Grifinória, e Elowen, como de costume, escolheu um lugar isolado no meio da sala, com a cabeça ainda nas leituras e devaneios de momentos atrás. Ela gostava de assistir às aulas da Professora McGonagall: a seriedade e precisão da professora faziam-na admirar a disciplina por trás da magia, ainda que fosse algo que Elowen raramente conseguia manifestar em sua própria prática.

Poucos minutos depois, a porta da sala se abriu com estrondo. James Potter e Sirius Black entraram fazendo alarde, como sempre, rindo e cochichando em um volume que dificilmente passaria despercebido. Com passos largos e exagerados, sentaram-se três cadeiras atrás de Elowen, que continuava a balançar seus pés de leve, mergulhada em seu próprio mundo. Eles pareciam em uma disputa de quem conseguia chamar mais atenção, mas, ironicamente, seus olhares recaíam sobre Elowen, e sussurravam algo entre risadas abafadas.

━━ Nossa, será que ela entende alguma coisa dessa aula? ━━ murmurou James para Sirius, enquanto McGonagall explicava a estrutura dos feitiços de transfiguração.

━━ Quem sabe? ━━ respondeu Sirius, em um tom meio desdenhoso. ━━ A alma dela parece estar vagando por algum canto perdido das Highlands.

Enquanto isso, Elowen permanecia alheia, rabiscando figuras nas margens de seu pergaminho, os olhos curiosamente brilhantes e um sorriso que ninguém entendia. Naquele momento, a professora McGonagall parou de falar, deixando a sala em um silêncio repentino, e virou-se para James e Sirius com uma expressão severa.

━━ Sr. Potter, Sr. Black ━━ começou ela, em um tom calmo, mas cortante. ━━ Vejo que ambos estão extremamente interessados na Srta. Malfoy e parecem mais ocupados em observá-la do que em prestar atenção à aula. Talvez estejam ansiosos para compartilhar sua mesa com ela e, quem sabe, auxiliar em sua concentração.

A sala soltou um riso contido, e Sirius e James se entreolharam, desconcertados. A ideia de serem separados para que um dos dois fosse sentar ao lado de Elowen jamais lhes passara pela cabeça. Mas McGonagall não esperou por qualquer réplica. Com um gesto autoritário, ela indicou o lugar ao lado de Elowen.

━━ Sr. Potter, sente-se à esquerda da Srta. Malfoy, e você, Sr. Black, à direita. E que isso sirva de aviso para que concentrem suas atenções na aula.

Os dois jovens hesitaram, mas, sob o olhar penetrante de McGonagall, não tiveram outra escolha senão levantar-se e ir até os assentos ao lado de Elowen, que, naquele instante, piscou os olhos como se estivesse retornando de um sonho. James se acomodou à sua esquerda, seu rosto meio corado e um tanto irritado, enquanto Sirius, com um ar teatral de indignação, sentou-se à direita.

Elowen observou-os rapidamente com um olhar calmo, como se não estivesse surpresa em ter a companhia inesperada. Ela se ajeitou, voltando a rabiscar seu pergaminho, fingindo que aquela interrupção não a afetara. Mas James e Sirius, ainda desconfortáveis, não conseguiam parar de lançar olhares furtivos em sua direção.

Conforme a aula prosseguia, a presença de James e Sirius ali parecia menos opressiva. Gradualmente, o silêncio entre os três tornou-se quase amigável, ainda que não houvesse troca de palavras. McGonagall explicou os detalhes intricados de transfiguração de pequenos objetos, e, apesar da aula ser desafiadora, Elowen parecia mais focada do que nunca, talvez motivada pela presença deles.

De repente, quando McGonagall pediu aos alunos que começassem a praticar um feitiço de transfiguração para transformar um botão em uma pétala de flor, James lançou um olhar provocador a Elowen.

━━ Então, Malfoy... você consegue? ━━ perguntou, um leve tom de desafio em sua voz.

Elowen sorriu de forma suave, mas não respondeu. Em vez disso, ergueu sua varinha e, com movimentos calmos, concentrou-se no botão que tinha em sua frente. Murmurando o feitiço, fez o botão tremer levemente, enquanto uma pequena pétala emergia. Não era perfeita, mas claramente havia potencial.

━━ Impressionante ━━ disse Sirius, fingindo surpresa, enquanto observava o esforço dela.

━━ Muito melhor do que eu esperava ━━ acrescentou James, mas desta vez o tom era menos sarcástico e mais genuíno.

Elowen virou-se para ele, o olhar ainda distante, e, por um instante, James achou que havia algo ali que ele nunca notara antes ─ algo enigmático e quase triste, como se Elowen sempre soubesse algo que os outros ignoravam. James desviou o olhar rapidamente, um pouco desconcertado, mas logo voltou a praticar o feitiço, esforçando-se para não deixar transparecer o desconforto.

Conforme os dias se passaram e as aulas de transfiguração continuaram, a formação daquele trio inesperado ao redor de Elowen tornou-se quase uma rotina. James e Sirius, com a insistência de McGonagall, foram, aos poucos, obrigados a realmente ajudá-la em suas dificuldades, e Elowen, para surpresa de ambos, revelava-se uma boa ouvinte, sempre atenta às dicas, ainda que não se interessasse em responder diretamente.

James, especialmente, começava a perceber uma certa admiração pela calma imperturbável de Elowen. Mesmo quando ele ou Sirius faziam comentários ligeiramente sarcásticos ou piadas, ela não se aborrecia. Pelo contrário, às vezes lançava-lhes um olhar irônico ou um sorriso breve, como se secretamente soubesse algo que eles não compreendiam. Sirius, que no início mantinha uma atitude de desdém, passou a se interessar por aquela aparente falta de reatividade e, de certo modo, a respeitar Elowen. Ele percebia que havia uma força inesperada naquela sua aparente fragilidade.

Assim, sem que percebessem, o trio se ajustou. James e Sirius ainda lançavam risadinhas e faziam comentários, mas agora com menos intenção de zombar e mais curiosidade. A presença de Elowen lhes trazia uma calma incomum, um contraste com a energia caótica de suas personalidades.

Em uma tarde de fevereiro, enquanto saíam da sala após mais uma aula de Transfiguração, Sirius olhou para James e, com um sorriso sardônico, disse:

━━ Não é tão ruim assim sentar com ela, afinal. Acho que é como... uma aventura diferente.

James assentiu, olhando para Elowen, que caminhava à frente deles, com os cabelos balançando levemente. Havia algo naquela garota que o intrigava, algo que ele não conseguia entender completamente, mas que começava a respeitar.

Com o passar do tempo, uma amizade tênue e improvável formava-se entre eles. Elowen, que sempre fora uma alma solitária, agora começava a sentir uma estranha sensação de pertença, mesmo que um tanto incerta. Ela sabia que a proximidade com James e Sirius mudaria alguma coisa em sua vida ─ e aceitou isso como parte de seu destino. Afinal, para alguém como ela, aceitar o desfecho, seja ele qual fosse, era natural.

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