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capítulo 03.

𝖾 𝖾𝗎 𝗇𝖺̃𝗈 𝗊𝗎𝖾𝗋𝗂𝖺 𝗂𝗋 𝗉𝖺𝗋𝖺 𝖻𝖺𝗂𝗑𝗈

𝘱𝘦𝘯𝘴𝘦𝘪 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘳𝘢 𝘢𝘱𝘦𝘯𝘢𝘴 𝘶𝘮 𝘢𝘥𝘦𝘶𝘴 𝘵𝘦𝘮𝘱𝘰𝘳𝘢́𝘳𝘪𝘰

. ˚ ⚘ CAPÍTULO 03
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Esquisitice aguda
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Elowen divertia-se rabiscando em seu livro de Transfiguração. Seus cabelos caíam como uma cascata loura ao redor de seus ombros, escondendo um sorrisinho divertido e um olhar distraído, mas ao mesmo tempo concentrado. Sentada em seu lugar, ali no meio da classe, seus pés balançavam para frente e para trás alguns centímetros acima do chão. Elowen nunca chamaria tanta atenção se estivesse na Sonserina ─ ela seria apenas mais uma Malfoy, na casa a qual estivera destinada a estar desde sempre, afinal ─, mas ali na Corvinal, era impossível ignorá-la. Elowen estava ali, na aula, como todos os demais alunos, e ao mesmo tempo parecia estar vagando em outra dimensão.

Seus colegas notaram rápido, ao longo das semanas, o quanto ela era... distante. Nunca fisicamente, claro, mas era como se sua alma sempre saísse voando por aí, tal qual os fantasmas de Hogwarts, que atravessam as paredes e, em um piscar de olhos, desapareciam.

Enquanto escrevia uma cantiga antiga no canto da página do livro, rindo sozinha de algo que só ela entendia, James e Sirius, sentados três mesas de distância ao fundo, trocaram olhares conspiratórios. James molhou sua própria pena no tinteiro, rasgou um pedaço de seu pergaminho e escreveu algo rapidamente. Em seguida fez uma pequena bolinha de papel e a fez flutuar pela classe silenciosa, até bater na cabeça de Elowen e cair sobre sua mesa.

━━ Ai... ━━ ela sussurrou, largando sua pena sobre o livro aberto e olhando brevemente ao redor. A Professora McGonagall, sentada em sua mesa, parecia uma estátua, concentrada em um livro, mas não precisava de muito para saber que prestava atenção em tudo.

Elowen desdobrou a bolinha de papel e leu a mensagem escrita. "Volte para a Terra, esquisitinha! Pare de sonhar acordada!" A letra era garranchosa, mas legível, típico de alguém que adorava se mostrar inteligente, mas também descolado. Típico de Potter.

━━ Aposto como isso vai fazê-la deixar de ser menos... etérea ━━ murmurou James para Sirius, que riu baixinho.

Entretanto, quebrando suas expectativas, Elowen aproveitou as marcas amassadas no pergaminho para desenhar uma árvore cheia e imponente; uma macieira solitária que ficava colina abaixo, alguns metros de distância da cabana do guarda-caça do colégio, Hagrid. Ela sorria sozinha, como se aquele bilhete fosse um monte de nada.

━━ Qual é o problema dela! ━━ James sussurrou.

━━ Esquisitice aguda ━━ respondeu Sirius, dando um sorriso divertido. ━━ É melhor ficarmos longe, Jamie, pode ser altamente contagioso!

━━ O que pode ser contagioso, Sr. Black? ━━ a voz da Professora McGonagall preencheu a sala. Ela nem mesmo erguera os olhos do livro, mas parecia ter bons ouvidos. ━━ Por que não compartilha ao resto da turma? Tenho certeza que todos estão curiosos.

Sirius se engasgou brevemente com a saliva e seu sorriso vacilou. Mas, com um suspiro confiante, ele disse: ━━ A senhora sabe, professora, só... algumas pessoas são tão... malucas que é bom não chegar muito perto. Eu, por exemplo, sempre mantenho distância de dez metros da minha prima Bellatrix toda vez que a vejo.

James abafou um riso. Era engraçado o jeito como Sirius sempre citava Bellatrix como uma pessoa desequilibrada. Ela não podia ser tão ruim assim, certo?

━━ Talvez dez metros não seja o suficiente ━━ murmurou Remus, sentado na frente da classe ao lado de Peter, alto o suficiente para que todos o ouvissem ━━, se considerarmos que você é o mais maluco por atenção da turma.

Sirius pareceu realmente afetado, mas todos os demais alunos riram. Até mesmo Elowen riu, ainda desenhando no pergaminho, seus ombros sacudindo conforme sua risada soava alta e desafinada. Definitivamente não era um riso doce ou controlado, como o de, por exemplo, Lily Evans. Mas quem se importava com a risada dela? Era só uma risada, afinal.

━━ Ótima observação, Remus ━━ disse Lily, dando um leve sorriso aprovativo para o colega.

━━ "Ótima observação, Remus" ━━ Sirius imitou-a com um tom de voz fino, fazendo uma careta. ━━ Você é uma chata!

A Professora McGonagall fechou seu livro com um estalo, antes que Lily pudesse retrucar. A professora levantou-se, sua expressão rígida e nada inclinada ao humor. Seus olhos afiados passaram de aluno a aluno, silenciando os murmúrios e olhares divertidos que ainda vagavam pela sala.

━━ Isso é uma aula de Transfiguração, não um espetáculo de piadas ━━ declarou ela, a voz firme. ━━ Sr. Black, Sr. Potter, espero que a Madame Pomfrey não precise tratá-los de uma "contaminação de esquisitice aguda" ou algo semelhante. E, Srta. Malfoy, tente manter-se atenta.

Os olhos de McGonagall brilharam ligeiramente ao pousarem sobre Elowen. Não era a primeira vez que ela percebia a aluna perdida em seus próprios pensamentos, mas havia algo cativante naquela distração, um lampejo de algo que parecia fugir de tudo que era esperado de uma Malfoy. Elowen sorriu docemente, sem se perturbar com a reprimenda, e voltou a rabiscar em seu pergaminho.

Os minutos passaram, e a aula continuou. McGonagall mergulhou em uma explicação sobre a transformação de besouros em botões, enquanto os alunos tentavam imitar o processo, entre suspiros frustrados e sussurros. Elowen, entretanto, estava mais concentrada em seu desenho do que na prática. Quando ela, finalmente, desviou a atenção para sua própria tentativa de transfiguração, o besouro parecia relutante, debatendo-se em suas mãos.

━━ Vamos, seja um botão ━━ ela sussurrou, como se pudesse persuadir o inseto com sua voz. Contudo, o besouro, indiferente à sua gentileza, continuou se movendo com determinação, recusando-se a obedecer.

James e Sirius observaram de longe, trocando olhares zombeteiros. James apontou discretamente para Elowen e balançou a cabeça.

━━ Aposto que o besouro dela prefere continuar um besouro do que ser um botão transfigurado por uma Malfoy ━━ cochichou James, provocando mais um sorriso em Sirius.

O que nenhum dos dois esperava era que McGonagall estivesse, mais uma vez, atenta.

━━ Sr. Potter, poderia, por gentileza, demonstrar à Srta. Malfoy como se faz uma transfiguração correta? ━━ A professora ergueu uma sobrancelha, e sua voz era pura ironia. ━━ Já que parece tão confiante em suas habilidades, tenho certeza de que será um exemplo para a classe.

James engoliu em seco, mas manteve um sorriso confiante. ━━ Claro, professora.

Com um floreio da varinha, ele se aproximou da mesa de Elowen, onde o besouro continuava a caminhar despreocupado. Ele se abaixou ao nível de Elowen e, com um sorriso pretensioso, deu uma piscadela, antes de se concentrar.

━━ Observe e aprenda, Elowen ━━ murmurou, tentando impressioná-la.

No entanto, ao murmurar o encantamento, o besouro de Elowen não apenas virou um botão, mas um botão em forma de um trevo de quatro folhas, brilhando com um leve tom dourado. Um murmúrio de surpresa e risadas escapou da classe, e James pareceu um tanto desconcertado.

━━ Aí está ━━ disse ele, tentando recuperar a compostura. ━━ Não foi tão difícil, não é?

Elowen sorriu, mas sem o deslumbre que ele esperava. Ela observou o trevo-botão e deu de ombros.

━━ É bonito ━━ disse ela, com um brilho de diversão nos olhos. ━━ Mas, se eu fizesse, preferiria que fosse uma maçã ━━ ela continuou a desenhar em seu pergaminho, totalmente imersa em seu próprio mundo.

James fez uma careta, sentindo-se ligeiramente frustrado. Não conseguia entender por que, ao contrário de tantas outras garotas, Elowen parecia imune ao seu charme. Sirius, ao fundo, lutava para conter o riso diante da falta de sucesso do amigo.

A aula continuou, e Elowen, depois de mais algumas tentativas, conseguiu finalmente transformar seu besouro em um botão ─ um botão pequeno e prateado, simples, mas que reluzia delicadamente sob a luz. Ao observar o resultado de seu próprio esforço, um sorriso sincero surgiu em seus lábios, e ela guardou o botão no bolso da capa, satisfeita.

Quando o sinal finalmente anunciou o fim da aula, os alunos rapidamente recolheram seus materiais, ansiosos para sair da sala. Elowen, distraída e vagarosa, foi uma das últimas a se levantar, sem pressa alguma de deixar o ambiente aconchegante e cheio de magia. Ela sentia-se segura ali, imersa entre livros e transfigurações, num mundo que parecia abraçar suas peculiaridades sem questionar.

Enquanto arrumava seus pertences, ouviu uma voz suave ao seu lado.

━━ Gostou da aula? ━━ era Lily Evans, que havia esperado para acompanhá-la.

Elowen sorriu, um pouco surpresa, mas contente pela presença inesperada. ━━ Foi... bem interessante. Nunca pensei que faria um besouro virar um botão. Mas, se fosse escolher, faria ele virar uma borboleta ━━ disse, com um leve suspiro, imaginando como seria ver o pequeno inseto alçando voo como uma borboleta colorida.

Lily riu, inclinando a cabeça em sinal de compreensão. ━━ Você gosta de pensar além do que é ensinado, não é?

Elowen assentiu, mordendo levemente o lábio enquanto refletia. ━━ É que... ━━ ela hesitou, como se buscasse as palavras certas ━━, às vezes parece que todo mundo vê o mundo em preto e branco, mas eu gosto de pensar que há cores escondidas nas coisas mais simples. Como em um botão prateado... ou em um besouro.

Lily sorriu com ternura para a garota. Ela começava a entender que, para Elowen, tudo possuía um significado escondido, algo que só ela enxergava. Era uma visão incomum, mas Lily a admirava por isso.

Do outro lado do corredor, James e Sirius observavam as duas, trocando olhares confusos.

━━ Tem certeza de que você quer gastar seu tempo com ela, Evans? ━━ James gritou, numa tentativa de provocar.

Lily lançou-lhe um olhar afiado.

━━ Não vejo por que você tem tanto problema com ela, Potter. Se a acham esquisita, ao menos deixem-na em paz.

James e Sirius trocaram olhares perplexos, mas se calaram. Remus, que estava mais afastado, sorriu de canto, claramente apreciando a repreensão sutil de Lily.

Elowen olhou para Lily, os olhos grandes e expressivos.

━━ Por que eles sempre... são assim comigo? ━━ perguntou, a voz baixa, mas sem rancor, apenas curiosidade.

Lily suspirou. ━━ Eles não entendem, Elowen. Pessoas como você... bem, você desafia a forma como eles enxergam o mundo. E, às vezes, pessoas assim incomodam quem está acostumado a ver tudo de forma simples.

Elowen refletiu sobre isso enquanto caminhavam juntas pelos corredores de Hogwarts. Ela sabia que sua natureza livre e excêntrica a fazia se destacar, mas isso não a incomodava. Sentia que havia algo em si mesma que precisava explorar, algo que ia além das expectativas da família e dos olhares julgadores.

Enquanto caminhavam pelo corredor, Lily olhou de soslaio para Elowen, que parecia distraída, os olhos vagando pelos detalhes das pedras e tapeçarias de Hogwarts. Algo na menina Malfoy a intrigava ─ ela tinha uma leveza rara, que parecia destoar das trevas e do peso de sua família.

━━ Elowen, eu estava indo à biblioteca encontrar o Snape... quer vir? ━━ Lily perguntou, observando a reação da garota.

Elowen piscou, como se estivesse voltando de algum lugar distante, e parou para considerar o convite. Não era comum que colegas a convidassem para coisas como essa, ainda mais para estudar. Ela imaginou que o Snape de quem Lily falava era Severus, um dos rostos sombrios que ela vira circulando entre a Sonserina.

━━ Eu... ━━ começou, a voz ligeiramente hesitante, mas logo sorriu, curiosa. ━━ Claro! Eu gosto da biblioteca. É sempre tão silenciosa e... cheia de histórias.

Lily retribuiu o sorriso e as duas seguiram juntas. O caminho até a biblioteca foi tranquilo, embora Elowen não conseguisse evitar olhar ao redor, observando as pinturas e os detalhes do castelo. Ela sempre se sentia como se estivesse descobrindo um segredo em cada canto, e aquele era um dos motivos pelos quais Hogwarts nunca a entediava.

Ao chegarem à biblioteca, encontraram Severus já sentado em uma mesa mais afastada, uma pilha de livros de Poções diante dele. Ele ergueu os olhos quando Lily se aproximou, seus olhos escuros desviando brevemente para Elowen, com uma expressão mista de surpresa e desconforto.

━━ Sev, essa é Elowen Malfoy ━━ apresentou Lily, com um tom casual. ━━ Ela é minha colega da Corvinal. Pensei que talvez ela pudesse nos acompanhar.

Severus analisou Elowen com atenção, os olhos frios, mas curiosos, como se tentasse decifrar se ela era uma típica Malfoy ou algo mais. Ele já a tinha visto antes, é claro, mas nunca a imaginara fora do círculo de alunos que costumava evitar. Ela parecia... diferente. Não havia no olhar dela o orgulho frio que ele reconhecia nos outros da sua família.

━━ Prazer, Malfoy ━━ disse ele, com um aceno breve, ainda um pouco desconfiado.

━━ Oi ━━ respondeu Elowen, sem se intimidar. Ela sentou-se ao lado de Lily e começou a observar os livros sobre Poções. ━━ Você gosta mesmo de Poções, não é?

Severus franziu as sobrancelhas, um pouco surpreso com a pergunta direta. Lily deu uma risada breve, acostumada com a curiosidade de Elowen.

━━ Gosto ━━ respondeu ele, com uma seriedade intensa. ━━ Poções exige precisão e concentração, habilidades que poucos têm. Mas os resultados são... únicos.

Elowen pareceu considerar as palavras dele com cuidado, como se estivesse absorvendo o significado por trás delas.

━━ Acho que gosto disso ━━ disse ela, pensativa. ━━ Às vezes, a magia parece... mais viva quando é feita com as mãos.

Lily sorriu para Elowen, apreciando a simplicidade com que a garota expressava algo tão complexo. Para ela, essa ingenuidade era o que a tornava fascinante.

━━ Bem, então vamos estudar ━━ disse Lily, abrindo um livro de poções avançadas. ━━ Estamos revisando para o exame de Poções.

Severus logo mergulhou em explicações detalhadas sobre ingredientes e suas propriedades, enquanto Lily e Elowen o acompanhavam. Elowen ouvia tudo com atenção, os olhos brilhando cada vez que ele explicava uma combinação peculiar ou uma reação inesperada.

Após algum tempo, Elowen sentiu-se à vontade o suficiente para fazer perguntas.

━━ Severus, se você pudesse criar qualquer poção, qual você criaria? ━━ perguntou, um toque de curiosidade em seu tom.

Ele ficou em silêncio por um momento, talvez surpreso pela pergunta, talvez considerando a resposta.

━━ Eu criaria uma poção... capaz de proteger alguém de todo mal ━━ disse ele, em voz baixa, como se estivesse confessando algo profundo.

Lily lançou-lhe um olhar significativo, entendendo o peso daquela resposta. Mas Elowen apenas sorriu, absorvendo aquela informação com um brilho suave nos olhos.

━━ Isso é bonito ━━ respondeu ela, sincera. ━━ Talvez eu quisesse fazer algo que mostrasse às pessoas como o mundo é... especial. Algo que fizesse elas sentirem que, mesmo nas pequenas coisas, há magia.

Severus a observou com um olhar mais suave, talvez impressionado com a sensibilidade inesperada da garota. Ele não sabia ao certo o que pensar dela, mas sentia que, ao contrário de muitos, Elowen não o julgava, e isso era raro.

Eles passaram horas juntos, discutindo ingredientes, encantamentos, e até histórias antigas sobre poções e alquimistas lendários. Lily e Severus guiavam Elowen pacientemente, enquanto ela absorvia o conhecimento com uma curiosidade incansável.

Ao final da tarde, quando a biblioteca começou a esvaziar, Elowen se levantou, olhando para os dois com um sorriso grato.

━━ Obrigada por me deixarem estudar com vocês ━━ disse ela, sincera. ━━ É bom ter alguém com quem conversar sobre essas coisas.

Lily a abraçou de leve, um gesto caloroso que fez Elowen sorrir.

━━ Sabe onde nos encontrar ━━ disse Lily, acenando enquanto Elowen se afastava, saindo da biblioteca.

Enquanto caminhava pelos corredores vazios, Elowen sentiu o coração leve. Em uma escola onde muitas vezes sentia-se deslocada, havia encontrado um pouco de compreensão. E, pela primeira vez, ela sentiu que talvez existissem pessoas em Hogwarts que a enxergavam por quem realmente era.

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